A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) decidiu conclamar todos os sindicatos filiados e trabalhadores do País a empreenderem uma campanha contra a aprovação de medidas que possam restringir direitos trabalhistas e previdenciários. A ação faz parte de uma resolução aprovada pela Diretoria Executiva Nacional da Central após três dias de debates e deliberações, de 8 a 10 de setembro, em Brasília.
“O corte de direitos não promove a geração de empregos. Ao contrário, ele causa dificuldades econômicas, queda de arrecadação do Estado, além da diminuição do mercado interno, da qualidade de vida dos trabalhadores e o aumento da miséria e da fome”, relata o documento.
O texto cita como exemplos de retrocessos o estabelecimento da idade mínima para a aposentadoria, a aprovação do acordado sobre o legislado e de quaisquer outras medidas que tenham o objetivo de prejudicar os trabalhadores.
“As reformas trabalhista e da Previdência são temas que preocupam toda a classe laboral e, por isso, também foram prioridades durante as discussões travadas na reunião de nossa Diretoria Executiva. A CSB está acompanhando de perto a situação. Estamos abertos ao diálogo e vamos lutar para que nenhum direito seja suprimido”, afirmou Antonio Neto, presidente da Central.
A resolução aprovada traz também uma série de pontos em defesa da retomada do desenvolvimento econômico e social do País, entre eles a redução da taxa de juros, a ampliação de políticas para formalização do trabalho e a reorganização do sistema tributário brasileiro.
Durante três dias de debates, a reunião da Executiva Nacional foi palco de importantes discussões com a presença de juristas e especialistas renomados, como o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o ministro do TST Maurício Godinho Delgado, o desembargador Mário Macedo Fernandes Caron e o procurador do Trabalho João Carlos Teixeira, entre outros. Detalhes sobre cada um dos painéis apresentados pelos palestrantes podem ser encontrados em reportagens no site da CSB, no endereço www.csbbrasil.org.br.
A maior categoria de automobilismo do mundo tem, agora, um novo dono. Trata-se da Liberty Media, que anunciou que comprou a Formula One Group, a responsável pela promoção e exploração dos direitos comerciais da F1, por US$ 8 bilhões. A empresa com sede nos EUA recebeu 18,7% das ações de forma imediata, com o restante passando para as mãos deles no primeiro bimestre de 2017 após serem cumpridos os trâmites legais.
A CVC Capital Partners, que era a sócia majoritária da categoria desde 2006, irá receber parte do pagamento em dinheiro e parte em ações da própria Liberty, que irá absorver o antigo grupo e renomear a si mesma Formula One Group. A CVC terá 65% da nova empresa, mas sem direito a voto no conselho.
Isso, claro, é o papo acionário — que é relevante. Porém, mais importante do que isso, é saber quem é essa tal de Liberty Media e o que ela pretende com a F1. Uma dica: entretenimento.
Para entender, vamos voltar ao começo do conglomerado midiático. A empresa surgiu no já longínquo ano de 1991, criada a partir de diversos negócios da Tele-Communications, Inc., a TCI, que começou a trajetória como uma operadora de TV paga de Denver, Colorado. John C. Malone, presidente da TCI desde de 1972, foi chefiar a então nova companhia, que já nascia dona do Discovery Channel.
O foco do Liberty, desde o primeiro dia, é controlar empresas de sucesso no mundo do entretenimento, adquirindo ou lançando os mais diversos negócios na área – entre eles, as distribuidoras de conteúdo e canais pagos Encore e Starz, que chegaram a se tornar uma só empresa no final dos anos 1990. Além disso, na mesma década, a companhia entrou em uma joint-venture para participar naquilo que se tornaria o Fox Sports.
O Remo foi goleado em Fortaleza e ficou em situação complicada para se classificar ao mata-mata da Série C. Por sorte, o empate entre ASA e Botafogo reabriu as chances, desde que na rodada final o time vença o América e o ASA não passe pelo ABC em Natal.
A rigor, o que aconteceu na Arena Castelão não chegou a ser surpreendente, levando em conta as últimas atuações do time até mesmo dentro de Belém – como no empate diante do Salgueiro.
Perder para o Fortaleza na capital cearense é resultado normal. O problema estava na ausência de forças e de organização para obter um placar melhor. O primeiro tempo foi até razoável. Mesmo em desvantagem, o Remo tinha motivos para acreditar numa recuperação na segunda etapa.
Acontece que para equilibrar as ações e pleitear o empate, que seria um belíssimo resultado, o Remo precisaria ter mais movimentação entre suas linhas, cuidando de não dar espaços e evitando abrir buracos defensivos.
Ocorre que o time se perdeu tanto no aspecto coletivo quando no individual. O primeiro gol cearense foi um primor de desatenção. Uma bola disputada com despretensão pelo lateral Wellington Saci permitiu um cruzamento perfeito para o interior da área e a finalização para as redes.
Renato Justi, o zagueiro estreante, ainda conseguiu empatar lançando mão de algo que o Remo faz pouquíssimas vezes: chutar de fora da área. Acertou uma bomba, que desviou na zaga e enganou o goleiro.
Quase ao final do primeiro tempo, o Fortaleza faria o segundo, em lance que contou com boa vontade da arbitragem. Um atacante em impedimento se abaixou para a bola passar, interferindo diretamente no lance.
Com a queda de rendimento na etapa final, o cenário que já não era favorável ficou muito pior. O técnico Waldemar Lemos, que já havia lançado Oswaldir sem explicar o motivo, precisou mexer na equipe, mas não tinha muitas alternativas disponíveis.
Ciro¿ Levy¿ Flamel¿ Como tem ocorrido sempre, nenhuma substituição funcionou. Com isso, a mínima resistência foi vencida e o Fortaleza consumou a goleada, contando ainda com a destacada colaboração do goleiro Fernando Henrique no lance do terceiro gol.
O leitor há de perguntar o que levou o Remo de Waldemar Lemos a regredir tanto nas últimas rodadas. Tenho uma teoria. O técnico, ao assumir, injetou ânimo no grupo e se beneficiou do entusiasmo geral pela fase de vitórias consecutivas em casa.
Aos poucos, porém, o trabalho foi sendo atrapalhado pelo desgaste físico de boa parte do elenco (Eduardo Ramos à frente) e agravado pela insistência do técnico com alternativas improdutivas. Fernandinho no ataque é a mais notória delas. Com parceiro tão pouco efetivo, a equipe não consegue aproveitar a boa fase de Edno.
Frequentes mexidas em posições importantes da defesa, com as contusões de Max e Henrique, também afetam a estrutura geral do time. O duo de volantes mostra sinais de esgotamento. Schmoller erra passes em excessos e Yuri nunca mais conseguiu ser o jogador ágil de outras jornadas.
Para adeptos de teorias conspiratórias, qualquer resultado mais espalhafatoso é logo um prato cheio para imaginar tramas de bastidores ou motim de jogadores. Foi assim em relação à derrota do Brasil na Copa de 1998, à surra para a Alemanha em 2014, ao fiasco do Remo na final da Copa Verde 2015 e agora em relação à goleada sofrida em Fortaleza.
Podia esgrimir um monte de argumentos contra a tese do ‘corpo mole’ (em face de salários atrasados), mas prefiro expor o mais óbvio: a limitação técnica do grupo de jogadores que o Remo reuniu para a competição.
Em alguns momentos, o time até foi bem e entusiasmou o torcedor. Ocorre que quase todos os jogos foram ganhos na transpiração e no incentivo maciço do torcedor. É chegada a hora, portanto, de apelar para essas mesmas valências a fim de manter viva a esperança no acesso.
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Chance de premiação dupla no Prêmio Puskas
Camilo começou discretamente no Botafogo. Ninguém levava muita fé nele, como em geral não se leva fé no time alvinegro como um todo. Foi preciso Jair Ventura Filho assumir o comando para que Camilo e outros jogadores passassem a produzir mais.
O Botafogo deixou de lado o formato defensivo e confuso dos tempos de Ricardo Gomes, passando a brigar sempre pela vitória. Sem medo. É claro que, com as deficiências que tem, corre riscos e pode se estrepar, como no confronto contra o Cruzeiro pela Copa do Brasil.
Ontem, contra a mesma Raposa, a Estrela Solitária brilhou. E Camilo assinou outra pintura de gol, emendando de primeira cruzamento vindo da esquerda. O time, de candidato à queda, já está a cinco pontos do G4.
E tudo graças ao filho do Furacão.
(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 12)
Milhares de pessoas voltaram a lotar a Avenida Paulista, na tarde e noite deste domingo, em São Paulo, clamando pelo afastamento de Michel Temer da presidência da República, por eleições diretas e em defesa da democracia.
Como previsto, o Globo retomou rapidamente sua vocação de Diário Oficial da União.
Foi assim ao longo de toda a ditadura militar, e também nos governos civis que vieram depois. Isso só mudou na Era PT.
A lógica é: eu apoio incondicionalmente e você me enche de mamatas, a começar por bilionárias verbas publicitárias. E também não me incomoda com coisas como minhas sonegações.
Bem, o Diário Oficial — simplifiquemos para DO — trouxe neste domingo uma entrevista com Temer. O Pravda dos tempos de Stálin não faria coisa mais jornalisticamente idiota.
Cinco jornalistas — um time de futebol de salão — para fazer perguntas tolas e engolir respostas que nem um estagiário deveria aceitar sem réplica.
Por exemplo: o quinteto mágico do DO perguntou a Temer como ele vê o termo golpista.
Temer consegue dizer que golpista não pegou. Repito: ele disse que a expressão golpista não pegou.
É uma das palavras mais utilizadas nas redes sociais. Temer ou aparece como “Temer golpista” ou na forma de #foraTemer nas redes sociais. Você digita Temer golpista no Google aparecem 1,54 milhão de resultados. Não pegou?
Fora do ambiente virtual, nos protestos que se multiplicam pelas cidades faixas de “Temer Golpista” são ubíquas. Golpista não pegou?
Quem acredita nisso acredita em tudo, como disse Wellington. E o DO simplesmente seguiu em frente, como se a resposta fosse decente e satisfatória.
Não menos patético foi o trecho relativo às vaias. Temer disse que estava preparadíssimo — o superlativo é dele mesmo — para as vaias da abertura das Olimpíadas.
Ele falou isso num tom triunfal. Só não explicou por que faltou ao fechamento. O DO não lhe perguntou nada. O que veio foi um complemento do próprio Temer. Se entendi bem, ele quis mostrar sua coragem perante vaias ao comparecer à cerimônia de início das Paralimpíadas.
O que uma coisa tem a ver com a outra? Ninguém do DO lhe perguntou, simplesmente, por que não foi ao encerramento das Olimpíadas. E nem assuntaram sobre se ele pretende ir ao fechamento das Paralimpíadas.
Em vez disso, os repórteres do DO preferiram brincar, cúmplices, bajuladores, sobre o uso de mesóclises por parte de Temer. O pobre leitor não vê, mas você pode imaginar as risadinhas amistosas entre entrevistadores e entrevistado. Particularmente engraçada foi uma pergunta sobre se Temer está disposto a negar pedidos de aliados. A resposta honesta seria: “Sim, exceto as reivindicações da Globo.”
Muito mais que reivindicações, na verdade, são ordens, exigências. O DO manda em Temer.
Ainda na linha cômica, uma promessa destacada pelo site Os Mentecaptos, também conhecido como O Antagonista. “Vou ser mais presidente”, prometeu. (O Antagonista é aquele site um de cujos editores, quando redator chefe da Veja, mandou um fâmulo escrever um texto ENORME em que comparava o romance que lançara a coisas de Machado de Assis.)
É como aquele perna de pau veterano que um dia acorda, estufa o peito e diz: “Agora vou ser Messi!”