Coluna: O script do sacrifício

A Seleção Brasileira chegou à África do Sul sem maior alarde, obediente ao receituário da reclusão imposto por Dunga e Jorginho como estratégia para apagar as más lembranças de 2006. É bom dizer que ninguém pode criticar essa preocupação. Quem esteve na Alemanha há quatro anos, sabe perfeitamente bem como as coisas aconteceram. Foi uma farra total. Ações promocionais de patrocinadores tinham prioridade. Treinos esporádicos e, ainda assim, de maneira incompleta – nunca vi, por exemplo, Parreira ministrar um exercício tático mais caprichado.

Dunga assumiu com a missão de passar uma borracha nisso tudo. Mais que um técnico, que nunca tinha sido na vida, foi escolhido especialmente para ser uma espécie de bedel da Seleção. E, sob esse prisma, saiu-se muito bem. Criou uma espécie de clã Dunga, nos moldes da bem-sucedida família Scolari de 2002.

É inegável que, sob seu comando, a Seleção recuperou força e disciplina. Dunga, aliás, caprichou no estilo forçudo, desde os primeiros dias no comando do escrete até na visita ao presidente Lula, anteontem. Há quem goste desse jeito bronco, que se revela por inteiro a cada entrevista. Mas, a partir da definição de seus 23 eleitos, a oposição cresceu bastante.

Claro que tudo isso ficará como doce lembrança se o Brasil conquistar o hexa em gramados sul-africanos, hipótese bem provável se levarmos em conta o nível dos concorrentes. A conquista da África, se ocorrer, não será sem terríveis sacrifícios. Tudo, obviamente, dentro do script desenhado – e até agora cumprido à risca – pelo treinador. Até nas peças publicitárias Dunga valoriza o sofrer como combustível para o triunfo. De minha parte, ainda prefiro rotas mais prazerosos. 

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A contenção de custos anunciada pela diretoria remista é o primeiro passo para manter o equilíbrio financeiro e ganhar forças para o projeto da Série D. Medidas coerentes e maduras devem ser elogiadas.

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Castilho; Oliveira, Gilvandro, João Tavares e Paulo Tavares; Sandro, Rubilota e Quarentinha; Chico Spina, Bené e Ércio. Técnico: Givanildo Oliveira. Craque: Quarentinha.

Este é o Paissandu de todos os tempos, escolhido por um grupo de 100 dirigentes, associados, torcedores e cronistas esportivos, a convite do jornalista Ferreira da Costa. Na tarde de ontem, uma comissão de cronistas esportivos apurou os 100 votos, definindo o time definitivo.

A comissão apuradora foi composta pelos cronistas Guilherme Guerreiro, Zaire Filho, Carlos Ferreira, Luiz Lopes e Valmir Rodrigues. Os eleitos serão homenageados no dia 22 de julho próximo, na sede social do Paissandu, por ocasião do lançamento do livro “Almanaque do Papão”. Todos receberão plaquetas de prata.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 27)

21 comentários em “Coluna: O script do sacrifício

  1. “A contenção de custos anunciada pela diretoria remista é o primeiro passo para manter o equilíbrio financeiro e ganhar forças para o projeto da Série D. Medidas coerentes e maduras devem ser elogiadas”.
    – Essas medidas coerentes, implantadas pelo GIBA, é bom que se diga, é fruto de um elenco mal montado pelo Abelardo e que, agora montado pelo Giba, vamos ver se ele aprende. Aliás, numa entrevista ao Caxiado, ontem, ele disse, que não mudou nada em relação as contratações do tempo do Sinomar. O Giba indica os jogadores e ele contrata, igualzinho. É um cara de pau mesmo, amigos, a sorte dele, foi terem trazido o Giba, que salvará, pode ter certeza, se ele não atrapalhar, o ano desse incompetente.
    -Por falar em Incompetente, não sei o que o Papão está esperando para trazer o Givanildo ou o Edson Gaucho, e ir para à série B, já este ano. Vão brincando de Parazinho, vão.

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  2. Equivalente a esta formação e extensa pela qualidade, não presente pelo simples fato de ser exatos 11 escolhidos, o banco de reservas necessitaria ser a arquibancada ampliada da Curuzu para comportar os não citados. EX: Omar, Jorge Costa, Da costa, Vila, Lupercínio, Villi, Carlinhos, Maracanã, Valtinho, Bacuri, Oberdan, Técnicos Juan Alvares, Avelino, etc….

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  3. Ferreira da Costa incluiu-me entre os 100 que escalaram o time do Paissandui de todos os tempos. Escalei jogadores (alguns) não ví jogar o que não invalida a escolha. Usei do recurso testemunhal . Pessoas qualificadas e isentas deram-me a valoração de alguns que escolhi. Usei desse critério entendendo que estava tentando escalar um time bicolor de todos os tempos e não apenas formar um time com jogadores que euví jogar.
    Nunca ví, Cabral, D. Pedro e Deodoro e nem por isso vou exclui-los da historia do Brasil.
    História é coisa séria.

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    1. Caro Tavernard, assim entendi a escalação. Acrescentei mais nome e justifiquei o motivo. Também não conheci Pedro Alvares Cabral, D. Pedro e muito menos Deodoro da Fonseca, mas sei que sou brasileiro por causa de uma árvore que deu origem ao nome Brasil, que D Pedro libertou o Brasil do julgo português e Deodoro implantou a República. Mais a frente a princesa Isabel aboliu a escravatura e graças a Deus não foi assinatura a lápis, senão poderiam ter passado a borracha e o efeito, desfeito. Conheci e ouvir também bons comentaristas e narradores esportivos como Grimoaldo Soares, Jaime Bastos e por aí vai. A História na comunicação do Rádio é antiga e você e seus comteporâneos dão segmento a ela.

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      1. Para melhor entendimento, mas a frente está relacionado ao descobrimento do Brasil, já que a abolição ocorreu em 1822 e o Marechal de Ferro se decidiu em 1889.

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  4. Cláudio, contenção de despesas é o primeiro fator anunciado quando novas pesrpectivas são lançadas em prosseguimento a uma dificuldade, por sinal sempre presente na vida dos grandes de Belém, portanto não é nenhuma celebridade essa proposta que nunca tem atingido este objetivo, estamos careca de saber. Quanto a Charles, acho sensato deixar o campeonato fechar, caso este não seja campeão, esperar mudanças, afinal se não foi feito até agora, por que ser agora na hora de comer o filé. Paciência. E se for campeão deve continuar, pois tem feito um bom trabalho. Tem “renomado” que chegou antes e já se foi”, portanto, em “vida” vamos respeitar o cidadão Charles, se “morrer” com a perda do título, pelo menos no velório poderemos consolá-lo nos costumasses dizeres. “Ele foi um grande treinador” coisas do dia a dia de velório.

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  5. Ontem, ouvindo na RM as declarações do treinador remista, conclui, o Giba é outro e serve para o momento do futebol paraense.
    Não disse nada mais do que todos sabemos. Dispensas, contratações e melhoramentos no Baenão (equipamentos divertsos) para um trabalho conjunto da comissão técnica. Sem essa de trazer auxiliares CT) Giba diz que volta para prosseguir o trabalho. Gostem ou não, a permanencia desse profissional foi a melhor decisão dos remistas.
    A decisão foi anunciada sem alardes ( de ambas as partes), bem diferente do que normalmente ocorre num momento como esse. O mais fica por conta das opiniões-torcedoras, validas por sinal.

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  6. Essa comissão apuradora é uma pequena amostra do quanto a imprensa paraense torce pelo Paysandu. E ainda faltou o Gérson Nogueira, o Cláudio Guimarães, o Carlos Castilho…
    Além da diretoria inoperante, o Remo está cercado de inimigos por todos os lados: Federação, Imprensa e Tribunais.

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  7. No aspecto treinador, EG não é recomendável para voltar, pois LOP continua e apesar de reconhecer nele um bom profissional, é muito stressado e grosso, logo os problemas seriam frequentes, ainda mais considerando que não simpatiza com a imprensa e vice-versa. Quanto a Givanildo é melhor deixá-lo em berço esplendido nos louros das glorias bicolores, a última vez que por aqui esteve saiu sem dizer thau. Seu melhor no clube já passou e não adianta querer forçar a barra. Evitar um possível desgaste é a melhor opção.

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  8. Róbson, o Robgol, foi artilheiro bicolor na Libertadores da América, 2º maior competição de clubes do mundo, foi vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, considerado o mais disputado e competitivo do mundo, e não figura na seleção. Algum desses atacantes tem feitos maiores? alguém tem essa informação?

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  9. Calma, Marcelo. Eu também senti a falta de muitos outros craques, entre os quais o BETO, que além de craque é uma pessoa espetacular.

    Os ausentes podem não fazer parte dessa relação, mas estarão sempre na memória de todos os torcedores do único clube do norte do Brasil a participar (com méritos) de uma COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA.

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  10. Desculpe, amigo Berlli, mas não concordo. É por esse tipo de pensamento, que Remo e Paysandu estão no fundo do poço. O Paysandu é muito grande, pra ser planejado por etapas, tipo: Bota qualquer um, enquanto for ganhando fica, perdeu, sai. Não é assim que se planeja uma grandiosa equipe PROFISSIONAL, como é o Papão. O Paysandu tem que ser planejado, a longo prazo, ou seja, visualisando o que poderá acontecer, com ele, daqui a três anos, no mínimo. Desse jeito, se “planeja” um time de pelada, daqueles bem bagunçados(com todo respeito). O Papão precisa ser encarado, considerado e respeitado como time grande e, isso, tem que começar, pelos seus torcedores, que assim como os do Remo, são quem mantém essas equipes, AINDA, vivas. Vamos lá torcedor, vamos esquecer essa bobagem de Parazinho e focar no brasileiro, pois, quem lhes fala, é um torcedor que já tem muita experiência em ganhar Parazinho e, ser rebaixado em brasileiro, logo em seguida. ACORDA PAPÃO.

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    1. Amigo Cláudio, apesar de considerar a sua experiência, bate mais alto a minha. Desde que os clube paraenses começaram a a participar de competições nacionais, comoçou com o Remo em 1972, que a coisa começou a mudar. Sou torcedor da epoca do Mochila, geleiro Délcio e Omar, mais Bené, quarentinha e outros craques que jogavam por amor a camisa e naquela época não se ouvia falar de salário atrasado e nem queda de treinador como hoje ocorre. Acho total falta de respeito com o Charles em falar em outro treinador quando este está a alguns dias de se consagrar campeão. Falta de honestidade, de escrúpulo e tudo que se relacione a indignação. Penso que por essas atitudes o Remo não teve melhor sorte no estadual. Confiaram um projeto a pessoa do Sinomar e na 1a porrada lhe deram um chute no traseiro. Peço a Deus que Charles seja campeão para continuar ou sair de cabeça erguida, porque seus inimigos são os de casa, não os de fora.

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  11. Não vi Chico Spina-é aquele da década de 70 do inter?-nem Bené ou Ercio,estava de mudança para o BRASIL E SOBRE O Paysandu me informei a partir do momento em que o papão se sbressaiu em ambito nacional e a partir-pincipalmente da vitoria MARCANTE sobre o Boquinha Jrs.meu rival de infancia e por isso ao vir para o PARÁ POR FORÇA PROFISSIONAL ADOTEI o papão ,além do mais pelas cores lindas da camisa que me remete à minha infancia de torcedor da Argentina.Claro após mais de duas décadas e por ter sido perseguido-meu pai na verdade-passei a ser torcedor brasileiro,coisa que eu nunca imaginei acontecer.Casei ,descasei e radicado em São paulo adotei o PALMEIRAS E TIVE DUAS FILHAS brasileirissimas que ADORAM FUTEBOL e torcem pelo CAMPEÃO DO SECULO no Brasil-verdão- e assim fui me tornando brasileiro.O que me trai ainda é o sotaque.ENTÃO NÃO SEI SOBRE AS DÉCADAS DE 70 OU 80 ANTERIORES A RESPEITO DO PAPÃO,mas que o Robson o Robgol que vi jogar no Santos e foi boicotado lá sim,merecia disparado estar nessa seleção dos tempos ah isso é certeza.Quem votou?Remistas invejosos como Zaire filho e Carlos Ferreira?Encontrei com Ferreira em BELEM RECENTEMENTE E numa conversa eventual em que ele sequer sabia que eu acompanhava o campeonato paraense ele declinou sua preferencia clubistica.Isso é terrivel para o esporte local.No Rio de Janeiro é o Renato Mauricio Prado,o cara é doente só fala de flamengo,mesmo que o Vasco ou Flu esteja em dia de decisão.Em São Paulo é o tal de dr Osmar,corintiano doente até a medula só fala do Gambá e se aborrece ao ouvir verdades…Enfim essa escolha deveria ser votação aberta ao publico em geral com pesos diferenciados em relação às conquistas.Um amigo me disse por exemplo que vários zagueiros e laterais,como por exemplo ,Aldo FORAM ESQUECIDOS…É O Aldo que jogou no Flu no inicio dos anos 80 ,irmão do BIRA BURRO DO INTER?
    Essa seleção deveria ser refeita…
    Quanto a seleção do Dunga Gerson,se for para dar espetaculo e não vencer então não seria uma competição.A partir do momento que será louvado o vencedor de uma competição ,dificil ver espetaculo e com tudo que se fala da seleção ainda quem deu espetaculo com belos gols em amistosos e belas jogadas foi o Brasil.A Argetinna sem Riquelme vai viver do MESSI e ele não fará nada.A espanha vai decepcionar e a Inglaterra tbm.

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  12. Penso eu, Berlli, que dois dos piores técnicos do futebol Paraense, na minha opinião, disputaram aquele 1º turno, uma vez que o Águia estava em formação e, o SR, não foi aquele do ano passado. Penso, também, que quem ganhasse o 1º turno, disputaria o campeonato com o Águia. Como foi o Charles, ótimo, está na final.Se fosse o Sinomar, estaria o Remo.Vc duvida? Agora se Sinomar, com o tempo que teve e com os jogadores, ainda não desgastados, não conseguiu ganhar do Charles, ía ganhar, agora, do João Galvão? O Paysandu só está na final, por ter a sorte de ter ganho o 1º turno(como seria se fosse o Remo), por isso penso que se o Papão ganhar esse campeonato(graças a jogadores diferenciados que possui), estará cavando, mais ainda, seu rebaixamento no brasileiro. A não ser que vc pense que Charles, com o título, será demitido, no que acredito que não. É a isso que me reportei, acima e, sempre vou pensar no clube e não em manter um funcionário do mesmo, por isso e por aquilo. Aliás vc viu os jogadores, hoje, quebrando ovos, na cabeça do COLABORADOR(A) do clube? Amigo, desculpe, não quero o mal do seu clube, mas consigo enxergar as coisas com um pouco de antecedência, principalmente essa bagunça que está o Paysandu, hoje. Uma pena. E não espere a Imprensa divulgar tudo de errado que está acontecendo no Paysandu, pois ela só consegue enxergar no Giba. Impressionante.

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  13. Alonso Peres,
    Só podia ser torcedor da Argentina. Putz!… Zaire Filho e Ferreirinha “remistas invejosos”??!… Somente um fanatismo doentio explica.

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  14. Cláudio, não é hora de cogitar técnico para o Paissandú para a série C com Charles na direção a véspera de uma final, isso é óbvio. Qualquer sem noção de futebol pensa assim, me admiro de você ficar insistindo nisso. E fique atento que Giba não é técnico vencedor, ganha quando não deve e perde quando mais precisa. Anote.

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    1. Berlli gosto muito dos comentarios do Cláudio, mais não concordo quando ele faz criticas ao Charles, acho que Charles está fazendo umbom trabalho, dentro de suas limitações é deverá sagrar-se campeão com o Papão. Acho que é lógico que um planejamento deveria ser feito no paysandu, isso no ano passado, contratando um bom técnico é não o tal Nazareno Silva, que não deixa nenhuma saudade, assim como seu sucessor e mais badalado Barbieri. Veja só uma coisa amigo, para se fazer um bom planejamento que a meu ver tem de ser a longo prazo, o clube tem que ter bala na agulha,ou seja grana. Coisa que nenhum de nossos clubes diepõe. Porque falo isso, porque basta o treinado montar um boa base e essa base começar a dar frutos, frutos que falo, são vitórias e consequentemente titulos, ai começa aparecer, especulações de outros clubes para contratar o treinado e o melhores jogadores.
      Na epoca de A. Tourinho, por exemplo. Ele conseguio montar uma boa equipe, com reforços regionais e alguns outros jogadores que tiveram passagens com destaque em nossos clubes paraenses, e com as vitórias e titulos que foram acontecendo, começaram a desperta a cobiça de clubes e empresarios, tanto é que levaram, Iarley, Robgol, Welber, Sandro, Magno, Wanderson, ou seja uma espinha dorçal que o glórioso paysandu tinha, devido não ter concistência financeira, e por essas e outras que acho muito díficil nossos clubes conseguir montar novamente equipes como essa do paysandu de 2003 e a do remo de 1994, acho muitodificil mesmo.

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