O engodo Witzel, amigo de Bretas e aliado de Bolsonaro

Por Juliana Caminia

Então, Wilson Witzel sofreu impeachment? Quem poderia prever isso?

Ele parecia ser tão honesto…

Não tinha como dar errado, o cara era juiz, homem, branco, hetero, cristão, conservador, meia idade, barba feita. Por acaso, alguém já viu algum canalha com esse perfil? Duvido!

Witzel era a cara da “Nova Política”, que chegou ao poder em todo o Brasil, em 2018.

Não tinha como dar errado, ele era um político do PSC (um partido Cristão, ultraconservador), apadrinhado do pastor Everaldo (aquele que batizou Bolsonaro no Rio Jordão), apoiado diretamente por Flávio Bolsonaro. Como imaginar que um homem desses poderia ser corrupto?

Tudo bem que, na eleição de 2018, foi revelado que Witzel era financiado por Mário Peixoto – empresário denunciado por corrupção na Lava-jato.

Tudo bem que, na mesma eleição, vazou um vídeo do juiz Witzel ensinando outros juízes como receber, indevidamente, a Gratificação por Acúmulo, no valor de R$ 4.000. Pois é, ele não apenas fraudava, ele dava curso ensinando outros juízes a fraudar.

Tudo bem que, ainda em 2018, provaram que ele também fraudava o Auxílio Moradia do Judiciário, no valor de R$ 4.336,00 – valor que ele recebia indevidamente, pois tinha casa própria, no bairro do Grajaú. Como o “cidadão de bem” do RJ poderia imaginar que um juiz ladrão seria também um Governador ladrão? Muito difícil, né?

Não tinha como dar errado: ele odiava a esquerda; prometeu estourar a “cabecinha” de traficantes nas comunidades; disse que jogaria míssil nas favelas; detestava maconheiros; só falava em Bíblia e vivia frequentando igreja para pedir votos. Como o “cidadão de bem” não amaria um homem desses?

Além do mais, Juiz bandido era uma paixão nacional, em 2018. Salve, Curitiba!

Naquele mesmo ano, 2018, os “patriotas” do RJ (orientados por seus pastores) também elegeram Flávio Bolsonaro e o pastor Arolde de Oliveira como senadores; a pastora Flordelis e Daniel Silveira como Deputados Federais e Jair Bolsonaro como Presidente. Na eleição anterior, 2016, o “cidadão de bem”, religioso, já havia eleito Dr. Jairinho para Vereador e Bispo Crivella para Prefeito. Não tinha como dar errado com esse “drem team”!

Mas o diabo é sujo irmãos: Jair está com mais de 400 mil mortes nas costas, é o Presidente recordista de pedidos de impeachment na históriada da República; Flavio está atolado nas rachadinhas; Arolde (negacionista da epidemia) morreu de Covid-19; Flordelis acusada de matar o Marido em conluio com os filhos; Jairinho preso por tortura e assassinato de criança; Daniel preso por atentar contra a democracia; Peixoto, Everaldo e Crivella presos por corrupção; e Witzel impeachmado também por corrupção.

Mas valeu a pena, “patriotas”, vocês podem parecer otários, estúpidos, fanáticos, manipuláveis, mas vocês livraram o RJ e o Brasil do comunismo e do gayzismo que estão dominando o mundo. Graças a vocês, a bandeira ainda é verde-amarela e acabou a mamata da Lei Rouanet. Vocês têm Q.I acima da média, parabéns! Na próxima eleição continuem votando em candidatos de extrema-direita, conservadores, cristãos, comprometidos com a família, contra o comunismo e contra a ideologia de gênero!

Ouça seu pastor e fique atento aos grupos WhatsApp, não tem como dar errado, em 2022.

Olhem a volta, vocês criaram um novo Brasil muito diferente dos tempos do PT – quando pobre se entupia de carne, empregada viajava para a Disney e filhos de porteiros ingressavam na faculdade. Acabou a mamata! Vocês criaram um novo Brasil, onde tudo está muito pior, mas é melhor assim, pois as coisas estão no seu devido lugar.

Fome avança no Brasil, mas lucro do Itaú cresce 63,6% e atinge R$6,4 bilhões

A crise econômica que assola o país, motivada principalmente pela pandemia do coronavírus e agravada com as ações do governo Bolsonaro, não atingiu os bancos. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (4), o lucro líquido do Itaú Unibanco, maior instituição bancária da América Ltina, cresceu 63,6% no primeiro trimestre de 2021, chegando a R$ 6,398 bilhões. No mesmo período em 2020, este lucro foi de R$ 3,9 bilhões. Esse lucro representa um crescimento de 18,7% com relação ao trimestre anterior e está acima das estimativas que vinham sendo feitas por analistas, em torno de R$ 5,82 bilhões.

O balanço também mostrou que, neste primeiro trimestre, a instituição aumentou seu patrimônio líquido em 13,5% com relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 140,369 bilhões, bem como seus ativos totais, que tiveram elevação de 7,2% e agora atingem R$ 2,124 trilhões. Os números favoráveis ao banco contrastam com a realidade da maioria da população brasileira, que vem sofrendo a redução de seu poder de compra diante da disparada do preço dos alimentos e, impactada pela redução do auxílio emergencial, já se depara com a volta da fome.

De acordo com o Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, conduzido pela Rede Pensssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) e divulgado em abril deste ano, a fome atingiu 19 milhões de brasileiros em 2020. A pesquisa também revelou que 116,8 milhões de brasileiros viveram com algum grau de insegurança alimentar nos últimos meses, o que corresponde a 55,2% dos domicílios.

“Balança comercial em abril com crescimento no saldo de 63%, puxado por exportações que subiram 50%, por alta nos preços da soja e minério de ferro e real baixo. Lucro do Itaú subiu 64% no 1º trimestre. Mas o povo sem renda e muitos passando fome. Voltamos as antigas”, constatou a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR). O economista Uallace Moreira, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), também comentou o lucro expressivo do Itaú e questionou: “Crise pra quem?”.

Lucro de R$ 79,3 bilhões

De acordo com estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgado no final de abril, os cinco principais bancos privados brasileiros tiveram lucro de R$ 79,3 bilhões em 2020. O número significa uma queda média de 25,2%. Para tal, foram fechadas agências (quase 1.400, com destaque para o Bradesco) e foram eliminados cerca de 13 mil postos de trabalho.

“Os bancos já estavam em um processo intenso de reestruturação com grande volume de investimentos em tecnologias da informação, tendo como objetivo a melhoria de seus índices de eficiência e a expansão dos negócios com menores custos”, observa o Dieese, e com a pandemia esse processo se aprofundou. “Os balanços divulgados mostraram o crescimento significativo das transações financeiras pelos canais digitais – transferências, operações de crédito e investimentos –, bem como a abertura de grande número de contas de clientes 100% digitais.”

O Dieese lembra ainda que milhares de profissionais do setor foram direcionados ao teletrabalho, ou home office, o que ajudou os bancos a reduzir custos de operação e levou ao fechamento de agências e escritórios. “Esse processo foi acompanhado da extinção de quase 13 mil postos de trabalho, somente em 2020, em plena crise sanitária e econômica, à revelia do compromisso dos bancos de não realização de dispensas, formalizado em acordo de abril de 2020, entre os bancos e o Comando Nacional dos Bancários”, aponta a entidade.

Sobre o poder da criação

POR GERSON NOGUEIRA

Fredson, Ronald, Marlon e Renan Gorne

Remo e Águia se enfrentam hoje, pela terceira vez em três semanas, para o jogo que vai definir o primeiro classificado às semifinais do Campeonato Estadual. Nos dois confrontos anteriores, houve empate no primeiro e vitória azulina no segundo, realizado no último sábado.

Apesar do placar estabelecido na primeira partida, o Remo não parece disposto a correr riscos. Vai para o jogo com a formação titular, com exceção de Lucas Tocantins, que voltou a sentir lesão.

Erick Flores, de atuação promissora em Marabá, deve ser novamente o substituto de Tocantins. Com ele, o esquema remista sofre alteração importante. Deixa de ser eminentemente ofensivo, por perder um atacante agudo, mas torna-se mais estável e robusto no meio-campo.

A criação segue com Felipe Gedoz, que melhora a cada partida, mas Erick passa a ser um parceiro de diálogo nas jogadas de intermediária. Foi assim no sábado, quando ambos chegaram a ensaiar tabelinhas, mesmo sem terem sequer treinado juntos.

Com Gedoz, Lucas Siqueira, Uchoa, Erick e Dioguinho, a meia cancha ganha em poder de criação, chegando perto do modelo que o técnico Paulo Bonamigo pretende que se torne padrão no Remo. Ele nunca escondeu que aposta num time que valorize o passe e surpreenda os adversários com triangulações rápidas.

Para que isso se concretize, será necessário tornar automática a troca de passes em velocidade, em dois toques ou de primeira, como aprecia Gedoz, às vezes até exageradamente. Um bom exemplo disso foi o lance do primeiro gol contra o Águia. Rapidez, precisão e economia na troca de passes, com o objetivo de chegar ao gol.

O desenho da jogada, apesar do detalhe do avanço de dois jogadores na saída, após o toque inicial de Gedoz, revela apuro e treinamento, insistência em repetir e ensaiar. No futebol nivelado de hoje é praticamente impossível abrir janelas para a invenção, mas de vez em quando é possível inovar e surpreender.

Evolução da Lusa é merecedora de aplausos

Apesar de sua importância, a vitória da Tuna sobre o Itupiranga talvez não tenha sido devidamente valorizada. É justo enaltecer a competência técnica do time. Marcar 3 a 0 fora de casa sobre um adversário que tinha a melhor defesa da competição não é para qualquer um.

O triunfo deixa a Tuna a um passo da semifinal. Pode perder até por dois gols de diferença que, ainda assim, passará à penúltima etapa do campeonato. Sem dúvida, um belo salto para a equipe de Robson Melo, que começou tropeçando e custou a engrenar. Chegou mesmo a passar a ideia de que não iria longe.

Agora, apesar dos apelos por respeito ao adversário, aquele típico discurso que o mundo da bola gosta de praticar mesmo contra as evidências, o técnico sabe que somente um desastre tira a Tuna da próxima fase.

Chega embalada por triunfos categóricos, dona da maior artilharia do campeonato – 23 gols – e assistindo ao desenvolvimento de um esquema ofensivo e funcional. Lukinha voltou a tempo de contribuir para que o modelo de jogo fique mais ágil e dinâmico.

Com ele, o ataque todo se beneficia. Paulo Rangel voltou a ter com quem dialogar. Ambos haviam jogado na Segundinha. Lukinha saiu e só voltou com o Parazão já em andamento. Sua entrada no time é uma das explicações para a evolução.

Na partida de domingo, a Tuna uniu a segurança defensiva com a objetividade nas jogadas de frente. Foi uma atuação taticamente irrepreensível, merecedora de elogios e digna de levantar preocupações no provável adversário das semis, o Remo.

Caso confirme presença nas semifinais, a Tuna se habilita a uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, uma de suas metas neste retorno à elite. Por ora, Robson e seus comandados têm todo o direito de comemorar a evolução do time na reta mais importante do Parazão.

Sobre a necessidade de humanizar a segurança

O leitor Salomão Moreira dos Santos encaminha à coluna questionamento pertinente quanto à segurança interna em jogos do Parazão. “Como espectador diário de jogos de futebol, determinados e pontuais comportamentos que se tornaram normais, em minha visão se sobressaem como deslocados em relação ao atual momento de profissionalismo vivido no futebol paraense, brasileiro e continental”.

Observa que, no jogo PSC x Bragantino, no final do 1º tempo, surgiram quatro militares munidos de armas de grosso calibre, escudos e outros equipamentos, mais “condizentes ao enfrentamento em operações contra ações criminosas de grande poderio bélico; mas não ao ambiente esportivo profissional exibido em rede”.

Acrescenta que “mais relevante ainda é constatar que os profissionais envolvidos e suas entidades empregadoras, associações de classe e Federação não se sintam incomodados”.

Ele defende que todos os envolvidos são responsáveis para que, a partir de novos comportamentos, a percepção ligada a tempos selvagens seja mudada e todos possam ser respeitados como profissionais e cidadãos.

“Seria um sonho impossível que os envolvidos fizessem um encontro de todos os profissionais participantes, onde se trouxesse para o consciente desta coletividade tais questões comportamentais e de respeito às regras do jogo e de importância relevante para consolidação do nosso futebol?”.

Salomão finaliza, referindo-se à observação inicial da imagem do policiamento, que a presença de agentes públicos com armas com potencial de letalidade pode (até por acidente) resultar em tragédia desproporcional à necessidade de se controlar eventuais desentendimentos entre atletas.

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 04)

Nadadora baionense do Flu comemora 100 anos de idade

Com uma extensa e vitoriosa carreira de atleta dedicada ao Fluminense, a nadadora master Cândida Gandolpho completa nesta segunda-feira (06/04) 100 anos de vida. Nascida na cidade de Baião, interior do Pará, em 1920, Cândida começou a nadar no Tricolor na década de 1950 e colecionou títulos até sua aposentadoria, em 2010.

Considerada uma das melhores nadadoras do país na modalidade peito, Cândida acabou se afastando das piscinas em 1954, quando se casou e deu à luz sua filha Claudia. O retorno às competições aconteceu somente em 1980, com a criação da Associação Brasileira de Masters de Natação (ABMN), já aos 60 anos. Durante os 30 anos seguintes, a atleta quebrou oito recordes mundiais e recebeu o título de cidadã honorária do Rio de Janeiro e a Comenda do Estado do Pará.

“Cândida ama a natação e o Fluminense. Com gratidão pelas oportunidades que o esporte lhe proporcionou, nadou plenamente, sempre com muita dedicação e jovialidade até os seus 90 anos. Competiu e vivenciou com suas amigas muitas emoções, alegrias e lembranças de viagens inesquecíveis. Hoje, aos 100 anos, continua nos ensinando através de sua existência e força, nos dando oportunidade para nos tornarmos pessoas melhores, quando retribuirmos um pouquinho, todo amor, generosidade e dedicação que recebemos ao longo da vida”, disse Claudia, filha de Cândida, em mensagem enviada ao Fluminense.