Os pontos pouco claros do ataque americano

Há vários tópicos ainda obscuros no bombardeio e assassinato do general Soleimani por parte dos EUA.

Aqui vão alguns deles:

1. POR QUE DONALD TRUMP – que faz um governo muito menos agressivo militarmente que o de Obama – decidiu esse ataque? Lembremos as agressões armadas dos três últimos mandatários do Império: Clinton (Balcãs, Iraque, Afeganistão e Sudão), W. Bush (Afeganistão e Iraque) e Obama (Iraque, Líbia e Síria).

2. O ATUAL PRESIDENTE DOS EUA não realizou até agora nenhuma ação militar de monta. Ao contrário: foi o primeiro presidente dos EUA a abrir negociações diretas com a Coreia do Norte e começou uma retirada de tropas do Oriente Médio. O que ele fez de agressivo se deu no jogo pesado da diplomacia: ampliação do cerco econômico a Cuba, Venezuela e Irã, aumento das pressões contra a China e ataques e boicotes a organismos da ONU.

3. A CAMPANHA ELEITORAL explica tudo? Numa ação desse tipo é preciso ver o recado que o agressor quer transmitir à região atingida e ao mundo. Possivelmente é o de que não há como se esconder dos ataques cirúrgicos dos EUA. Com base nas primeiras informações de ontem, pensei que o aeroporto de Bagdá fora destruído. Olhando as fotos, vi que não se trata disso. O drone alvejou os carros com seis ou sete mísseis certeiros e só. Ou seja, mira-se um alvo com precisão milimétrica e este é eliminado. Pergunta adicional: de onde decolou o artefato?

4. AS PROCLAMAS ALTISSONANTES das autoridades iranianas me parecem mais jogo de cena. Qual a real possibilidade de haver uma retaliação diante de um poder bélico desproporcionalmente maior? Fecharão o estreito de Ormuz? Tecnicamente, não é complicado bloquear uma distância de 54 km. Politicamente é. Contarão com apoio regional?

5. PARA ALÉM DAS NOTAS DE SOLIDARIEDADE, Rússia e China tomarão alguma atitude? Aqui não há risco iminente à segurança energética chinesa, semelhante à que haveria diante de uma hipotética queda de Nicolás Maduro. Os interesses sino-russos são de natureza geopolítica, mas não têm a mesma base de interesses que tais países têm na Venezuela. Ali, parte da PDVSA e das reservas do óleo no subsolo são chinesas e a Rússia tem seu principal show room da indústria bélica no Ocidente.

6. SE ESTIVÉSSEMOS DIANTE DE PURA VINGANÇA à morte dos 26 americanos há alguns dias, a retaliação – ou aviso – poderia ser realizada numa ação contra uma base militar ou a um poço de petróleo. Não. O ataque foi personalizado na cúpula do poder iraniano, em terras iraquianas (parece haver um sentido duplo aqui). Aqui valeu a máxima maquiavélica: fazer o mal de uma só vez. E fazer um mal de dimensões gigantescas.

7. NANCY PELOSI – a presidenta democrata da Câmara – condenou o ataque. É algo digno de nota. Mesmo sabendo de quem se trata, não parece estar havendo uma união nacional contra o inimigo externo nos EUA. Este tem sido o maior objetivo interno das intervenções estadunidenses pelo mundo no último século. Como fica a opinião pública? E na comunidade internacional? Como ficam os aliados da Otan?

Talvez saibamos grande parte das respostas nas próximas horas.

Botafogo enfrenta problemas para registrar clube-empresa na CBF

Por Rodrigo Mattos

O projeto de clube-empresa do Botafogo enfrenta um entrave na questão da transferência do registro na CBF da associação para a nova firma – isso inclui vagas em campeonatos e contratos de jogadores. Pelas regras atuais, isso é impossível até o final do Brasileiro 2020. O clube ainda tenta uma solução para contornar o problema, mas já prevê um modelo alternativo com contrato entre a associação e a empresa.

Explica-se: o Botafogo tinha que ter trocado o registro na CBF do clube associativo para a nova empresa antes da publicação do regulamento da Copa do Brasil, que ocorreu no dia 9 de dezembro. Essa data era logo depois do encerramento da temporada com o final do Brasileiro no dia 8 de dezembro.

Só que o projeto de clube-empresa alvinegro foi aprovado nos poderes do clube apenas no final de dezembro. E ainda se desenrolam os procedimentos burocráticos e busca por investidores para dar formato definitivo a transformação. Não há data para conclusão.

O entendimento da confederação, que foi explicado ao Botafogo, é que não poderia haver modificação do registro depois do início de dezembro ou haveria desrespeito ao Estatuto do Torcedor. Isso porque a lei proíbe a alteração do regulamento de competição após sua publicação, e o nome do Botafogo Futebol e Regatas está publicado no documento.

Para a CBF, o clube pode até alterar seu CNPJ na Receita Federal se permanecer a mesma entidade. Mas, para transferir os direitos esportivos para uma empresa diferente, não poderá fazer no meio da temporada.

Os responsáveis pelo projeto de clube-empresa do Botafogo apostam na legislação de clube-empresa aprovada na Câmara que tem um artigo que permitia a transferência do registro no meio da temporada – o texto ainda precisa passar no Senado. Mas o grupo já decidiu que fará tudo em conjunto com a CBF e a Ferj para obter uma aprovação para possível transferência fora do prazo. Na CBF, há boa vontade, mas só será permitida a mudança se houver uma solução legal, o que não é possível até agora.

Sem a mudança de registro, o Botafogo terá de usar uma solução alternativa: manter o clube associativo como dono dos direitos esportivos e assinar um contrato com a empresa em paralelo. Esse cenário não é visto como ideal entre os envolvidos no projeto, mas será o expediente utilizado se não houver outra opção. Há uma atenção com o tema, porém não é uma questão inviabilize o projeto de clube-empresa. (Do UOL)

Guerra é guerra

As primeiras imagens que chegam do Irã mostram que o Exército brasileiro já entrou pra valer na guerra.

Agora vai…

Pra não esquecer a poesia

“Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir”.

Trecho do poema Lua Nova, do pernambucano Manuel Bandeira

Para Marina, governo incentiva roubo de terras públicas na Amazônia

A ex-senadora Marina Silva, líder da Rede, denuncia que Jair Bolsnaro está incentivando o roubo de terras públicas e a violência na Amazônia. “Começaremos 2020 com uma medida provisória (MP 910, conhecida como MP da Regularização Fundiária) que transformará grileiros em proprietários rurais. Hoje premia-se a corrupção e o roubo de terras públicas na Amazônia com finalidade eleitoral. É, também, uma forma de se perpetuar no poder e incitar a violência”, disse ela, em entrevista ao jornalista Renato Grandelle.

Ela também considerou vergonhosa a postura do Brasil e do ministro Ricardo Salles na mais recente Conferência do Clima, em Madri. “Vergonhoso. Não ajudamos a viabilizar o mercado de carbono, não divulgamos metas mais ambiciosas contra a emissão de gases estufa. Chegamos a Madri como o país que queima a Amazônia, que deixou o desmatamento crescer 29,5%, que viu lideranças indígenas serem assassinadas. Estava ali o governo que desmontou o Fundo Amazônia, só porque não concordava com seu mecanismo de governança, que exigia apoio a atividades sustentáveis”, disse ela.

“O governo adota qualquer discurso que defenda a expansão da fronteira agrícola. O negacionismo é uma ação política deliberada, que fornece uma justificativa para desmontar ou interromper as políticas que combatem as emissões de gases estufa em diversas atividades econômicas, sobretudo na indústria e no uso da terra”, afirmou ainda Marina.

Direto do Twitter

“Ações das companhias de armamentos disparam na bolsa após ataque dos Estados Unidos que matou autoridades do Iraque e Irã. Sim, @northropgrumman@Boeing@Raytheon@LockheedMartin já estão faturando muito só com os rumores de guerra. Esse é o capitalismo”.

Rogério Tomaz Jr.

Rock na madrugada – Dire Straits, Sultans of Swing

Reza a lenda que, numa noite chuvosa, o guitarrista Mark Knopfler entrou num bar no distrito de Ipswich (Inglaterra), onde uma banda medíocre se apresentava para uns cinco biriteiros. Eles não estavam ali para ver a banda, eles queriam só encher a cara ouvindo qualquer coisa. A letra da música “Sultans Of Swing” foi inspirada nos acontecimentos daquela noite.

Knopfler fez questão de destacar na letra o momento em que a banda encerra o seu show, com o seguinte recado: “Muito obrigado, nós somos os ‘Sultans Of Swing'”. Ele disse que riu do que falou o integrante da banda e pensou: “nada a ver”.

(by Logan)

Invicto há um ano no Inglês, Liverpool evita comparações

O Liverpool não perde um jogo do Campeonato Inglês há um ano. Os 13 pontos de vantagem na liderança dão a impressão de que o título está próximo, e já há quem compare o time de Jürgen Klopp com aquele Arsenal de campanha histórica em 2004 – campeão invicto e de 49 jogos de invencibilidade. O técnico, no entanto, só quer saber do próximo jogo.

“Nós não pensamos sobre o ano [ontem]. Nosso ano novo começa no final de maio, então nós temos resoluções de temporada, não de ano novo”, falou Klopp após a vitória por 2 a 0 sobre o Sheffield United, ontem. “Obviamente é bom [ficar um ano invicto], mas o objetivo não é estender isso, e sim vencer os jogos.”

Sob comando de Klopp, nos últimos 365 dias o Liverpool somou 32 vitórias e cinco empates em jogos da Premier League. Neste período foram 89 gols marcados (média de 2,4 por jogo) e 26 sofridos. A última derrota no Inglês foi em 3 de janeiro de 2019, em visita ao Manchester City – que seria campeão naquela temporada. Daí o fato de os “Invictos” do Arsenal voltarem a ser assunto. Entre maio de 2003 e outubro de 2004, Thierry Henry e cia. acumularam 49 jogos sem derrota no Campeonato Inglês e de quebra conquistaram um título invicto – algo inédito em 115 anos.

É a maior invencibilidade da história do futebol inglês, seguida pelo Nottingham Forest 1977-78 (42 jogos) e pelo Chelsea 2004-05 (40 jogos). No Liverpool, no entanto, a sequência não parece ser assunto. “Isso realmente não me incomoda. Estou preocupado com o próximo jogo, o próximo desafio, e vamos ver o que conseguimos em maio”, discursa o capitão Henderson, seguido por Van Dijk. “Só estamos pensando no jogo que temos pela frente”, diz o zagueiro.

O próximo compromisso do Liverpool é o clássico contra o Everton, no domingo (5), pela terceira fase da Copa da Inglaterra. Depois disso a equipe volta a pensar na Premier League pois pega o Tottenham fora de casa pela 22ª rodada.