Governo Temer é reprovado por 74% da população

proxy

O presidente interino Michel Temer é aprovado apenas por 13% da população brasileira, que considera seu governo ótimo ou bom, de acordo com pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta sexta-feira 1º.

A reprovação à gestão do peemedebista atinge 74% dos brasileiros, com 39% de ruim/péssimo e 35% de regular. Além disso, 53% dizem desaprovar o modo de Michel Temer governar.

Ainda de acordo com o levantamento, a população reprova especialmente a atuação do governo em relação aos juros e aos impostos. (Do Brasil247)

Dilma em Belém: “Vamos lutar juntos por este país!”

3f9bf129-1ba7-46df-9ed7-c8daa5b11f1f

9a2e5295-adcf-4a4b-993c-f3a5083bd7ec

A presidente afastada, Dilma Rousseff, afirmou que, se retornar ao governo do país, a economia voltará a crescer. Na noite desta quinta-feira (30), ela participou de ato público em defesa da democracia, em Belém (PA), e diante de um público de apoiadores, previu uma possível volta no mês de agosto, após votação do impeachment no Senado.

“Se eu voltar agora no mês de agosto (…) ao voltar, eu quero dizer que nós vamos reconstruir esse país, a unidade entre nós. Vamos defender a democracia, vamos devolver os direitos que foram retirados e fazer a economia voltar a crescer e acabar com a tática que usaram, criada do ano passado até maio, do ‘quanto pior melhor'”, disse.

Durante sua fala, Dilma voltou a criticar o governo interino e citar que a ascensão dele ao poder é fruto de um golpe. Relembrou também que o objetivo principal é retirar direitos individuais e coletivos e pôr fim a direitos sociais. Diante de mais de 8 mil manifestantes, segundo os organizadores, Dilma recebeu o título de Cidadã do Pará, proposto pelo deputado Carlos Bordalo e aprovado pela Assembleia Legislativa.

fbaf26a2-5a21-4799-b7ab-322185e64bb5

Em um determinado momento do discurso, ela ironizou um argumento usado pelo presidente interino Michel Temer de que muitos dos votos dados a Dilma foram feitos por conta dele. “Primeiro, eles não tiveram nenhum voto, [não tiveram] os meus 54 milhões e meio de votos. Esse impeachment tem a cara de eleição indireta, porque o povo não foi chamado. E aí numa eleição indireta você pode ter um presidente provisório interino que seja contra todos os ganhos da população. É possível, e é isso que eles querem”, alegou.

A presidente também citou a fala da senadora líder do governo Rose de Freitas (PMDB-ES), que em entrevista afirmou que Dilma não foi afastada do cargo por causa das pedaladas fiscais, mas sim em razão da crise política. “Eles mesmo confessam que é golpe. Recentemente, a senadora que é líder do governo e que no ano passado foi presidente da Comissão do Orçamento diz que de fato não tem pedalada, que de fato não cometi crime. Mas por que devo ser afastada? Porque eles não passariam pelas urnas”, falou Dilma.

30jun2016---a-presidente-afastada-dilma-rousseff-participa-de-ato-em-apoio-a-retomada-de-seu-mandato-na-praca-floriano-peixoto-em-belem-o-ato-e-organizado-pela-frente-brasil-popular-do-para-1467328331980_615x47

Dilma voltou a defender que os governos petistas foram o que mais combateram a corrupção, e que muitos políticos a tiraram por medo das investigações chegarem a eles. “Falavam: ‘Nós que somos que somos austeros, nós que combatemos todas as irregularidades’. Ora, em menos de 50 dias, três ministros foram afastados porque estavam comprometidos em processo de corrupção. Um deles foi gravado dizendo o motivo verdadeiro do golpe: ‘Vamos afastar essa mulher para impedir que a investigação chegue a nós’. Essa é a realidade”, argumentou.

Em tom de convocação, Dilma pediu que os manifestantes contra o impeachment sigam mobilizados. “Muitas vezes ele tomam uma medida, o povo grita, chia, e eles voltam atrás. Vamos nos preparar e olhar com esperança para o futuro. Agora estamos mais conscientes do que aconteceu. Vamos juntos lutar por esse país”, finalizou. (Com informações do UOL/blog Vermelho)

A fraude do impeachment – e a corrupção de Temer

Cl7r7E8UkAEWcXi

POR GLENN GLEENWALD, no The Intercept

Desde o começo da campanha para impedir a presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, a principal justificativa era de que ela havia se utilizado do artifício conhecido como “pedaladas” (“peddling”: atraso ilegal de pagamentos aos bancos estatais) para mascarar a dívida pública. Mas nesta semana, enquanto o Senado conduz o julgamento do impeachment, esta acusação foi suprimida: o relatório de peritos do Senado concluiu que “não há indício de ação direta ou indireta de Dilma” em nenhuma destas manobras orçamentárias.

Como colocou a Associated Press: “Auditores independentes contratados pelo Senado brasileiro disseram em relatório divulgado na terça-feira que a presidente suspensa Dilma Rousseff não agiu na modificação da contabilidade de que foi acusada no julgamento de seu impeachment”. Em outras palavras, os próprios técnicos do Senado esvaziaram o primeiro argumento na defesa de que o impeachment era outra coisa que não um golpe.

O relatório não isenta Dilma totalmente, concluindo que Dilma abriu linhas de crédito sem a aprovação do Congresso, o que é parte do caso do impeachment. Mas foi a acusação das pedaladas que dominou todo o debate.

folhagolpe-540x390Se o impeachment de Dilma foi de fato motivado por seu motivo declarado – a quebra de leis – esse relatório devastador deveria interromper o percurso do impeachment. Elio Gaspari, importante colunista da Folha de São Paulo, maior jornal brasileiro, escreveu na quarta-feira – sob o título “Há Golpe” – que, a luz deste novo relatório, o impeachment de Dilma pode não ter sido um “golpe” no sentido de que teria sido realizado extrajudicialmente, mas é um golpe no sentido de que é realizado sem eleições: por “estratagemas” através de “práticas ardilosas”.

Mas, é óbvio, o impeachment nunca teve algo a ver com qualquer suposta quebra de lei de Dilma – esse era apenas o pretexto para remover uma presidente democraticamente eleita por motivos ideológicos – o que explica porque a destruição da mais importante acusação contra ela sequer arranhou a dinâmica do impeachment. Mesmo o Estadão, jornal veementemente contrário a Dilma, documentou esta semana como os principais defensores do impeachment mudaram instantaneamente seu raciocínio: do argumento de que as pedaladas exigem o impeachment para o discurso de que, na verdade, isso nunca foi importante em primeiro lugar. Estas são as ações de pessoas dedicadas a um fim sem se importar com as justificativas: eles estão determinados a impedir Dilma por razões ideológicas, então a destruição do caso judicial contra ela não faz diferença.

inda mais significante são as crescentes evidências da enorme corrupção do substituto de Dilma, Michel Temer. Em apenas 30 dias desde que assumiu, Temer perdeu três dos seus ministros por conta da corrupção. Um deles, seu aliado extremamente próximo Romero Jucá, foi flagrado em gravação conspirando pelo impeachment de Dilma como uma maneira de estancar as investigações sobre corrupção, bem como indicando que os militares, a mídia e os tribunais estavam tomando parte na conspiração pelo impeachment.

Um informante chave nas investigações, o ex-Senador e executivo da construção civil Sergio Machado, agora disse que Temerrecebeu e controlou R$ 1,5 milhão em doações ilegais de campanha, enquanto outro informante disse, na semana passada, que Temer era “beneficiário” de R$ 1 milhão em subornos. Além disso, Temer está agora impedido por uma ordem judicial de disputar qualquer eleição por 8 anos por conta de sua violação das leis eleitorais. Para lembrar: este é quem, em nome da “corrupção”, as elites brasileiras empossaram no lugar da Presidente eleita.

jnped-540x338Enquanto isso, o partido de Temer, PMDB, é virtualmente o mais corrupto deste hemisfério. Seu Presidente da Câmara Eduardo Cunha – que presidiu o processo do impeachment – está agora suspenso pelo Supremo Tribunal, e o Conselho de Ética da Câmara acaba de votar por sua cassação uma vez que ele mentiu sobre contas bancárias na Suíça, recheadas de dinheiro de suborno, em seu nome. O mesmo executivo da construção, Machado, testemunhou que três líderes do PMDB – incluindo Jucá – receberam pagamentos num total de R$ 71,1 milhões em subornos. Ao mesmo tempo, dois aliados chave de Temer do PSDB, partido de centro-direita derrotado por Dilma em 2014 – o ministro das Relações Exteriores de Temer, José Serra, e o oponente de Dilma em 2014, Aécio Neves – estão ambos sob investigação por corrupção.

Até decidir apoiar o impeachment de Dilma e empoderar seus próprios líderes corruptos, o PMDB era um importante aliado de Dilma. O partido de Dilma, o PT, tem sua própria cota de figuras corruptas. Mas o PMDB é pouco mais que um partido de negociação que existe para lubrificar as engrenagens da corrupção e das propinas em Brasília. A ironia por trás do fato de que este partido tenha sido alçado ao poder em nome da luta contra a corrupção é grande demais para ser posta em palavras. Como afirmou o New York Times em maio, o partido de Temer é o que controlou, e agora arruinou, o Rio: “o mesmo partido que criou uma bagunça no Rio está agora gerindo o país”.

Por mais expressivos que a corrupção de Temer e a fraude do impeachment de Dilma já fossem, dois novos eventos nesta semana vieram reforça-lo. Primeiro, Temer jantou com dois membros do Supremo Tribunal Federal – o órgão que preside a investigação sobre a corrupção e o processo do impeachment. Também estiveram presentes o Ministro das Relações Exteriores, Serra, e seu aliado próximo Aécio: ambos alvos da investigação sobre corrupção. Temer está literalmente se reunindo secretamente com os próprios juízes que estão julgando o impeachment e os processos de corrupção (ao mesmo tempo em que políticos brasileiros, preparando a imposição de medidas de austeridade, estão votando por bajular estes juízes com um enorme aumento de 41% em seus salários: a austeridade não pode ficar no caminho de enriquecer os próprios juízes que decidem se você e seus amigos chegar a ser presidente ou ir para a prisão).

yahoodilma-540x313Segundo, ao mesmo tempo em que Temer está se reunindo em privado com estes juízes chave, reportagens revelaram que ele está trabalhando duro em um acordo para “salvar a pele” de Cunha, um dos políticos mais corruptos do país. Temer se reuniu com Cunha nesta semana. Um plano sendo ativamente discutido permitiria Cunha renunciar e então ter seu processo criminal atribuído a juízes favoráveis. Outro prevê que Cunha simplesmente renuncie à presidência da Câmara para aumentar as chances de que ele não seja expulso da mesma por completo. Pior ainda, o Globo reportou hoje que Toemer está agora trabalhado ativamente com Aécio para garantir que o sucessor de Cunha seja favorávela ele: alguém que “não trabalhe pela cassação de Eduardo Cunha”.

Basta pensar sobre o que aconteceu quando estava em jogo o controle do quinto país mais populoso (e rico em petróleo) do mundo. A presidente democraticamente eleita sofreu impeachment apesar da falta de indícios de corrupção pessoal: por políticos que estão afundados em escândalos de subornos e propinas. O principal pretexto utilizado para impedi-la acaba de ser derrubado pelo relatório dos próprios auditores independentes do Senado. E o homem marcado pela corrupção que implantaram no lugar dela – que tem atualmente uma taxa de reprovação de 70%, e quem 60% do país quer que sofra o impeachment – está agora se reunindo secretamente com os juízes cuja suposta independência, credibilidade e integridade eram o principal argumento contra a classificação deste processo de “golpe”, tudo enquanto ele conspira para salvar seu companheiro de partido enriquecido por propinas. E eles estão procedendo para impor uma agenda de direita de austeridade e privatizações que a democracia nunca permitiria.

Sejam quais forem os motivos para se livrar de Dilma, a ilegalidade e a corrupção claramente não tiveram na a ver com isso. É só olhar para o relatório divulgado esta semana pelo Senado, ou o rosto da pessoa que instalaram, para ver como essa é a verdade.

A última tentativa

POR GERSON NOGUEIRA

Waldemar Lemos foi apresentado ontem como novo técnico do Remo. É o terceiro comandante em seis meses. Média preocupante, que revela erros nos critérios de contratação e expõe os desacertos que rondam o futebol azulino neste primeiro semestre. Os dois antecessores, Leston Junior e Marcelo Veiga, não conseguiram acertar a mão, embora o segundo tenha sofrido a rebordosa deixada pelo primeiro.

Em meio a tudo isso, um aspecto positivo: Lemos herda um cenário bastante favorável para iniciar trabalho. Com 9 pontos ganhos, o Remo é o quarto colocado no grupo, apesar de três tropeços inexplicáveis (derrota para o ASA e empates com Botafogo-PB e ABC) dentro de casa.

Veiga deixou para o sucessor uma situação oposta à que recebeu de Leston Junior e a chance real de conduzir o time à classificação, com boas chances de brigar pelo acesso à Série B.

Para que isso se concretize, com Lemos correspondendo à expectativa da diretoria e às exigências da massa azulina, o time precisa mostrar regularidade na competição. Acima de tudo, caberá ao novo técnico dar um perfil vencedor e mais determinado ao grupo de jogadores.

Os problemas mais evidentes estão na defesa, onde o miolo de zaga não passa confiabilidade, errando muito no jogo aéreo e sofrendo gols em quase todas as partidas.

d01396b4-d11d-4005-ac34-c2c6f7e5850aLemos terá, ainda, que dar um jeito na instabilidade do meio-de-campo, onde nenhum volante transmite segurança e não há um meia-armador que garanta uma transição correta. Sem isso, o ataque continuará órfão e dependente de uma única jogada: cruzamentos sobre a área.

Com Veiga, o Remo não conseguiu vencer em Belém e só se impôs jogando longe de seus domínios. As vitórias fora de casa garantem a boa colocação atual, mas precisam ser vistas com realismo: os dois adversários derrotados são os piores da competição, Confiança e River.

Para seguir no G4, será necessário conquistar mais do que bons resultados como visitante. Acima de tudo, falta ao Remo a gana e o empenho para ganhar diante de sua apaixonada torcida. Lemos, ao contrário de Veiga, que chegou a avaliar a pressão do torcedor como um fator negativo, deve investir na pacificação entre time e arquibancada.

Jamais o Remo chegou a algum lugar sem o apoio decisivo e vibrante de sua torcida. Abrir mão disso é, além de burrice óbvia, um tremendo tiro no pé em termos de captação de recursos. Afinal, o clube está de pires na mão, sofrendo com os prejuízos acumulados no Campeonato Paraense e na Copa Verde, que acarretaram sérios problemas para manter os salários em dia.

Muito além das promessas protocolares, o técnico deve falar a linguagem do torcedor. Clubes de massa não podem ser representados com excesso de parcimônia e diplomacia. Leston e Veiga ficavam como estátuas ao lado do campo, braços cruzados e indiferentes ao resultado e aos humores da galera. O zen-budismo não combina com a vibração dionisíaca do futebol. Para tanto, é imperioso que Lemos seja alertado para o papel do Fenômeno Azul na história recente do Remo.

Por fim, alguém no clube deve informar ao treinador que chega sobre a presença no elenco de jogadores caseiros que podem contribuir muito para tirar o time da mesmice. Tsunami está a merecer uma chance, seja na defesa ou no meio-campo. Magno, idem. Até João Victor poderia ser lembrado de vez em quando. Todos foram olimpicamente deixados de lado até agora.

————————————————–

Boas chances e uma preocupação

Não será a crença timbira na reabilitação do Sampaio Corrêa que fará o Papão esmorecer no confronto desta noite, em São Luís. Empolgado com o triunfo sobre o Tupi de Juiz de Fora na última terça-feira, o tricolor maranhense já sonha em deixar a lanterna da competição. Ao Papão cabe esperar e aproveitar as oportunidades que surgirão ao longo da partida.

O representante timbira cumpre uma jornada decepcionante até agora, muito distante do estilo aguerrido e vitorioso da temporada passada, quando chegou a brigar pelo acesso até as últimas rodadas.

Gilmar Dal Pozzo sabe que é um embate para ser decidido na maneira de controlar o jogo. Contra o Vasco, em São Januário, o Papão executou uma estratégia impecável. Fechou-se em copas, diminuiu espaços, marcou forte e anulou as principais virtudes do dono da casa.

No momento preciso, quando o adversário já dava sinais de exaustão e impaciência, veio o bote decisivo. Em duas arrancadas em contragolpe, o Papão encontrou o caminho da vitória.

Diante do Goiás, na terça-feira, essa proposta foi esboçada, mas fracassou na execução. Sem força de ataque, o time ficou muito atrás e só abandonou a cautela nos dez minutos finais, quando teve duas grandes oportunidades.

A solitária presença de Fabinho Alves na frente, com a quase nula contribuição de Leandro Cearense ao longo da partida, explica em parte a distância entre os atacantes e o gol. Sem Jonathan inspirado, o time ficou sem alternativas para buscar a vitória.

Contra o Sampaio, Betinho – que entrou bem nos minutos finais em Goiânia – é uma alternativa à disposição de Dal Pozzo. Pela primeira vez, porém, nas últimas rodadas, o time terá mudanças na dupla de zaga com a saída de Fernando Lombardi (suspenso).

É um ponto a ser observado, pois a defesa tem sido o ponto forte do Papão na competição, responsável pela subida de produção do time na Série B. Não sofre gols há seis partidas. Lombardi tem sido o zagueiro de referência, cumprindo atuações seguras. É uma ausência importante.

Apesar do respeito que o Sampaio merece, é jogo para o Papão consolidar o bom momento e se inserir entre os 10 primeiros colocados.

————————————————–

Pouco badalado, Portugal chega à semifinal

Aos trancos e barrancos, Portugal avança. Já chegou à semifinal e pode contrariar todos os prognósticos indo à final da Eurocopa. O futebol é sofrível, mas o imponderável vem ajudando. Como ontem, quando o gol polonês aos 2 minutos não abateu os lusos. Boa surpresa foi o garoto Renato Sanches, com pinta de cantor de reggae e enorme habilidade. Salvou a pátria lusitana em dia ruim de CR7 e levou à decisão nos penais.

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 01)