STJD erra até quando acerta

Por Gerson Nogueira

BwowkhKIAAAu0DIEm entrevista concedida à reportagem do DIÁRIO, ontem à tarde, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, criticou a exclusão do Grêmio da Copa do Brasil, em decisão do STJD como punição pelos insultos racistas da torcida ao goleiro Azenha, do Santos, em jogo realizado na semana passada.

Para Rebelo, a punição ao clube generaliza a responsabilidade pelo delito e representa uma falência da Justiça Desportiva. Punir no atacado, segundo ele, é uma maneira de não resolver o problema, pois obviamente o Grêmio não é responsável direto pelos incidentes. O bom senso diz também que o clube não tem como evitar que um aloprado qualquer saia ofendendo ou gritando insultos.

Está certo o ministro e a ironia da coisa é que o STJD consegue errar até quando, em tese, acerta. Para surpresa geral, o tribunal foi rápido em adotar uma posição enérgica em relação ao caso de racismo, o que é louvável, mas como sempre errou na dose do remédio.

Ao contrário do que faz supor a sentença, o Grêmio não chegou exatamente a ser punido. Foi mais um “me engana que eu gosto”, visto que o time gaúcho já estava praticamente eliminado da Copa do Brasil, após perder em casa por 2 a 0. A multa de R$ 50 mil também é risível para um incidente tão grave.

Quanto à culpa, o STJD perdeu a oportunidade de criminalizar os torcedores identificados pelos gestos ofensivos a Aranha. O estádio gremista dispõe de câmeras que capturam as imagens de qualquer setor de cadeiras e arquibancadas. Todos os que xingaram o goleiro deveriam ter sido enquadrados. O problema é que, se interpretasse dessa forma, o STJD perderia o protagonismo, pois a decisão teria que passar para o âmbito da Justiça comum. E os auditores, como se sabe, adoram notoriedade.

Em tempo: a entrevista com o ministro Aldo Rabelo será publicada na edição de domingo do DIÁRIO.

————————————————————–

Equilíbrio defensivo em risco

Logo agora, que o Papão finalmente reencontrou o equilíbrio no eixo defensivo, eis que surge a possibilidade de saída de Charles, o zagueiro que brilhou no Parazão e surpreendeu pela queda de rendimento na Série C. O provável destino de Charles seria o futebol cearense, de onde veio para o Papão, depois de ser descartado no Fortaleza.

Mesmo não apresentando a mesma segurança exibida no primeiro semestre, Charles continua a ser peça fundamental no sistema de defesa do time. No começo, ao lado do inseguro Reiniê, andou vacilando muito, levantando dúvidas quanto ao seu verdadeiro potencial.

Com a contratação de Fernando Lombardi, as coisas se ajustaram e o Papão voltou a ter uma zaga segura. Para o caso de Charles deixar a Curuzu, Lombardi ficará órfão e a tendência é que o técnico Mazola Jr. peça imediatamente um substituto ou resolva apostar as fichas em Pablo, pois Reiniê já demonstrou deficiências que deixam a linha final extremamente vulnerável.

De todo modo, um problema que chega na hora errada e que pode acrescentar incertezas em setor vital da equipe na fase aguda pela classificação à próxima fase na Série C.

————————————————————- 

unnamed (19)

Leão deveria treinar no Diogão

Diante das constantes menções ao estado do gramado do estádio de Bragança, a pergunta que não quer calar: por que o Remo não se antecipou e fez os treinamentos finais – pelo menos dois com bola – para o jogo com o Interporto lá no contestado gramado do estádio Diogão, em Bragança?

Como é consenso entre jogadores e comissão técnica que o campo não é o ideal e causou sérios problemas nos jogos contra Moto Clube e Guarani de Sobral, a medida mais lógica seria realizar os treinos da semana lá mesmo. É mais ou menos o mesmo raciocínio que vale para treinar com a bola oficial de uma competição.

O fundamental é que os jogadores se ambientem ao local do jogo e aprendam a neutralizar as deficiências que o campo apresenta. Seria a melhor maneira de estabelecer alguma vantagem sobre o adversário, que chegará às vésperas do jogo, a tempo apenas de fazer treino de reconhecimento. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

————————————————————-

E as torneiras não param de jorrar

As comissões que agentes e empresários de jogadores estabeleceram como regra em qualquer negociação, com a óbvia complacência dos dirigentes, começa a se voltar contra os clubes. Até mesmo a renovação de contratos passou a incluir a “prenda” e, em certas situações, geram custos de até R$ 1 milhão. Isso vem acontecendo nos clubes de primeira divisão e já se estende às séries B e C.

A primeira reação à novidade partiu das diretorias de Corinthians e Palmeiras, pressionadas pelos conselheiros e associados. Ninguém entende a razão de premiar um negociador de contrato já firmado e que carece apenas de renovação.

Como tudo que é ruim costuma ser contagiante, logo a moda pode chegar (se já não chegou) pelo nosso futebol, tradicionalmente generoso com o desperdício de dinheiro. É bom ficar atento.

————————————————————

O Brasil de Dunga entra em campo

E Dunga finalmente reestreia hoje no comando da Seleção Brasileira. Chance de experimentar as mudanças tão esperadas. É bom não esquecer que o adversário deu muito trabalho durante a Copa do Mundo.

Sabe jogar em velocidade e tem habilidade. Quando necessário também baixa o sarrafo, que o diga Neymar, afastado do torneio em consequência de um joelhaço aplicado por Zuniga.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 05)

10 comentários em “STJD erra até quando acerta

  1. É o que eu venho dizendo, amigos, ao clube cabe tomar as medidas de segurança e evitar que atos de vandalismo ganhe grandes proporções e, consequentemente, coloque a vida dos outros e a honra em perigo, pois atos como na Curuzu são impossíveis de serem evitado, como o do Grêmio, ja que, o erro está na educação do torcedor, que livre e a frequentar os estádios continua.

    Curtir

  2. Incompreensivo o Remo não treinar antes do jogo no local da partida. Isto evidencia que culpar o gramado foi uma desculpa. RF se contradiz. Espero muito que o Leão vença, mas, por outro lado, não pode ser perdoado nem um empate diante de tanta incoerência.

    Curtir

  3. Aos poucos a mascara do STJD vai caindo.

    Pois tem se destacado apenas em punir ultimamente os clubes sem oferecer a eles alternativas.

    Aqui no Pará por exemplo, pro que era, hoje melhorou 100%.

    Antes se jogava bagaço de laranja, pilha, sanadalias e até radinhos. A parte boa da torcida ao ver seu time punido, entedeu e não só parou com isso, como tem de certa forma hostilizado quem joga, porém, impedir é impossível.

    Daí, assim como amigo Lira coloca, é que o STJD deveria analisar caso a caso, por exemplo, este último do Paysandu, totalmente irrelevante, nem deveria ser cogitado a entrar em aputa de julgamento.

    O último da bomba jogada pela “organizada”, pra quê punir com 3, 4 jogos, se ficou mais que provado que foi uma briga de gangues que de certa forma, nada tem a ver com o clube?

    E agora neste caso do Grêmio, quiseram aplicar a lei, não conseguiram achar outra forma de punir sem excluír o clube gaúcho.

    O problema é que agora isso vai ter que valer pra todos, e aí veremos o topete deste tribunal.

    O que eu queria saber é se o STJD tem com a justiça comum do nosso país buscado soluções para esses problemas, pois do jeito que a coisa vai.
    Ele vai quebrar muitos clubes do nosso país, com essas soluções baseadas nas suas leis.

    Curtir

  4. Sobre as bombas eu discordo amigo Edson, pois, a entrada de morteiros constitui um grave erro de segurança. Apesar da pena ser demasiadamente pesada, penso que apenas um jogo bastaria, juntamente com a exclusão desses pseudotorcedores dos estádios.

    Curtir

  5. Quanto ao Remo treinar no Diogão, tá correto o amigo Gerson…seria a coisa mais óbvia… Falei isso no início da semana e um setorista disse: É porque cada diária custa 18 mil. Custo muito elevado… E eu Disse: Mais elevado vai ser, se o Remo não passar da 1ª fase… Te dizer…Tanto tempo ajeitando o campo e não tiveram a ideia de conseguir patrocínio para que o clube fizesse, pelo menos os 2 últimos treinamentos no campo que vai jogar e por lá já ficasse para jogo… Um absurdo.. Por isso passo a mão no RF, de vez em quando, pois, treinar o Remo hoje, é se preocupar até com as besteiras feitas pelos dirigentes…Eu hein..

    Não é fácil, amigos…Sem contar que já estão querendo fazer mais bobagens no estadual 2015…Mas isso, vou falar outro dia… Já passo até mal só falando dessas lambanças que fazem esses dirigentes…

    – Te dizer

    Curtir

  6. E o que dizer do auditor do STJD, autor de um dos votos da condenação do Grêmio, acusado de ter postado um vídeo de conteúdo racista no facebook?

    Curtir

  7. Acho acertada a decisão pela primeira vez do STJD. O grêmio há anos vem alimentando e permitindo que “torcedores” se transvistam de gremista para fazer atrocidades, o racismo principalmente. Este mal está enraizado na cultura gremista, tanto prova que um ex diretor veio defender o racismo como “manifestação folclórica”. Impedir que um torcedor grite de macaco para um negro uma vez em um jogo é impossível, mas todo ano, todo campeonato brasileiro ou estadual esta cena se repete. Justiça sempre é bem vinda, tardia mas é bem vinda.

    Quanto ao Paysandu, em resposta à ironia do Dep Juridico. Acho válida e essencial neste momento à restrição do acesso aos jogos do paysandu à socios. A outra alternativa seria o cadastro de torcedores no site do paysandu e venda somente pelo site. Entrada com apresentação de identidade e área demarcada na arquibancada. Assim poderia segregar a area dos socios dos torcedores comum e aumentar a vigilancia para os torcedores comuns, devidamente cadastrados. Todos no estadio serão identificado não ficando a mercê de marginais.

    Curtir

Deixar mensagem para Cláudio Santos - Técnico do Columbia - Val de Cans Cancelar resposta