Johan Cruyff, então técnico do Barcelona, aparece entre os craques Maradona e Schuster.
Dia: 26 de julho de 2016
Pesquisa: “Folha errou e persistiu no erro”
A ombudsman da Folha de S.Paulo, Paula Cesarino Costa, escreveu no domingo, 24, em sua coluna que o jornal “errou e persistiu no erro” ao publicar dados incompletos sobre pesquisa Datafolha de avaliação do governo do presidente interino, Michel Temer.
A pesquisa, divulgada no domingo, 17, foi alvo de críticas e acusada pelo site de notícias The Intercept, de cometer “fraude jornalística” em relação à preferência do brasileiro sobre a permanência de Michel Temer, a volta da presidente afastada Dilma Rousseff ou a realização de novas eleições.
Na publicação original, a Folha informou que 50% dos entrevistados preferiam a permanência de Temer à volta de Dilma, e que, diante dessa questão, 3% disseram defender novas eleições. No entanto, quando a possibilidade de novas eleições aparece entre as respostas estimuladas, o percentual de entrevistados que optam por essa alternativa chega a 62%, o que não foi dito pelo jornal.
A Folha só publicou a versão com esse percentual após as críticas e disse que não errou, mas que optou por não destacar cenário considerado “pouco relevante” pela direção do jornal. A ombudsman diz que sugeriu à redação “que reconhecesse seu erro editorial e destacasse os números ausentes da pesquisa em nova reportagem”.
“A meu ver, o jornal cometeu grave erro de avaliação. Não se preocupou em explorar os diversos pontos de vista que o material permitia, de modo a manter postura jornalística equidistante das paixões políticas. Tendo a chance de reparar o erro, encastelou-se na lógica da praxe e da suposta falta de apelo noticioso. A reação pouco transparente, lenta e de quase desprezo às falhas e omissões apontadas maculou a imagem da Folha e de seu instituto de pesquisas. A Folha errou e persistiu no erro”, escreveu Paula Cesarino Costa.
Além da polêmica sobre o trecho da pesquisa que tratava de novas eleições, a ombudsman critica a escolha do jornal de destacar na manchete sobre a pesquisa o otimismo com a economia, “subaproveitando temas políticos”. (Do Comunique-se)
Vitória põe Leão de volta ao G4
Rock na madrugada – Jimi Hendrix, Voodoo Child
Boa vitória, mas cabia mais
POR GERSON NOGUEIRA
O Remo precisava dos três pontos para voltar ao G4 da Série C e manter a boa arrancada empreendida sob o comando de Waldemar Lemos. Conseguiu seu intento, com sobras. Derrotou o Cuiabá por 2 a 0 e podia ter alcançado um placar mais folgado não fosse a afobação de alguns jogadores, a falta de pontaria de outros e uma incrível ausência de vibração. Pela frieza, pareceu até aquele contestado Remo de Marcelo Veiga.
O time custou a se ligar no jogo, apesar do incessante apoio da torcida. Corria sem rumo e errava passes curtos até os 15 minutos. O Cuiabá se mantinha recuado, mas deu o ar da graça aos 24 minutos, em chute disparado por Tiago Amaral da entrada da área.
O Remo tocava muito a bola, mas sem consequência. Tentava fazer de Eduardo Ramos e Ciro parceiros de Edno na frente, mas as manobras não se concretizavam. O Cuiabá se limitava a dar chutões e a tentar ligações diretas para o ataque, sem levar maior perigo.
Apesar das claras limitações do visitante, os azulinos insistiam em afunilar o jogo. Eduardo Ramos sempre que recebia a bola partia em direção à área, mas não acertava o passo com Edno e Marcinho, que esteve sempre mais adiantado e longe do processo de criação no meio.
Quando começava a aparecer mais, Ciro sofreu entrada violenta de Carlão e precisou deixar o jogo, sendo trocado por Fernandinho.
A impaciência começava a dominar time e torcida, com bolas perdidas a todo instante no meio-campo. Fernandinho entrou e fez o de sempre. Botou correria, mas é do tipo que tropeça nas próprias pernas e raramente dá sequência às jogadas. Optou pelo lado direito do ataque, mas não encaixava a passagem com Levy e ambos acabaram travados.
Para agravar as coisas, Wellington Saci era improdutivo, até mesmo nas cobranças de falta e escanteio. No setor defensivo, pregava sustos seguidos nos demais defensores com recuos inesperados de bola e erros de cobertura. Seus erros fizeram até lembrar o tão malhado Fabiano.
Apesar desses problemas, o Remo mandava no jogo. E era superior porque o Cuiabá não tinha qualquer proposta, a não ser destruir. Para isso, usava as costumeiras duas linhas de marcação e baixava o sarrafo, sob o olhar complacente do apitador goiano.
Na primeira tentativa inteligente de vencer a barreira de marcação, a bola passou por Edno e foi conduzida por Yuri, que chegou em velocidade. A presença de um volante desnorteou a marcação do Cuiabá, permitindo a finalização certeira, aos 40 minutos.
O gol fez justiça a quem teve mais tempo de bola e premiou o jogador que mais se desdobrou entre marcação e transição. Trouxe mais tranquilidade, fazendo com que a bola passasse a ser tocada com mais rapidez e acerto.
Para a etapa final, o Cuiabá mexeu na maneira de atuar, passando a usar até três homens adiantados, embora sem coordenação no meio. Isso permitiu que Edno tivesse mais liberdade na faixa intermediária. Foi ele que ganhou um lance em velocidade e passou com perfeição para Eduardo Ramos finalizar. A bola foi tocada pelo goleiro, bateu na trave e voltou nos pés do zagueiro, entrando em seguida.
Com 2 a 0 logo aos 5 minutos, parecia que o Remo ia finalmente deslanchar. Ledo engano. O time seguiu dispersivo, com raras exceções – Edno, Ramos, Levy e Yuri. O volante cansou e foi substituído por Lucas Garcia. Depois, Schmoller também saiu, para a entrada de Allan Dias.
Marcinho é um caso à parte. Pela primeira vez entrou como titular, mas não foi nem sombra do jogador ágil e participativo dos confrontos contra Fortaleza e América, quando entrou no segundo tempo.
O jogo foi se arrastando, o Remo perdendo chances e o Cuiabá chegando apenas em lances fortuitos – como na sequência em que Fernando Henrique teve que sair duas vezes de soco para afastar cruzamentos, aos 35 minutos.
Resumo da ópera: o Remo não jogou bem, mas fez o necessário para vencer. Será preciso mais rapidez e envolvimento nas próximas batalhas.
—————————————————
Outra arbitragem desastrosa
No confronto entre Remo e Cuiabá, o destaque negativo ficou com a atrapalhada arbitragem do goiano Eduardo Tomaz de Aquino Valadão, que inverteu marcações e errou feio na aplicação de cartões.
Devia ter expulsado o jogador Carlão, do Cuiabá, por entrada criminosa em Ciro ainda no primeiro tempo. Lesionado, o atacante do Remo teve que ser substituído por Fernandinho.
Ao longo da partida, o árbitro deu um verdadeiro show de lentidão e de falta de critérios ao assinalar faltas. Lembrou até Sandro Meira Ricci, outro que andou fazendo grossas lambanças em Belém.
—————————————————
Na dança das cabeças, sobrou para o lusitano
O português Paulo Bento nem esquentou banco e já rodou. O Cruzeiro, em queda livre na Série A, preferiu recontratar Mano Menezes, que foi um dos badalados técnicos brasileiros demitidos do glorioso futebol chinês.
Mano, com a empáfia habitual, certamente vai chegar botando banca na Toca da Raposa, comportamento tão ao gosto de certa crônica esportiva que adora incensar treinadores metidos a ladinos ou marrentos.
Não deve ter dificuldades em levantar o clube dos Perrella, visto que o nivelamento do campeonato é cada vez mais rasteiro, permitindo que em três ou quatro rodadas qualquer time saia do atoleiro e chegue ao G4.
Uma competição sob medida para eleger falsos gênios, tanto dentro quanto fora das quatro linhas.
————————————————–
Susto geral: Tite quer trocar ideias com Dunga!
A profissão de técnico é, sem dúvida, uma das mais interessantes do universo do futebol. Até mesmo quando há uma visível fuga de ideia, o “professor” é sempre justificado e até aplaudido desde que apresente uma explicação mais elaborada.
É o caso dessa anunciada decisão de Tite, que pretende levar um papo com Felipão e Dunga para “fechar um raio-x” sobre a Seleção Brasileira. Ora, é do conhecimento até das pedras do cais que a dupla em questão não tem mais nada a dizer sobre o escrete.
Isto é, ambos devem ter coisas a manifestar, mas dificilmente algo que se aproveite. Donde se conclui que o verborrágico Tite está mesmo é cuidando do marketing, caprichando no perfil de técnico afeito ao diálogo. Em termos práticos, a conversa terá resultado igual a zero.
(Coluna publicada no Bola desta terça-feira, 26)