POR EDUARDO GALEANO, no Livro dos Abraços
Sixto Martinez cumpriu serviço militar num quartel de Sevilha.
No meio da parada havia um banquinho. Junto do banquinho, um soldado montava guarda. Ninguém sabia por que motivo era necessário guardar o banquinho. A guarda fazia-se porque se fazia, noite e dia, todas as noites, todos os dias, e de geração em geração os oficiais transmitiam a ordem e os soldados a obedeciam. Nunca ninguém duvidou, nunca ninguém perguntou. Se assim se fazia, e sempre se havia feito, por algum motivo seria.
E assim continuou a ser, até que alguém, não sei qual general ou coronel, quis saber a ordem original. Tiveram que revolver a fundo os arquivos. E depois de muito procurar, ficou a saber-se – Trinta e três anos, dois meses e quatro dias atrás, um oficial tinha mandado montar guarda junto ao banquinho, que estava recém-pintado, para que não acontecesse alguém sentar-se sobre a tinta fresca.
Impressionante como no Brasil ( América do sul toda pelo visto ) demonizam os militares, acho que aqueles que num passado distante ( supostamente ) lutaram pela democracia e depois estiveram envolvidos em escândalos de corrupção devem ter matado ( indiretamente ) uma boa quantidade de brasileiros ao lhes tirar hospitais, escolas, ambulância, saneamento, etc.
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