Sobre a nova velha política

Por Daniel Malcher

O discurso predominante nas redes sociais, nas esquinas, vilarejos e rincões do país, turbinado por slogans de manifestações passadas com um quê de udenismo – o combate(?) à corrupção – mostrou-se inócuo após as apurações dos votos depositados nas urnas eletrônicas do país. Velhas raposas, aqui e alhures, artífices da prática do “surrupianismo” – como diria Odorico Paraguaçu – passearão impolutas no Senado, na Câmara e na AL a partir de 2015. Governadores de antigas e perversas maltas elegeram-se no primeiro turno e eleitores que vivem a reclamar de um tal Sistema Cantareira (e ao que parece é “um tal” mesmo) decididamente não gostam de se banhar com o líquido precioso.

Radialista chorão neodemagogo que dizia lutar por educação se eleito fosse, mas que adora alcunhar educadores de “vagabundos”, quase recebeu o cetro. Outro que parece ter “prometido” conduzir Miss Dayse e para tanto trajou-se como um valoroso moto-taxista elegeu-se infortunadamente… Isto me fez acreditar solenemente que nosso povo é refém, mas também e cúmplice. Reclama ante o engano, mas chancela o estelionato eleitoral. É “contra a corrupção”, mas avaliza os janotas do voto. Quer “políticos sinceros, que olhem nos olhos do eleitor”, mas legitima cínicos que fazem acordos espúrios de “canto de olho”.

Não falta educação/informação ao nosso povo, falta interesse. Não faltam discussões, faltam debates. Não falta a formação acadêmica – bem ou mal, mas em expansão – falta consciência política. Se quer honestidade, mas unge-se o ardil. É o povo que precisa se libertar, e o sistema político se transformar. É o povo que precisa de transformação, e
a libertação tomar de assalto o sistema político.

3 comentários em “Sobre a nova velha política

  1. É como diz a canção Redemption song, do Bob Marley: “Liberte-se da escravidão mental, pois ninguém além de nós mesmos pode libertar nossas mentes.” Os brasileiros são escravos de suas mentes atrasadas.

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