Papão tem mudanças para encarar Dragão

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O jogo vale a liderança da Série B. Caso vença o Atlético-GO, o Paissandu assumirá o primeiro lugar da competição, fato que não ocorre há 14 anos. Depois do treino realizado na manhã de domingo, o técnico Dado Cavalcanti praticamente definiu a equipe com as entradas de Fernando Lombardi no lugar de Gualberto e de Fernando Aguiar em substituição a Fahel no meio-de-campo. Os dois titulares cumprem suspensão pelo terceiro cartão amarelo.

Recife não treinou porque viajou a Horizonte (MG) para participar do jogo festivo do Cruzeiro em homenagem ao meia-atacante Alex. Na área de criação, Carlos Alberto deve permanecer como titular. Carlinhos, apesar de haver entrado bem nas últimas partidas, continua no banco de reservas. Na Curuzu, todos repetem o mesmo discurso de respeito ao Atlético, que ocupa a 18ª posição na tabela e faz campanha decepcionante.

As especulações em torno do interesse do Goiás pelo técnico Dado Cavalcanti voltaram a movimentar os bastidores do clube nesta segunda-feira. O clube goiano teria oferecido salários de R$ 100 mil, mas o treinador garantiu aos dirigentes que irá cumprir seu contrato com o Papão. Emissoras de rádio de Goiânia, porém, insistem que Dado será o novo técnico do Goiás.

DÚVIDAS NO DRAGÃO – O técnico Jorginho tem duas dúvidas para escalar a equipe titular do Atlético. Na lateral direita, disputam posição Eder e Thiago, enquanto na armação o treinador não se decidiu ainda entre Washington e Ailton. A equipe goiana tem oito pontos ganhos e busca se recuperar do tropeço em casa diante do Atlético (empate de 1 a 1).

A partida começa às 18h30 no estádio Jornalista Edgar Proença. Os ingressos, até hoje, custam R$ 60,00 (cadeira) e R$ 30,00 (arquibancada). Amanhã, passam a custar R$ 100,00 e R$ 50,00, respectivamente.

(Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

Parque dos dinossauros

Transcrevo post do amigo e craque da crítica musical Jamari França, fazendo menção ao pedido de emprego de Luiz Carlos Maciel via Facebook. Maciel é um dos meus heróis da contracultura, um craque do texto e da edição jornalística. Escritor, roteirista, apresentador de programa em TV, cronista. Já vi Maciel nas mais diversas posições de um time, sempre mandando muitíssimo bem. Seu humilde e digno apelo retrata bem o aflitivo momento do jornalismo no mundo – e, particularmente, no Brasil. Pessoas competentes e talentosas ficam pelo caminho, deixadas de lado por um sistema que prefere privilegiar mão-de-obra barata, mesmo que isto signifique degradar conteúdo.

“Luiz Carlos Maciel foi importante na minha formação com a edição do jornal Rolling Stone em 1972 com seus artigos sobre a contracultura, numa época em que havia uma carência aguda de informações. Ele postou aqui no Face uma mensagem em que pede trabalho. A que ponto chegamos!!!!! Neste ano é o que mais se vê nos contatos pessoais, gente qualificada sem emprego. É o meu caso também e de outros grande colegas”, escreveu Jamari, chamando para a mensagem de Maciel:

MACIEL QUER TRABALHO
Amigos do Facebook. Um tanto constrangido, é verdade, mas sem outro jeito, aproveito esse meio de comunicação, típico da era contemporânea e de suas maravilhas, para levar ao conhecimento público o fato desagradável de que estou sem trabalho e, por conseguinte, sem dinheiro. É triste mas é verdade. Estou desempregado há quase um ano. Preciso urgentemente de um trabalho que me dê uma grana capaz de aliviar este verdadeiro sufoco. Sei ler e escrever, sei dar aulas, já fiz direções de teatro e de cinema, já escrevi para o teatro, o cinema e a televisão. Publiquei vários livros, inclusive sobre técnicas de roteiro, faço supervisão nessa áreas de minha experiência, dou consultoria, tenho – permitam-me que o confesse – muitas competências. Na mídia impressa, já escrevi artigos, crônicas, reportagens… O que vier, eu traço. Até represento, só não danço nem canto. Será que não há um jeito honesto de ganhar a vida com o suor de meu rosto?

Luiz Carlos Maciel
lcfmaciel@gmail.com 

Há 57 anos…

Nesta data, em 1958, o Brasil conquistava na Suécia sua primeira Copa do Mundo. A seleção, treinada por Vicente Feola, tinha como base os times do Botafogo (Nilton Santos, Garrincha, Didi, Zagallo) e o Santos (Gilmar, Pelé, Zito e Pepe). Nesta partida, Pelé marcaria um dos gols mais bonitos de todas as Copas, dando um chapéu no zagueiro e fuzilando para as redes.

À imitação de Jim Jones

O espetáculo de insensatez,

hipocrisia e prepotência

prossegue implacável.

E o drama desliza para a tragédia

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POR MINO CARTA

Dúvidas, incógnitas, dilemas se apinham nesta nossa terra infeliz, embora destinada à felicidade, e não me refiro à importância da mandioca. Por que figuras como os presidentes das duas maiores empreiteiras do país, com endereço certo e sabido, são presos sob acusação a ser provada? E por que o Supremo não se manifesta a respeito: conivência ou covardia? Ou o ministro da Justiça, infatigável em suas omissões: covardia ou incompetência? Ah, sim, a Justiça na versão brasileira…

Vamos lá, este é só o começo. Por que Câmara e Senado são os domínios de dois sátrapas de passado largamente duvidoso? Incompetência do próprio Poder Legislativo e, também, clamorosa, do Executivo? E, na indagação, não caberia também a covardia?

Em frente. Por que setores da Polícia Federal se prestam a um jogo que desrespeita princípios básicos da Justiça e serve à casa-grande? Por ignorância, sincero reacionarismo ou ódio de classe? Ódio ao PT, portanto, na crença granítica e definitiva de seu esquerdismo?

E ainda. Por que a mídia permanece em campanha maciça contra o governo, na tentativa de justificar tanto a ideia do impeachment da presidenta quanto o envolvimento de Lula na Lava Jato? E que mudaria em relação à crise econômica e à insensatez dominante se afastadas Dilma e a ameaça de retorno de Lula em 2018? Por que, a despeito da minha aversão a teorias conspiratórias, às vezes sou assaltado por turvas suspeitas?

E por que o senador José Serra reedita o velho projeto tucano de privatização da Petrobras ao visar agora o pré-sal? Serra anos atrás declarava-se, em benefício dos meus ouvidos, mais esquerdista que Lula: estaria eu de escuta equivocada e a palavra seria entreguista? Por que o tucanato aprecia tanto as privatizações, quem sabe na esteira daquela das comunicações comandada por Fernando Henrique, a maior e mais escancarada roubalheira da história do País? Privatizar o pré-sal não configura puro entreguismo, a rendosa genuflexão do súdito?

Prossigo. Por que o noticiário das falcatruas da Fifa, de reconhecida inspiração brasileira, sumiram do noticiário das Organizações Globo, donas de um poder único na história mundial? Valeria dirigir a pergunta ao senhor Hawilla da Traffic (nome excelente, diga-se)? Será que, como Marco Polo Del Nero, os filhos do colega Roberto Marinho se abalariam a viajar ao exterior? E por que o resto da mídia não se interessa pelo assunto?

Adiante. Por que o ministro Mercadante, bom de discurso, como sublinha Lula, não sai País afora para defender o governo diuturnamente agredido? E por falar no governo, por que aumentar os juros na conjuntura dramática que atravessamos? E por que Dilma descumpre as promessas da campanha eleitoral, como diz Lula com todas as letras?

O ex-presidente, aquele cujo retorno em 2018 se tornou pesadelo da casa-grande, no último dia decidiu falar, e fez a oportuna autocrítica do PT, que seria da competência, do próprio, hesitante partido. É bom que Lula fale, porque até ontem, no vácuo do seu silêncio, a mídia tratou de colocar-lhe na boca palavras jamais pronunciadas, ou inventar situações jamais ocorridas.

Por exemplo, após a fala sobre o “volume morto” em que Dilma e ele teriam caído no momento, de verdade ouvida em um encontro do ex-presidente com religiosos. Bordou-se a partir daí, nas páginas impressas, no vídeo e pelos microfones radiofônicos, a história do dissabor da presidenta, duramente alvejada pela frase do criador. Não é que os barões midiáticos e seus sabujos primem pela imaginação. De todo modo, o enredo é outro. Foi Lula, dias atrás, quem levou a Brasília para uma conversa com Dilma uma pesquisa que mostrava a queda de ambos na preferência popular. Para comentar: “Companheira, estamos no volume morto”.

Se Lula se dispõe a dizer o que pensa, tira a bala da boca das crianças fantasiosas, desobedientes contumazes à verdade factual. Melhor inventar, ou silenciar a respeito das mazelas tucanas, e mesmo das patetices. Fernando Henrique Cardoso, diante de uma plateia que o encara como o Oráculo de Delfos, admite que também seu instituto, igual ao de Lula, recebeu doações de várias empresas, com a diferença seguinte: “Nós não fazemos política”.

E a plateia? Engole, como se não fosse político todo gesto ou palavra de FHC. Sem contar que o inefável esquece ter recebido uma doação de uma empresa pública, a Sabesp, que lida com o dinheiro de todos nós, e, isto sim, é totalmente irregular. Para dizer pouco. Mas quem se incomoda, em meio a um festival de desfaçatez e hipocrisia?

Gostaria, aliás, de ter lido, além da informação correta, também algum saboroso comentário a respeito da patética aventura venezuelana de um grupelho de senadores tucanos e democratas, mais um peemedebista, um do PPS e outro do PSD, Sérgio Petecão (mais um nome excelente). Visitavam Caracas, para apurar os atentados aos direitos humanos cometidos pela corja bolivariana, sem terem dado até hoje mostras de se preocupar com o comportamento pífio da nossa Comissão dita da Verdade e com a confirmação, tudo indica ad aeternitatem, de uma lei da anistia imposta pela ditadura.

Permaneceram em Caracas nada além de seis horas, regressaram pomposamente ao pretender terem sido barrados a caminho do centro da cidade por um engarrafamento de trânsito provocado para tanto e por uma manifestação convocada para apedrejá-los. Do ataque e das pedras falta qualquer prova, quanto ao engarrafamento, de fato houve, provocado, no entanto, pelo trânsito indiferente, infenso ao mais tênue propósito político. Em outros tempos, o episódio patético teria merecido relatos humorísticos, hoje impedidos, creio eu, pelo emburrecimento progressivo.

Refiro-me à época em que uma marchinha carnavalesca cantava tirou o seu anel de doutor/ para não dar o que falar/, a PRK-30 era um impagável programa radiofônico, Millôr Fernandes nos brindava com seu Pif Paf e Péricles com o Amigo da Onça em O Cruzeiro, Silveira Sampaio ridicularizava os graúdos sem perder a elegância e enfim chegaria Chico Anysio com seu extraordinário Show. Refiro-me apenas a alguns exemplos de refinado humor.

Nada sobrou. A quadra atual é macambúzia, a cerração tão densa que já não enxergamos o Cruzeiro do Sul e, logo abaixo, Castor e Pólux. É o breu, e nele estão claras apenas a falta de liderança, aterradora, e a insensatez e a ignorância da maioria, a repetir, multiplicado ao inverossímil, o fenômeno que redundou no suicídio coletivo liderado, décadas atrás, por certo e malfadado Jim Jones.

A lembrança da tragédia, absurda até a estupidez, sugere-me, entre tantas, mais uma pergunta: se a lei prevê um acordo de leniência, por que não aplicá-lo se preciso for, a bem do país, no caso das empreiteiras envolvidas na Lava Jato? Provadas as acusações, punam-se os culpados, está claro, e sem concessões ou resguardos. Salvem-se, porém, as empresas, que garantem trabalho e progresso. 

Que texto sensacional, que visão lúcida dos fatos e deste imenso teatro do absurdo em que se transformou o Brasil. Quando crescer quero escrever assim. 

A frase da semana

“Acho que todos vamos tirar lições da Copa América. As Eliminatórias são complicadas, você tem que jogar no seu limite, muitas vezes no aspecto físico, mas não podemos deixar o técnico do lado. Sem a bola, lutar a todo instante. Com ela, colocar a nossa qualidade. Acho que foi ótima (a Copa América)”.

Dunga, técnico da Seleção Brasileira

Manifesto exige respeito

POR MONIQUE PRADA (biscate convidada)*

Tu dizes que não me respeitas e eu fico aqui, me perguntando de onde tiraste a ideia de que podes negar o respeito a outra pessoa. E não que eu tenha te pedido respeito: tu levantas a voz e diz “não respeito”, e eu me pergunto o que é que tu julgas em ti tão superior ao que tenho pra dizer que não respeitas.

E não que eu me importe com teu respeito, mas me dou conta de que não respeitas uma mulher por que ela faz sexo. E me pergunto de que ventre saíste, fecundado sem sexo. Ou quem sabe pra ti o sexo da santa mãe seja tão sagrado que ela te tenha gerado sem prazer – abnegada que é, como devem ser as mulheres respeitáveis.

E não que eu me importe com teu respeito, mas me dou conta de que é com o suor do teu corpo que pões o pão na mesa sagrada de teus filhos, do mesmo modo que com o sagrado suor do meu corpo ponho o pão e a refeição à mesa dos meus. Dizes que não me respeitas por que não estudei, e o dizes sem ter perguntado se quem sabe não fomos colegas. Nos puritanos bancos de escola em que sentaste não teria antes se esbaldado a lasciva bunda de uma puta e assimilado tanto ou mais conhecimento que tu?

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Dizes que não me respeitas e vais à missa, e lá prometes amar e respeitar teu próximo como a ti mesmo. E repetes semanalmente a promessa – mas estufas o peitinho e dizes que não me respeitas. Ou pelo comprimento da minha saia, ou pela acidez feroz da minha língua. Não te desperto respeito.

Isso como se a ti ou a qualquer de nós fosse dado o divino direito de sair por aí dizendo “não conheço mas não respeito”. Não me respeitas por que te parece que meu sustento vem fácil e o teu, suado – e parte desse teu sustento tão suado vem parar em minhas mãos ou nas mãos de uma das minhas, por que não resistes. “A carne é fraca”, tu dirás – e meus demônios internos rirão da tua cara, da tua falsa moral, e guardarão tua face na memória.

Te arrependerás do pecado de ter pago pelo gozo a uma pecadora, e pensarás te redimir dizendo “eu não respeito” – puro despeito. A mim não enganas. Eu acho graça e levanto a cabeça: exijo, sim, respeito.

(*) Do blog Biscate Social Clube

Legendas do mundo da bola

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Morreu nesta segunda-feira o meia tchecoslovaco Masopust, melhor jogador da Europa em 1962 e adversário do Brasil na final da Copa do Mundo no Chile. Lenda do futebol mundial, Masopust faleceu aos 84 anos, em sua casa, na cidade de Praga. Ele foi o primeiro tcheco a receber a Bola de Ouro da France Football. Sem maiores informações sobre a causa da morte, a imprensa local informa apenas que Masopust estava doente e morreu em sua residência.

Há 53 anos, Masopust abriu o placar para a Tchecoslováquia na final que deu o bicampeonato mundial ao Brasil. Amarildo empatou logo em seguida; Zito e Vavá confirmaram a vitória por 3 a 1 e o título. Ao longo da carreira, Masopust recebeu diversas honrarias, como a Ordem de Mérito da Fifa, em 2005, sendo reconhecido como o melhor futebolista tcheco do século XX. Além disso, foi o primeiro de seu país a receber o prêmio Bola de Ouro da revista France Football, entregue ao melhor jogador europeu da temporada, justamente em 1962.

Futebol “paraguaio”

POR GERSON NOGUEIRA

A eliminação do Brasil da Copa América não causou nenhum trauma nacional. Pelo contrário, a reação da maioria dos torcedores foi de certa indiferença. Críticas, ironias, deboche, mas nenhuma surpresa. No fundo, já se sabia que a Seleção de Dunga apresentava limitações extremas, que se tornaram ainda mais sérias quando Neymar perdeu a cabeça e foi suspenso da competição.

Desfalcada de seu único craque, a Seleção dependia da força do conjunto para sobreviver. Mas, afinal de contas, que conjunto? O time sempre atuou como se estivesse em fase de treinamento, sem esquema claro de jogo, a não ser um amontoado de gente no meio-de-campo e um atacante isolado na frente, esperando que o gol caísse do céu.

Foi assim ao longo de toda a competição, mesmo com Neymar em campo. Contra o Peru, a vitória só veio por obra e graça de suas qualidades individuais. A derrota para os colombianos foi um alerta final, evidenciando todos os pecados de um time que não tinha coerência de jogo e nem equilíbrio emocional.

A indigência técnica foi tão acentuada que Dunga logrou a façanha de escalar quatro zagueiros de área nos 15 minutos finais contra a “poderosa” Venezuela. Algo inédito na história do futebol brasileiro, mesmo nos tempos bicudos de retranca radical com Zagallo e Parreira.

No sábado, contra um Paraguai apenas voluntarioso, Dunga manteve Robinho no ataque, mas com um meio-de-campo que se destaca pela apatia e a baixa intensidade. O começo foi animador. Philipe Coutinho acertou um chute de longa distância, quase surpreendendo o goleiro Villar.

Aos 14 minutos, em jogada rara na Seleção e no futebol brasileiro atual, a bola foi passada por Robinho para Elias e, de pé em pé, chegou novamente a Robinho para o arremate final. Um gol de bonita construção e que deu a pinta de um astral diferente, com mais preocupação com a técnica do que com a força. Lego engano.

Bastou abrir o placar para a Seleção se deitar na moleza e voltar a adotar um comportamento burocrático. Tocando bola de lado e para trás, justificando o apelido de “time caranguejo”. Como não agredia, o Paraguai resolveu sair da inércia e passou a apostar em sua única jogada: bola aérea para Valdez e Roque Santa Cruz. Tentou uma, duas, três vezes. A defesa brasileira mostrava insegurança, saía estabanada e com isso encorajava o adversário.

Veio o segundo tempo e Dunga se manteve firme na convicção de que 1 a 0 era mais do que suficiente. Não era. Aos 24 minutos, Tiago Silva foi acometido de novo apagão mental (o outro foi pelo Paris Saint Germain na Champions League) e meteu a mão na bola em cruzamento que era dirigido a Santa Cruz. Não foi um gesto acidental, foi uma verdadeira cortada de vôlei.

Cabe aqui a observação quando ao despreparo anímico de certos jogadores. É inaceitável que um jogador experiente, titular de alguns dos melhores times do mundo, tenha ímpetos suicidas na grande área. Não gosto nem de imaginar o que o Tiago Silva seria capaz de fazer se fosse submetido ao estresse e à pressão de uma final de Copa do Mundo.

Gonzalez converteu o penal e, a partir daí, o Brasil repentinamente lembrou que precisava atacar. Mas a falta de hábito puniu o time de Dunga, que não conseguiu mais acertar nada e acabou sucumbindo à raça dos paraguaios. A derrota na série de penalidades era quase previsível ante o desânimo de toda a equipe.

A segunda eliminação seguida para o Paraguai – e em penais – na Copa América ajudam a explicar em boa medida a realidade do futebol brasileiro. Não tem mais craques, mas se comporta como se ainda estivesse na era de ouro. Não tem técnico, mas acha que os maus modos de Dunga representam comprometimento. Não tem estrutura confiável, nem investimento na base, mas a CBF gosta de alardear modernidade.

Em resumo: um festival de enganos. Como lá dentro, nas quatro linhas, não é possível enganar, as decepções vão se acumulando. E tendem a aumentar, pois o próximo desafio é classificar para a Copa de 2018, na Rússia. Com a bolinha atual e o projeto de técnico, a jornada será das mais ingratas. Oremos.

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Amistoso vira guerra em Uberlândia

O Remo foi disputar um amistoso em Uberlândia, mas o confronto se transformou em verdadeira guerra. Por obra e graça de um assistente de arbitragem, que instigou e provocou os atletas paraenses. Como consequência disso, duas expulsões (Rafael Paty e Aleílson), com registro de boletim de ocorrência contra Paty por agressão ao árbitro.

Com a bola rolando, o Remo dominou o primeiro tempo e fez 1 a 0 com Aleílson, concluindo boa jogada de Alex Ruan pela esquerda. No segundo tempo, os mineiros empataram em cobrança de falta que Fernando Henrique aceitou. Haveria decisão em tiros livres da marca do pênalti, mas a comissão técnica do Remo, prudentemente, abriu mão.

Foi o primeiro teste azulino para valer no período de preparação para a Série D. Mesmo sem ter sido planejado, o clima hostil encontrado em Uberlândia pode também servir como alerta para a disputa da Quarta Divisão.

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Conmebol abusa de critérios tortuosos

A Conmebol levou uma eternidade para anunciar a punição ao chileno Jara pelo incidente com o uruguaio Cavani. Confirmou sua notória tradição de hesitação diante de situações polêmicas. Faz o possível para se manter longe de queixas e pressões, evitando se comportar como a principal entidade futebolística do continente. Suspendeu o jogador por três jogos, pena que pode ser considerada até branda nas circunstâncias.

Para arrematar, premiou o atrapalhado árbitro Sandro Meira Ricci com a escalação para dirigir a semifinal entre Argentina e Paraguai. Além da ausência de critérios, a Conmebol prova que adora brincar com o perigo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 29)

Papão está em 2º lugar na média de público

Média de público nas primeiras nove rodadas da Série B 2015:

Bahia – 18.306 pagantes

Paissandu – 13.250

Sampaio – 10.115

Botafogo – 7.801

Náutico – 6.681

Santa Cruz – 5.879