Arena da Amazônia vazia na final amazonense

Final do Campeonato Amazonense, neste sábado, confirma o que se dizia do pouco gosto de Manaus pelo futebol: apenas 6.787 pessoas assistiram à partida vencida pelo Nacional (2 a 1) sobre o Princesa do Solimões. Ocupação de 15% na Arena da Amazônia.

Só comparando: final do Amazonense, 6.787 pessoas x final do Paraense (Remo x Independente), 34.773 pessoas.

O rádio e seu imenso ponto de interrogação

POR ANDERSON CHENI – No Comunique-se

Há anos venho destacando aqui neste espaço a queda de audiência, de faturamento e, principalmente, de qualidade do meio rádio. E a cada novo evento como a Copa América, por exemplo, observamos que as exceções nos grandes centros vão diminuindo e não preenche uma mão sequer o número de emissoras que conseguem se destacar na cobertura. Afinal, os direitos de transmissão são caros, alguns afirmam que passam de R$ 120 mil (que são parcelados). E esse valor é só para transmissão de rádio; se quiser transmitir na internet, os valores podem passar dos R$ 70 mil após a conversão do dólar.

Quando é feita a soma com a despesa por pessoa para cobrir o evento, a conta assusta até os grandes grupos de comunicação. Por isso, poucos profissionais foram enviados para o Chile (lista ao fim da coluna). Mas será que vale a pena investir na cobertura do evento? E se a emissora não fizer, vai prejudicar o conteúdo e a marca da emissora? E se virar rede, vai perder a identidade? Vale a pena investir na seleção brasileira diante de tantos desgastes com o torcedor? São várias as perguntas que a direção e, principalmente, o departamento comercial fazem antes de tomar uma decisão. E a decisão pode pesar quando o carro-chefe da emissora é a notícia e o futebol.

Pesquisas que definem o público-alvo podem ajudar. Todos sabem que ouvir a transmissão com a equipe local pesa a favor. Se tiver um sotaque diferente do habitual ou uma voz desconhecida naquela transmissão, o ouvinte tem grande chance de optar pela troca de emissora. Arriscar em colocar um narrador de uma praça, o comentarista de outra e o repórter in loco pode ser arriscado tanto para a emissora quanto para quem ouve. Fazer tudo em “tubo” e não tomar cuidado com o som local é dar tiro no pé; a qualidade da transmissão com certeza será questionada. Optar em não fazer a cobertura arranha a identidade jornalística da emissora, pois para o ouvinte pouco importa se a seleção está jogando bem ou ruim, ele quer ouvir o jogo, o comentarista, o clima etc.

Duro mesmo é ouvir no momento em que a seleção está em campo assuntos como handebol ou a preparação da equipe de judô para o Pan-Americano. Ignorar a competição no domingo, dia mais importante do futebol, é algo triste, digno dos atuais “gênios” que como um câncer vão matando lentamente o já combalido meio rádio. A chamada “economia burra” se encaixa no atual momento. Mesmo assim, vamos torcer por dias melhores. E viva o rádio!

Segue, abaixo, o levantamento feito pelo colega Edemar Annuseck com os profissionais e as emissoras de rádio brasileiras que estão cobrindo a Copa América no Chile:

Com mais de um profissional…

Itatiaia – Belo Horizonte

Milton Naves (narrador), Leonardo Figueiredo (comentarista), Wellington Campos e Bruno Azevedo (repórteres) e Cláudio Ribeiro (diretor-presidente da emissora).

Verdes Mares – Fortaleza

Kaio Cezar (narrador), Paulo Cezar Norões (comentarista), Ricardo Mora (repórter) e Altevir Mossoró (técnico).

Clube do Pará

Valmir Rodrigues (narrador) e Paulo Fernando (repórter).

Metrópole – Salvador

Salomão Batista (narrador), Renato Lavigne e Marinho Júnior (repórteres).

Somente repórteres…

Transamérica – São Paulo
Ivan Drago.

Gaúcha – Porto Alegre
José Alberto.

Globo – para a rede
Rafael Marques.

Tupi – Rio de Janeiro
Wilson Pimentel

Manchete – Rio de Janeiro
Osires Nadal

(*) Jornalista. Editor do blog Cheni no Campo, apresentador e comentarista da RIT TV, narrador do Portal Terra e colunista de esportes da Nossa Rádio FM. Com mais de 20 anos de atuação na cobertura esportiva, soma passagens por emissoras de rádio de Mato Grosso e Capivari (SP). Em São Paulo, trabalhou nas rádios Record, Capital, Globo e CBN e nas TVs Sky e Rede Brasil. Foi editor-chefe do extinto jornal O Fiel.

Justiça inclui mãe de Neymar em investigações

Neymar surpreendeu a muitos por suas atitudes na última quarta-feira, na partida contra a Colômbia, quando o Brasil perdeu por 1 a 0. Nervoso. Ele deu uma bola em Armero, tentou acertar uma cabeçada em Murillo e ainda xingou o árbitro Enrique Osses, o que lhe rendeu uma punição de quatro jogos dada pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol.

Nesse dia de fúria, mais cedo, segundo o diário Olé, o craque havia recebido a notícia que sua mãe também será chamada pela Justiça espanhola para dar esclarecimentos sobre sua ida ao Barcelona, em ação que investiga denúncias de corrupção e fraude.

O capitão da seleção faz questão de mostrar todo o carinho que tem por Nadine Santos. Em suas redes sociais, fotos e mensagens carinhosas são frequentes.

Apesar de ser o pai o responsável por toda a administração da carreira do jogador, há um laço que ligue a mãe ao caso, investigado na Espanha, por denúncia do grupo DIS, que tinha 40% dos direitos econômicos do atleta e se considerou trapaçeado por como se deu a transferência para o time de Lionel Messi.

Nadine é sócia de Neymar pai na empresa “N&N Consultoria Esportiva e Empresarial LTDA”, colocada no processo como uma das acusadas pela Justiça espanhola nas supostas fraudes. Cada um é dono de 50% da compania, o que acaba a colocando também como parte de todas as negociações, embora não tenha aparecido em assinaturas de contratos.

A ação é também contra Neymar e o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu. Atinge ainda os dirigentes Sandro Rosell, antecessor de Bartomeu no Barcelona, Odilio Rodrigues, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, do Santos, o pai de Neymar e o clube brasileiro.

Apesar de todos os acontecimentos, o empresário do craque, Wagner Ribeiro, nega que os assuntos extracampo tenham sido o motivo do nervosismo do capitão brasileiro. “O que posso te falar é que o pai dele filtra tudo, não chega nada (até a ele), então, não tem nada a ver (essa ligação). O Neymar, de fato, não jogou bem contra a Colômbia, mas, como você sabe, tem dias que o jogador não consegue”, analisa o agente. (Da ESPN)

Saldo de gols tira o Papão do G4

Com os últimos resultados da oitava rodada do Brasileiro da Série B, o Paissandu perdeu duas posições, caindo do terceiro para o quinto lugar, com 16 pontos. Foi ultrapassado por Vitória e América-MG (ambos com 16 também) no saldo de gols. O Botafogo segue em primeiro com 20 pontos, seguido pelo Náutico, com 17.

Mocajubense mantém título mundial de boxe

O lutador Isaac Rodrigues conseguiu manter o cinturão no Pará e por decisão unânime venceu o sul-africano Nkululeko Mhlongo, na noite de sexta-feira (19). Ele defendeu o cinturão de campeão mundial de boxe pela World Boxing Federation (WBF). A conquista do título ocorreu em dezembro de 2014, contra o mexicano José Pinzon, que foi nocauteado no oitavo round, em uma luta prevista para doze assaltos. A disputa foi na categoria médio (até 72,58 quilos).

Na luta de sexta-feira, disputada em 12 assaltos, o paraense defendeu o cinturão, superando Mhlongo por decisão unânime dos juízes. Natural de Mocajuba, Isaac é o primeiro atleta paraense campeão mundial de boxe. Ele é treinado por Ulisses Pereira e pelo ex-campeão Acelino ‘Popó’ Freitas.

Leão tenta última cartada

O Remo tenta uma última cartada para reduzir o tamanho do prejuízo com a pena imposta pelo STJD. O departamento jurídico obteve uma primeira vitória, ao ver atendido pelo tribunal o pedido de embargo de declaração, impetrado pelo advogado e conselheiro do clube, André Cavalcante. Sua expectativa é de seja alterada a forma de pagamento da pena imposta ao Leão, que vai ter que disputar três dos quatro jogos da primeira fase como mandante de portões fechados, como punição pelos episódios violentos entre torcidas organizadas na partida contra o River-PI, pela Série D 2014, no estádio Diogão, em Bragança.

Segundo Cavalcante, “isso foi um embargo preliminar que dei entrada para esclarecer o relatório do acórdão. O (documento) que eu vou dar entrada na terça-feira (23) é que pode ter alguma finalidade positiva para o clube”. O instrumento jurídico não busca redução de pena. “Não vai ter. São três jogos que vamos cumprir, mas o que a gente quer é saber se poderemos fazer os jogos com portões abertos a 100 quilômetros de Belém”, conta. Caso o STJD reconsidere sua decisão, a diretoria do Remo tentará mandar seus três jogos em Cametá ou Macapá (AP).

A frase do dia

“É importante o rigor com a corrupção; mas as empresas, como se faz nos EUA, não podem ser inviabilizadas. Ou se paralisa o país”.

Luiz Gonzaga Belluzzo, economista.

Exército de um homem só

POR GERSON NOGUEIRA

Pertenço àquele grupo de pessoas que em nenhum momento se surpreendeu com o papelão que a Seleção Brasileira vem fazendo na Copa América em gramados chilenos. Acompanhar os amistosos vencidos burocraticamente pelos comandados de Dunga, que representam a decantada nova geração do futebol do Brasil, foi suficiente para antever as agruras que o torneio sul-americano iria oferecer ao escrete.

Quando Neymar salvou o time no jogo com o Peru, fazendo um gol e dando passe precioso para outro nos acréscimos, ficou evidenciada de novo a tal Neymardependência. Como já ocorria na Copa do Mundo, fato confirmado pelo estrago que seu afastamento causou à equipe na ocasião.

Veio a peleja contra a Colômbia na quarta-feira e aí tudo que de ruim se falava da equipe de Dunga teve confirmação pública, com papel passado e tudo.

O time não existe, é um mistão de jogadores pouco talentosos. O Capitão do Mato catou o que há de mais representativo da atual geração de boleiros. Fred, Douglas Costa, Roberto Firmino, Philipe Coutinho. Alguns não tão novos assim – Willian, Fernandinho, Robinho, Filipe Luís, Diego Tardelli, Daniel Alves, Elias. E Neymar, obviamente.

O truque era juntar operários em torno do único talento que temos. Não deu certo porque os operários de agora não conseguem ajudar ninguém, por mais que se esforcem – e eles até se esforçam bastante.

A questão é que o futebol sempre foi mais jeito do que força, que o digam Gerson e Romário, para ficar em craques de épocas e posições diferentes.  Por privilegiar os jeitosos, o esporte sempre nos favoreceu. Legiões de craques nasceram aqui, e brilharam pela habilidade incomparável.

Em transformação radical, o manancial de craques foi secando e hoje não existe mais a antiga fartura. Na verdade, a bonança começou a rarear já no final dos anos 80. Mesmo assim, ainda foi possível ganhar duas Copas, a partir de fenômenos isolados e bons coadjuvantes. Em 1994, Romário comandou a campanha, auxiliado por Bebeto, Mazinho, Zinho e Branco, dentre outros. Em 2002, Ronaldo e Rivaldo deram conta do serviço.

Depois disso, por motivos variados, não mais foi possível montar nem mesmo exércitos de um homem só.

No ano passado, na Copa das Copas, havia Neymar. Ainda verde demais para uma competição tão importante e exigente. Neymar que havia sido deixado de lado (com Ganso) por Dunga em 2010. Naquele mundial, o Capitão do Mato tinha o “grupo fechado” e não teve olhos para reparar nos garotos que comiam a bola no Santos.

Neymar estava indo bem, apesar do fraco time formado por Felipão. Mesmo que não tivesse sido golpeado por Zuniga naquele fatídico jogo, dificilmente seria capaz de levar o Brasil muito longe na Copa. Desta vez, vitorioso nas batalhas europeias, ele chegou em alta na Copa América. Deu azar de ter ao lado jogadores ainda piores do que no Mundial.

Imagine o desalento do jovem atacante ao olhar em volta e se deparar com uma linha de meio-campo cuja base é o Shaktar. Pelas barbas de Netuno, o Shaktar! Fred, Fernandinho, Douglas Costa e Willian (hoje no Chelsea). Fernandinho, por sinal, não devia nem ser lembrado depois daqueles erros toscos que ajudaram a Alemanha a construir o 7 a 1.

Desconfio que, além dos rolos que envolvem problemas com o Fisco e a compreensível bronca em relação à Colômbia, sua fúria desmedida foi também um protesto por estar tão mal acompanhado na Seleção, além de ter aturado inúmeras provocações, inclusive do próprio Zuniga.

Com o gancho de quatro jogos, Neymar deixa a Seleção de novo em momento delicado. E Dunga se volta outra vez para o “grupo fechado” de boleiros amestrados. Pode ser até que inicie hoje uma arrancada vertiginosa rumo ao título, afinal o futebol também é caprichoso e brincalhão, mas esta Seleção é um retrato claro da ausência de talento. Como talvez nunca tenha sido visto antes em selecionados brasileiros.

É grave a crise.

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Sem Neymar, qualquer adversário assusta

Philippe Coutinho é o provável substituto de Neymar. No treino de sexta, foi utilizado por Dunga para executar a mesma função do titular no confronto decisivo diante da briosa Venezuela, neste domingo. Coutinho tem habilidades, está bem acima dos egressos do Shaktar, mas não parece capaz de segurar a barra de substituir Neymar, cuja suspensão representa um adeus à competição.

No ano passado, Felipão optou por Bernard, aquele que teria alegria nas pernas. Coutinho pode não ter essa virtude rara, mas sabe jogar. Pena que pareça sempre tão acanhado na Seleção.

Imaginava-se que o substituto natural de Neymar fosse Robinho. Dunga parece não pensar assim. Deve insistir com Tardelli (ou Firmino) e Coutinho. Como o adversário tem uma defesa pouco mais que bem-intencionada, é provável que a Seleção obtenha a vitória salvadora.

Aliás, houve um tempo em que a Venezuela era mais conhecida pelo fato esquisito de ser o único país sul-americano que tinha (e tem ainda) o beisebol como esporte favorito. Mesmo adorando a bola em formato de cacau, eles já deixaram a condição de exóticos e agora ameaçam a confusa tropa de Dunga. É, literalmente, de assustar.

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Bola na Torre

O programa terá Guerreiro na apresentação, Tommaso e este escriba de Baião na bancada, tendo como convidado o atacante Aylon, do Papão. Começa por volta de 00h10, depois do Pânico.

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Galinho na área

Candidato declarado à eleição da Fifa, o ex-jogador Zico chega na quarta-feira, 24, para o lançamento da I Copa e do I Congresso de Educação e Esporte Zico 10, eventos que serão realizados em agosto deste ano em Vitória do Xingu, oeste paraense, onde o Galinho mantém projeto com o município para atender crianças da comunidade. No Brasil, são mais de 100 crianças incluídas nas ações em parceria com prefeituras.

Em Belém, Zico vai atender os jornalistas e participar do jogo entre Masters do Remo e Amigos de Zico.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 21)