Portaria publicada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional reconhece o estado de calamidade pública no Amapá. O problema do estado se arrasta desde 3 de novembro, quando um incêndio no transformador de uma subestação de energia deixou 14 das 16 cidades do estado sem luz.
O estado ficou, no ponto inicial, com mais de 80 horas sem energia elétrica e a população até hoje enfrenta fornecimento limitado, em sistema de rodízio, que falha.
A portaria foi publicada no dia 21, no Diário Oficial da União. O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, reconheceu o estado de calamidade pública no Amapá por procedimento sumário.
O Amapá já estava em estado de emergência quando o governo repassou recursos de R$ 21,5 milhões para o aluguel de geradores e a compra de combustível.
O estado de calamidade dá mais segurança jurídica e permite ao governo federal antecipar pagamentos de aposentadorias e benefícios assistências, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e Bolsa Família.
Estima-se alguma normalidade para o estado, com a volta da carga completa de energia, em 26 de novembro.
Foram mais de 12 anos de convivência profissional, na redação do DIÁRIO. Um grande repórter fotográfico, nascido corintiano em São Paulo e azulino apaixonado no Pará, Ney tinha uma bela família e se estabeleceu em Castanhal nos últimos anos, após deixar o jornal. Politizado, era um leal seguidor do presidente Lula.
A notícia de sua partida, ocorrida neste domingo (22), após meses de convalescença, consternou a todos os seus amigos e companheiros de trabalho. Que Deus o receba em sua Glória.
O PSC foi cirúrgico. Três chances, três gols. A vitória começou a ser construída logo aos 3 minutos de jogo e foi definida aos 3 e 10 minutos do segundo tempo. Mesmo sem fazer uma exibição primorosa, o time foi organizado e focado, aproveitando as mínimas oportunidades surgidas. O Ferroviário tentou equilibrar na primeira metade, mas desabou por completo – inclusive fisicamente – na etapa final.
A vantagem estabelecida logo de cara, em finalização de Marlon após cruzamento de Bruno Collaço no segundo pau, surpreendeu o Ferroviário. Foi uma situação parecida com a da vitória sobre o Treze-PB, quando o gol saiu logo no primeiro minuto.
Com 1 a 0 no placar, o PSC passou a jogar sem pressa. Adotou uma postura mais cadenciada e segura, sem permitir chances ao ataque do Ferroviário. As duas chegadas mais agudas, com André Mensalão e William Lira, foram bem neutralizadas pela defesa e pelo goleiro Paulo Ricardo.
O visitante trocava passes sem objetividade, sem acelerar as jogadas ou pressionar a última linha do Papão. Do lado bicolor, Uchoa e PH arriscaram chutes de fora da área, mas o ataque não organizou mais nenhuma tentativa bem sucedida contra o gol de Nicolas.
Veio a segunda etapa e aí o PSC foi impecável no aproveitamento das chances. Novamente aos 3 minutos, Marlon balançou as redes. A jogada nasceu de um passe vindo da defesa bicolor. O atacante estava aberto pela esquerda, recebeu a bola e avançou. Errou a finta, mas a bola voltou e ele bateu rasteiro para o fundo do gol.
A partida foi decidida aos 10 minutos, quando Collaço foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. A bola chegou a Vítor Feijão, que encheu o pé e acertou um chute cruzado, indefensável. PSC 3 a 0 no placar e absoluto em campo.
O adversário mexeu na equipe, trocou atacantes, mas o cenário continuou exatamente igual. Quando o Ferroviário subia e se aproximava da área investia em cruzamentos tortos ou chutes precipitados. O nervosismo e a ansiedade foram minando a equipe.
A partir dos 30’, o Papão teve seguidas oportunidades para chegar ao quarto gol, aproveitando os erros de passe e os espaços deixados pelo Ferroviário. A melhor tentativa foi com Luiz Henrique, que conduziu a bola pelo centro e chutou forte, com perigo para Paulo Ricardo.
A aparente facilidade do jogo veio da disciplina e concentração do PSC, que buscou o ataque desde o início e foi extremamente preciso nas finalizações, fazendo gols logo no início dos dois tempos, o que sufocou qualquer pretensão do Ferroviário. O time cearense, bastante modificado nas últimas rodadas, não mostrou intensidade e nem forças para reagir.
Com a derrota, o Ferrão está fora da briga pela classificação e corre riscos de queda, embora tenha o Imperatriz como adversário na próxima rodada.
O Papão dá um passo importantíssimo, chega a 25 pontos e passa a depender de uma vitória sobre o Botafogo-PB na próxima rodada, em Belém, para passar à fase de grupos da Série C. Continua a depender exclusivamente de suas forças para avançar. (Fotos: Jorge Luiz/Ascom PSC)
Com gols e desembaraço, Marlon faz esquecer Vinícius Leite
Um jogador que chega com pinta de predestinado. Marlon, que marcou um gol logo na estreia contra o Imperatriz, fez mais dois ontem e se candidata instantaneamente a novo ídolo da torcida alviceleste. Gols importantes, decisivos e que abrem caminho para a classificação.
Rápido, bom finalizador e com aquela faísca de oportunismo que tanto fazia falta ao ataque do PSC nesta Série C. Para quem se agoniou com a saída de Vinícius Leite, que era um dos destaques ofensivos do time, a entrada de Marlon representa um sopro de renovação.
Sem muita badalação, ele chegou, entrou no time e agradou em cheio. Uma raridade no futebol paraense, onde normalmente os recém-contratados custam a se adaptar e mostrar qualidade, vide o exemplo de Felipe Gedoz no Remo.
Caso mantenha a média, Marlon tem tudo para ser o grande nome do Papão nas últimas rodadas e na fase de grupos. Além da habilidade com a bola nos pés, ele mostrou virtudes táticas, voltando sempre para marcar e ajudar Collaço pelo lado esquerdo da zaga.
Uma contratação que deve ser creditada à diretoria de Futebol, normalmente muito criticada por erros acumulados na temporada.
Resultados da rodada aumentam pressão sobre o Leão
O Remo tem hoje a segunda das quatro oportunidades de garantir a classificação. A primeira foi desperdiçada dentro de casa, diante do Santa Cruz, na rodada passada. Contra o Botafogo-PB, em João Pessoa, a postura terá que ser inteiramente diferente das últimas visitas que o Leão fez na competição.
Sob o comando de Paulo Bonamigo, o time ainda não venceu fora de Belém. O máximo que conseguiu foi o empate diante do Vila Nova. É chegada a hora, por força da necessidade, de conquistar uma vitória.
Depois dos resultados da rodada, o Remo caiu para a terceira posição, com 26 pontos, pressionado por PSC (25) e Manaus (23). Mais importante: a equipe de Bonamigo entrará em campo sabendo que alcançar 28 pontos já não asseguram a classificação.
É cada vez mais provável que 29 pontos será a pontuação mínima para ir à fase que definirá o acesso. Diante disso, o Remo passa a ter que conquistar três pontos nos próximos três jogos – Botafogo, Manaus e PSC. O grande problema é que Manaus e PSC são concorrentes diretos.
Para o confronto com o Belo, o Remo terá praticamente todos os titulares, com exceção de Hélio Borges, suspenso, e Tcharlles, lesionado. As dúvidas se localizam no meio-campo e na linha ofensiva. Eduardo Ramos no meio ou na frente, Gedoz ou Carlos Alberto na criação, Wallace ou Gustavo Ermel na esquerda, Djalma como substituto de Hélio?
Bonamigo não antecipa escalação, mas é provável que Ramos seja o organizador e o ataque tenha Djalma/Eron, Salatiel e Ermel/Wallace.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 23)
A pandemia, que já causou 170 mil mortes no Brasil, ameaça o futebol de novo. Cinquenta atletas estão contaminados e não jogarão neste fim de semana. Só o Palmeiras tem 19 baixas. Nada que não fosse possível prever. A primeira onda paralisou as competições por quatro meses e a pressa em retomar a falsa normalidade levou os clubes a voltarem de peito aberto.
Em agosto tudo já funcionava como antes, com exceção do público, felizmente mantido longe. Não por falta de esforço da Federação do Rio, apoiada por Flamengo e Vasco, pelo retorno imediato das torcidas.
Por sorte, a CBF teve um rasgo de ponderação e não embarcou na onda, mas a volta das competições não veio acompanhada do rigor que se pregava no período de elaboração dos protocolos. Depois de muitos casos detectados em setembro, tudo parecia mais calmo até meados de outubro.
Nas últimas semanas, a segunda onda que varre a Europa estendeu-se de novo às capitais do Sudeste, reabrindo a ameaça de nova devastação sobre a precária estrutura de saúde no país. O que ocorre com o futebol é quase uma prévia do que pode vir por aí atingindo a população em geral.
O pouco caso e a retórica negacionista das autoridades federais são pilares da desgraça que se abate sobre milhares de famílias. O futebol, manifestação popular que também é um negócio lucrativo, quase cedeu à tentação obtusa de reabrir os estádios para o público.
A fuga de ideia chegou a ser defendida pelos clubes paraenses, acossados pelos aperreios financeiros. A realidade, porém, fala mais alto e obriga a cultivar o bom senso. O atual desassossego na Série A mostra que a retomada foi precipitada e que a possibilidade de normalização plena só virá depois que a vacina chegar.
Papão fortalecido e consciente da obrigação de vencer
Com 22 pontos acumulados, o PSC precisará somar mais 6 para se classificar à 2ª fase da Série C. Pode obter esses pontos em dois dos três jogos que restam, todos em Belém, contra Ferroviário, Botafogo e Remo.
O que parece uma facilidade pode se voltar contra as pretensões da equipe. A campanha é curiosa. A maioria dos pontos foram conquistados fora de casa (quatro vitórias, 12 pontos). Será necessário inverter essa lógica.
A primeira batalha será contra o Ferroviário, hoje, na segunda partida sem Vinícius Leite. A ausência dele diante do Imperatriz não foi tão notada porque o PSC definiu o jogo no 1º tempo. A atuação, porém, foi morna, quase em ritmo de treino.
Diante do Ferrão, o Papão não pode ser tão passivo e desinteressado. Vencer é obrigação. A consciência dessa responsabilidade é tão importante quanto a estratégia de jogo. Marlon, que estreou bem, deve ser efetivado como substituto de Vinícius e parceiro de Nicolas no ataque. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)
Um acordo que resiste até a ofertas europeias
A situação de Nicolas no PSC é curiosa. Assediado por outros clubes, o atleta de 31 anos optou por ficar na Curuzu, respeitando acordo contratual firmado depois da quarentena. Pelas palavras do diretor Felipe Albuquerque a uma emissora de rádio, a decisão ganha contornos ainda mais admiráveis, pois recebeu propostas irrecusáveis.
Além do Sport-PE, que oficializou proposta por Nicolas, outros clubes, inclusive da Europa, tinham interesse em levar o artilheiro bicolor. O mais impressionante foi a oferta vinda da Alemanha, que representava sete vezes mais do que o jogador recebe no PSC. Palavra de Felipe Albuquerque.
Ninguém há de duvidar, obviamente, embora o futebol europeu seja hoje inteiramente refratário a jogadores acima da faixa de 25 anos. O foco dos clubes das ligas mais importantes, como a alemã, é nos jovens atletas.
Felipe garante que a diretoria convenceu Nicolas a ficar. Esticar o contrato por dois anos e meio revelou-se uma estratégia acertada. Por outro lado, o fato de estar bem adaptado a Belém e viver na Curuzu a melhor fase de sua carreira talvez tenha pesado na decisão do ídolo bicolor.
O executivo confirmou ainda que o vínculo de Nicolas com o Papão, válido até dezembro de 2022, tem multa rescisória de R$ 5 milhões, seguramente a mais alta entre atletas das Séries B e C.
Bola na Torre
O programa tem comando de Guilherme Guerreiro, a partir das 22h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em destaque, as Séries C e D. A direção é de Toninho Costa.
Título nacional azulino quase passa em brancas nuvens
O Remo festejou discretamente na sexta-feira (20) o 15º aniversário da conquista do título da Série C 2005, o mais importante da centenária história da agremiação. Nossos clubes têm pouco apego a seus feitos, parecem pensar sempre no que virá, desprezando o que já foi conquistado.
De toda sorte, a vitória sobre o Novo Hamburgo na rodada final confirmou a boa campanha do time dirigido por Roberval Davino, contando com o suporte da diretoria presidida por Raphael Levy.
O veterano Maurílio encabeçava um elenco recheado de bons jogadores, muitos daqui mesmo, como Landu, Márcio e Marquinho Belém. Uma mescla extremamente bem sucedida de valores locais e importados.
O rei sem noção
E, justo no Dia da Consciência Negra, quando um negro era massacrado no Carrefour, Edson traiu Pelé outra vez.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 22)