O dia da vingança chegou

POR JUREMIR MACHADO – no Correio do Povo

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O jornal New York Times diz que uma gangue vai julgar Dilma.

O francês Le Monde afirma que Michel Temer é um especialista em intrigas palacianas.

The Guardian fala em ruptura institucional.

Quando FHC doou dinheiro, no Proer, para salvar bancos privados a direita não pediu sua queda.

Dilma cometeu o crime de mandar banco público adiantar dinheiro de programa social.

Aí é grave.

O PT cometeu muitos crimes. Atolou-se na corrupção.

Mas o seu crime mais grave, do ponto de vista da oposição, foi um dia ter apontado o dedo para os outros e gritado: “Corruptos!” Se tivesse entrado no clube sem moralismo, não seria cobrado e poderia roubar.

O agravante são as quatro vitórias consecutivas do PT e a possibilidade de uma quinta.

Defesa do petismo corrupto?

Nada mais simplificador.

Ataque ao moralizador associado a uma gangue.

Fora todos! Seria mais justo.

Quem se alia com Eduardo Cunha não merece confiança.

O interesse pelo combate à corrupção é mínimo.

A vibração é com outra coisa: chegou o dia da vingança contra o petismo no governo.

Dia de revanche contra cotas, bolsa-família, pobre em avião, Minha casa Minha vida e outras migalhas.

Eduardo Cunha é o instrumento da cleptocracia que esfrega as mãos.

A mídia prepara-se para emplacar mais um golpe.

Dilma será julgada por uma coisa e condenada por outras.

Impeachment é o instrumento legal que permite a um tribunal político condenar o presidente da República sem provas. Estamos no falso parlamentarismo ou no presidencialismo de mentirinha. O impeachment será um voto de desconfiança. O STF vai lavar as mãos? Marco Aurélio Mello será o único ministro capaz de se opor ao militantismo de Gilmar Mendes e ao medo dos demais? As ministras Carmen Lúcia e Rosa Weber só dizem “acompanho o relator”.  Ao menos não se pode mais acusar os ministros indicados pelo PT de petismo. Toffoli foi fagocitado por Gilmar. Facchin morre de medo de ser chamado de governista. Vota todas contra Dilma. A “julgabilidade” do STF é um só um palavrão.

No domingo, tudo começará em alto estilo com o voto de Abel Galinha.

Na sequência, centenas de investigados por corrupção tentarão derrubar uma presidente que não é ré em qualquer processo judicial e em relação à qual não se provou qualquer ato de desonestidade.

A verdade precisa ser dita.

Eu poderia vibrar. O PT vai se ferrar. O PT já me ferrou.

Mas tenho um compromisso com a minha consciência.

Só digo o que penso a ser verdade.

A verdade está na capa do New York Times.

Uma gangue vai julgar Dilma!!!

Comentário do Blogueiro: Não concordo com o Juremir, de que o “PT se atrolou em corrupção”. Até por que, um dos temas em voga, que é a Lava Jato, o partido que menos, e bem menos envolvidos tem ali, é o PT. Indivíduos não são a instituição. Ainda mais uma instituição como o PT, construída a duras penas, contra a Ditadura e a Mídia eternamente golpista. Mas Juremir tem razão quando diz que não é por causa da corrupção que estão tentando derrubar o Governo e o PT, mas pelo que ele fez de bom. Colocou os pobres no mapa e construiu programas capazes de tirar milhões da pobreza. É isto que esta sendo julgado. E é isto que querem acabar. Por isto é Golpe!! E por isto estou lado a lado com Juremir e com milhões de conscientes que sabem o que esta em jogo. O GOLPE NÃO É CONTRA O PT, DILMA OU LULA. É GOLPE CONTRA O BRASIL E OS BRASILEIROS. 

Leonardo Boff: impeachment mostra o ódio contra os pobres

Boff

DE BRASILEIROS

O teólogo e escritor Leonardo Boff disse nesta quinta-feira (14), no Rio de Janeiro, que a tentativa de impeachment da presidenta Dilma Roussef simboliza a luta de classes no Brasil. Segundo ele, a divisão que se observa nas ruas reflete a “batalha da casa-grande e da senzala”.

“Toda essa raiva e ódio que tem na sociedade é a raiva contra os pobres, porque eles estavam sempre na margem e agora foram incluídos. Têm luz em casa, têm uma casinha, têm a cesta básica, podem frequentar a universidade, podem fazer seu estudo técnico, isso não havia antes. Então as classes poderosas têm medo, porque [os pobres] estão ocupando os espaços que antes eram reservados a elas. Isso é a intolerância que as classes sempre tiveram na história brasileira”, analisou.

Para Boff, “vai triunfar a razão” na votação do impeachment, marcada para domingo (17), e os deputados “vão perceber que não há motivo sério para aplicar o instituto do impeachment contra Dilma”.

Boff participou na quinta-feira do debate “Tolerância e Democracia: Este Não Será o País do Ódio”, organizado pelo coletivo À Esquerda da Praça São Salvador, que reuniu cerca de 2 mil pessoas em Laranjeiras. Em sua fala, o teólogo citou o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que costumava dizer que a democracia se fundamenta sobre quatro bases: a participação do cidadão, o reconhecimento da diferença, a tolerância e a comunicação. A esses fundamentos, Boff acrescentou “o cultivo do espírito”, citando o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe.

“Somos seres humanos que têm subjetividades, que gostam de trocar opiniões, tomar uma cervejinha e trocar ideias sobre as visões que temos do mundo. Não é um elemento das religiões, é da profundidade humana. Hoje há mais academias de ginástica do que bibliotecas e igrejas. Nós não cultivamos a vida do espírito, feita de amizade, de existência, de harmonização, de sentar junto e celebrar a vida.”

Em seu discurso contra a intolerância, Boff também citou a oração de São Francisco: “Se eles usarem ódio, vamos usar o amor”.

O ator e roteirista Gregório Duvivier brincou que uma coisa boa do que chamou de golpe é a união que ocorreu entre as esquerdas para se posicionar contra o impeachment. Duvivier destacou que não apoia o governo Dilma, mas que respeita e defende os 54 milhões de votos que a presidenta recebeu.

“União não significa unificação, o fato de estarmos unidos não significa que pensamos a mesma coisa. A gente tem que pressionar para o PT ir para a esquerda, porque ela [Dilma] foi eleita por um projeto de esquerda. E depois que a gente barrar o impeachment, que a gente continue nas ruas para pressionar.”

Integrante do coletivo À Esquerda da Praça, o sociólogo Rudolph Hasan disse que o debate foi pensado para unir duas gerações de militantes de esquerda e denunciar os ataques que ambas vêm sofrendo por se posicionarem publicamente contra o impeachment.

“É muito importante porque tanto o Boff quanto o Gregório estão sofrendo uma perseguição muito grande por estarem se posicionando a favor da democracia. As páginas dos dois nas redes sociais foram muito atacadas recentemente”.

Segundo Hasan, diante da proximidade da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, o papel da militância é ocupar as ruas. “O que a gente pode fazer é somar nas ruas e demonstrar para o Parlamento que há uma massa da população que é contra esse processo golpista.”

* Com Agência Brasil

Colunista de O Globo denuncia o golpe

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O colunista Arnaldo Bloch, do jornal O Globo, classificou como golpe o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Bloch diz que independente do mérito das “pedaladas fiscais”, a crise econômica é a grande responsável pelo desejo de retirar Dilma do poder. Entretanto, a responsabilidade pela crise é em grande parte da oposição.
“Não se analisa, por exemplo, o quanto a campanha política para derrubar Dilma, iniciada logo após a sua vitória apertadíssima nas últimas eleições, e a desfaçatez do Congresso Nacional estão, também, na origem da crise e, principalmente, de sua sequência e seu progressivo agravamento. Ora, desde o início do ano só se fala em impeachment, sem a honra em questão”, afirma.
“Não há governo, não há Congresso, não há Senado. Só há Cunha. E o STF, como uma quitanda ou mãe togada cada vez mais poderosa a puxar as orelhas da turma no balcão. Na espuma desse espetáculo dantesco é que se trava o golpe. Não exatamente contra Dilma ou o PT. Mas contra o Brasil”, diz Arnaldo Bloch.
Segundo ele, 2018 é a hora do juízo para a administração da presidente, não agora. “O Congresso Nacional poderia estar tratando das matérias de interesse nacional, debatendo, votando. Fernando Henrique deveria ter sido o primeiro a se posicionar contra este impeachment, lá atrás, quando as palavras das grandes referências nacionais ainda valiam alguma coisa. Pois, agora, pouco importa o que se diz, a não ser entre quatro paredes, ou com o microfone desligado. Às vezes, uma carta, como a de Temer, lançando-se, com muxoxos, à presidência. As rédeas não estão mais com Dilma. Nem com o parlamento. O cavalo está solto”, afirma.

Oposição mergulhou país na instabilidade e brecou crescimento, denuncia Dilma

POR FERNANDO RODRIGUES

A presidente Dilma Rousseff gravou um pronunciamento em vídeo no qual acusa a oposição de ser responsável pelo baixo crescimento econômico do Brasil. “Os derrotados [da eleição de 2014] mergulharam o país num estado permanente de instabilidade política, impedindo a recuperação da economia com um único objetivo: tomar à força o que não conquistaram nas urnas”, diz a petista.

O pronunciamento era para ter sido transmitido em rede nacional de TV na noite da 6ª feira (15.abr.2016), mas o Palácio do Planalto preferiu cancelar com receio de contestações jurídicas. No vídeo, a presidente afirma que o processo de impeachment é “a maior fraude jurídica e política da história do país”.

O discurso de Dilma é muito duro e mostra uma certa ciclotimia da petista. Na última 4ª feira (13.abr.2016), a presidente concedeu longa entrevista propondo um pacto político amplo, inclusive com a oposição.

Agora, Dilma deu uma guinada e atacou duramente quem está contra o seu governo: “Os golpistas dizem que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida”.

A presidente também afirmou que os que hoje são a favor de seu impeachment pretendem “abrir mão da soberania nacional” e “entregar os recursos do pré-sal às multinacionais estrangeiras”.

Assista ao vídeo a seguir, com 6 minutos e 39 segundos:

Rock na madrugada – Neil Young, Big Time

https://www.youtube.com/watch?v=pLBCjjvhM1Q

Folha reconhece que não há votos para o golpe

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DO BRASIL247

Manchete do site da Folha do início da noite desta sexta-feira (15) noticia que a oposição perde votos e não tem mais o quantitativo suficiente para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Segundo o jornal, a oposição deixou de contar com dois votos a favor da abertura de processo: um deles é o da deputada federal Clarissa Garotinho (PR-RJ) que solicitou nesta sexta o início de sua licença-maternidade; o outro voto que deixou de apoiar o impedimento foi o do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

Para que o processo seja encaminhado ao Senado, são necessários 342 favoráveis ao impedimento – independentemente da quantidade de deputados presentes no plenário no momento da votação.

Segundo o regimento da Câmara, o suplente só assume a cadeira quando o afastamento do titular é superior a 120 dias, que é o prazo da licença maternidade. Dessa forma, a vaga de Clarissa na votação de domingo não será ocupada por ninguém.

Mais cedo, o 247 noticiou que, de olho nas eleições municipais, mais de 50 deputados federais não votarão no domingo (17) – aqui.