O voo triunfal da Águia

Tuna Luso comemora classificação para a final do Campeonato Paraense 2021

POR GERSON NOGUEIRA

Com arrojo, determinação e atitude vencedora, a Tuna se classificou ontem à noite para decidir o título estadual da temporada. Foi um jogo disputado em altíssima voltagem. Depois da vantagem inicial do Remo, a igualdade foi arrancada pelos cruzmaltinos nos instantes derradeiros. Nos pênaltis (6 a 5), a estrela da Águia brilhou garantindo a passagem à grande final.

Desde o começo, a Lusa procurou se impor ganhando a maioria das divididas e distribuindo-se em campo com gana e obstinação. O problema estava nos erros de passe, que comprometiam as investidas tunantes e permitiam aos azulinos uma superioridade momentânea, que se consolidou com o gol contra de Dedé aos 11 minutos do 1º tempo.

Uma rápida tabela entre Felipe Gedoz e Marlon confundiu a marcação. No cruzamento baixo, Dedé desviou para as próprias redes. Apesar das reclamações em relação ao lance, o esbarrão do zagueiro no árbitro no começo da jogada não configura irregularidade. A pressão da Tuna, porém, surtiu efeito. As marcações começaram a se inverter, refletindo a insegurança do apitador.

O Remo criou boas situações com Lucas Tocantins e Dioguinho, mas falhava na definição. A Tuna brigava pela bola e subia em bloco, sempre em velocidade. Quase chegou ao gol com um chute de Renan na trave. Depois, obrigou Vinícius a uma grande defesa em cabeceio de Artur.

Na virada para o 2º tempo, o jogo seguiu equilibrado, mas o Remo teve logo uma grande chance com Cariús, aos 6 minutos. Ele passou pela marcação e, diante do goleiro, bateu cruzado, facilitando a defesa.

Vibrante, mas com excesso de vigor por parte da jovem equipe tunante, a partida prosseguia com a Tuna buscando o empate. O Remo contribuiu bastante para isso. O técnico Paulo Bonamigo tirou Dioguinho, Lucas Tocantins e Cariús, lançando Erick Flores, Vinícius Kiss e Renan Gorne. Com isso, enfraqueceu o ataque e permitiu a pressão lusa.

Aos 38’, em cobrança de escanteio, Dedé subiu e tocou para o gol vazio, redimindo-se do gol contra. A zaga remista falhou e o goleiro Vinícius ficou pelo caminho, trombando no tunante Alexandre Pinho. Nos acréscimos, Gedoz bateu falta, Gabriel espalmou, Fredson aproveitou o rebote e o goleiro voltou a defender. Renan Oliveira ainda chutou para as redes, mas estava impedido.

Nos penais, Léo Rosa começou errando, mas a Tuna conseguiu fechar na frente, contando mais uma vez com excelente performance de Gabriel Bubniack, que pegou duas cobranças. O resultado, além de garantir a condição de finalista, dá à Tuna o direito de disputar novamente a Copa do Brasil 2022 – a última que disputou foi em 2008.

Muito além dos erros remistas – que não foram poucos, começando pelas substituições infelizes –, é preciso ressaltar os muitos méritos da Tuna, que cresceu nas últimas rodadas e foi obstinada nas semifinais contra o então favorito (e invicto) Remo. Classificação justa.

Papão supera Japiim e vai em busca do bi

Terminou sob forte emoção um jogo que foi fraco tecnicamente na maior parte do tempo. O empate em 1 a 1 nos 90 minutos, depois que Nicolas perdeu um pênalti, levou a disputa para a série de penalidades aumentando a angústia do torcedor. O Papão foi mais preciso na série extra e derrotou o Japiim por 4 a 2. O resultado, mesmo sofrido, garante a presença dos bicolores na decisão do Parazão 2021.

O primeiro tempo teve muito esforço e pouca inspiração, vários cruzamentos do PSC na área e muita cautela por parte do Castanhal. Com um trio de meio-campo formado por Denilson, Paulinho e Ratinho, o time de Itamar Schulle buscava o gol, embora criando pouco.

A coisa esquentou na etapa final. O Papão foi à frente e passou a pressionar com mais intensidade. Chegou ao gol após um vacilo de Cabecinha, que perdeu a bola na entrada da área para Ari Moura. O atacante dominou e disparou um chute certeiro, no canto esquerdo de Axel Lopes.

O Castanhal mexeu na equipe, colocou Fidélis aberto pela direita e Pecel na esquerda. Após uma sequência de bons ataques, o empate veio pelos pés de Fidélis, aos 15’, que aproveitou uma rebatida errada da zaga bicolor.

Denilson ainda foi expulso, o Japiim aumentou a pressão contra um PSC desarvorado e sem qualquer organização. Nos acréscimos, porém, um passe longo para Ari Moura terminou em pênalti, que Nicolas mandou no travessão. Nas penalidades, o Papão levou a melhor, marcando 4 a 2.

Mesmo com os problemas notados nos 30 minutos finais, quando cedeu espaço ao Castanhal e não teve qualidade na articulação de jogadas, o PSC exibiu um comportamento de time cascudo, que vai em busca de seus objetivos. Superou o trauma do penal perdido por Nicolas e mostrou força emocional para assegurar presença na decisão.

Tese de mestrado mapeia violência nos estádios de Belém

A advogada e desportista Vanessa Egla obteve ontem aprovação no mestrado de Segurança Pública, da UFPA, defendendo um tema muito atual: “Violências nos Estádios de Futebol em Belém do Pará, Brasil: insegurança e implicações para a mulher torcedora”. A pesquisa buscou construir um panorama nacional das mulheres torcedoras e identificar as principais violências sofridas pela mulher nos estádios de futebol.

Algumas constatações do trabalho de Vanessa: 40% da violência sofrida é de natureza sexual; 40% é moral; 15% é patrimonial e 5% é violência física. Além disso, 100 % dos agressores são homens e a totalidade das vítimas não registra Boletim de Ocorrência – 33% por achar que a denúncia não resultaria em nada. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 12)

Na raça, Tuna passa pelo Remo e volta a decidir Parazão depois de 14 anos

Com empate no tempo normal e vitória nas penalidades (6 a 5), a Tuna se classificou para decidir um título estadual depois de 14 anos. A última decisão no Souza e na Curuzu ocorreu em 1970, com duas vitórias cruzmaltinas, por 3 a 2 no Francisco Vasques e 1 a 0 na Curuzu, gol de Gonzaga. A última final com participação da Lusa foi em 2007, quando perdeu para o Remo (4 a 1 e 1 a 1).

Datafolha: Lula lidera e vence Bolsonaro no primeiro e segundo turnos

A pesquisa Datafolha desta quarta-feira (12) sobre as eleições de 2022, que mostra vitória de Lula, com ampla vantagem, tanto no primeiro quanto no segundo turno, apresentou também um recorte que mostra que o petista já estaria abocanhando parte do eleitorado de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro se elegeu em 2018 com apoio massivo dos evangélicos. O presidente, segundo o Datafolha, ainda mantém apoio expressivo deste segmento, com 34% das intenções de voto. Lula, no entanto, já supera Bolsonaro numericamente também nas intenções de voto deste público e soma 35%.

Outro dado do levantamento que merece destaque é que Lula tem mais intenções de voto que Bolsonaro em todas as regiões do país. As regiões em que o presidente tem mais apoio são Centro-Oeste e Norte, onde soma 28% das intenções de voto em cada. Mesmo assim ele é superado pelo petista. No Nordeste, Lula mantém sua base eleitoral forte e atinge 56%.

Já Bolsonaro supera as intenções de voto em Lula entre os empresários. O presidente soma 61%, contra 35% de intenções de voto no petista.

Deputado bolsonarista do Pará afirma ter matado “muita gente” e ameaça parlamentares

O deputado bolsonarista Éder Mauro (PSD-PA), membro da “bancada da bala”, ameaçou deputadas de esquerda nesta quarta-feira (12), durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Aos gritos, o parlamentar tentou interromper as falas das deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Fernanda Melchionna (PSOL-RJ), assumindo que já matou “muita gente” e desejando a morte das congressistas.

“Pode se fazer de vítima, espernear, fazer o cacete nessa porra dessa sessão (…) E vou dizer mais, senhoras deputadas de esquerda: eu, infelizmente, já matei sim, não foi pouco, não, foi muita gente. Tudo bandido. Queria que estivessem aqui para discutir olho no olho. Vão dormir e esqueçam de acordar!”, disparou o bolsonarista, que antes havia chamado Maria do Rosário de “Maria do Barraco”.

Fernanda Melchionna, então, rebateu Éder Mauro. “Engraçado como invertem. As vítimas como se fossem os algozes. Ele disse ‘tomara que durmam e não acordem amanhã’. Se eu não acordar amanhã o Brasil inteiro vai saber, porque fui ameaçada nessa comissão. E a presidente não faz nada, não tirou das notas taquigráficas uma ameaça à vida”, disse a psolista.

E prosseguiu: “Mas não tenho medo de ti. Não tenho medo de torturador. Eu vou acordar amanhã, mas se eu não acordar, tenha certeza que o Brasil viu sua ameaça. Não tenho nenhum problema quando nós divergimos na política, no conteúdo. O que eu tenho problema é a tentativa sistemática de silenciar as mulheres pela condição de gênero. Se vão nos tolher a palavra porque não estamos aí, não se preocupe, vamos estar aí amanhã. Não tenho medo da extrema-direita. Sei que você é perigoso. Tu mesmo confessou que é um assassino”.

(Transcrito da Revista Fórum)