Por Walter Ferreira dos Anjos Junior
Esta crônica sobre a paixão pelo futebol no Brasil, em especial na nossa Capital têm um certo ar de nostalgia, explico o porquê.
No ano de 2004, a situação do “Mais Querido”, como é conhecido o Clube do Remo no final do campeonato brasileiro, não era nada confortável, precisávamos vencer todos os jogos em Belém e pelo menos um fora de casa.
No nosso último jogo em casa, fizemos uma vitória espetacular, contra o Náutico (3 x 2), de virada, com um gol no final da partida. Entretanto, o objetivo principal deste relato não é o jogo em si, que se diga de passagem foi emocionante. Mas, o que ocorreu após a partida e presenciada por mim.
Estava eu, tomando uma cerveja na Antônio Baena (em um camelô) e aguardando a saída daquela massa azulina em estado de êxtase pela vitória e de esperança, já que permanência na série B, seria possível, caso vencêssemos o Brasiliense na última rodada. Eis que então no meio da multidão avistei dois garotos pulando e cantando alegremente a marcha “Atletas azulinos somos nós…”.
Curioso e preocupado perguntei a eles:
– Com quem vocês estão?
Um dos garotos respondeu:
– Estou com o meu pai!
Indaguei novamente. Mas, aonde ele está?
O garoto respondeu e apontou:
– Ele está ali!
E no meio da multidão, surgiu, então, uma das figuras mais interessantes que já conheci. Um deficiente visual: alegre e sorridente, com o seu guia visivelmente embriagado (lembrei da música: O bêbado e o equilibrista). Mas, ele nem aí, pulava, cantava (acompanhado de seus filhos), levantava a sua bengala como se fosse uma taça de campeão.
Naquele momento, depois de abordado com cumprimentos também efusivos, conversei por uns cinco minutos com ele. E foram os minutos mais entusiásticos já vividos por mim. Pois, cheguei a seguinte conclusão: existem pessoas mais apaixonadas por futebol do que eu. E ainda emocionado com a cena, o presenteei com o meu chapéu do Clube do Remo, dizendo a seguinte frase: – Você é o maior dos remistas que encontrei!
Infelizmente nosso time não conseguiu permanecer na Segundona. Fomos para o abismo futebolístico – a terceira divisão. E fico pensando o que terá sentido esse nobre torcedor (que com certeza absoluta somava-se ao fenômeno azul) na gloriosa campanha do Leão do Norte na Terceira Divisão em 2005.
Tudo bem! Na vida e no jogo é assim, as vezes se ganha e as vezes se perde (por isso o ar de nostalgia).
Blog do Gerson Nogueira 
Bonita crônica Walter, mas permita-me uma gozação, se a 3a é o abismo, então como se chama estar sem divisão?
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Muito emocionante esse fato desse torcedor remista.. pode ter certeza que ele é um belo exemplo de torcedor !!!
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E o cara não entendeu, isso foi em 2004! Bela história, que sirva de incentivo pro maior do Norte hj e sempre!
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Realmente um encontro emocionante que evidência a verdadeira paixão clubistica. Belo relato.
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Sem quaisquer dúvidas,o torcedor paraense ,incontestavelmente,é extasiado e apaixonado por futebol. Belo relato referente a este torcedor remista.
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Como paraense não me conformo de não sermos sede da copa de 2014, nada contra os amanauaras mas lá os caras só gostam de BOI BUMBÁ!
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Os torcedores paraenses tanto faz do Paysandú ou do rival são desprezados pelas torcidas do eixo rio-são paulo, ano passado quando o Bicolor amazônico conseguiu a classificação para a série B dentro de Macaé, vibrei demais, não só pelo fato de ser Paysandú mas principalmente pela declaração de alguns jogadores do Macaé:”Iremos massacrar este time de índios no jogo de volta!”, se lascaram deu PAPÃO!
Espero que a partir de agora os dois titãs paraenses juntamente com o Águia honrem o nosso estado e se imponham sobre os adversários porque têm uma torcida apaixonada e não merecem mais ficar no ostracismo.
Hoje o Pará mostrará mais uma vez o maior público do final de semana ratificando a paixão do paraense pelo futebol!
Boooora PAPÃOOOOO!
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Valeu Gersão. O Walter ficará feliz com a publicação. Se ele não estiver em viagem pelo hinterland, dando aulas, vai entrar por aqui.
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O invisivel e o que essencial. Tem coisas coisas na vida que nao tem preco.
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Belíssimo texto, acho que esse tipo de torcedor, apaixonadíssimo pelo seu time, só existe em Belém.
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Que relato interessante… fico a pensar como seriam nossos torcedores se nossos clubes sempre correspondessem as expectativas.
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Abismo da terceira? Ainda não era o fim do poço!
Em tempo a música se chama o bêbado e a equilibrista.
Em tempo, as vezes de tanta paixão será que nós e que não somos os cegos? Afinal o amor é cego e uma vitória, um lapso de melhoria nos faz acreditar que tudo está bem por aqui em nosso futebol, em nossos times.
RRamos
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Vocês não sabem o que é emoção gente. Tem coisa melhor que o futebol. Pára com isso!!!!!!Acordem para a vida. Leia a Biblia, conheçam Jesus que o coração de vocês vai parar de apanhar e começar a BATER!!! rsrsrsrs
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