PSC x Vila Nova-GO; ASA x Clube do Remo – comentários on-line

Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão 2016

Paissandu x Vila Nova-GO – estádio da Curuzu, 18h30

Rádio Clube _ IBOPE_ Segunda a Sexta _ Tabloide

Na Rádio Clube, Guilherme Guerreiro narra; Rui Guimarães comenta. Reportagens – Carlos Gaia, Dinho Menezes, Mauro Borges e Saulo Zaire. Banco de Informações – Fábio Scerni

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Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão 2016

ASA x Clube do Remo – estádio Coaracy da Fonseca, Arapiraca (AL), 20h30

Na Rádio Clube, Jorge Anderson narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagens – Paulo Caxiado. Banco de Informações – Fábio Scerni

Corrida marca festejos pelo título nacional do Papão

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A Corrida Campeão dos Campeões 2016 será realizada no próximo domingo, 7 de agosto, para homenagear o Paissandu e todos os seus torcedores, relembrando a conquista da Copa dos Campeões de 2002, maior título conquistado por um clube do norte do Brasil.
O evento comemorativo premiará com uma medalha e camisa, especialmente desenvolvidas para presentear todos os participantes, além de contar com estrutura e organização para garantir segurança a todos os amantes do esporte.
Na corrida Campeão dos Campeões, será cumprido um percurso de 10 quilômetros, com largada (e chegada) na travessa do Chaco, ao lado do estádio Lêonidas de Castro (Curuzu), às 6h. A prova percorrerá as principais ruas da capital paraense.

Ganhador do Prêmio Puskas desiste do futebol para virar profissional de games

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Seis meses após conquistar o prêmio Puskás, de gol mais bonito do futebol mundial em 2015, Wendell Lira anunciou uma mudança radical em sua carreira. A partir de agora, ele, aos 27 anos, é um ex-jogador de futebol e será um profissional dos videogames.

O jogo escolhido é justamente o Fifa, franquia de futebol da EA Sports, em que Wendell já demonstrou potencial. Quando foi receber o prêmio em Zurique, na Suíça, o agora aposentado aceitou o desafio de Abdulaziz Alshehri, o campeão da FIFA Interactive World Cup na época, e não só o venceu como comandou o Real Madrid em uma goleada por 6 a 1 contra o Barcelona do rival.

Wendell Lira inicia sua carreira como jogador profissional com um currículo interessante. Além de ter goleado o campeão, ele conquistou o título goiano do jogo em 2012 e liderou o ranking online brasileiro por 25 dias no último ano, quando quase acabou conquistando uma vaga na disputa da FIFA Interactive World Cup de 2016.

A decisão de abandonar o futebol “real” veio por causa de uma sequência de lesões que teriam tirado a motivação do dono do gol mais bonito de 2015. Após receber o prêmio Puskás, ele assinou com o Vila Nova, mas atuou em apenas nove partidas e não balançou as redes nenhuma vez. (Da ESPN)

Céu e inferno na vida de 2 heróis do tetra alemão

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Cinco dias após a conquista da Copa do Mundo de 2014, Philipp Lahm anunciou que era momento de não defender mais a seleção alemã. Seu ciclo estava encerrado. Aos 30 anos, parava no auge, tanto no âmbito individual, quanto no coletivo.

Lahm representava a geração que reergueu o futebol alemão. O lateral começou a defender o país em 2004 e chegou no Mundial de dois anos depois como uma das tantas promessas de uma seleção jovem e desacreditada que disputaria o torneio em casa. Mesmo sem esbanjar confiança, a Alemanha ainda alcançou um honroso terceiro lugar.

Com o passar dos anos, aquela base seria desfeita, seja por veteranos que pararam ou por jovens que não vingaram. Lahm foi uma constante. De jovem promessa, tornou-se um dos líderes do grupo que viria a encantar o futebol mundial.

A primeira grande impressão veio na Copa da África do Sul, na qual os alemães repetiram o terceiro lugar de quatro anos antes, mas apresentaram um futebol mais convincente, com goleadas sobre Inglaterra e Argentina.

A coroação de Lahm e a nova safra alemã veio em 2014 com o quarto título mundial. O lateral, que foi da esquerda para a direita ao longo de sua trajetória na equipe germânica, fechava em alta uma carreira internacional de superação.

Era o momento certo para os veteranos daquela seleção pararem? Miroslav Klose e Per Mertesacker entenderam que sim e seguiram o mesmo caminho de Lahm. Schweinsteiger, não.

O vice-capitão da Alemanha no Mundial de 2014 seguiu adiante, assumiu a braçadeira e viu a trajetória de ascensão sofrer uma queda e acabar de forma melancólica. O atleta de 31 anos anunciou a aposentadoria da seleção nesta sexta-feira, 22 dias após ter sido um dos vilões na derrota para a França na semifinal da Eurocopa por 2 a 0. Ele cometeu um pênalti infantil no primeiro tempo que originou a inauguração do placar.

Até aquele momento, o volante vinha sendo um reserva na equipe, já que sofreu uma lesão no joelho direito antes da Euro e era dúvida para o torneio. Aliás, as contusões têm sido algo recorrente na carreira dele desde a Copa: foram apenas 58 jogos por clubes nas duas últimas temporadas.

OS 5 QUE MAIS JOGARAM PELA ALEMANHA

Lothar Matthäus (150 jogos), Miroslav Klose (137 jogos), Lukas Podolski (129 jogos), Bastian Schweinsteiger (120 jogos) e Philipp Lahm (113 jogos)

Nem mesmo a mudança de ares proporcionou uma recuperação na carreira do meio-campista, que se transferiu ao Manchester United no meio de 2015. Após um ano na Inglaterra, seu nome é um dos apontados para sair desde a chegada do técnico José Mourinho. Enquanto isso, Lahm manteve o prestígio no Bayern de Munique, pelo qual é tetracampeão alemão, capitão e uma das peças de confiança do novo treinador da equipe, Carlo Ancelotti. (Da ESPN) 

Onde foi que o Brasil se perdeu?

POR TEREZA CRUVINEL

Nestes tempos de espanto diário com a transfiguração do Brasil em algo que vai se tornando irreconhecível, recordo o primeiro capítulo de “Conversa na Catedral”, sem dúvida o melhor romance de Mario Vargas Llosa, e não porque foi escrito quando ele ainda era um intelectual de esquerda. Num reencontro tardio, o fracassado jornalista Zavalita tem uma longa e etílica conversa com Ambrósio, antigo empregado de sua família. Exumando lembranças de um passado esperançoso e sepultado, ele se pergunta algumas vezes: “mas em que ponto foi que o Peru se fodeu?”. Lá estava em cacos o Peru que fora promissor, sob o tacão da ditadura de Odría, nos anos 1960. Aqui estamos nós, sob algo que não tem nome exato, sob esta desconstrução diária do que havia, sob violências de formas diversas e uma incerteza recorrente: haverá salvação para nós e o Brasil? Ou do descarrilhamento atual virá um país despedaçado, em que as partes não se entendem nem se reconhecem?.

No final do ano passado, Lula comparou o Brasil a um trem descarrilhado. Mas era só o começo. Ao longo deste ano, o surrealismo foi se impondo e tudo foi sendo naturalizado. Achamos natural que haja uma presidente eleita e afastada do cargo, sem crime de responsabilidade claro e provado, apesar de algumas demonstrações em contrário e de algumas confissões sobre a desimportância de aspectos jurídicos diante de um imperativo político, a troca de guarda no poder. Aliás, nesta sexta-feira, 29, vésperas do mês preferido pelas tragédias políticas, o vice-presidente em exercício Michel Temer explicou o que entende pelo impeachment: “Essa questão do impeachment no Senado não depende da nossa atuação. Depende da avaliação política –não uma avaliação jurídica– que o Senado está fazendo. Eu penso que o Senado vai avaliar as condições políticas de quem está hoje no exercício e de quem esteve no exercício da Presidência até um certo período.” Ou seja, trata-se da escolha entre Dilma e ele, sem povo, sem voto e sem urna. Se não é golpe, democracia não é. Mas tudo parece natural, a vida segue, os ipês começam a florir.

Parece natural também que o vice, ao ocupar interinamente o cargo, não tenha tido qualquer constrangimento em agir como se tivesse sido eleito, mudando tudo  e até promovendo expurgos, como se  eleito tivesse sido com uma programa oposto ao da eleição em que figurou na chapa vitoriosa.

Deve ter se perdido em algum desvão o país que em 2010 conferia mais de 90% de aprovação ao presidente que, por todas as transformações positivas propiciadas por seu governo, tornara-se o mais popular da História, Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, segundo apurou recentemente o instituto Paraná Pesquisas, 47% defendem a sua prisão. Crimes? Nenhum provado. Mas há uma operação, um juiz e alguns procuradores que mesmo assim estão dispostos a condená-lo por obras em um sítio que não é seu, e num apartamento que desistiu de comprar. Não há provas (atos de ofício) de que Lula, por benefícios que concedeu às empreiteiras, recebeu tais mimos como propina. Não importa, são indícios, dizem eles.

Os mesmos jornais de hoje noticiam com  naturalidade algo que em outros tempos espantaria. Lula apresentou ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, através do advogado inglês Geofferey Robertson, uma petição em que denuncia as violações do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e os recorrentes abusos de poder praticados contra sua pessoa pelo juiz Sérgio Moro, que preside os processos da Lava Jato. Lula corre riscos e é perseguido em seu próprio país?, perguntarão lá fora. Aqui, as autoridades ignoraram fato tão grave e singular. Exceto Moro e a Lava Jato, que em represália fizeram vazar mais informações sobre as tais obras no dito sítio: Lula determinou que fossem feitas, informaram sem dar a cara a tapa. Sinceramente, a ditadura civil-militar se incomodava mais quando chegava lá fora uma denúncia sobre os crimes que cometia contra os direitos humanos. Pelo menos desmentia, atribuindo tudo aos “inimigos da revolução”.

Mas o que fez com que tantos, hoje, queiram ver Lula por conta de “indícios” que podem torná-lo inelegível em 2018? Certamente as nuvens de veneno que foram sendo sopradas sobre nós e agora estão chovendo. O Brasil é um país intoxicado e não parece haver antídoto capaz de restaurar sua antiga homeostase, aquele antigo modo de viver em que as diferenças existiam. Em que todos tinham seu Outro, mas não desejavam destruí-lo.

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Mas ficando livre de Dilma, de Lula, do PT e das esquerdas, com políticas “populistas” para os pobres, o país vai entrar nos trilhos, dizem os vencedores do golpe, no palco do grande faz-de-conta. Pois os  mesmos jornais que pintam a paisagem para vender esta ilusão e abrir caminho para agosto são obrigados a publicar notícias que a desmentem.  Nesta sexta-feira de tristes notícias, o Banco Central informou que o resultado das contas públicas para junho e para o primeiro semestre foi o pior da série histórica iniciada em 2001. Mas Temer não veio para sanear o estrago de Dilma?

A última sexta-feira antes de agosto nos informa também, através do IBGE/PNAD, que aumentou o número de pessoas vivendo na angústia do desemprego. A taxa do segundo trimestre fechou em 11,3%, contra os 10,9% do primeiro. É a maior desde que a série foi iniciada em 2012. São 11,6 milhões de pessoas os que não conseguem trabalhar nem pagar as contas. Alguma providência? Temer mandou dar um aumento para a Polícia Federal.

Não há melhora algumas das expectativas sobre a economia, como alardeado. Mas vai se acreditando no faz de conta pois, do contrário, acreditar em quê?

Voltando a Zavalita, onde foi que o Brasil se perdeu? Um Zavalita mais velho recordará que tudo parecia caminhar bem, que houve esperanças e sonhos entre 1945 e 1964,  até que vieram as correntes de ódio e caímos na ditadura de 21 anos. Encerrada a transição, com seus trancos e barrancos, incluindo um impeachment – este com crime demonstrado – a partir do governo Itamar Franco (1992) teve início outra fase em que o trem andou nos trilhos, e andou para a frente. Inflação controlada por Itamar/FHC, Lula promoveu crescimento e distribuição de renda.  Ganharam os mais pobres, ganharam os mais ricos, ganharam as empresas. E aí, veio junho de 2013.  Ainda que as explicações não sejam claras, foi ali que o trem começou a descarrilhar, na economia e na política. Logo depois a Lava Jato ganhou impulso e espalhou o sentimento de desolação. Nada presta, ninguém presta, tudo está podre. E salve-se quem puder. Inclusive com delações premiadas e vazamentos selecionados.

Houve a mudança no cenário externo, é verdade, com a queda nos preços das commodities, afetando as exportações e o crescimento interno.  A própria Dilma reconheceu que houve “erro de calibragem” nas políticas anti-cíclicas, em que o Estado gastou com desonerações, crédito fácil e investimentos próprios para manter a economia aquecida. Isso explica a desorganização fiscal mas não este descarrilhamento completo da vida nacional.

Dilma ganhou em 2014 uma eleição que parecia destinada a perder. Mas tudo teria sido diferente se a oposição tivesse aceitado que perdeu. Pediu recontagem de votos,  deu corda para os que começaram a falar em impeachment, antes mesmo da segunda posse da presidente reeleita. Ela tomou um chá de sumiço inicial e aceitou fazer o que pediam, nomeando um ministro da Fazenda encarregado de implementar um arrocho fiscal. A Câmara passou ao comando de Eduardo Cunha, que tinha uma bancada conservadora de mais de cem deputados, e em vez de ajuste, o Congresso votou pautas bombas, demolidoras das contas públicas. Aí chegamos a 17 de abril, e agora chegaremos a agosto.

A Lava Jato teria sido benigna se, ao atacar a ferida da promiscuidade entre partidos/políticos e empresários, tivesse mirado o sistema, e não o PT e seu governo. Este desvio de objetivo contribuiu para o golpe e terminou nesta caçada a Lula, que o leva a denunciar lá fora as perseguições que sofre em seu país.

Mas quando a demolição de um sistema político começa, não há como salvar algumas paredes. Aí estão novamente as notícias, aqui já registradas, de que a Odebrecht denunciará pelo menos dez governadores e ex-governadores e mais de 100 parlamentares.

O sistema está ruindo e não há quem se habilite a restaurá-lo. Em volta, só destruição: da economia, das regras democráticas, do sistema político-eleitoral e, principalmente, de tudo o que representava o Brasil que não há mais: a tolerância para com a diferença, a capacidade de conviver com o outro, fosse ele pobre ou rico, conservador ou progressista, urbano ou rural. Agora, temos até intolerância religiosa. E uma ideologia retrógrada que vai sendo ministrada sutilmente, que mistura racismo, misoginia e preconceitos de toda ordem.

Quando tudo desmorona, os mais jovens, que viveram os últimos 20 anos esperançosos e não se lembram nem da ditadura nem da hiperinflação, têm ainda mais razões para se perguntar: onde foi que o Brasil se perdeu?