Susto e superação

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo sofreu até os 36 minutos do primeiro tempo, mas se superou e reverteu a desvantagem, alcançando a vitória no começo da etapa final. A parte mais interessante da partida aconteceu nos 45 minutos iniciais. Além de quatro gols marcados, os times fizeram um confronto aberto e eletrizante.

unnamedOs azulinos, atrapalhados na marcação e afobados nas pontadas ofensivas, foram surpreendidos em duas investidas rápidas do Paragominas, aos 9 e aos 36 minutos. O primeiro gol, em contra-ataque fulminante, teve assinatura do centroavante Pimenta, e o segundo veio em belíssimo chute de Ratinho.

Só ao sofrer o segundo gol o Remo despertou para os riscos da iminente derrota. Logo na primeira tentativa mais elaborada, Jaquinha cruzou da esquerda, o argentino Nano Krieger cabeceou e no rebote do goleiro veio o chute cruzado de Léo Rosa, descontando o prejuízo. Ainda haveria tempo para o empate: nos acréscimos, o mesmo Léo (lançado por Flamel) cruzou na medida para o cabeceio de Edgar.

Foi talvez o melhor primeiro tempo do campeonato, pela intensidade e segura marcação imposta pelo time de Cacaio aos meio-campistas do Remo. Sem se afobar, o Paragominas avançava com facilidade, utilizando a velocidade do bom Fidélis pela direita e a habilidade de Fabrício no meio.

O susto do 1º tempo fez bem ao Remo. Depois do intervalo, o time voltou plugado, aproveitando Gabriel Lima e Léo pela direita e acionando Edgar em jogadas de profundidade. Acima de tudo, passou a ter Flamel próximo aos atacantes. Graças a isso, o time passou a pressionar com qualidade, impondo verdadeiro cerco à área do Paragominas.

Aos 16 minutos, após troca de passes na intermediária, Tsunami mandou uma bomba na trave direita. Na volta, Gabriel Lima tocou para as redes, virando o jogo. Apesar da vantagem, o Remo permaneceu ofensivo e só perdeu gás com as saídas de Edgar e Flamel. Krieger, mesmo perdendo duas boas chances, deixou o campo aplaudido. O final teve ainda uma meia pressão do Paragominas, mas a vitória azulina foi justa e incontestável.

E a pergunta que não quer calar: onde o Remo escondeu por tanto tempo Tsunami e Gabriel?

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Papão vence e se tranquiliza

O Papão nem precisou suar as camisas para atropelar o caótico Águia no Mangueirão, sábado à tarde. Logo no primeiro minuto, uma falha terrível da zaga permitiu a Bergson abrir o placar, depois de errar o primeiro chute. Quatro minutos depois, Alfredo ampliou, batendo cruzado. Estava fácil. Leandro Carvalho e Bergson perderam ainda grandes oportunidades antes de Wesley fazer o terceiro, aos 27′.

Quando o Águia recuava para se defender, a marcação falhava. Ao sair para buscar o ataque, o meio-de-campo batia cabeça e perdia a posse de bola. Eric e Tiago Mandii eram os mais acionados na frente, mas ficavam muito isolados.

Capanema comandou o bloqueio defensivo do Papão, mas praticamente não teve trabalho. Rodrigo e Wesley faziam a ligação. Note-se que, mesmo sem um especialista na função, o domínio bicolor era amplo. O trio Bergson-Alfredo-Leandro Carvalho voltou a funcionar, principalmente pela movimentação de Bergson e Leandro.

O segundo tempo trouxe um Águia mais atento e distribuindo melhor as jogadas, mas sem forças para assustar. Pode-se dizer que a acomodação do Papão segurou o placar em 3 a 0. Chamusca ainda se deu ao luxo de testar Aslen e Wilkerson e de dar nova chance a Diogo Oliveira.

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Torcida santarena goleia rivais da capital

Vem de Santarém o melhor público da rodada, no clássico Rai-Fran, vencido pelo São Raimundo por 2 a 0. Uma senhora goleada sobre a dupla Re-Pa, cujas torcidas passaram longe dos estádios neste fim de semana. A galera santarena confirma a condição de liderança quanto a comparecimento a jogos no interior paraense. E o triunfo do Pantera marcou o fim de um jejum de sete anos e 10 jogos.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 20)