Dia: 3 de maio de 2021
O passado é uma parada
Betty Davis, 1940.
Leão vence e faz boa largada
POR GERSON NOGUEIRA

O Remo abriu em alto nível sua participação nas quartas de final, derrotando o Águia por 3 a 1, sábado, em Marabá. O gol de Lucas Tocantins logo aos 18 segundos tornou a situação inteiramente favorável aos azulinos, que chegaram ao segundo gol aos 31 minutos, com Felipe Gedoz. No 2º tempo, o Azulão diminuiu com Echeverría e parecia que o confronto iria ficar dramático, mas, dois minutos depois, Edson Cariús fechou o placar.
A partida se tornou tranquila para o Remo a partir do início arrasador. A forma impetuosa de atuar surpreendeu a zaga adversária. Com tranquilidade e rapidez, os laterais subiam com frequência e Gedoz reinava absoluto no meio.
Antes dos 20 minutos, com o Águia ainda desnorteado, mais três chances claras foram desenhadas. Gedoz cabeceou rente ao poste, Marlon bateu falta tirando tinta e Renan Gorne, lançado em profundidade, entrou livre na área e bateu forte para boa intervenção do goleiro Gustavo.
Aí, de repente, o Águia resolveu sair da inércia explorando chutes perigosos de fora da área. Um com Veraldo e outro com Souza ameaçaram Vinícius. Percebendo a evolução do adversário, o Remo voltou a pressionar e ampliou com Gedoz, escorando cruzamento de Marlon.
Na etapa final, o Águia voltou mais conectado e construiu logo duas situações de grande perigo. Uma com Echeverría aos 9 minutos, batendo à direita de Vinícius. Em seguida, Romarinho passou por Vinícius, chutou rasteiro e Fredson salvou em cima da linha.
Aos 25’, Echeverría recebeu lançamento de Balão Marabá nas costas da zaga, fintou Vinícius dentro da área e chutou para as redes. O Águia ainda se reorganizava quando Tiago Ennes (substituto de Wellington Silva) cruzou para o cabeceio perfeito de Edson Cariús, aos 27’.
Com a vantagem consolidada, o Remo controlou a partida, tendo Gedoz, Erick Flores, Uchoa e Lucas Siqueira mais fixos. Bonamigo ainda botou Pingo para povoar a entrada da área. As faltas começaram a ganhar destaque, a bola não rolava mais e o jogo terminou feio.
Papão joga mal e lucra com empate sem gols
Sem inspiração, o PSC manteve a rotina de atuações apagadas. Empatou com o Bragantino sem gols, numa partida em que o time da casa foi melhor. Mauro Ajuruteua perdeu duas grandes chances no final. Pior ainda foi a explicação de Itamar Schulle para a pífia atuação: o campo ruim.
Recuado de início, o Bragantino superou as limitações técnicas com muito empenho, correria e forte presença defensiva. Artur Oliveira, recém-chegado ao clube, deu ordenação e sentido competitivo ao time.
Com todos os titulares, o PSC foi um time hesitante, pouco agressivo e errático na movimentação de meia cancha, onde Ruy voltou a ser figura meramente decorativa. O crônico problema da falta de criatividade voltou a punir a linha de ataque, acionada raras vezes.

Igor Goularte e Nicolas brigavam sozinhos na frente. Jhonnatan, o mais lúcido do meio-campo, também produziu pouco, preocupado em marcar Túlio e Cris Maranhense.
Goularte recebeu bola limpa na área aos 34 minutos, mas girou e chutou longe do gol. O Bragantino se resguardava ao máximo, cuidava da marcação sobre Nicolas e errava nas tentativas de contra-ataque.
O empate sem gols foi um reflexo da baixa produtividade técnica e as duas jogadas mais lúcidas foram conduzidas por Mauro Ajuruteua. Aos 36 minutos, ele avançou pela esquerda, passou com facilidade por Perema, encobriu o goleiro, mas a bola escapou e a zaga colocou para escanteio.
Aos 45’, em nova arrancada fulminante, Ajuruteua partiu para cima dos zagueiros, levou a melhor e entrou na área em condições de definir, mas ao ajeitar a bola para o pé direito o disparo saiu torto.
Deco Jr., goleiro do Bragantino, defendeu apenas uma bola (fácil) no primeiro tempo. Depois disso, não sofreu mais incômodo. As manobras da equipe do PSC se limitavam ao entorno da área, sem jamais infiltrar.
Nova atuação decepcionante do PSC, após 11 partidas sob o comando de Itamar Schulle. Todos os jogadores já foram testados, mas o time não consegue jogar organizadamente.
Insegura, arbitragem bate recorde de cartões
De todas as decisões de Joelson Nazareno Cardoso à frente de Águia x Remo, sábado, a mais acertada foi a expulsão do atacante Romarinho, que aproveitou a entrevista pós-jogo para criticar duramente a arbitragem em termos ofensivos, chegando a chamar Joelson de “bandido”. O árbitro acertou em dar o cartão vermelho, fato citado na súmula do jogo.
O trio errou muito. Não viu que dois jogadores do Remo avançaram antes da saída de bola. Errou ao não assinalar falta de Marlon no segundo gol do Remo. Seguiu errando ao não dar pênalti de Gilmar em lance com Gedoz e ao não expulsar o volante Souza por agressão a Cariús.
Joelson é um dos mais experientes e qualificados árbitros do futebol paraense. Sofre o desgaste físico – como seus colegas – de jogos seguidos. Não serve como desculpa, mas é fato que afeta o rendimento.
Tuna arranca grande vitória fora de casa
A Tuna brilhou ao estrear nas quartas de final. Anulou o azarão Itupiranga, fazendo dois gols nos instantes derradeiros do 1º tempo, em Marabá. No segundo tempo, chegou ao terceiro gol e praticamente garantiu classificação, pois pode perder até por dois gols no jogo de volta.
O novo e categórico triunfo dá confiança ao time luso, que experimenta evolução no momento certo, na reta final da competição.
Na outra partida, Castanhal e Independente empataram em 1 a 1 em jogo muito equilibrado.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 03)
Volante pode fazer estreia já nesta terça-feira
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Contratado na semana passada, o volante Vinícius Kiss pode ser a novidade no time do Remo na partida desta terça-feira, pelas quartas de final do Parazão, diante do Águia de Marabá. O jogo está previsto para 19h, no estádio Evandro Almeida. Aos 32 anos, Kiss, que estava disputando o Paulistão A1 pelo Botafogo de Ribeirão Preto, está pronto para atuar, dependendo exclusivamente do técnico Paulo Bonamigo. Com experiência em todas as funções do meio de campo, como primeiro e segundo volante e jogando de forma mais avançada, Vinícius diz que se adapta bem às necessidades da equipe.
“Eu me encaixo no que o professor pensa de jogo. Já joguei como primeiro volante. Em 2017 subi, para a Série A, jogando como primeiro volante no Paraná Clube. No ano seguinte, no Coritiba, já saía mais para o jogo, como segundo volante e tenho essa facilidade de jogar no meio de campo, tanto mantendo um posicionamento de defesa, como dando essa ajuda na transição e armações das jogadas. Não me considero um jogador com características de pitbull, porque o jogador com essa característica está perdendo espaço no futebol. Hoje vivemos um jogo mais jogado, onde todos precisam saber fazer a correta iniciação de jogadas”.
Sobre o desafio de conquistar um lugar no time titular do Remo, Kiss afirma que está treinando diariamente para buscar espaço. “Observei (contra o Águia) que temos uma boa equipe. Começamos num ritmo muito forte na partida, com um gol aos 11 segundos e ficou mais propício para nosso controle de jogo, o que culminou com uma vitória no final. Conseguimos uma boa vantagem. Não decidindo a partida porque eles têm uma boa equipe, mas uma boa vantagem. Vou buscar meu espaço. Todos trabalham para jogar, ter sua vaga entre os 11 titulares, mas sempre com muito respeito e respeitando as opções que o professor fizer”, disse. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)
Rock na madrugada – Blitz, “O Beijo da Mulher Aranha”
O passado é uma parada
Diego Maradona pisa no gramado do estádio José María Minella, em Mar del Plata, com a camisa de seu amado Boca Juniors. O jogo era um amistoso de verão com o Racing.