DO COMUNIQUE-SE
A comoção provocada pela morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo foi tema da crônica de Zeca Camargo para o ‘Jornal das Dez’, da Globonews, no sábado, 27. O texto narrado pelo jornalista questionava o “sofrimento por tabela” de tantas pessoas que conheciam o cantor apenas “marginalmente” e que pegaram carona no “sentimento genuíno de quem o seguia desde o início”. Não demorou muito para que a opinião fosse criticada por artistas e seguidores do cantor, o que resultou, inclusive, em protesto contra a análise de Zeca. Nesta segunda-feira, 29, o jornalista achou melhor se desculpar durante participação no ‘Vídeo Show’, mas foi em sua página no G1 que ele explicou melhor o caso e desferiu críticas a quem que deu visibilidade ao assunto. “É natural. Para mídia – e para os fãs indignados (pelos motivos errados) – é delicioso ver uma pessoa pública como eu ser atacado”, escreveu.
Em seu texto no G1, Zeca informou que ao ser convidado para fazer a crônica preferiu olhar à distância não a dor legítima dos fãs, mas o sofrimento de tantas outras que não conheciam o cantor. “Na minha crônica, citei momentos assim, mortes marcantes de ídolos, pelos quais passei na minha vida – e minha carreira de jornalista (…) E propus a questão: estaria o cantor que o Brasil acabara de perder no mesmo patamar de popularidade que estes artistas?”.
Para Zeca, estava claro que a provocação era para “os não fãs”. “Munidos apenas da emoção – e de uma má interpretação da minha crônica – esses fãs acreditaram, alimentados por uma meia dúzia de comentários confusos, que eu os acusava de alguma coisa, ou pior, que eu apontava o dedo para seu ídolo, quando na verdade eu tentava entender o que faz justamente o outro grupo – o de “não fãs” – a reagir da maneira como o fizeram”.
Todo o caso fez com que o jornalista da Globo criticasse a imprensa. Para ele, dar visibilidade “à confusão” é falta de assunto. “Enquanto escrevo isto, sou procurado por várias mídias para dar ‘meu lado da história’ – como se a própria crônica que escrevi não fosse, hum, o meu lado da história – e saber ‘como estou recebendo a polêmica’. Como diria aquele meme adorável com o pinscher: ‘Gente, qual a necessidade disso?’. Mas, imagino, no vácuo cultural que estamos – e que tantos colunistas ajudam a corroborar – um embate entre fãs sensíveis e uma opinião que eles chamam que é contrária a deles (apesar de o texto original claramente exaltar as qualidades – e as ‘promessas interrompidas’ – do ídolo em questão) torna-se o grande tema da semana. Ou pelo menos do começo dela. Estamos mesmo sem assunto”.
O apresentador, que em breve vai estrear em programa aos sábados na Globo, finalizou seu ponto de vista ao afirmar que pode ser responsabilizado apenas pelo que escreve e não pelo que as pessoas entendem. Ele ressaltou, ainda, que confia na inteligência brasileira. “Tenho confiança absoluta na inteligência das pessoas, mesmo naquelas esfumaçadas pela emoção. E uma fé – talvez exagerada – de que um dia a educação no Brasil nos ensine a não só xingar, mas a refletir e argumentar para defender quem a gente gosta”.
Blog do Gerson Nogueira 
Eu não vi nada demais nas declarações do Zeca. Quando foi noticiada a morte do cantor pelas redes, eu, em minha ignorância, perguntei: quem é este fulano? Que música ele canta? Em resumo, ele era apenas mais um neste mundo do sertanejo, conhecido entre eles, mas desconhecido da maioria.
CurtirCurtir
Considerei lúcido o posicionamento dele. Concordei com a maior parte do que buscou dizer.
CurtirCurtir
Então porque ele não fez críticas a própria rede globo que transmitiu com flashes ao vivo, a dor e e desgraça dos fãs e familiares do cantor morto ?
CurtirCurtir
Indiretamente foi o que ele fez, Luiz.
CurtirCurtir
Amigo Celira, eu também fui um dos que se viu oprimido pela ignorância e surpreso com mega cobertura do acidente fatal. Acredite que eu não sabia nem do “bará bará bará…”.
CurtirCurtir
Primeira coisa que eu perguntei foi isto: Quem é este?, por que tanta cobertura, para mim, um “Zé Ninguém?”, o que este cantor fez de tão importante para a música popular brasileira?. Finalizando, achei um enorme exagero dar tanta enfase aquilo que não era nada importante para a grande maioria dos brasileiros!
CurtirCurtir
Questão de senso. O zeca, implicitamente, mostrou em sua matéria que não há ídolos no mundo sertanejo. Ídolos são do Rock e Pop apenas, na visão dele. Quem sou eu para julgar, mas a cutucada foi nessa ferida, e essa cutucada foi infeliz. De modo que, na balança os fãs do sertanejo foram levados a fúria e os fãs do rock/pop foram levados a concordância…
Comoções são inerentes ao ser humano por ser solidário a dor alheia, maaaaaas, cada um com seu pensamento e opinião, contudo, sem causar danos a outrem/ultrapassar o direito de terceiro…
Acho que ele poderia ter esperado um pouquinho mais para colocar essa matéria na tv!!!
CurtirCurtir
Nem vi uma questão de gêneros musicais se dividindo pela opinião do ZC, mas apenas a constatação dos exageros que a mídia proporciona diante de comoções de um determinado agrupamento humano. Apenas isso.
CurtirCurtir
Nao falou nenhuma mentira, o problema e que o povo acustumou tanto em ouvir mentiras o tempo todo e em todos segmentos da sociedade, que se alguem fala uma verdade e estranho aos ouvidos da alma.
CurtirCurtir
Declaração infeliz desse rapaz, o Brasil sendo um país continental, tem desconhecidos aqui que são mega conhecidos no sul e vice versa, e hoje com a era da internet, isso se multiplica ainda mais.
Não importa quem morra, deve ser respeitado este momento, e entendo que ele não fez isso.
——————————————————————————————-
Pra quebrar o gelo, direto de um twitter.
“Mais uma noticia triste para a música brasileira, Gustavo Lima foi encontrado vivo em seu apartamento.”
Por aí dá pra ver que até nos estilos de músicas há rivalidade no Brasil.
CurtirCurtir
Esse patrulhamento das idéias me dá nojo.
Jorge alves
CurtirCurtir