Marina

Por Luis Fernando Verissimo

carinha_colunista_VerissimoA comparação da Marina com o Jânio e o Collor é gratuita, mas, se ela for eleita, entrará na lista dos nossos presidentes exóticos — o que não significa que terá o mesmo destino dos outros. Mulher, negra, com uma história pessoal de superação da sua origem mais admirável até do que a do Lula, ela seria, no governo, no mínimo uma curiosidade internacional, e talvez uma surpresa. Acho difícil que sobreviva a todas as suas contradições e chegue lá, mas no Brasil, decididamente, você nunca pode dizer que já viu tudo. Temos uma certa volúpia pelo excêntrico.

A influencia da religião numa hipotética administração Marina é discutível. Não se imagina que o bispo Malafaia e outros bispos evangélicos teriam o mesmo poder no governo que tiveram sobre a redação dos princípios da candidata, obrigada a mudar alguns para não desagradá-los. E o que significaria termos um governo evangélico em vez de um governo católico ou umbandista? Obscurantismo por obscurantismo, daria no mesmo. Outra excentricidade do momento — sob a rubrica “Só no Brasil” — é o fato de a candidata mais revolucionária nestas eleições ser ao mesmo tempo a mais conservadora.

A aprovação quase universal do casamento gay está tornando esta questão obsoleta, para não dizer aborrecida, mas outras questões em choque com princípios religiosos, como a da liberação do aborto e a pesquisa com células-tronco, afetam a vida e a morte de milhões de pessoas. É impossível saber quantas mulheres já morreram em abortos clandestinos por culpa direta da proibição do uso de preservativos pelo Vaticano, por exemplo.

Não faz a menor diferença para mim, para você e para o nosso cotidiano se Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo porque nem Ele era de ferro, ou se a humanidade descende de macacos. Eu mesmo adotei uma crença mista a respeito: acredito que todos os antepassados da nossa espécie eram filhos de macacos menos os meus, que foram adotados. Mas a oposição à pesquisa com células-tronco que pode levar à cura de varias doenças hoje mortais não é brincadeira. É criminosa.

Acho a Marina uma mulher extraordinária. Mas, como alguém que está na fila para receber os eventuais benefícios de pesquisas com células-tronco, voto no meu coração.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/marina-13925362#ixzz3DMEcWpgF
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Gangues organizadas atacam em Bragança

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Integrantes de gangues uniformizadas tumultuaram o jogo em Bragança, assustando os torcedores (incluindo crianças) e obrigando a Polícia Militar a agir nas arquibancadas. Vários baderneiros foram presos, sendo alguns integrantes da torcida do River e outros de uma facção ligada ao Paissandu. Preocupada com o risco de nova punição, a diretoria do Remo agiu rápido e documentou a ação dos delinquentes, a fim de se prevenir da denúncia que o árbitro deve fazer na súmula. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bragança)

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Susto e redenção em Bragança

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Por Gerson Nogueira

O Remo buscou o gol ao longo de toda a partida, até conseguiu fazer, mas tomou também, permitindo o empate de maneira quase infantil. No segundo tempo, açoitado por contra-ataques perigosos do River, deu uma tremenda sorte de achar o gol nos acréscimos. Como jogo, foi um exercício de emoção para os torcedores. Como resultado, excelente vitória, que assegura antecipadamente a classificação à fase de mata-mata da Série D.

A estratégia esboçada pelo técnico Roberto Fernandes foi correta, botando o time para jogar do jeito que todos vivem pedindo. No ataque, com ousadia. O problema é que o meio-de-campo ficou vulnerável demais, pois atacar se tornou prioridade absoluta no jogo.

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O mais interessante é que a tarde começou perfeita, com um gol logo de cara. Reis, de cabeça, aproveitou a chance entre os zagueiros piauienses. Ao invés de se organizar e esperar o adversário, o Remo se lançou em busca de mais gols, afoitamente. Quase conseguiu fazer, mas abriu demais seu setor defensivo, cedendo o empate ainda na metade da primeira etapa. Os contornos dramáticos da tarde foram coroados com a penalidade, que o River terminou desperdiçando.

Para o segundo tempo, o Remo voltou novamente agressivo e chegou ao gol muito cedo, com o volante Michel. Mas Negreti falhou e Warley igualou tudo de novo. Aí o jogo virou roleta russa. Para substituir Dadá, lesionado, Fernandes optou por Val Barreto. Com isso, tornou o ataque mais poderoso, porém abriu de vez sua retaguarda, que era acossada o tempo todo pelos contragolpes do River.

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Com a força ofensiva, impulsionada por Levy e Roni na direita, o Remo era incansável na perseguição ao gol, mas falhava no arremate final. E justo quando os sustos na zaga começavam a indicar que o técnico havia errado em botar Val Barreto na vaga de um volante, eis que o centroavante irrompe na área e faz o gol libertador, aos 47 minutos.

Caprichos do futebol. De suas incertezas e imperfeições nasce o encanto. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Competitivo, Papão traz empate precioso

unnamed (49)O jogo valeu pelo segundo tempo na Arena Castelão, tanto pela maneira mais decidida do Fortaleza em procurar o gol quanto pelo empenho do Papão em assegurar o bom empate. No fim das contas, prevaleceu a firme disposição do time paraense, que não repetiu a boa atuação do jogo com o Botafogo em João Pessoa, mas foi resoluto em se resguardar nos momentos mais complicados.

Diferentemente do alvinegro paraibano, o Fortaleza preferiu esperar pela iniciativa do Papão no primeiro tempo, embora desfrutando de chances para abrir o marcador. Seguiu assim no restante da partida, arriscando-se um pouco mais apenas nos minutos finais. Não dava campo aos bicolores, mas também não tomava conta do jogo.

No Papão, um sintoma das dificuldades foi a baixa produtividade do ataque. Pikachu deu o primeiro chute a gol aos 37 minutos de partida. Aliás, quando Djalma saiu na etapa final, Pikachu perdeu sua escolta e o time ficou sem a velocidade de que tanto precisava nos contra-ataques.

Sem chances de matar o jogo, o Papão optou por segurar o 0 a 0. Fez bem essa tarefa, até pela belíssima atuação do zagueiro Charles, o melhor da equipe. Além dele, Ricardo Capanema e Augusto Recife (antes da expulsão) deram conta das peças mais perigosas do adversário, como Robert, Marcelinho Paraíba e o paraense Tiago Cametá.

O giro não terminou 100%, mas o Papão traz quatro pontos preciosos desses dois compromissos fora de casa, exibindo um sentido competitivo que não tinha antes do retorno de Mazola Jr. Volta a brigar diretamente pelo G4 e tem boas chances de obter a classificação nas partidas que fará na Curuzu.

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Remo pode enfrentar amazonenses

O cruzamento na segunda fase da Série D pode colocar frente a frente o Remo e o Princesa do Solimões (AM). Pela classificação atual do torneio, os confrontos seriam os seguintes:

1-Confiança x 16 Central

2- Londrina x 15 Penapolense

3- Tombense x 14 Estrela do Norte

4- Remo x 13 Princesa do Solimões

5- Rio Branco x 12 Moto

6- Jacuipense x 11 Brasil-RS

7- Ituano x 10 Luziânia

8- Brasiliense x 9 Porto

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Direto do blog

“Bando de vagabundos que se vestem de homem quando estão no meio dos outros marginais, mas, quando acuados, ficam que nem uma galinha. Esses são os culpados pelo fracasso do futebol paraense. Esses marginais são responsáveis por fazer com que o verdadeiro torcedor se distancie do estádio, com medo de brigas.”

Do Anderson, torcedor do Remo, injuriado com os baderneiros que conspiram contra o futebol do Pará há anos e que voltaram a aprontar em Bragança, ontem.

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Águia abandona a zona maldita

Em sua desesperada batalha contra o rebaixamento, o Águia conseguiu um grande feito ontem. Derrotou o Crac por 2 a 1, em Marabá, e saiu da zona. A três rodadas do fim da primeira fase, o Azulão chegou aos 15 pontos e precisa de pelo menos duas vitórias para permanecer na Série C. Apesar disso, o Treze joga hoje e pode recuperar a oitava posição.

O gol de Charles logo aos 5 minutos abriu o caminho para a vitória, mas as falhas de marcação acabaram dando brecha para o Crac empatar ainda no primeiro tempo. Disposto a tudo para vencer, o Águia voltou para o tempo final atacando, mas aí passou a enfrentar outro adversário: a falta de pontaria de seus atacantes. Até Palhinha, o melhor do time, errava nas finalizações.

O gol salvador só veio aos 42 minutos, quando o volante Esdras apareceu na área e desviou do goleiro Donizetti.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 15)

O passado é uma parada…

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A imponente fachada do Grande Hotel, na praça da República, idos de 1940. Infelizmente, o prédio seria demolido no final da década de 70, com a complacência do Instituto do Patrimônio Histórico e a passividade da população.

Galeria do rock

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Janis Joplin e seu possante Porsche 356C, em San Francisco. Idos de 1968.