Muito barulho por nada

Por Gerson Nogueira

Quando um campeonato é inteiramente prejudicado quanto ao interesse do público e à credibilidade dos clubes, itens fundamentais em qualquer tipo de evento, cabe perguntar quem pagará os prejuízos causados pela interrupção. Sim, porque a essa altura não há mais dúvida de que o Parazão foi paralisado por puro capricho politiqueiro.
As bravatas do principal dirigente do Santa Cruz, pronunciadas a partir do dia 25 de março, quando ficou claro que o jogo entre o time de Cuiarana e Paissandu não seria realizado em Cametá, deixavam claro a real intenção por trás dos ruídos midiáticos.
A partir desse dia, o Santa Cruz dedicou-se a sabotar o campeonato. Não apareceu no estádio Jornalista Edgar Proença, configurando-se o W.O. no jogo com o Paissandu. Dias depois, recorreu à Justiça Comum em Salinas, mas não logrou êxito no pedido de liminar, mas horas depois obteve a suspensão do torneio graças à intervenção do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
Tudo sob a alegação de que se julgava prejudicado pelo desmembramento da sétima rodada do returno. O argumento era cabível e até legítimo, mas as motivações não eram de natureza esportiva.
Pela própria estrutura do clube, idealizado como satélite político-eleitoral, era previsível que a furiosa determinação de parar o campeonato era puro factóide. Nos tempos de pelada, lá em Baião, chamava-se a isso de presepada.
Travar um campeonato que já se constituía num dos mais atraentes e lucrativos – graças à dupla Re-Pa – dos últimos tempos foi um ato boçal, de pura irresponsabilidade, próprio de quem caiu de pára-quedas na seara esportiva e não tem qualquer compromisso com o futebol e com a paixão do torcedor.
A justificativa para a súbita desistência dos procedimentos jurídicos seria apenas risível, não fosse simplesmente triste. Alegar preocupações tardias com a torcida é quase um deboche. A torcida já foi achincalhada ao ficar impedida de ver seus times em ação, por razões banais.
Registre-se, porém, que a porteira foi escancarada há alguns anos pela sucessão de regulamentos frouxos, que permitem a qualquer aventureiro criar uma agremiação e disputar as competições oficiais promovidas pela FPF. De nada adianta criticar os presepeiros de plantão. É preciso fechar as brechas abertas para a malandragem. O problema é se há real interesse em fazer isso.
Pobre futebol paraense.
———————————————————–
Domingo é o dia do Re-Pa 
No mais novo impasse surgido quanto às semifinais do returno do Campeonato Paraense, a respeito das datas dos jogos, a FPF pode resolver de maneira simples e justa. Basta aplicar a questão do mérito, sem receio de ferir suscetibilidades. Paissandu e Remo são, para variar, responsáveis pelas grandes arrecadações do ano.
Jogar no sábado ou domingo só faz a diferença no aspecto financeiro. Portanto, não há o que discutir. O Re-Pa tem prioridade e deve ser jogado no domingo, como manda o bom senso. E, obviamente, para Tuna e PFC, o fato de jogar sábado não vai acarretar nenhum prejuízo quanto à bilheteria.

———————————————————–

Bola rolando também na TV
Depois de dois domingos seguidos discutindo as futricas do tapetão, o Bola na Torre (RBATV) volta ao normal e reabre o debate sobre futebol de verdade, como o povo gosta. Guilherme Guerreiro apresenta, com participações de Tomazão e deste escriba baionense. Por volta da meia-noite.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 14)

30 comentários em “Muito barulho por nada

  1. Amigo Gerson Nogueira,

    Concordo em parte com seu comentário, principalmente no trecho: ” É PRECISO FECHAR AS BRECHAS ABERTAS PARA AS MALANDRAGENS DO FUTEBOL PARAENSE”
    Ou seja, essas brechas nocivas ao futebol local ja deveriam ter sido fechadas ha muito tempo, principalmente pela entidade mater do futebol paraense (FPF). No entanto o que temos visto é uma sucessão de erros que se repetem a cada ano causando a falta de credilbilidade deste campeonato paraense aqui e no Brasil todo. Aí pergunta que não quer calar é: A final de quem é a culpa?? Uma pessoa mais desinformada no assunto pode logo respondendo que é da FPF. Ledo engano. A FPF é apenas a culpada principal por a gestora do futebol local e deveria dar os bons exemplos. Mas ressalte-se que tem muitos outros culpados nisso tudo, os quais eu aponto rapidinho: DIRETORIA DO REMO, DO PAYSANDU, IMPRENSA, TJD da FPF.
    Em relação a culpa do REMO, quem entende de verdade o futebol paraense sabe que é costume direto ou indireto da diretoria desse time melar campeonto ou causar uma polêmica , principalmente após um revés que não era esperado. So para não alongar muito, relembramos o parazão de 2000, quando esse time do REMO foi rabaixado para a segunda divisão do parazão em pleno Mangueirão após perder de 3×1 para o Tirandentes. Bastou o juiz apitar o final do jogo, para a diretoria desse time começar a malandragem dizendo que não iam disputar a segundinha porque o time era “rankiado no Brasil”. Aí comçou a “onde nos bastidores e a imprensa em peso apoiando esse time, concordando que não deveria disputar segundinha, pois não ia ter graça o estadual. Aí como essa idéia de ranking não vingou, porque estava-se falando de regulmento de futebol paraense, que não pervia isto, aí conguiram melar de vez o campeonato arranjando na marra um irregularidade do jogador, Lendrinho do Tiradente na quele triste cenário do contrato rasurado que envolveu a até a familia do jagador a qual foi trazida para Belém, bancada pela diretoria do Remo. O resultado de tudo foi a paralisação total do cameponato durente um mês o qual so voltou com a ridicula e inconcebível mudança de regulamento dentro da competição com com criação de oitavas de finais, retorno das equipes que já estavam fora, inclusive o REMO, o qual eliminou o Tiradentes nas oitavas e perdeu a semifainal para o Paysandu e saiu da competição dizendo-se logrado e se fazendo de vitima. Lembram?/ Em 2012 novamente um escândalo no Parazão envolvendo diretamente o REMO no episodio da compra de vaga que não precisamos lembrar porque todos sabem disso. Agora em 2013, novamente o Remo envolvido nessa malandragem, so que de forma indireta, porque esse time tinha enormes possilidades de ficar sem divisão antes das semifinais do returno. E a FPF, tratou de agir antes que isso ocorresse, desmembrando rodada decisiva 2 antes.
    Em relação a culpa do Paysandu, se pelo menos nunca precisou usar diretamente essas malandragens, por outro lado sempre apoiou essas feitas pelo REMO naquela tese de que são cclubes grandes, que sustentam o parazão e dão renda. Lembro que em 2000 o TOURINHO foi a favor daquelas mundanças ridiculas dentro da competição para o retorno do Remo. Já culpa da imprensa está justamente no momento que apoia e da sustentáculo para todas essas desmazelas cometidas por Remo e Paysandu por puro interesses midiáticos pois os outros times não dão ibope. É so lembrar que no episodio da venda de vaga pelo Peixoto para ajudar o Remo, 90% da imprensa local apoiando a atitude bestial do dirigente cametista em favor da venda. Quanto ao TJD da FPF é antro de protecionismo, corrupção, e até casa de mãe joana onde Remo e Paysandu e FPF fazem o querem. E como na convivência social a justiça em qualquer ramo ela tem de estabelecer harmonia através da aplicação dos rigores da lei. Quando isso não é feito, tudo vira baderna, inclusive o futebol paraense.

    Curtir

  2. Enão, Gerson, culpar so a FPF por tod bagunça chegar a ser injusto no momento em que temos muitos culpados. A minha solução para amenizar o problema, seria o de fazer o que foi feito pelo STJD da CBF pelo LUIZ ZWEITER o qual ao assumir a presidência daquele tribunal ha alguns anos atrás, acabou ou diminuiu muito a bagunça generalizada de tapetão, virada de mesa etc. que circundavam a CBF. Todos lembram muito bem que a CBF era uma verdadeira FPF na questão de tapetão causado por time grande rebaixado que não queria aceitar disputar segunda divisão, mas o ZWEITER fincou os pés e estabeleceu o fim da virada de mesa e consequentemente diminuição de muita malandragem no futebol do Brasil. Ou seja, seja time grande ou não, se for rebaixado, disputa a competição, não interessando se o time e milionário, rankiado, ou tem torcida e da ibope para a globo. Taí o Palmeiras na segundona, em 2010 jan tivemos o poderosissimo Corinthians com toda a sua enorme torcida e grana, e outros tempos tivemos Gremio, Atletico Mineiro, FLU e BOTA, clubes consagrados no nosso futebol que antes do ZWEITER, pintavam o sete com a CBF e ja mais disputavam segundona. Então porque na FPF não pode aparecer alguem com mãos de ferro para para acabar com essas badernas do Parazão??
    Será que é porque REMO, PAYSANDU e a imprensa daqui não querem??????

    Curtir

  3. Esse Mario Couto já é coisa do passado, temos que parar de dá ibope pra ele, e apenas torcer pra que ele seja punido de alguma forma, pois creio que na politica o fracasso dele já ta´sendo traçado, inclusive nos bastidores.

    Já que o atual presidente da AL paraense poderá vim ser candidato a senador pelo DEM e apoiádo por Jatene.

    Caberá ao tapioqueiro recuar e se candidatar a Dep federal se não quiser ficar sem mandato, o que impossibilitaria o seu sonho de promover a sua filinha pra este cargo.

    Acabou filho!

    Curtir

  4. Amigo Gerson, toda essa balburdia, o conflito de interesses em torno do campeonato e a evidente intenção política partidária do Senador Presidente do Santa Cruz, continuo afirmando que felizmente, a temperatura subiu para que haja mudanças no comando da FPF. Esse seria o mal maior do futebol paraense, vindo um pouco abaixo o amadorismo dos dirigentes dos clubes, principalmente os grandes da capital.

    Curtir

  5. Sr. Edilson Costa e Silva concordo com tudo o que você falou!
    Com relação as possíveis contratações do Papão também começo a me preocupar com certos nomes! Acorda Papão, abre bem o olho!

    Curtir

  6. Jogar o clássico domingo, é abrir as pernas pro CR, o jogo tem que ser no sábado, assim como os roxinhos queriam anteriormente. O maior público deste ano foi num sábado, e certamente o Vandick e cia não vao tirar uma de bonzinhos, com o Tourino em 2003, e deixar o jogo ir para o domingo! Com os roxos, todo cuidado é pouco! Se eles quizerem algum futuro que seja com competência e não com penhinha. Como diz um ditado popular pouco em voga atualmente ” quem dá soja é padre Serra”.

    Curtir

  7. Claudio, se for verdadeira a sua informação, são três boas aquisições, se encaixam direitinho no atual elenco bicolor. Mas ainda falta mais.

    Curtir

  8. A questão do repa no domingo é bom senso. Mas como esperar coisas certas no meio de tanta podridão? Pior é vermos figuras tão ruins quanto as atuais como candidatos a FPF. Pobre futebol paraense. Queria que pelo menos as múmias do Remo saíssem, dando oportunidade a novos grupos com eleição direta e incentivos a novos sócios com direito a voto. Só assim, voltaremos a ser um time que respeite a sua tradição.

    Curtir

  9. Contratações anunciadas muito fraquinhas para as pretensões bicolores. Só jogadores de terceira divisão pra baixo. Fumagalli com 40 anos… É pensar pequeno!

    Curtir

  10. Caro Gérson, respeito sua opinião abalisada e de bem informado, assim como do amigo virtual Edilson Silva, mas permitam-me discordar.em alguns pontos. É sim, a FPF a grande culpada por esse imbróglio, ela deu a munição que o Senador queria, desmembrando a última rodada ao arrepio da lei e regulamentos. Remo e Paysandu entraram de gaiato no navio.
    PS: amigo Edilson o que fez esses grandões como o Corinthias, Vasco, Palmeiras e outros não virarem a mesa, não foi o Sveiter e sim a lei 10.671/2003 conhecida como estatuto do Torcedor.

    Curtir

  11. O re x pa no domingo seria questão de bom senso, mas a tabela marca o jogo para sábado, o que favorece enormemente ao Paysandu, uma vez que o rival não terá tempo para descansar do jogo pela Copa do Brasil. Seria muita ingenuidade ceder às pressões externas (imprensa e Remo) e aceitar o jogo no domingo. Notem como em certas situações a mídia tenta impor seus interesses aos clubes. O Paysandu tem de lutar pelos seus próprios interesses, sem querer agradar aos outros. Jogo no sábado, como está marcado na tabela!

    Curtir

  12. Minha opinião fica no meio termo:

    Nem o Regulamento do Campeonato, nem o Estatuto do Torcedor determinavam que a última rodada do segundo turno devesse ser jogada simultaneamente, e, por outro lado, o Regulamento, sem obstáculo do Estatuto, autorizava a alteração da tabela e o conseqüente desmembramento de rodada, caso houvesse algum motivo de força maior. Tal motivo, na minha opinião não não havia, de fato, mas acabou sendo muito bem costurado, em manobra pouco desportiva, pra dizer o menos, por FPF, Remo, Paysandú e Tuna, que por isso são todas responsáveis pela bagunça, em proporções iguais e vantagens equivalentes.

    O Zveiter, patriarca, bem que tentou continuar virando as mesas do alto daquele que ele considerava ser o seu (dele) Superior Tribunal de Justiça Desportiva, mas com o início da mudança dos tempos, tendo o Estatuto do Torcedor como um dos vários exemplo destes novos tempos, acabou sendo apeado do poder.

    Curtir

  13. Prezado Antonio Oliveira, nos regulamentos da CBF há previsão de que os jogos da penúltima e última rodadas devam ser realizadas simultaneamente, sim! E não há essa história de força maior. O que existe é a previsão legal no REGULAMENTO do campeonato em recorrer aos da CBF e não criar sofismas como criaram FPF, Paysandu e Remo. Eis o que reza o artigo 56 do regulamento do Paraense 2013:
    “Art. 56 – Os casos omissos ou que venham gerar dúvidas, serão resolvidos pelo DFP/FPF, podendo recorrer por analogia ao Regulamento geral das competições organizadas
    pela CBF.”
    Este foi usado, porém somente a primeira parte, para fazer o que fizeram. Foi sofisma para enganar

    Curtir

  14. briga política, jogada política,armação política ou quaisquer adjetivação que se possa dar ao que aconteceu, culminando com a paralização, tem unicamente como responsável a Federação e mais ninguém. A FPF é a entidade organizadora, que por princípio ético e legal tem o DEVER DE SEGUIR O ORDENAMENTO JURÍDICO DO PAÍS. No caso do campeonato deve-se orientar pelo Regulamento e pelo Estatuto . Querer jogar na costa do S.Cruz essa responsabilidade e sofismar.
    Os fatos: Surgem as situações que todos já conhecem( estádios, Laudos, falta de datas, PM, etc). A FPF convoca Remo e Paysandu e decidem DESMEMBRAR 7ª rodada, indo contra o artigo do regulamento que diz
    que nos casos omissos podem ser usados por ANALOGIA os regulamentos das competições nacionais organizadas pela CBF. Nas competições nacionais,a última rodada em que todos os clubes tem interesse, devem ser realizadas no mesmo horário. Ou seja, a FPF para tomar qualquer decisão deveria ter partido da premissa que todos os jogos deveriam ser realizados no mesmo dia e hora, POIS caso contrário estaria indo de encontro as normas legais e isto ensejaria no mínimo protesto. Só que houve RECURSO à justiça desportiva e deu no que deu. Não foi o S. Cruz que desmembrou a rodada!
    Apesar de representar o que representa Paysandu, Remo e nem ninguém estão acima da lei.
    FPF, Remo e Paysandu sofismaram com aqueles pífios argumentos, e se o S. Cruz não pedisse a extinção dos processos, ou mesmo perdesse a causa aqui no TJD/PA, no STJD tinha grandes chances de vencer.

    Curtir

  15. É amigos, está certo que Remo e Paysandu possuem (de longe) as maiores torcidas do Pará, isso é fato e indiscutível, mas não podemos tirar o direito dos demais participantes ou isentar os dois titans de suas obrigações apenas por esse motivo! Querer impor aos leitores que apenas o fato deles terem as maiores torcidas seja motivo suficiente para empurrar os outros para escanteio é, ao meu ver, injustiça e corporativismo, pra não dizer discriminação. Não esqueçam que “Toda unanimidade é burra” e a diversidade é bom para a humanidade. Pensem nisso!

    Curtir

  16. Ricardo, com todo o o respeito, a simultaneidade dos jogos da última rodada não pode ser considerada caso omisso no Regulamento. E não pode por um simples motivo: apesar de não ser obrigatória nem no Regulamento, nem no Estatuto do Torcedor, a simultaneidade dos jogos da última rodada já estava prevista para acontecer, como, aliás, já acontecera no primeiro turno.

    É verdade, a tabela do campeonato já previa a simultaneidade dos jogos da última rodada. Portanto, se a simultaneidade dos jogos já estava prevista, como realmente já estava, não pode ser considerada caso omisso de modo que tivesse que ser aplicado o artigo do regulamento ao qual você se refere. Enfim, o art. 56 não pode ser usado neste caso.

    Quanto ao motivo de força maior, este está sim previsto no regulamento como motivo tanto de mudar o local do jogo, quanto de adiar a data de um jogo. Basta olhar que o art. 6o e seus parágrafos que dizem que o campeonato não poderá ser realizado em estádios sem Laudo, e o artigo 27 (e seus parágrafos), que até usa a expressão “motivo de força maior”, e diz que os jogos podem ser adiados, devendo ser marcado para o dia seguinte. O artigo 28 fala na possibilidade de adiamento do jogo por falta de segurança.

    Daí, foi exatamente o que a fpf, o Remo e o Paysandú manobraram para que acontecesse. Sob o pretexto da falta de segurança para os jogos simultâneos, sortearam o jogo que seria adiado para o dia seguinte.E o Santa Cruz se deixou cair na armadilha e entregou de bandeja o WO, que reduziu a perto de zero a possibilidade de vitória na justiça desportiva ou na comum.

    Por último, pra mim, a não ser que provasse que houve conluio e má fé (pra dizer o menos), da Federação, dos clubes e das autoridades (bombeiros, polícia e vigilância sanitária etc), as chances do Santa Cruz eram bem reduzidas. Mesmo achando difícil, não duvido que o Santa Cruz conseguisse provar isso. O problema é que se conseguisse, a situação não ia ficar nada bonita pro governo do estado que é correligionário do patrono do Santa, e, inclusive, é quem patrocina o campeonato. Enfim, de uma forma, ou de outra, tava muito difícil pro Santa. Daí, no meu modo de ver, a desistência.

    Bom, mas tudo isso é só uma segunda opinião, num assunto que já vai dando lugar a outros, pois o campeonato já vai recomeçar.

    Curtir

  17. Quanto ao dia do jogo, acho que deve ficar mesmo para o dia já estabelecido na tabela, isto é, no sábado mesmo. E se não fosse por outros motivos relevantes, um já é relevante o suficiente, qual seja, já houve descumprimentos em demasia da tabela fixada.

    Curtir

  18. Concerteza, amigo ricardo, o Estatuto do torcedor ajudou no fim da virada de mesa, mas muito depois dele existir, a virada de mesa continuava na CBF porque igual na FPF a lei existia mas não era cumprida. Continuavam as viradas ainda que em menor escala. Aí o zveiter assumiu com mãos de ferro o stjd, intimidou dirigentes de clubes grandes acabando com a baderna. foi isso que ocorreu.

    um forte abraço.

    Curtir

  19. Quem sabe liberar o Santa Cruz de qualquer punição não tenha feito parte do pacote de negociações que levou o clube a desistir das ações!? A conferir.

    Curtir

  20. No momento em que se tenta moralizar as coisas vem o CR com essa novidade de querer mudar a data de sábado para domingo pura e simplesmente atender seus interesses. Quando era o Paysandu que voltava de uma viagem muitas vezes mais estafante que essa que (diz que) Leão vai fazer eles arrotavam que não se devia mexer no que estava escrito.

    Agora que as coisas inverteram, é o que se vê….

    A posição da imprensa não me admira. A maioria está agindo como torcedores e não como profissionais.

    Cuidado Vandick. Toda sua credibilidade, toda a confiança que a torcida deposita em você está dependendo da decisão que você tomar agora.

    Curtir

  21. por Jaime Fernandes Eiras

    Tempos atrás, um leitor de uma coluna esportiva d’O Liberal fez um comentário que reflete a maneira discriminatória como a Tuna é tratada pela Imprensa desportiva paraense, causando prejuízo à imagem do Clube e criando ufanismos exagerados, como o publicado naquele dia. Para provar isso, lembro que, sob o título “Há tempo a Tuna deixou de ser a terceira força”, o referido leitor diz que “jogos dos cruzmaltinos contra Leão e Papão já não são mais considerados clássicos”, imputando essa afirmativa ao meu vizinho e amigo Carlos Castilho. Aproveitando a deixa, esse leitor nega até mesmo o direito da Tuna ser o representante do Pará na Série C do Campeonato Brasileiro daquele ano, que, segundo ele, estaria melhor representado pelo Castanhal. Foi uma das últimas besteiras que li numa coluna de esportes. Digo uma das últimas porque a do comentarista Gerson Nogueira desta semana foi a última.

    As opiniões emitidas pelo Gerson se agravam porque partem de um profissional que deveria ser imparcial nas suas colocações. Do alto de sua caneta, o Gerson “aplica” a questão do mérito, segundo a qual o domingo deve ser consagrado aos jogos entre Paysandu e Remo. Apela até para o bom senso. Bom senso de quem? Essas atitudes discriminatórias estão na origem do próprio futebol praticado no Pará; se não, vejamos.

    A propalada rivalidade entre Paysandu Sport Club e Clube do Remo esconde um fato que pouca gente consegue perceber: essas duas agremiações, coincidentemente, guardam entre si muito mais pontos comuns que divergentes, a começar pelos tons de azul estampados nos seus uniformes. A Tuna Luso-Brasileira, por outro lado, é o clube que realmente faz a diferença no esporte paraense.

    Paysandu e Remo nasceram de dissidências esportivas e participam de atividades futebolísticas desde os seus primórdios. Seus nomes são substantivos masculinos; os de seus mascotes também, mas são seres inexistentes: Bicho-Papão é uma lenda e Leão Azul não existe. Têm suas sedes sociais localizadas na mesma avenida (Nazaré). Fizeram uma tentativa frustrada de construir novas sedes campestres em Benfica, uma próxima à outra, em virtude do pequeno espaço nas sedes sociais, sem sucesso. Seus estádios ficam situados no início da avenida Almirante Barroso, um quase em frente ao outro, e são mais conhecidos pelos nomes das travessas que lhes franqueiam (Curuzu e Antonio Baena). São clubes de massa e seus gritos de guerra rimam muito bem: “Papããão!”; “Leããão!”.

    A alviverde Tuna Luso foi fundada como um grupo musical, e somente a partir da década de 1930 passou a se dedicar oficialmente à prática do futebol; daí talvez o motivo de ter menos torcedores que esses dois adversários. Tuna é um substantivo feminino, assim como Águia, uma ave bem conhecida por sua visão perspicaz. Sua sede social, antes situada na praça da República, foi instalada no final da avenida Almirante Barroso, onde, junto com a sede campestre e o complexo do estádio de futebol, constitui a Vila Olímpica. Seu estádio é conhecido pelo nome do bairro onde fica localizado, Souza. Enquanto Paysandu e Remo se vangloriam da fidelidade de seus torcedores, a Tuna se orgulha em ser a “Elite do Norte”. Na verdade, a torcida da Tuna não é tão pequena assim. É preferível dizer que a maioria dos torcedores tunantes não vai aos estádios. Os que vão, formam a verdadeira “torcida fiel” do Pará, com seus gritos de “Águuiiaa!”.

    Semelhanças e diferenças à parte, vamos fazer uma análise da importância da Tuna no cenário desportivo paraense. A Tuna não é um mero time de futebol; é um clube tradicional, com uma estrutura sócio-desportivo-recreativa solidamente estabelecida. São quase 110 anos de glórias, mas também de muita luta e incompreensão. Como torcedor tunante, vejo com tristeza que os órgãos desportivos do Pará não dão o devido valor à história cruzmaltina. A Tuna tem um patrimônio invejável, um quadro social atuante e uma tradição centenária. É o clube paraense com maior número de títulos náuticos. É o que tem a melhor infraestrutura nas categorias de base. Tem 2 títulos nacionais de futebol, incluindo a cobiçada Taça de Prata, 10 campeonatos e 17 vice-campeonatos regionais. É detentora de vários títulos de voleibol, natação, futebol de salão, tiro ao alvo, boxe e atletismo. Esses títulos estão registrados ao longo de toda a sua vida desportiva. Graças à Tuna, atletas como Agberto Guimarães chamaram a atenção dos sulistas para o atletismo que se pratica no Norte do Brasil. Esses feitos têm divulgado o nome da Tuna Brasil afora. Querem um exemplo? Certa vez, um motorista de táxi no Rio de Janeiro, ao saber que eu era paraense, perguntou-me: você é torcedor da Tuna ou do Paysandu? Então, o que falta à Tuna? Falta ser tratada de modo igualitário por parte dos órgãos desportivos do Pará, sem discriminação, sem paixões ou interesses. Falta mais espaço na mídia e maior divulgação dos feitos do Clube.

    Dias desses li a coluna de um renomado comentarista esportivo paraense na qual ele destacava eufórico que o Re x Pa é o clássico regional mais disputado do Brasil e talvez do mundo. Segundo ele, são mais de 600 jogos. Sim, eu pergunto: e daí? Ainda não saturou? Bem … depois dizem que o campeonato paraense dá prejuízo. É a hora de se colocar na ordem alfabética: os tempos dos grandes clássicos se foram; o tradicional clássico Re x Pa parou no tempo, não se renovou, virou Pa x Re.

    Uma das famosas leis de Murphy diz que “alguém só consegue crescer até o limite da sua incompetência”. O limite da incompetência do esporte paraense é insistir em acreditar que pode ser um grande centro futebolístico polarizado entre dois clubes: Paysandu e Remo. Os grandes centros, como Rio e São Paulo, têm quatro ou mais clubes grandes com as mesmas chances de disputa.

    A Imprensa, na ânsia por audiência, e a Federação, na expectativa de mais arrecadação, supervalorizam os jogos de Paysandu e Remo em detrimento dos da Tuna. Esquecem que, como diz o famoso dr. Stuart Diamond, presidente da Global Strategy Group, da The Wharton School, Universidade da Pensilvânia, “um sistema com três é melhor que com dois, porque um sistema com três é mais estável. Se um fraquejar, os outros dois mantêm o sistema”.

    A situação atual do futebol amazonense é um bom exemplo: a polarização entre Nacional e Rio Negro não suportou os tempos de crise e esses clubes definharam até os limites de seus estertores. Deram vez a um clube de subúrbio, o São Raimundo, e o futebol amazonense nunca mais foi o mesmo. Que isto sirva de alerta ao futebol paraense.

    Ao se analisar um cenário esportivo, deve-se levar em consideração a história dos clubes e não apenas a situação do momento. A atual crise técnico-administrativa pela qual está passando o futebol paraense é uma crise que só poderá ser superada com o esforço dos verdadeiros desportistas. A Tuna já está acostumada a superar crises, pois vem superando há anos as conseqüências de ousar enfrentar aqueles que, erroneamente, acham que no futebol paraense só há espaço para dois clubes grandes.

    E os clubes do Interior? Bem … esses ainda são simples times participantes do Campeonato Paraense de Futebol. Quando jogam contra o Paysandu, recebem o apoio da torcida do Remo, e vice-versa. Quando jogam contra a Tuna, recebem o apoio de ambas as torcidas; ficam com cara de time grande e aí vem a euforia descabida de alguns torcedores. Já nascem com apoio político, o que traz mais problemas ao já tão conturbado esporte paraense. Nada mais que isso. Podem ter futuro, mas falta tradição e infraestrutura, coisas primordiais no futebol. Somente isso.

    Quanto ao senhor Gerson Nogueira, bem… acho que ele deve procurar outros afazeres nos domingos, pois os dias dos grandes e tradicionais clássicos do futebol paraense podem estar com os dias contados se essa mentalidade discriminatória não for mudada. Ó, Gerson, Pa x Re com isso!

    Jaime Eiras é geólogo, torcedor e sócio da Tuna Luso Brasileira.

    Curtir

Deixe uma resposta