Há 109 anos nascia o fenômeno Carmen Miranda

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Por Antonio Valentim (*)

O Brasil é um país cujo povo respira música.  Esta terra já produziu inspiradíssimos autores, prodigiosos musicistas e talentosos intérpretes, todos artistas de primeira grandeza, que, por gerações e gerações, vêm encantando, divertindo e fazendo mitigar a dor deste povo. Entre as cantoras, destaco a arte de Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Elza Soares, Elizeth Cardoso, Nara Leão, Elis Regina, Gal Costa, Maria Betânia e muitas outras. Nenhuma delas, porém, destacou-se em nossa história musical como Maria do Carmo Miranda da Cunha, que o mundo conheceu por Carmen Miranda, uma brasileira que não nasceu nem morreu nesta Terra de Santa Cruz.

Carmen Miranda, “A Pequena Notável”, a “Embaixatriz do Samba” e a “Brazilian Bombshell”, nasceu em Marco de Canaveses, Portugal, a 9 de fevereiro de 1909.  No ano seguinte, seu pai, o barbeiro José Maria Pinto da Cunha e sua mãe Maria Emília Miranda, em busca de melhores horizontes, emigraram para o Rio de Janeiro. Maria do Carmo não tinha um ano de idade; Amaro, seu tio, que gostava de ópera, apelidou a menina de Carmen.

Eram tempos bicudos.

Por isso, a necessidade – mãe da invenção – cedo trouxe ares de independência à jovem Carmen. Enquanto seu pai cuidava da barbearia e dona Maria administrava uma pensão, ela, aos 14 anos, empregou-se numa loja de gravatas e, mais tarde, numa chapelaria. Inspirando-se em Olinda, sua irmã mais velha, gostava de cantar o tempo inteiro, mesmo no trabalho, o que ajudava a atrair clientes para a chapelaria, embora os sisudos patrões não aprovassem a ideia. Na pensão, para deleite dos fregueses, ela cantarolava ao servir às mesas. Porém, a clientela da pensão de dona Maria Miranda, que funcionava à Travessa do Comércio nº 13, centro do Rio, sequer suspeitava que aquela mocinha risonha e cantante viesse a se tornar a maior estrela musical do rádio brasileiro, muito menos ainda que Carmen viesse a ser o mais proeminente nome brasileiro a brilhar nos palcos e telas dos Estados Unidos da América, feito que jamais seria repetido por nenhum outro artista deste hemisfério.

Entre a chapelaria e a pensão da família, Carmen queria mesmo era ser cantora profissional. Em 1926, ela ainda não sabia que reunia em si todas as condições que viriam a torná-la uma estrela de máximo brilho, levando-a à fama e à fortuna: era bonita, charmosa, inteligente, extrovertida, independente, de voz melodiosa e sabia cantar. Um dos frequentadores da pensão de dona Maria era o deputado baiano Aníbal de Oliveira, que em 1928 apresentou Carmen ao músico Josué de Barros, também baiano, que trabalhava na Rádio Sociedade Roquete Pinto. No teste que fez ao compositor, em vez do sucesso popular “Jura”, que estava na boca do povo, ela cantou a música do outro lado do disco: a brejeira e quase desconhecida “Chora, violão”. Após a apresentação que fez, a adolescente dirigiu-se cerimoniosa a Josué: “Estou encantada com a maneira como o senhor me acompanhou nesta toada.”

E o modesto Josué: “É que eu sou o autor da letra e da música…”.

Ora, inteligente como era, é muito provável que Carmen já soubesse que Josué de Barros era o autor da canção, por isso a tenha escolhido. Assim conquistava de vez o compositor e produtor musical, que a protegeria, como um pai, nos primeiros passos artísticos.

Veio a década de 1930 e, com ela, o florescimento do rádio, veículo que, protegido pela gestão da ditadura Vargas, invadia os lares da maior parcela da população urbana brasileira, até então carente de entretenimento. E isso a ajudou – o talento na época certa e no lugar certo, o Rio de Janeiro, que era a capital da República e o centro cultural do país. No rádio, o prestígio de Carmen Miranda só era equiparável ao de Francisco Alves, o “Rei da Voz”. Surgiriam então os Cantores do Rádio.

Com as bênçãos de Josué de Barros, a cantora estreou com o samba “Não vá simbora”, do próprio Josué, pela desconhecida gravadora alemã Brunswick. Logo, porém, transferiu-se para a RCA Victor. E foi aí que gravou em 1930 “Taí – Pra você gostar de mim”, de autoria de Joubert de Carvalho, marchinha carnavalesca que vendeu 35 mil cópias, um recorde absoluto numa época em que vender mil discos já era considerado um êxito. Da noite para o dia Carmen era aclamada como a “maior cantora do Brasil”, famosa de norte a sul.

Tanto era seu prestígio artístico que foi a primeira cantora a assinar um contrato de trabalho com uma emissora de rádio, num tempo em que a regra era os artistas receberem um cachê por participação. Entre 1932 e 36, passava a receber da Rádio Mayrink Veiga o extraordinário salário mensal de dois contos de réis. Dos estúdios de rádio para os palcos, e dos palcos para as telas. Tudo foi acontecendo rapidamente na vida de Carmen.

Dançarina, recriou a música brasileira com sua peculiar expressão corporal e facial, recursos que agregavam malícia insinuante às letras musicais, inovações que rapidamente caíram no gosto popular. Logo passou a ser a artista brasileira que mais viajava para o exterior, levando o título de “A embaixatriz do samba”. Já antecipando sua vocação cosmopolita, somente para a Argentina ela e sua irmã Aurora fizeram sete viagens na década. Lá, elas também cantavam tangos e eram conhecidas por “Las Hermanas Miranda”.

Carmen Miranda desenhava seu próprio figurino, tendência que só se concretizaria muito depois em que artistas pop passariam a dispor de equipes de profissionais para cuidar da sua carreira. Na vida privada, Carmen se mostrava sempre divertida e simples; era comum ela contar piadas de papagaio e dizer palavrões contextualizados. Conta-se que Carmen, ao cruzar no corredor da Brunswick com um alemão gordo, tocou-lhe no abdômen avantajado e disse “Chopp, não é?!”. O germânico era simplesmente o diretor da gravadora.

Diante de sua performance e do extraordinário êxito alcançado, não é exagero dizer-se que hoje, comparativamente, Carmen Miranda estaria no mesmo patamar que estrelas consagradas como Madonna e Beyoncé e outras grandes artistas da música pop.

Havia na década de 1930 um calendário musical bem definido e que as gravadoras aproveitavam para lançar seus discos: carnaval, quadra junina e Natal. Na quadra junina, a voz, a ginga e a alegria espontânea de Carmen deram vida às marchinhas “Chegou a hora da fogueira” e “Isto é lá com Santo Antônio”, em dueto com Mário Reis, obras musicais de Lamartine Babo até hoje lembradas.

Em apenas uma década, para a artista convergiram mais de uma centena de compositores – conhecidos e desconhecidos. Entre eles: Joubert de Carvalho, Assis Valente, André Filho, João de Barro, Lamartine Babo, Ari Barroso, Dorival Caymmi, Josué de Barros, Noel Rosa e Synval Silva, bambas que concorriam entre si para terem suas músicas interpretadas por Carmen Miranda, como absoluta garantia de êxito. Cantaram com Carmen duas dezenas de cantores como Almirante, Aurora Miranda, Mário Reis, Francisco Alves, Sylvio Caldas, Luiz Barbosa, além de grupos como os “Diabos do Céu”. Carmen foi acompanhada musicalmente por verdadeiros mestres: Pixinguinha, Benedito Lacerda, Rogério Guimarães, Josué de Barros, Luperce Miranda, Laurindo de Almeida, Luiz Americano, Garoto, e ritmistas como os seis rapazes de ouro que compunham o Bando da Lua.

Em menos de uma década Carmen gravou 281 músicas, sendo duas pela Brunswick, 150 pela RCA Victor e 129 pela Odeon. Nenhum artista, antes e depois de Carmen, teve em tão pouco tempo uma produção musical tão expressiva.

Diante disso, logo o Brasil ficaria pequeno para Carmen Miranda.

Em 1939, nos dias que antecederam o carnaval de 1939, quando se apresentava no Cassino da Urca, estilizada de “baiana”, e acompanhada pelo Bando da Lua, Carmen Miranda chamou a atenção do norte-americano Lee Schubert, um milionário produtor teatral que administrava mais da metade dos teatros da Broadway, sendo ao todo mais de cem teatros nos Estados Unidos. Assediada, Carmen, porém, fiel à sua brasilidade, não concordou em se transferir sozinha para a América do Norte. Fazia questão de levar consigo o brasileiríssimo grupo Bando da Lua, seis rapazes que acompanhavam a artista no Cassino. O mesquinho Lee Schubert não concordava, alegando que havia nos EUA 14 mil músicos desempregados. Carmen, porém, ciente de que nenhum outro músico era capaz de acompanhá-la no samba, ritmos que somente o brasileiro é capaz de executar, bateu pé. Ao final, o ricaço concordou em contratar apenas quatro do Bando da Lua. Os outros dois ficaram sob a responsabilidade de Carmen, que fez gestão junto a Alzira Vargas para o custeio da passagem de navio.

Foi então em 4 de maio de 1939 que Carmen Miranda e o Bando da Lua puderam seguir rumo ao sucesso na Broadway e em seguida a Hollywood, onde mostrariam aos gringos não só “o que a baiana tem”, mas o que os artistas brasileiros tinham (e têm) de melhor, encarnando a nossa brasilidade como ninguém até hoje fez. Iniciava aí a segunda (e exitosa) fase da carreira de Carmen, agora, além de cantora e dançarina, também atriz cômica, consolidando-se com a maior divulgadora da música brasileira.

Houve, porém, outro problema que muito magoou a artista.

Embora a exótica “baiana” tenha agradado aos norte-americanos, Carmen despertou polêmica entre os brasileiros, ao apresentar-se com suas vestes estilizadas e o bizarro arranjo de frutas tropicais que carregava sobre a cabeça – marcas definitivas de sua imagem. Com isso, Carmen Miranda acabaria por expor ao mundo uma visão caricata e estereotipada do Brasil, chegando a ser, por isso, hostilizada pelos intelectuais brasileiros, pois, na verdade, ela mostrava a imagem da mulher sul-americana associada a frutas tropicais, o que reforçava o preconceito dos ianques, que tratavam os países da América do Sul como “repúblicas de bananas”. Essa imagem se tornou a personificação de um exotismo latino-americano genérico, que foi abraçado como singular e peculiar pelo público dos EUA, mas rejeitado como inautêntico pela intelectualidade daqui. brasileiros.

Não era nenhum favor o interesse do magnata estadunidense pela brasileira. Enquanto esteve presa por contrato exclusivo a Lee Schubert, este lhe exigia cinquenta por cento de toda a sua renda em shows e noutros compromissos. Quando a Fox se interessou por ela, Schubert vendeu o contrato por uma fortuna. Ainda assim, logo Carmen compraria uma casa em Beverly Hills, enviando também quarenta mil dólares para a família. Mandou buscar a mãe, dona Maria, para lhe fazer companhia na Califórnia. 

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Mas toda a glamourização, o êxito artístico, a fama e o dinheiro findam por cobrar seu preço. Como dizia o chorinho cantado pela própria artista, “tudo o que é bom, um dia há de acabar”. E a alegria, fruto da espontaneidade, foi aos poucos no espírito da artista cedendo lugar apenas às obrigações públicas, compromissos excessivos que – somados à saudade do Brasil – trouxeram à artista a tensão, a estafa, o desânimo, a infelicidade.

Em 1952, Carmen e sua equipe fizeram uma excursão à Europa. Somente na Itália Carmen apresentou-se em catorze cidades no período de um mês. Viagens de trem, esperas nas estações, recepções, entrevistas e homenagens. Para entrar nos palcos e desempenhar o trabalho que exigia de si mesma, a artista precisava recorrer a anfetaminas – e em intervalos de tempo cada vez menores. Em Helsinque, num almoço oferecido pela embaixada brasileira, Carmen embriagou-se ao ponto de ao despedir-se da embaixatriz, abraçando-a, levá-la consigo ao chão – um vexame sem precedentes.

Queixava-se ela: “Não paro de trabalhar há catorze anos. Minha vida tem sido uma correria dos diabos. No ano passado estive na Itália. Desde que voltei aos Estados Unidos, depois de viagem à Europa, não pude parar, trabalhei demais. Fiquei doente por isso.”

Carmen era infeliz no casamento com David Sebastian – e disso, sob efeito das primeiras doses de uísque, não fazia segredo a ninguém. Embriagava-se e, em instantes, ia do riso às lágrimas com facilidade. Seu casamento com o norte-americano se deu em 1947. Antes disso, Sebastian era um simples auxiliar de produção, enquanto Carmen era artista consagrada, uma das mais bem pagas de Hollywood; mas, com o casamento, Sebastian foi promovido a um voraz e insaciável agente de Carmen Miranda. Ele próprio era também dependente do álcool e costumava humilhar a esposa, levando-a enveredar em direção ao traiçoeiro refúgio da bebida. Esgotada pela exaustiva agenda de compromissos contratuais que Sebastian lhe impunha, Carmen não demorou a usar barbitúricos e outros “remédios”.

O coração de Carmen parou na manhã de 5 de agosto de 1955, aos 46 anos. O Brasil perdia sua maior estrela. Sua voz e sua imagem sorridente, porém, registradas em disco e em filmes com alegres interpretações musicais, coreográficas e teatrais, ficaram para nós como um inigualável legado dessa luso-brasileira, que foi, numérica e qualitativamente, o maior nome musical brasileiro de todos os tempos.

Referências:

JUNIOR, Abel Cardoso. Carmen Miranda: a cantora do Brasil. São Paulo: Helvética, 1978; e CASTRO, Ruy. Carmen: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

(*) Antonio Valentim, entusiasta da Música Popular Brasileira, é capitão da Aeronáutica (R1), graduado em Letras pela Universidade Paranaense,  torcedor do Clube do Remo; é também autor de “O País dos Militares e dos Bacharéis” e de “O Misterioso Crime do Sacopã”, ainda no prelo.

Novorizontino tem interesse em Márcio Fernandes, mas PSC banca o técnico

Jorge Luís Totti/ Paysandu

O Novorizontino quer contratar o técnico Márcio Fernandes, atualmente no PSC. A proposta inicial é de um contrato válido até o fim da temporada. Clube e treinador estão em tratativas desde a semana passada. O Tigre é hoje o lanterna do Paulistão e ainda terá as disputas da Copa do Brasil (enfrenta a Tuna na primeira fase) e da Série B do Brasileiro em 2022. Fontes ligadas ao PSC garantem que o clube desconhece oficialmente as tratativas entre o Novorizontino e o técnico.

Márcio iria para substituir Léo Condé, que foi demitido no último domingo após pouco mais de um ano no cargo. A campanha ruim no Paulistão – quatro derrotas e um empate em cinco rodadas – foi determinante para o desligamento do treinador. Em 2021, Condé foi campeão do Troféu Interior e conseguiu o acesso à Série B do Brasileiro pelo Tigre.

Aos 59 anos, Márcio Fernandes evitou a queda do Santo André no Paulistão 2021 e emendou trabalhos no Londrina e no PSC. Estava praticamente certo com o Londrina para a temporada, mas aceitou a proposta feita pelo PSC. Antes, ele passou por Santos, Vila Nova, Brasiliense, Linense, Remo e Guarani.

O Novorizontino tem pressa em contratar um novo técnico, a fim de tentar escapar do rebaixamento à Série A2 do Paulista. Com apenas um ponto, o Novorizontino é o lanterna na classificação geral. Os dois piores clubes serão rebaixados.

MÁRCIO NÃO SAI, INFORMA PSC

A informação foi confirmada no início da tarde desta segunda-feira (7) em nota da assessoria de comunicação do clube. Ao contrário do que diz a imprensa de São Paulo, que divulgou o interesse do Novorizontino, o Papão afirma que Márcio não recebeu proposta oficial: “O Paysandu Sport Club informa que o técnico Márcio Fernandes procurou a direção do clube para comunicar que foi apenas sondado pelo Novorizontino-SP, mas não recebeu nenhuma proposta oficial”, diz a nota.

Garante ainda que a comissão técnica “está feliz” com o trabalho que vem realizando na Curuzu. “O treinador também reafirmou que está feliz e com o foco totalmente voltado para seu trabalho no Paysandu, bem como o auxiliar-técnico, Marcinho, e o preparador físico, Jayme Ferreira”. Márcio chegou ao PSC no início de 2022. Ele já comandou o Papão em dois jogos e conquistou duas vitórias.

E o Leão enfim estreou

POR GERSON NOGUEIRA

Erick Flores, atacante do Remo

Com três gols nascidos de tramas coletivas, o Remo passou pelo Itupiranga, ontem, em Parauapebas, apresentando sua atuação mais convincente até aqui no Campeonato Paraense. Pode-se dizer que a 3ª rodada marcou a verdadeira estreia azulina na competição. Os dois jogos anteriores frustraram o torcedor pela falta de organização e baixo rendimento ofensivo.

O primeiro gol aconteceu ainda no início da partida, dando tranquilidade ao time. Aos 21 minutos, uma troca de passes entre Pingo e Bruno Alves desarticulou a marcação e terminou com o cruzamento do volante para a finalização perfeita de Erick Flores, saltando para o cabeceio na pequena área do Itupiranga bem diante do goleiro.

Antes disso, o Remo havia criado duas oportunidades para marcar, com Brenner e Bruno Alves. A entrada de Felipe Gedoz transformou a meia-cancha. Foi a sua primeira partida no Parazão. Com o camisa 10 cuidando da transição, Erick Flores ficou à vontade para atuar como meia-atacante avançado pela esquerda, como é de sua preferência.

Por conta do bom trabalho de criação no meio, Bruno Alves, outra boa figura em campo, foi mais ágil e participativo do que nos jogos anteriores. Quase marcou no final do 1º tempo disparando um chute no travessão.

O fato é que com Gedoz todos passaram a se movimentar mais e o time corrigiu a distância entre meio e ataque. O camisa 10 transitava entre as linhas de marcação do Itupiranga, distribuindo passes e também aparecendo para definir, como no segundo gol, aos 15’ do 2º tempo.

Em contra-ataque rápido pela direita, Bruno Alves se aproximou da área e cruzou, alcançando o meia que corria em direção ao segundo pau. Gedoz se antecipou à marcação e cabeceou no contrapé do goleiro Evandro Gigante. O Itupiranga tentava sair na base da correria, mas falhava na articulação e o Remo recuperava a posse de bola.

Erick chegou a escapar pela direita e entrar na área. Diante de Evandro Gigante, disparou um chute forte e cruzado, mas o goleiro espalmou. Depois foi a vez de Bruno Alves cabecear à meia altura, mas Evandro e a zaga evitaram o terceiro gol azulino.

O terceiro gol, porém, estava amadurecendo e veio de um contra-ataque de almanaque. Paulinho Curuá (que substituiu Uchoa) fez um desarme na intermediária do Remo e lançou Whelton (substituto de Brenner) na esquerda. O atacante avançou e quase na pequena área deu passe perfeito para Bruno Alves deixar o seu.

Exemplo de execução impecável em jogada coletiva, do jeito que Bonamigo sempre cobra. O time rendeu um pouco menos no segundo tempo, talvez pelo desgaste, mas não desistiu de buscar outros caminhos para seguir atacando.

A postura mais agressiva, tanto na marcação quanto nas investidas, sinaliza uma mudança de atitude para um time que só havia feito um gol no campeonato. (Foto: Sandro Galtrán/Ascom Remo)

Lusa acorda, Caeté avança e Tapajós surpreende

A rodada trouxe três outras novidades. A Tuna finalmente acordou no campeonato, aplicando uma goleada de 4 a 2 sobre o Amazônia Independente, na Curuzu. Léo Rosa fez os dois primeiros e Jayme completou o marcador.

O Amazônia chegou a encostar no placar quando a Tuna vencia por 3 a 0. Marcou dois gols aproveitando momentos de desatenção da zaga cruzmaltina. A manhã, porém, era da Lusa. Sem se abalar, correu em busca de mais um gol e assegurou a vitória.

Já o Caeté, um dos estreantes, venceu a segunda partida seguida, superando o Águia de Marabá por 3 a 1. Com o resultado, o time bragantino foi a 6 pontos, ficando um apenas atrás do Remo no grupo C.

Com um jogador a menos, por expulsão, o Tapajós bateu o Castanhal por 1 a 0 no estádio do Souza. O gol, de pênalti, foi de Tharcio.

Com atuação digna, Esmac dá adeus à Supercopa

A inexperiência em confrontos nacionais custou caro à boa equipe da Esmac, ontem, diante do Flamengo pela Supercopa Feminina, no Rio. Os dois gols rubro-negros logo no início decidiram o jogo e comprometeram a atuação das paraenses. No 2º tempo, mesmo perdendo duas jogadoras, a Esmac teve fibra para se defender e evitar um placar mais dilatado.

Apesar das poucas oportunidades de gol e da pressão ofensiva do Flamengo, reforçado com algumas jogadoras da Seleção, a Esmac teve como destaques Luciene Baião e Lora Capanema. A técnica do escrete, Pia Sundhage, prestigiou a partida.

Direto do blog campeão

“Há algum tempo escrevi neste espaço sobre a conveniência de os jogos da Série C serem disputados no sistema de todos contra todos. Do jeito que a coisa se desenhava, um dos grupos poderia ser a Copa do Nordeste II, com inegável favorecimento aos times dessa região. Acho que os torneios envolvendo clubes profissionais devem ser autossustentáveis e deixarem de lado a excessiva dependência financeira dos promotores, no caso, federações e confederações. Isso envolveria mudanças radicais nas administrações de clubes e entidades promotoras e de mentalidade, inclusive de torcedores, imprensa e até de gestores públicos”. Miguel Silva, a respeito da nova Série C

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 07)