Por Gerson Nogueira
A rodada final da fase classificatória do returno foi emocionante a partir do momento que os gols começaram a surgir e definir as colocações na tabela, principalmente no segundo tempo dos jogos. Em Santarém, com o time reserva e um jogador a menos desde os 34 minutos do primeiro tempo, o Paissandu mostrou porque é a melhor equipe da segunda metade do Parazão. Teve equilíbrio, calma e iniciativa nos momentos certos do confronto com o São Francisco. Sofreu um gol depois de falha da zaga, mas se organizou e chegou ao empate, com merecimento.
O Leão santareno, que precisava vencer para preservar a segunda colocação no returno, teve uma postura contraditória no primeiro tempo. Errava passes e, mesmo desfrutando de mais posse de bola, não conseguia ser objetivo nas finalizações. O melhor momento foi através de Marcelo Pitbull em chute da intermediária, que resvalou na zaga.
Em contra-ataques puxados por Héverton, o Paissandu foi saindo da cautela inicial e equilibrou as ações a partir dos 25 minutos. A expulsão de Jô aos 35, porém, voltou a tirar a concentração da equipe. Ainda assim, as ações ofensivas mais agudas pertenciam aos bicolores. Aos 47, Héverton disparou chute forte que bateu no travessão e depois no poste direito.
Bastaram 16 minutos de bola rolando no segundo tempo para que os times produzissem muito mais do que haviam feito no primeiro. Vânderson, Bruno Maranhão e Dênis perderam excelentes chances, mas Elielton não desperdiçou a oportunidade oferecida pelo beque Lacerda. Com o gol, o São Francisco se encolheu e o Papão tornou-se mais presente no ataque, principalmente depois que Héliton e Leandro Carvalho entraram em campo.
Foi uma jogada de ambos que resultou no empate. Em rápida troca de passes, a zaga santarena descuidou de Pablo, que entrava pela direita. Ele recebeu o passe e tocou rasteiro, garantindo a igualdade no placar e o vigésimo jogo sem derrota do Papão na temporada.

Leão se aperreia, mas bate o PFC
A festa do reencontro da torcida com o estádio Evandro Almeida quase terminou em pesadelo, mas no fim das contas o Remo saiu com a vitória e a segunda colocação, que lhe garante vantagem nas semifinais. Ao longo de penosos 44 minutos, o time até criou situações claras de gol, mas seus atacantes fracassavam no arremate final. Leandro Cearense perdeu dois gols, Val Barreto um. E o Paragominas foi se safando, ganhando confiança e ameaçando nos contragolpes. Até que, no minuto final do primeiro tempo, em cabeceio fulminante, André abriu o placar.

A vantagem mínimo não arrefeceu o ânimo do Paragominas, que voltou mais acesso e perigoso no segundo tempo. Fabrício e Aleilson criaram boas oportunidades, Fabiano defendeu três bolas difíceis. Com o estádio cheio, o grau de nervosismo da equipe contagiava a torcida. A cada nova investida do PFC, o Remo caía de rendimento. Até que, diante de tanta pressão, a casa caiu. Buiu empatou e Fabrício teve chance para virar. De repente, o ruído festivo se transformou em silêncio preocupado nas arquibancadas.

Os ventos começaram a soprar favoravelmente ao Remo quando Athos entrou. Foram deles dois lançamentos preciosos a partir dos 30 minutos. No segundo, Roni entrou na área e foi derrubado. Val Barreto cobrou o penal e garantiu a vitória. No final, Roberto Fernandes analisou que as dificuldades foram criadas exclusivamente pelo Remo, que podia ter liquidado a fatura já no primeiro tempo. Tem toda razão quanto à imperícia, mas precisa atentar para a criação de jogadas no meio-de-campo, onde Eduardo Ramos voltou a ser peça decorativa. Fica cada vez mais evidente que o camisa 33 deve passar por um período de recondicionamento físico e técnico. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
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Galo se impõe no Parque do Bacurau
O trabalho desenvolvido por Lecheva no Independente, que havia sido prejudicado no primeiro turno pelos jogos fora de casa, finalmente frutificou neste returno. O triunfo categórico sobre o Cametá dentro do Parque do Bacurau não deixa margem a dúvidas, até pelos quatro desfalques da equipe de Tucuruí. O fato é que a equipe ganhou musculatura, entrosamento e chega forte às semifinais. Será um oponente dos mais encardidos para o Remo.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 14)