SBT vai transmitir com exclusividade a Copa América 2021

Seleção comemora gol de Gabriel Jesus na semifinal da Copa América 2019: edição de 2021 é do SBT - Pedro Ugarte/AFP

O SBT oficializou na noite desta terça-feira (18) a transmissão com exclusividade em TV aberta da Copa América 2021. O anúncio foi feito durante o telejornal “SBT Brasil”, o principal informativo da emissora de Silvio Santos, assim como aconteceu na confirmação da UEFA Champions League. O torneio será realizado nos meses de junho e julho com a participação de 10 seleções.

A emissora de Silvio Santos promete exibir 11 partidas – o jogo de abertura e mais confrontos da seleção brasileira na primeira fase e no mata-mata. Caso o Brasil seja eliminado até as quartas de final, o acordo contempla as semifinais e a final, o que seria algo inédito na TV aberta.

O SBT também ficará responsável pela produção e exibição de um pay-per-view da competição na TV por assinatura, em parceria com a Conmebol. A venda do pacote era uma prioridade para a empresa japonesa que gerencia a Copa América. (Com informações do UOL)

Êxito tunante ajuda dupla Re-Pa

POR GERSON NOGUEIRA

A surpreendente arrancada da Tuna no Parazão, cantada em prosa e verso desde que eliminou o Remo nas semifinais, é indiscutivelmente um grande acontecimento para a vida do tradicional clube luso-paraense, que, em 118 anos de história, raras vezes empolgou tanto com um futebol ágil, intenso, moderno e bem jogado. Ocorre que não é apenas a Lusa a beneficiária deste êxito. A dupla Re-Pa tem muito a ganhar com tudo isso.

Por incrível que pareça, o excelente trabalho de Robson Melo à frente da Tuna está contribuindo para que remistas e bicolores repensem seus planejamentos para o Campeonato Brasileiro que se aproxima.

Robson Melo, treinador da Tuna — Foto: Matheus Vieira

O PSC foi o primeiro impactado diretamente pela vertiginosa campanha cruzmaltina. Depois da goleada de domingo, ainda atordoada pelo baile aplicado pela Tuna, a diretoria alviceleste tratou de tomar uma atitude que vinha adiando há semanas. Demitiu o técnico Itamar Schulle, a fim de diminuir os danos na preparação para a Série C.

Ainda não se sabe quem será o novo técnico do Papão. As especulações incluem Márcio Fernandes, Givanildo, Paulo Roberto e até Mazola. Mais importante mesmo a essa altura é a determinação em mudar de rumos, consciente de que o caminho até agora trilhado é um tremendo equívoco.

Além de Schulle, uma barca de atletas trazidos por ele e pelo executivo Ítalo Rodrigues deve desatracar da Curuzu logo depois da final de domingo. Paulinho, Alisson, Robinho, Ratinho, Rui e até Bruno Collaço estão na mira. A lógica é simples: para contratar reforços, jogadores do elenco devem ser dispensados.

Do outro lado da avenida Almirante Barroso, a outra vítima da intrépida Águia Guerreira se movimenta em silêncio, mas não ficou indiferente à necessidade de uma revisão de planos. Mesmo sem admitir, a diretoria mostra preocupação com o rendimento do time.

A eliminação de um torneio que era considerado quase favas contadas ainda não foi assimilada. Ao participar de um debate na Rádio Clube, domingo à tarde, o presidente Fábio Bentes admitiu o abatimento com a frustrante e inesperada saída do Parazão.

Dois novos reforços já foram anunciados ontem. Suéliton e Rafinha. Um zagueiro e mais um atacante de lado. Nos próximos dias, mais três jogadores serão anunciados, provavelmente mais dois defensores e outro atacante. Há uma clara insatisfação com o poder de decisão do time.

O Remo talvez não se mexesse se continuasse na disputa. A necessidade de mudanças ficou exposta com a pífia participação na semifinal. Perder a vaga de finalista para um time de baixo investimento e sem contratação de vulto ligou todos os alertas no Evandro Almeida.

E que ninguém se iluda. Toda essa movimentação no Baenão e na Curuzu vem em consequência direta do efeito que a Tuna causou também sobre as duas maiores torcidas do Estado, angustiadas por ver que seus times estão – a duas semanas do Brasileiro – em nível muito abaixo do esperado. (Foto: Matheus Vieira)

Gol de Alisson ajuda a explicar o fascínio pelo futebol

Quando o goleiro Alisson se apresentou na área do West Bromwich para tentar o cabeceio no minuto final da partida, domingo, pela Premier League, a cena parecia a repetição daquele desespero próprio dos goleiros quando o jogo já está perdido.

Pois não é que desta vez deu certo? Os deuses do futebol – só isso explica a feliz coincidência – fizeram com que a bola colocada na área escolhesse justamente a cabeça afortunada do brasileiro, que saltou para o cabeceio entre dois zagueiros adversários.

A testada saiu firme, como se tivesse sido dada por Baltazar ou Pelé. A bola foi desviada em direção ao canto esquerdo da trave, sem chances para o goleiro do West Bromwich. Um lance típico de centroavante, executado por um goleiro.

Além de raro, o lance reuniu toda a emoção de ter ocorrido no último suspiro, quando não havia mais qualquer esperança para o Liverpool. A vibração que se apoderou do técnico Jürgen Klopp e dos demais jogadores, abraçados ao goleiro por minutos, atesta a grandeza do momento.

O futebol parece escolher essas ocasiões para explicar porque é tão amado e fascinante.

Olimpíada: teimosia embalada pela ambição

Nunca entendi como o Japão marchou, irredutivelmente, em defesa da realização dos Jogos Olímpicos neste ano, mesmo com a pandemia do novo coronavírus ainda assolando o planeta. Definitivamente, é uma decisão que não combina com a mítica sabedoria da sociedade nipônica.

É óbvio que manter os Jogos constitui uma teimosia sem tamanho, beirando a irresponsabilidade. Um ato de desumanidade que tem na ganância financeira a única justificativa. Os gordos contratos de televisionamento e patrocínio falam mais alto que os protocolos sanitários.

Ontem, porém, uma pesquisa revelou que 83% da população se manifesta contra a realização da Olimpíada. O motivo é simples: na sexta-feira, o estado de emergência no Japão foi ampliado. Uma quarta onda de contágios do novo coronavírus ameaça o país.

O crescimento do número de casos pressiona o sistema de saúde, e as autoridades do setor alertam para a falta de recursos e a exaustão dos funcionários. A pesquisa foi feita pelo jornal “Asahi Shimbun” e mostra que 43% dos entrevistados desejam o cancelamento dos Jogos e 40% defendem novo adiamento.

Segundo uma outra pesquisa, da agência Kyodo, publicada no domingo, 59,7% dos entrevistados são favoráveis ao cancelamento. O medo da população decorre do risco de que a presença de delegações de vários países amplie a propagação do vírus. Só as autoridades parecem indiferentes a esse medo. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 18)