
POR ANDRÉ FORASTIERI
Pode ser que um dia, lá no futuro, daqui a cem anos, nossos bisnetos olhem para 2015 e fiquem estupefatos da gente ainda não ter inventado um sistema mais justo e bacana do que o capitalismo. Por enquanto isso é o melhor que nós, engenhosos primatas, conseguimos construir. E com todos os seus cruéis defeitos, o mundo de 2015 é bem menos pior do que o de cem anos atrás.
O problema são os super ricos e as estruturas que existem para servi-los. Hoje temos todas as áreas da economia global à mercê de meia dúzia de instituições financeiras. Umas 30, na verdade, concentradas principalmente em Nova York e Londres. São comandadas por gente muito inteligente, que é estimulada a buscar retornos gigantescos, via bônus igualmente gigantescos. Mandam no planeta e quem tem juízo obedece. Segue mais válida que nunca a provocação do dramaturgo Bertold Brecht: “o que é roubar um banco, comparado com fundar um?”
Zoeira à parte, a balança de poder vem se desequilibrando muito. Não foi sempre assim. Na época de Brecht o sistema financeiro tinha muito menos poder de fogo que hoje. Claro que vivemos num mundo capitalista. Claro que sem estrutura financeira robusta não há economia que se sustente. Claro que o mundo precisa de bancos.
Mas cada vez parece que valem menos trabalho, produção, iniciativa. Só o que vale de verdade é o capital. Quem tem multiplica, quem não tem que se vire. Aliás o capital de Wall Street responde por boa parte das valorizações desses gigantes instantâneos da Internet, que têm pouca relação com geração de valor genuíno.
O problema do capitalismo, para resumir em uma palavra, é o Capital. Ou, para ser mais preciso, o valor excessivo que estamos dando ao Capital.
Tanto que a economia global não pára em pé desde, pelo menos, 1997. Em vez das famosas crises cíclicas do capitalismo, agora temos uma crise permanente, que muda periodicamente de continente e não pára de dar a volta ao mundo. Esse estado de coisas está na raiz de uma parte enorme dos problemas que afligem as pessoas e países. Alguns de maneira mais dramática. Como o Brasil.
Fernando Nogueira da Costa manja do assunto. Um de seus livros é “Brasil dos Bancos”.
Cita revela um número espantoso em um artigo publicado no jornal Valor Econômico. Em junho de 2015, o Brasil tinha 85 milhões de cadernetas de poupança com até R$ 5 mil aplicados. O saldo médio dessas poupanças era R$ 482. No mesmo mês, o Brasil tinha 57.505 clientes de private banking. O saldo médio dessas aplicações era uma fortuna: R$ 12 milhões. A diferença é uma loucura e faz toda a diferença. Cada cliente de private banking “vale” quase 25.000 brasileiros comuns!
(Essa é a primeira metade do meu texto. A segunda parte tem números mais embasbacantes ainda! Que revelam qual a média de aplicação financeira dos 5% mais ricos, 1% mais rico e 0,1% mais ricos do Brasil. E aproveito para propôr uma maneira de mudar essa situação, e de quebra ativar nossa economia…).
(*) ANDRÉ FORASTIERI – Business Development Director at R7.com / Diretor de Novos Negócios no R7.com
Quando pessoas morrem de fome no planeta, mesmo este produzindo cinco a seis vezes o necessário para manter o sustento da população mundial, fica o questionamento: o problema está no sistema ou no homem?
PS.: A mina da foto é uma gatinha…rs… Quase não leio o texto…rs…
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Prezado Gerson, não vai ser postado nenhuma noticia sobre a prisão do senador petista Delcídio do Amaral? ele não é lider do governo Dilma? qual sua opinião sobre essa prisão? você acha que ele foi preso injustamente e esta sendo vitima de perseguição politica?
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Se essa jovem tivesse vestida com a camisa do Leão de pronto eu diria que era propaganda enganosa. Bonitinha caro Celica, mas já manda o recado que não é barata. Rs. rs..
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