E o Leão enfim estreou

POR GERSON NOGUEIRA

Erick Flores, atacante do Remo

Com três gols nascidos de tramas coletivas, o Remo passou pelo Itupiranga, ontem, em Parauapebas, apresentando sua atuação mais convincente até aqui no Campeonato Paraense. Pode-se dizer que a 3ª rodada marcou a verdadeira estreia azulina na competição. Os dois jogos anteriores frustraram o torcedor pela falta de organização e baixo rendimento ofensivo.

O primeiro gol aconteceu ainda no início da partida, dando tranquilidade ao time. Aos 21 minutos, uma troca de passes entre Pingo e Bruno Alves desarticulou a marcação e terminou com o cruzamento do volante para a finalização perfeita de Erick Flores, saltando para o cabeceio na pequena área do Itupiranga bem diante do goleiro.

Antes disso, o Remo havia criado duas oportunidades para marcar, com Brenner e Bruno Alves. A entrada de Felipe Gedoz transformou a meia-cancha. Foi a sua primeira partida no Parazão. Com o camisa 10 cuidando da transição, Erick Flores ficou à vontade para atuar como meia-atacante avançado pela esquerda, como é de sua preferência.

Por conta do bom trabalho de criação no meio, Bruno Alves, outra boa figura em campo, foi mais ágil e participativo do que nos jogos anteriores. Quase marcou no final do 1º tempo disparando um chute no travessão.

O fato é que com Gedoz todos passaram a se movimentar mais e o time corrigiu a distância entre meio e ataque. O camisa 10 transitava entre as linhas de marcação do Itupiranga, distribuindo passes e também aparecendo para definir, como no segundo gol, aos 15’ do 2º tempo.

Em contra-ataque rápido pela direita, Bruno Alves se aproximou da área e cruzou, alcançando o meia que corria em direção ao segundo pau. Gedoz se antecipou à marcação e cabeceou no contrapé do goleiro Evandro Gigante. O Itupiranga tentava sair na base da correria, mas falhava na articulação e o Remo recuperava a posse de bola.

Erick chegou a escapar pela direita e entrar na área. Diante de Evandro Gigante, disparou um chute forte e cruzado, mas o goleiro espalmou. Depois foi a vez de Bruno Alves cabecear à meia altura, mas Evandro e a zaga evitaram o terceiro gol azulino.

O terceiro gol, porém, estava amadurecendo e veio de um contra-ataque de almanaque. Paulinho Curuá (que substituiu Uchoa) fez um desarme na intermediária do Remo e lançou Whelton (substituto de Brenner) na esquerda. O atacante avançou e quase na pequena área deu passe perfeito para Bruno Alves deixar o seu.

Exemplo de execução impecável em jogada coletiva, do jeito que Bonamigo sempre cobra. O time rendeu um pouco menos no segundo tempo, talvez pelo desgaste, mas não desistiu de buscar outros caminhos para seguir atacando.

A postura mais agressiva, tanto na marcação quanto nas investidas, sinaliza uma mudança de atitude para um time que só havia feito um gol no campeonato. (Foto: Sandro Galtrán/Ascom Remo)

Lusa acorda, Caeté avança e Tapajós surpreende

A rodada trouxe três outras novidades. A Tuna finalmente acordou no campeonato, aplicando uma goleada de 4 a 2 sobre o Amazônia Independente, na Curuzu. Léo Rosa fez os dois primeiros e Jayme completou o marcador.

O Amazônia chegou a encostar no placar quando a Tuna vencia por 3 a 0. Marcou dois gols aproveitando momentos de desatenção da zaga cruzmaltina. A manhã, porém, era da Lusa. Sem se abalar, correu em busca de mais um gol e assegurou a vitória.

Já o Caeté, um dos estreantes, venceu a segunda partida seguida, superando o Águia de Marabá por 3 a 1. Com o resultado, o time bragantino foi a 6 pontos, ficando um apenas atrás do Remo no grupo C.

Com um jogador a menos, por expulsão, o Tapajós bateu o Castanhal por 1 a 0 no estádio do Souza. O gol, de pênalti, foi de Tharcio.

Com atuação digna, Esmac dá adeus à Supercopa

A inexperiência em confrontos nacionais custou caro à boa equipe da Esmac, ontem, diante do Flamengo pela Supercopa Feminina, no Rio. Os dois gols rubro-negros logo no início decidiram o jogo e comprometeram a atuação das paraenses. No 2º tempo, mesmo perdendo duas jogadoras, a Esmac teve fibra para se defender e evitar um placar mais dilatado.

Apesar das poucas oportunidades de gol e da pressão ofensiva do Flamengo, reforçado com algumas jogadoras da Seleção, a Esmac teve como destaques Luciene Baião e Lora Capanema. A técnica do escrete, Pia Sundhage, prestigiou a partida.

Direto do blog campeão

“Há algum tempo escrevi neste espaço sobre a conveniência de os jogos da Série C serem disputados no sistema de todos contra todos. Do jeito que a coisa se desenhava, um dos grupos poderia ser a Copa do Nordeste II, com inegável favorecimento aos times dessa região. Acho que os torneios envolvendo clubes profissionais devem ser autossustentáveis e deixarem de lado a excessiva dependência financeira dos promotores, no caso, federações e confederações. Isso envolveria mudanças radicais nas administrações de clubes e entidades promotoras e de mentalidade, inclusive de torcedores, imprensa e até de gestores públicos”. Miguel Silva, a respeito da nova Série C

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 07)

Rock na madrugada – Morrissey, “Back On The Chain Gang”

Bastidores do rock

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A cantora/atriz inglesa Marianne Faithfull, musa dos Rolling Stones, fotografada por Terry O’Neil, em 1964.

Na volta de Gedoz, Leão atua bem e mete 3 a 0 no Itupiranga

Felipe Gedoz, meia do Remo, comemora gol contra o Itupiranga

O Remo finalmente fez um jogo convincente no Campeonato Estadual. Em partida válida pela 3ª rodada, derrotou o Itupiranga por 3 a 0, em Parauapebas, e assumiu a liderança do Grupo C, com 7 pontos. Ao contrário das duas partidas anteriores, a equipe de Paulo Bonamigo mostrou iniciativa para buscar o ataque e controlou as ações desde o início do confronto.

Em boa jogada pela direita, Pingo cruzou na medida para Erick Flores cabecear e abrir o placar, aos 21 minutos. Brenner e Bruno Alves perderam oportunidades de ampliar. O Itupiranga chegou com perigo quase ao final desta etapa, com João Vitor entrando na área e chutando para fora. A volta de Felipe Gedoz no meio-campo qualificou o passe e deixou o meio-campo mais próximo do ataque.

Na etapa final, o Remo continuou melhor e passou a explorar os contra-ataques, aproveitando as subidas atrapalhadas do Itupiranga. O segundo gol surgiu aos 15 minutos: Felipe Gedoz cabeceou de peixinho no contrapé do goleiro, aproveitando cruzamento perfeito de Bruno Alves depois de boa assistência de Brenner.

Aos 19′, Gedoz avançou entre os marcadores e lançou Bruno Alves, que bateu em cima de Evandro Gigante. Dois minutos depois, outra assistência de Gedoz e Bruno Alves cabeceou para fora. Aos 24′, Ivanilson arriscou o chute, a bola bateu no braço de Paulo Henrique e o árbitro deu pênalti. Souza cobrou por cima do gol de Vinícius.

Aos 42′, o Leão fechou o placar com um bonito gol, todo construído em passes rápidos em direção à área: Paulinho Curuá (que substituiu Uchoa) roubou a bola no campo de defesa remista e lançou Welthon (que havia entrado no lugar de Brenner). O atacante entrou na área e deu um passe perfeito para Bruno Alves fazer o seu gol.

Na 4ª rodada do Campeonato Paraense, o Itupiranga visita o Castanhal na quarta-feira, dia 9, às 15h30, no estádio Modelão. Na quinta-feira, 10, o Remo vai receber o Tapajós no Baenão, às 20h.

Nas outras partidas de domingo, o Tapajós derrotou o Castanhal por 1 a 0 e o Paragominas venceu o Bragantino por 3 a 2. No sábado, a Tuna goleou o Amazônia por 4 a 2 e o Caeté fez 3 a 1 sobre o Águia.

Dia de torcer pelo talento baionense

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Baião, atleta da Esmac, estará em campo neste domingo (6) contra o Flamengo, em partida válida pelas quartas de finais da Supercopa do Brasil. Transmissão ao vivo na Globo.

CBF trata Série C como xepa

POR GERSON NOGUEIRA

Taça da Série C do Campeonato Brasileiro — Foto: Fernando Roberto/Ituano FC

Há quem veja motivo para comemoração na premiação definida para a Série C 2022. Avalio que os valores correspondem a pouco mais de uma esmola aos 20 clubes participantes – cada um deles ganhando uma cota de R$ 250 mil por participação. Até o ano passado, a coisa era ainda mais constrangedora: os clubes não ganhavam nada.

Desta vez, após forte pressão na acalorada reunião do conselho técnico, sexta-feira, a CBF concordou também em recompensar meritocracia na competição. Vai pagar um prêmio de R$ 400 mil ao campeão, R$ 300 mil ao vice, R$ 200 mil ao 3º colocado e R$ 100 mil para o 4º colocado. Além disso, campeão e vice ganharão um automóvel da Fiat.

Há um lado a ser considerado. A CBF nunca havia pago cota alguma a clubes da Terceira Divisão, embora tenha dado uma migalha (R$ 200 mil) a cada um em 2020 por conta da pandemia. No ano passado, a entidade fez dois aportes de R$ 200 mil como ajuda de custo, ainda devido à pandemia.

Para este ano, os clubes reivindicavam R$ 4 milhões de cota, caso se a Série C fosse disputada em turno e returno (como as Séries A e B). Como ficou definido que a competição será em turno único, queriam receber R$ 1,5 milhão de cota. Um valor mais compatível com as dificuldades vividas pelos clubes participantes.

Só para efeito de comparação, a Série B do ano passado pagou quase R$ 8 milhões brutos de cota para cada clube.

Ao liberar R$ 250 mil de cota para cada participante da Série C, além de mais 1 milhão de meritocracia em rateio, a entidade está disponibilizando um total de R$ 6 milhões para distribuir a todos os clubes, mais dois carros 0km – valor inferior à cota paga a cada clube da Segunda Divisão.

Por tudo isso, não é exagero dizer que a Série C é uma espécie de xepa entre as três divisões principais do futebol brasileiro e a CBF não faz a menor questão de disfarçar essa condição. Para uma instituição cujo orçamento anual gira em torno de R$ 1 bilhão, o que ela destina à Terceira Divisão é pouco mais que uma esmola.

Os 11 clubes que se dispuseram a enfrentar abertamente a má vontade da CBF, entre os quais PSC e Remo, demonstraram dignidade e coragem. Graças a eles, saiu esse agrado financeiro e o campeonato terá uma forma de disputa mais próxima do que se pode considerar justo.

Com formato definido em turno único, Remo e PSC escaparam da condição de principais vítimas da tabela (a partir de deslocamentos insanos caso ficassem no grupo do Sul-Sudeste). Os quadrangulares entre os oito primeiros também parecem menos injustos do que em anos anteriores.

No fim das contas, nem tudo ficou tão bom quanto poderia ser, nem tão ruim quanto normalmente era.

Leão entre a cruz e a caldeirinha

Contra o Itupiranga, neste domingo, em Parauapebas, o Remo tenta se aprumar no campeonato e se recuperar perante o torcedor. As duas primeiras apresentações deixaram uma impressão negativa do time dirigido por Paulo Bonamigo.

Sempre cabe ressaltar que o Remo é o time que mais tem respostas a dar neste Parazão. Tudo porque na edição passada, também com Bonamigo no comando, a equipe surfou na arrogância e acabou entregando de mão beijada um título que era dado como líquido e certo.

Foi tão confusa a campanha azulina que, mesmo invicto e com maior número de pontos, o Leão acabou alijado da decisão devido a um tropeço na semifinal diante da aguerrida Tuna.

Esse passivo continua a pesar na avaliação que o torcedor faz do time atual, com o aspecto agravante de que o rebaixamento da Série B ainda está muito vivo na memória de todos.

Em função de tudo isso, uma campanha decente é o mínimo a ser entregue à torcida, ainda mais com o rival batalhando pelo tricampeonato e com um elenco inteiramente renovado.

A partida contra o Itupiranga adquire ares ainda mais importantes porque o Remo vive situação incômoda no Grupo C, o grupo da morte, dividindo posição com Castanhal e Independente, todos com quatro pontos, e somente um ponto à frente do Caeté.

O retorno de Felipe Gedoz e a entrada de Ronald na lateral esquerda são as novidades da escalação, mas o modelo de jogo deve ser completamente alterado em relação às primeiras rodadas do Parazão. A conferir.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 20h, na RBATV. Participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, as partidas da 3ª rodada do Parazão. A edição é de Lourdes Cézar.

Um clarão de consciência no reino dos alienados

Cria das divisões de base do São Paulo e um dos destaques do Ajax, Antony luta por uma vaga na Seleção Brasileira e foi autor de um golaço na vitória sobre o Paraguai (por 4 a 0), no meio da semana. Na comemoração, o garoto brilhou mais ainda.

Com lucidez rara para quem vive em meio aos alienados da bola, dedicou o gol ao jovem congolês Moïse Kabagambe, brutalmente espancado até a morte em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio. “Pra você, Moïse, nossos pensamentos com você e sua família”, disse Antony.

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 05)

Leão comemora 117 anos de história

Diga 33, torcida azulina! | Remo 100%

O Clube do Remo festeja neste sábado (5) 117 anos de fundação. Uma agenda dedicada à data será cumprida neste fim de semana. O palco é a sede social do clube, que abre as portas para os torcedores de forma gratuita. Das 9h às 13h, haverá piscina de bolinhas e pula-pula para os torcedores mirins. Às 10h, será realizada uma missa em ação de graças.

Outro evento previsto será realizado na loja-conceito, que fica no estádio Evandro Almeida. As comemorações começam às 9h e terminam às 18h, com várias atrações, coquetel e cerveja grátis. Uma promoção especial está sendo oferecida aos torcedores: a cada R$ 250 em compras, o torcedor poderá estourar um balão e concorrer a brindes.

A história do Remo começou no início do século XX, quando o remo era um dos esportes mais praticados no país. No Pará, sete atletas do Sport Club decidiram sair em 1905, após desavenças internas, para montar uma outra equipe, o Grupo do Remo.

O clube passou por uma reorganização em 1911 e, três anos depois, abraçou o futebol como principal modalidade. A partir daí, começou a atrair simpatizantes até se constituir num dos clubes mais populares da Região Norte. Ao longo de sua centenária história, o Remo conquistou um Campeonato Brasileiro (Série C 2005), um Torneio Internacional de Caracas, três Taças Norte, um Norte-Nordeste, 46 títulos estaduais

TERCEIRO UNIFORME

Remo lança terceiro uniforme para a temporada 2022 — Foto: Diego Santos/ Volt Sport

Em meio aos festejos, o clube lança o terceiro uniforme para a temporada de 2022. Em parceria com a marca Volt Sport, a camisa traz o conceito de sustentabilidade e presta homenagem à Amazônia. Predominantemente verde, em alusão à maior floresta tropical do mundo, o uniforme tem a mesma tecnologia da camisa principal, feito também com oito garrafas pets retiradas das águas.

Outro detalhe é um selo especial, que apresenta a marca de uma folha, simbolizando a seringueira e o Ciclo da Borracha, período marcante da história econômica e social do Brasil.

Em meio às festividades, o Remo enfrenta neste domingo, em Parauapebas, o time do Itupiranga. A partida vale pela terceira rodada do Parazão. O Remo é o segundo colocado do grupo C, com 4 pontos.