Sem direito a erro

POR GERSON NOGUEIRA

Os números são implacáveis: o Papão cumpre uma campanha bem inferior à do ano passado na Série B. Curiosamente, levando em conta as dezenas de atletas contratos, o clube investiu muito mais na atual temporada, embora sem obter os resultados esperados.

unnamedNem mesmo a anunciada premiação de R$ 3 milhões foi capaz de fazer com que o time tivesse uma postura mais competitiva ao longo da competição. No ano passado, a essa altura, o Papão contabilizava 47 pontos ganhos e ocupava a quinta colocação na tabela, a poucos pontos do líder Botafogo.

O time exibia também o dobro de vitórias e desfrutava o prestígio reservado aos candidatos ao acesso, situação inteiramente inversa ao quadro atual. A cinco pontos do primeiro time da zona da degola, o Bragantino, e a oito do quarto colocado na classificação geral, o Papão não pode mais se dar ao luxo de desperdiçar pontos em casa.

A partida de amanhã, no Mangueirão, tem todas as características de um jogo que pode ser divisor de águas na campanha. Caso passe pelo Bragantino, o Papão estabelecerá oito pontos de distância em relação ao comboio do rebaixamento.

É, provavelmente, a última chance de se desgarrar dos times que estão no desespero em relação à queda quase provável. Os resultados negativos acumulados em casa representaram um preço muito alto para as pretensões alvicelestes e precisam ser evitados a qualquer custo, a partir de agora.

Dado Cavalcanti, que comandou a equipe na boa campanha do ano passado, não conseguiu acertar a mão em 2016. Demitido após as seis rodadas iniciais, voltou para comandar a equipe no returno do campeonato, mas até o momento não conseguiu convencer a torcida de que será capaz de salvar a temporada.

Mais que isso: em determinadas ocasiões, fica a impressão de que também não convenceu ao próprio grupo de jogadores. E, como se sabe, o futebol depende de fé e confiança. Quando o elenco não acredita no comandante, o navio fica à deriva e a um passo do naufrágio.

A recente derrota para o Náutico, no Recife, quando o técnico lançou mão de quatro volantes e o time não teve força de marcação, lançou dúvidas ainda mais agudas sobre o trabalho desenvolvido. Por conta disso, o jogo desta segunda-feira adquire caráter decisivo para o próprio Dado.

O fato é que o Papão precisa vencer para se tranquilizar e o técnico carece de um bom resultado para permanecer no cargo.

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Quando a Lei não é potoca

Surgem novas notícias sobre a apuração do rumoroso caso Neymar x Barcelona pela Justiça da Espanha e fica a certeza de que uma eventual maracutaia não ficará impune. O falso contrato que garantiria um adiantamento de 10 milhões de euros ao jogador, no ato de sua contratação pelo clube catalão, jamais foi assimilado pelas autoridades espanholas e pela própria Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP).

O processo foi reaberto e o clube se apressou em defender publicamente Neymar, assegurando que os acordos foram limpos. Terá que provar essas afirmações.

Lá, ao contrário do que prevalece aqui, poderosos são emparedados quando ousam armar qualquer jogada fora da lei. Outro fato exemplar é que a entidade representativa dos jogadores é a primeira a estrilar, o que representa uma brutal diferença ao comportamento amorfo e omisso das entidades representativas dos atletas profissionais.

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Bola na Torre

O programa será apresentado por Guilherme Guerreiro, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Começa logo depois do Pânico, na RBATV, por volta de 00h20.

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Prova de resistência e habilidade nas praias de Salinas

Será hoje, em Salinas, a primeira prova de triatlon de longa distância no Estado. O 1º Amazônia Endurance desafiará mais de 90 competidores no circuito de 1.900 metros de natação, 90 quilômetros de ciclismo e mais 21 quilômetros de corrida. Os campeões levam o prêmio de R$ 10 mil (feminino e masculino) e o troféu Muiraquitã, símbolo do evento inspirado no folclore amazônico.

A largada da natação será às 5h40 da manhã, na praia do Maçarico, no centro da cidade. A corrida será a meia maratona da orla do Maçarico até o Laguinho, em duas voltas de 10,5 quilômetros. A competição terá atletas divididos por idade, prestigiada por vários campeões nacionais, como Chicão Ferreira e Alexander Balman.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 25)

19 comentários em “Sem direito a erro

  1. Desconfio que a atitude marcada pela apatia e pela ineficiência dentro das quatro linhas decorre mais da falta de comando técnico fora do campo. Quero dizer, o mesmo treinador de 2015 errou feio a mão em 2016, tanto que seus números são estarrecedoramente pífios, se comparados com o breve antecessor.
    Costuma-se culpar a alta rotatividade, bem como a falta de uma divisão de base, como empecilhos pra formação de um time competitivo. Nada mais falso: Fora o Luan, o Vasco,por exemplo, é composto quase em sua totalidade por jogadores importados.
    Poder-se-ia alegar a falta da manutenção de uma base como fator de desentrosamento, comprometendo o desempenho coletivo. Também isto é contestável. Emerson, Lombardi,Gualberto, Pablo, Recife,Capanema, Cearense, João Lucas,entre outros,vestiram azul e branco na Série B-2015,enquanto Roniery, Rafael Luz, Cristian, Raí estão ou estavam há tempos, pelo menos o suficiente pra mostrar serviço.
    O execrado Marlon vai muito bem, obrigado, no Brasil de Pelotas; Misael idem, no Bahia; Sérgio Manoel é titular na Chapecoense; Wellington Junior agrada,embora não seja titular,no CRB, enfim,alguns jogadores com passagem discreta pela Curuzu mostram em outros clubes que não eram os bondes que se imaginava por aqui.
    O maior problema, a meu ver, é na organização do trabalho. Um treinador é contratado, mas parece não ser obrigado a expor seu método de trabalho, suas opções por modelos que adotará, a eficiência de suas escolhas, assim como as metas que pretende adotar a cada fase desse trabalho. O resultado não poderia ser outro: em uma competição acirrada como a ora disputada pelo Papão, vemos um treinador bastante simpático, cordato e discreto à beira do campo. Talvez por isso seu time leve sempre desvantagem em bolas divididas, ataque pouco o adversário e seja frequentemente cobrado pela torcida por mais empenho.
    Em uma competição em que a transpiração muitas vezes é mais importante que a inspiração, o Papão às vezes parece contentar-se com lampejos de inspiração e quase sempre ausência da transpiração e isto parece marca registrada de seu treinador.

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  2. O enredo do ano passado salientou um time com boa pegada é um ataque com boa produtividade, mas vacilos pontuais impediram o acesso. Ou será que não havia, de fato, interesse em alçar vôo para a Série A?
    Em 2016 ouvimos a Diretoria declamar que a subida para a Série A seria uma obsessão e que a conquista do Paraense, da Copa Verde e uma boa participação na Copa do Brasil eram metas fundamentais para solidificar o trabalho louvável fora de campo.
    Jogou-se para a torcida a ideia de que o “Elenko” era tão forte que o prêmio de 3 milhões dexreaus pelo acesso foi fixado com bastante antecedência. Daí vem a pergunta: como um time que ganhou Paraense e Copa Verde sem engrenar uma sequência sequer de três bons jogos em sequência pode aspirar, com franqueza, a Série A em 2017?
    O único jogo em que estive presente foi contra o Juventude, no wual perdeu-se a oportunidade de ir mais longe na competição e sequer pude assistir o jogo sentado, pois as arquibancadas estavam superlotadas.
    Mais uma vez o Papão está com a sorte ao seu lado, pois mesmo com péssimos resultados, só depende de si para afastar, rapidamente, o fantasma do rebaixamento.
    Entretanto, vacilos nesse final custarão muito caro para as pretensões da Diretoria, que ainda não entendeu que a ausência da torcida é uma clara resposta a um time sem garra (problema da motivação interna) e da ausência de um esquema tático capaz de reconhecer que o meio campo não produz e, por isso, precisa usar alas para melhorar o rendimento do ataque com maior aproximação entre os atletas.
    Em suma, é torcer para que 2016 acabe, o Paysandu não caia e o ELENKO seja afastado da Curuzu, pois os chinelinhos já provaram que não há como esperar jogos competitivos e grandes resultados e o Dado não conseguiu dar padrão de jogo para um ELENKO formado por ele, conforme amplamente noticiado.
    Acorda, Diretoria.

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  3. O que talvez devesse ser levado em conta que ano passado o de$entendimento entre o clube e os jogadores se deu quando o acesso estava a um passo e acabou resultando que a partir de um determinado momento do segundo turno o time acabou esmorecendo produzindo apenas o suficiente para deixar o clube onde ele já estava; agora, não, a impressão que fica é que clube e jogadores, mais ou menos na mesma altura da competição, o que houve foi que clube e jogadores $e entenderam. Daí é de esperar que o ânimo acabe refortalecido.

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  4. O que me preocupa é que amanhã o Dado vai mudar não só peças, mas também a disposição tática contra um adversário direto pra fugir do Z4. O que esperar de um time que normalmente já não tem padrão de jogo, jogadas trabalhadas, não inspira confiança e que vai todo modificado a campo? Eu não espero nada. Será uma grande incógnita com tendência clara, a meu ver, de ser mais um jogo ruim com a fiel passando nervoso, inclusive podendo ser o último jogo ao comando do Dado.

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  5. As criticas feitas ao Maia não são bem recebidas ou se quer recebidas. Para que se consiga crescer em qualquer âmbito da vida é preciso primeiramente ter a humildade de encarar as falhas e amadurecer com os erros cometidos, infelizmente, o “ditadorzinho” bicolor, se fecha na sua concha à prova de “tudo” e com ele afunda a instituição que esta sim deveria estar acima dos interesses pessoais sendo preservada de vexames e de humilhações perante os adversários mais fracos, Tupi 8 x 1!, 5×1+3×0, deu-me a impressão de que os jogadores não queriam o Dado no comando desde aqueles Paysandú 1 x 3 Náutico, mas apostaram no seu retorno, não que ele seja um técnico ruim, mas para o momento, com jogadores arredios a sua pessoa era dito e certo que a nau bicolor iria ficar à deriva!
    Torço demais para o fim desta temporada e que se acabar em
    16 º lugar comemorarei como se fossem título diante da fragilidade do Elenko que foi armado para o time do Paysandú de 2016.

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  6. Amigo Cláudio, vamos aguardar até a hora do jogo. O jogador Clayton, estava relacionado para o jogo contra o Náutico e, misteriosamente, sentiu uma contusão que o afasta por 30 dias dos gramados. Jobinho está escalado, mas…

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  7. Cláudio, como sei que o Dado não é o o Merlin ou o Gandalf, sei que não há tempo para “dar liga” entre os novatos que há chegaram bichados, pois só acreditando em magia para imaginar que veremos mudança significativa nesse time sem perspectiva do Paysandu.
    Por isso Amigo, diferente de Você, que é um analista do jogo, como torcedor, sigo rezando para que o oior não aconteça. Abraço.

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