
POR GERSON NOGUEIRA
Em ritmo de coletivo apronto para o Re-Pa, disfarçando e superando alguns erros de posicionamento e excessiva lentidão, o PSC conquistou uma importante vitória sobre o Santos-AP, ontem à noite, em Macapá. Mesmo sem realizar uma grande atuação e com a cabeça focada no Re-Pa de domingo, o time paraense se impôs pela qualidade técnica de seus jogadores, explorando as fragilidades do mandante.
Mike abriu o placar logo de cara, depois de jogada de Cassiano pela direita, mas a equipe vacilou e cedeu o empate aos 3 minutos. Uma nova arrancada de Cassiano, tocando para a área, resultou no terceiro gol. Fábio Matos apareceu no momento certo, quando Moisés tentava dominar a bola junto à área, e disparou para o gol, aos 18’.
Erros seguidos na saída de bola comprometeram a atuação no restante do primeiro tempo. O placar favorecia, mas o time se acomodou e deixou o tempo passar, deixando de explorar os muitos espaços deixados pelo apenas esforçado time amapaense.
No segundo tempo, com o Santos dominado e vivendo apenas de tentativas esporádicas, o PSC levava o jogo como lhe convinha, sem pressa. O problema é que futebol tem seus caprichos e, aos 20 minutos, o atacante Jefferson Jari – que havia marcado o primeiro gol – aproveitou uma bola despretensiosa cruzada para a área e a desatenção dos zagueiros para empatar outra vez.
Só então, depois que o Santos alcançou a igualdade, o PSC finalmente acordou. Com Walter em campo (no lugar de Mike), a equipe voltou a trocar passes, inverter bolas e a buscar as jogadas de pressão sobre a linha de zagueiros. Com a posse da bola, os bicolores voltaram a controlar inteiramente a partida.
O gol de Walter, aos 28’, nasceu naturalmente, em jogada iniciada pelo próprio atacante e que teve participação de Maicon Silva e Cassiano. Dois outros bons momentos poderiam ter resultado em gol, em chutes de Carandina e Moisés.
Os jogadores saíram reclamando das condições do gramado, mas é fato que os deslizes defensivos poderiam ter complicado as coisas. No geral, ficou evidenciada a cautela da maioria dos jogadores, evitando lances mais duros tendo em vista o clássico de domingo.
Apesar do rendimento abaixo do esperado e das falhas da zaga titular, o resultado foi altamente satisfatório para o Papão e deixa o grupo ainda mais confiante para o Re-Pa. Foi a quinta vitória consecutiva de Dado Cavalcanti, atestando a evolução da equipe.
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Walter surpreende e comanda reação final
Quando as cobranças já começavam a surgir no horizonte, Walter fez sua melhor atuação com a camisa do Papão. É verdade que o Santos não é um adversário que permita avaliações mais calorosas, mas a qualidade técnica do atacante permitiu ao time respirar e se recompor em momento desfavorável na partida.
Apesar da robustez física, Walter apresentou-se sempre para as jogadas, buscou participação e comandou a reação do PSC. Acabou premiado com o gol que tanto batalhou para fazer. A atuação expressiva de Walter nos minutos finais ajudou a atenuar as preocupações de Dado Cavalcanti com a lesão sofrida pelo volante William.
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Incontinência verbal atrapalha Daniel Alves
Sem jogar em alto nível há bom tempo, Daniel Alves voltou a pontificar em decorrência de uma atitude extracampo. Está levando uma saraivada de críticas pela mensagem confusa nas redes sociais a respeito da súbita morte do zagueiro Davide Astori, no domingo passado.
Daniel quis parecer politicamente correto, dizendo que “milhares de crianças morrem e não tem a mesma repercussão” e levando logo uma carraspana de Mario Balotelli, que detonou a afirmação do brasileiro quando todos manifestavam condolências pelo trágico episódio.
Em tom de deboche, Daniel – que teve atuação discreta anteontem na eliminação do PSG diante do Real Madri – até ensaiou uma desculpa, mas saiu da pista de novo ao reclamar que muitas vezes é preciso ser hipócrita para ser aceito pelas pessoas.
(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 09)