Kajuru reaparece e promete explicar sumiço esquisito

A notícia de que o jornalista Jorge Kajuru estava desaparecido agitou a imprensa no domingo, 3. Sites repercutiram o sumiço, divulgado no Twitter pela equipe do comunicador. Ao decorrer do dia, internautas demonstraram preocupação com o paradeiro desconhecido do apresentador que já comandou programas em rede nacional na Band, Rede TV, no SBT e Esporte Interativo. No início da madrugada desta segunda-feira, 4, mensagem postada aparentemente pelo profissional deu a entender que ele foi localizado.

vou-contar-detalhes-para-a-justica-divulga-jorge-kajuru-ao-reaparecer“Vou contar detalhes para a Justiça e sem show”, informou o comunicador em tuíte. No microblog, ele não comentou o desaparecimento, apenas afirmou que iria “depor tudo” aos “doutores Krebs e Mário Lúcio”, aparente referência aos promotores Fernando Krebs (do Ministério Público do Estado de Goiás) e Mário Lúcio de Avelar (do Ministério Público Federal em Goiás). Nas mensagens pós-retorno, Kajuru agradeceu a Deus, a três policiais e citou os nomes de alguns colegas. Ele também reforçou o apoio recebido de “amigos da imprensa”.

Entre os amigos da imprensa, o apresentador do ‘Hoje em Dia’, Cesar Filhou usou a conta que mantém no Instagram para, no meio da tarde de domingo, alertar a situação enfrentada pelo jornalista esportivo. “Ele me confidenciou, há algum tempo, que vinha sofrendo ameaças… Qualquer informação, por favor, ligue para a Polícia!”, publicou. Horas depois o mesmo funcionário da TV Record questionou a razão de a própria equipe de Kajuru não ter recorrido às autoridades – já que o advogado dele afirmou ao UOL que não tinha contatado a polícia.

Notícia do sumiço (informações desencontradas)
“Sou produtor e redator do Kajuru. Socorro, ele está desaparecido desde as 14hs do sábado. Tudo muito estranho”. Foi dessa forma que às 2h12 de domingo, 3, o perfil @RealKajuru publicou que o jornalista estaria sumido. Apesar de se identificar primeiramente como alguém do gênero masculino, o administrador da conta afirmou, posteriormente em respostas a internautas, se chamar Aline Silva e que trabalha com o jornalista há 15 anos. Em mensagem trocada com a reportagem do Portal Comunique-se (via número de celular divulgado na rede social), a equipe do apresentador chegou a garantir que o jornalista teria ido ao Rio de Janeiro, estando desaparecido desde a última quarta-feira, 29 de junho – indo contra a mensagem no Twitter, que colocou o sábado como data do sumiço. Com a situação, perguntas foram enviadas na tarde de domingo e seguem sem respostas até o momento.

Kajuru morto? (Site chegou a dizer que corpo foi localizado)
Ainda quando a informação que corria entre veículos de comunicação online era a de que Jorge Kajuru seguia desaparecido, o site do jornal goiano O Hoje publicou nota garantindo que o jornalista tinha morrido e que inclusive o corpo dele havia sido localizado em Goianésia, município do interior de Goiás. “Barriga” (conforme o jargão jornalístico para informações erradas que são publicadas). Minutos depois, a equipe do portal tirou a matéria do ar e informou, na sequência, que a Polícia Militar esclareceu a situação. “Segundo a PM, foi encontrado um corpo na tarde deste domingo (3) em estado avançado de decomposição. No entanto, o corpo foi reconhecido como sendo de um idoso que morava na região”. Apesar do erro, a redação de O Hoje não se desculpou com os leitores. (Do Comunique-se)

Toda pinta de golpe midiático. A conferir.

Entre a F1 e a carroça

POR GERSON NOGUEIRA

A Eurocopa entra em sua fase decisiva, com quatro semifinalistas já definidos (Alemanha, Portugal, País de Gales e França) e algumas evidências que o futebol brasileiro – para o seu próprio bem – não pode fingir não ver. A mais importante diz respeito à maneira de praticar o jogo. Rapidez, aproximação e intensidade são as palavras de ordem. Acabou o tempo do futebol acomodado, dos passes laterais e das jogadinhas inúteis nas zonas mortas do campo.

0442be9c-c0ff-41cd-b023-3b786ecd2b98Há um choque quando o cidadão termina de assistir um jogo da Eurocopa e troca de canal para ver qualquer confronto da Série A brasileira. É como se os europeus estivessem andando de F1 e o futebol brazuca indo de carroça. A diferença é tão acentuada que por vezes chega a parecer que são esportes diferentes.

Por aqui prevalece a máxima do devagar-quase-parando. A única jogada que os técnicos apreciam é o famigerado chuveirinho, que Oto Glória, Vicente Feola e Gentil Cardoso já usavam lá pelos idos de 1950, 1960.

As datas retratam o marasmo tático que se apoderou do Brasil ao longo das últimas décadas. Enquanto os demais centros se esmeram em evoluir e descobrir saídas para um esporte que parecia estagnado, os treinadores nacionais se fecham nas velhas práticas, agarrados ao defensivismo que em nada combina com a essência boleira do país pentacampeão do mundo.

Há mais de 10 anos os europeus têm adotado inovações simples como a utilização de homens originalmente de meio para jogar na última linha de defesa, para distribuir os passes corretamente desde o começo das jogadas.

Aprenderam também que os bons volantes devem ser tão hábeis e inteligentes quanto os armadores do passado. A rigor, não existem mais volantes exclusivamente marcadores. Times como o da Alemanha jogam com dois meias avançados e um mais recuado, quase como um líbero (também invenção deles) de antigamente. Marcam, mas sabem passar e criar jogadas.

O ataque não tem homens fixos, mas é povoado a todo instante. Os dianteiros podem irromper pelo meio ou reencarnar os pontas que o Brasil aposentou. Todas as seleções, até as mais modestas, atuam assim, mas o fenômeno é particularmente visível na nova Itália de brasileiros como Éder e Pellé; na Bélgica de Hazard; na França de Pogba, Payet e Griezmann; na Alemanha de Müller, Özil e Draxler.

Cabe aqui acentuar que o nível desta Eurocopa não é particularmente brilhante, mas a inventividade merece aplausos. Há um claro período de entressafra num futebol que abraça o novo, fazendo até com que os ainda jovens alemães campeões do mundo já pareçam veteranos.

Outro aspecto que merece reflexão é a inexistência de um fosso técnico entre nós e eles. Essa foi a razão da hegemonia brasileira nas Copas. Os grandes bambas nasciam daqui e eles tinham que se contentar com esquemas fechados para deter os bailarinos da época de ouro do futebol brasileiro. Isso, definitivamente, é passado.

Vi País de Gales e Rússia na fase de classificação da Eurocopa e fiquei bestificado com a extrema habilidade e facilidade para dribles dos jogadores britânicos, algo impensável até o começo dos anos 90.

Isto significa apenas que os europeus se credenciam a dominar o futebol, não só na parte gerencial e administrativa. Para tornar tudo mais difícil, eles também aprenderam as manhas do futebol moleque, a ponto de o antes desengonçado Mario Gomez tentar (e quase acertar) um toque de letra diante do veterano Buffon no clássico do último sábado.

Nenhum atacante brasileiro se arriscou a fazer esse tipo de saudável molecagem nas últimas três Copas.

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Remo estreia técnico no sertão pernambucano

Waldemar Lemos chegou na quarta-feira e estreia hoje no comando do Remo. O jogo é contra um adversário direto na disputa pela classificação. Com 9 pontos, o time paraense precisa derrotar o Salgueiro para chegar ao segundo lugar na tabela. O histórico da equipe na competição é positivo como visitante. Foram sete pontos ganhos nas partidas contra Cuiabá, River e Confiança.

A dúvida é quanto à postura do time, que terá mudanças pontuais, embora sem mexer no sistema. Henrique entra na defesa, Chicão na marcação e Wellington Saci no meio. Marcelo Veiga havia tentado utilizar Saci como meia-atacante contra o Botafogo-PB, mas acabou mudando de ideia ainda no primeiro tempo.

Lemos decidiu levar a cabo a experiência, aproveitando que o antigo titular Allan Dias está lesionado. O ataque tem Patrick e Edno.

Pelo pouquíssimo tempo para treinos, é pouco provável que o time já tenha assimilado plenamente as orientações do novo técnico, mas é de esperar que providências urgentes – como a segurança defensiva – tenham sido tomadas para evitar os costumeiros apagões em bolas aéreas.

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Direto do blog

“Penso que a falta de tempo inviabiliza qualquer planejamento para mudanças no setor ofensivo, hoje principal problema do PSC. É bom dizer que Dal Pozzo já fez o primeiro teste no jogo contra o Sampaio, quando lançou três atacantes (dois abertos e um mais centralizado).

Ainda sobre o setor ofensivo bicolor, penso que o caminho são os três atacantes utilizados contra o Sampaio. Sendo que dois deles (os abertos) devem acompanhar os avanços dos laterais. Tal estratégia (4 – 2 – 3- 1) é muito utilizada em times que não tem laterais com força ofensiva. Penso ser este o caso do PSC.”

Carlos Lira, apesar dos pesares, confiante em boa campanha bicolor na Série B.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 04)