Parque dos dinossauros

Transcrevo post do amigo e craque da crítica musical Jamari França, fazendo menção ao pedido de emprego de Luiz Carlos Maciel via Facebook. Maciel é um dos meus heróis da contracultura, um craque do texto e da edição jornalística. Escritor, roteirista, apresentador de programa em TV, cronista. Já vi Maciel nas mais diversas posições de um time, sempre mandando muitíssimo bem. Seu humilde e digno apelo retrata bem o aflitivo momento do jornalismo no mundo – e, particularmente, no Brasil. Pessoas competentes e talentosas ficam pelo caminho, deixadas de lado por um sistema que prefere privilegiar mão-de-obra barata, mesmo que isto signifique degradar conteúdo.

“Luiz Carlos Maciel foi importante na minha formação com a edição do jornal Rolling Stone em 1972 com seus artigos sobre a contracultura, numa época em que havia uma carência aguda de informações. Ele postou aqui no Face uma mensagem em que pede trabalho. A que ponto chegamos!!!!! Neste ano é o que mais se vê nos contatos pessoais, gente qualificada sem emprego. É o meu caso também e de outros grande colegas”, escreveu Jamari, chamando para a mensagem de Maciel:

MACIEL QUER TRABALHO
Amigos do Facebook. Um tanto constrangido, é verdade, mas sem outro jeito, aproveito esse meio de comunicação, típico da era contemporânea e de suas maravilhas, para levar ao conhecimento público o fato desagradável de que estou sem trabalho e, por conseguinte, sem dinheiro. É triste mas é verdade. Estou desempregado há quase um ano. Preciso urgentemente de um trabalho que me dê uma grana capaz de aliviar este verdadeiro sufoco. Sei ler e escrever, sei dar aulas, já fiz direções de teatro e de cinema, já escrevi para o teatro, o cinema e a televisão. Publiquei vários livros, inclusive sobre técnicas de roteiro, faço supervisão nessa áreas de minha experiência, dou consultoria, tenho – permitam-me que o confesse – muitas competências. Na mídia impressa, já escrevi artigos, crônicas, reportagens… O que vier, eu traço. Até represento, só não danço nem canto. Será que não há um jeito honesto de ganhar a vida com o suor de meu rosto?

Luiz Carlos Maciel
lcfmaciel@gmail.com 

3 comentários em “Parque dos dinossauros

  1. A p.. do passaralho segue fazendo estragos e não vejo quase nenhum comentador entendido de face fazer alguma referencia a esta maldita ação silenciosa.
    A cada dia perçebo que os bons textos somem em velocidade assustadora . O baratinho, quase dado, vai se apossando .
    Maciel quer trabalho, muitos outros irão querer. É preciso fazer algo e com urgência !

    Curtir

    1. Aqui há muita referência a isso, amigo Harold. Quase semanalmente venho ao assunto citando situações e conflitos entre a preservação de empregos e a tal nova fronteira midiática.

      Curtido por 1 pessoa

  2. Sei disso Gerson. Me refiro aos enjoados metidos a defensores de nobres causas.
    Nos últimos anos os barulhos das motos na madrugada com seus hábeis condutores-entregadores,diminuem e me arrepiam, os jornais e o fax vão sobrevivendo graças ao número titânico de anciões por aqui.
    As revistas seguem diminuindo , as boas continuam vigorosas por causa do gosto saudável pela leitura ,ser uma coisa enraizada há tempos.
    As livrarias seguem grande e por enquanto é um lugar sempre com muita movimentação . Um lugar obrigatório para estar sempre.
    Mas tem havidos baques sim.por hora não há o desespero instalado. Muitos têm encontrado bons espaços nessa nova ordem.

    Curtir

Deixe uma resposta