Adeus ao paredão François

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo perde com a morte de François Thym uma parte de sua história mais gloriosa. Goleiro que marcou época no futebol do Pará, arrojado e muito forte fisicamente, François era conhecido pelas defesas espetaculares. Justificou como poucos o sentido do termo paredão.  Vindo de Paramaribo em 1961, rapidamente conquistou a torcida azulina numa época em que jogadores forasteiros começavam a brilhar por aqui.

Com intermediação do empresário Raimundo Farah, François veio na sequência de outros atletas estrangeiros trazidos pelo dirigente Jorge Age para o Remo, casos de Veliz e Rack.

Com a camisa azulina, François ganhou o primeiro título do Norte, em 1968, em disputa que envolveu Tuna, Paissandu, Nacional, Fast Club, Ferroviário (MA), Moto Clube, Flamengo (PI) e Piauí. Na decisão em três jogos, triunfo sobre o Piauí. A escalação daquele time está na memória de todos os azulinos: François; China, Alemão, Casemiro e Edílson; Sirotheau e Carlitinho; Birungueta, Amoroso (Waltinho), Rubilota e Adinamar. Danilo Alvim era o técnico.

Já a Copa Norte-Nordeste foi ganha depois de duas tentativas frustradas. Bicampeão do Norte (1968 e 1969), o Remo foi finalistas duas vezes do chamado Nordestão, mas perdeu nas finais. Em 1971, finalmente, derrotou o Itabaiana (SE) dentro do Baenão, por 2 a 0, e conquistou o título do Norte e Nordeste.

François, que havia sido ídolo como atleta, era o treinador do time campeão, tendo sob seu comando a base do que viria a ser um dos maiores esquadrões azulinos de todos os tempos, a começar pelo goleiro Dico, que se tornou seu mais festejado sucessor. Anos depois, atestando seu grande conhecimento do assunto, indicaria também Edson Cimento ao clube.

Admirado pelo caráter e pela seriedade, trabalhou também como supervisor de futebol no Evandro Almeida e, nos últimos tempos, se dedicava a negócios pessoais. Foi professor de educação física e, em 1996, dirigiu o time do Bragantino. Morreu vítima de um câncer no fígado descoberto já em fase terminal. Estava com 71 anos.

François é figura de honra na galeria dos grandes goleiros do Remo, ao lado de Veliz, Jorge Baleia, Dico, Edson Cimento e Clemer.

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A despudorada patolada chilena

O mundo ainda discute a imagem da mão boba do chileno Jara no uruguaio Cavani, estopim do violento revide do atacante, imediatamente expulso pelo brasileiro Sandro Meira Ricci. Pela rapidez dos acontecimentos, ninguém entendeu a agressão de Cavani ao zagueiro, apesar dos gestos do jogador tentando explicar ao árbitro o que havia ocorrido.

A explicação só seria compreendida minutos depois quando as agências de notícias postaram na internet a prova do crime. A surpresa ficou por conta do ineditismo do flagrante. Atitudes desse tipo não são incomuns em futebol, como forma de provocar adversários. Incomum é ver a cena estampada registrada pelos fotógrafos. Como também não é lá muito normal ver uruguaio no papel de vítima – Luizito Suarez que o diga.

Em meio ao sarro generalizado em torno do assunto, o árbitro brasileiro tombou como primeira vítima. Medida correta em face da frouxa atuação de Ricci, completamente manobrado por Alexis Sanchez e outros jogadores chilenos. Confirmou a fama de árbitro simpático aos times da casa.

Resta ainda dúvida quanto à punição que Jara irá receber. Se a Conmebol usar o mesmo critério empregado para punir Neymar (quatro jogos de suspensão) e da Fifa para castigar Suarez pela mordida no italiano (afastamento sumário da Copa), o chileno deve ser banido da competição. Peitar árbitro é infração grave, mas apalpar adversário já é sacanagem.

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E Minowa finalmente acerta um golaço

O Remo anuncia o rompimento do contrato com a Gol Store. A ser confirmada juridicamente a informação, a decisão da Diretoria é digna de aplausos. Depois de seis anos de vigência conturbada, o presidente Pedro Minowa rescinde o contrato com a empresa, que, segundo o clube, não vinha cumprimento com várias cláusulas do contrato. Conforme a notificação, foi concedido prazo de 15 dias para que a Gol Store devolva as lojas – na sede da avenida Nazaré e no Baenão – de forma amigável.

O referido acordo comercial, celebrado na gestão de Amaro Klautau, só trouxe danos às finanças do clube. Na gestão de Sérgio Cabeça, o diretor jurídico Ronaldo Passarinho foi autorizado a entrar com medida cautelar na Justiça, pedindo a rescisão do nefasto contrato. Para estarrecimento do próprio Ronaldo, o presidente anexou duas cartas ao processo, dando razão a Gol Store e motivando o arquivamento.

Para completar a lambança, Cabeça ainda autorizou a Gol Store a abrir mais uma loja no Baenão. Depois da renúncia de Cabeça, Zeca Pirão assumiu a presidência e declarou publicamente que iria “lacrar” a loja da Antônio Baena. Deixou o cargo sem fechar a loja e sem exibir novo contrato com a empresa.

Cabe agora a Pedro Minowa fazer o que o jurídico do clube há tempos havia recomendado. Diante dos exemplos citados, é prudente esperar para ver como é que fica.

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ARF treina para a Copa da Noruega

O time Alunorte Rain Forest (ARF) realiza amanhã mais um amistoso em preparação para a Copa da Noruega, competição infanto-juvenil internacional na qual representará o Pará, em julho, na Categoria Sub-17. A equipe barcarenense joga no Sesi, em Ananindeua, contra o time da casa, formado por garotos do projeto social Atleta do Futuro.

O Rain Forest é o braço esportivo do programa educacional “Bola pra Frente, Educação pra Gente”, desenvolvido pela Hydro Alunorte nas escolas de Barcarena em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed).

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 25)

12 comentários em “Adeus ao paredão François

  1. Paissandu realizou ontem um jogo treino exclusivo para sócio torcedores. Apesar de não ter ido, penso que ações como essa valorizam o ST. Mesmo assim gostaria de fazer uma ressalva, eu, por exemplo, gostaria de levar meu pai para o treino, todavia, ele não é ST. Diante disso, preferi não ir. Dito isso. Penso que o Papao poderia cobrar cinco reais do povo não ST. Se entrasse 1000 reais já er dinheiro.

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  2. Gerson,sempre falei sobre essa loja…Sempre vou comprar material oficial do Remo e nunca tem nada nessa loja…logico que o clube é quem perde…pois como não tem nada,vou a outra lojas…
    So tem objeto sem utilidade para o torcedor como;Coração com simbolo do Remo,roupas para cachorro,roupas para bebe…Enfim.
    O torcedor quer usar camisa oficial…Short oficial,casaco,camisa oficial de treino,bolsa oficial…E nada tem…Nada,quem que perde com isso?O clube.
    Sempre comparo com a loja do paysandu…Uma potencia perto da do Remo…Tem tudo na loja do paysandu…Do meião a bolsa de viajem,todas as camisas de treino,todos os modelos de camisas oficias,camisas femininas…enfim…Parabéns a loja do paysandu,enquanto a loja do Remo,quer viver e dar lucro ao cube vendendo migalhas.

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  3. François Thym, um homem de personalidade muito forte, caráter intocável…tive o prazer em ver jogar em um jogo RE x PA em 1973 no Baenão, tinha 13 anos na época e uma imagem que nunca esqueci….uma dividida entre ele e o Moreira do Paysandu, o Moreira estourou um chute com bola no peito do François, num lançamento rasteiro que ficou entre eles. Mesmo assim o François segurou a bola e se levantou como nada tivesse acontecido. Depois de muitos anos tive o prazer de conhece-lo pessoalmente, precisamente em 1982, quando ele foi contratado pela Tuna Luso como técnico em substituição ao Fenando Oliveira para o restante do campeonato paraense daquele ano. Meus sentimentos a família deste grande homem. FRANÇOIS THIM.

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  4. Sobre o Francois, talvez não tenha sido esse Paredão, mas como pessoa, atleta, profissional aí sim um exemplo mas que infelizmente pouco foi seguido. Dizem que era um matador emérito.

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    1. O histórico é de um grande goleiro, sim, Máximo. Seguro e dado a alguns milagres, segundo testemunhos de quem acompanhou de perto sua história de atleta no Evandro Almeida. Justifica a designação.

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  5. François Tim teve como o maior mérito a articulação da viagem azulina para jogar o torneio amador de Tulon na França por ter fortes raízes francesas e usou de sua influência onde o remo foi vice e hoje e comemorado pelos remista como a maior gloria internacional do futebol, do norte onde o caxiado não cansa de propagandear. rsrsrsrsrsrsrsr aí vice valeu demais . mas os vices do papão não valem nada . esses remistas…. te dize!!!!! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
    serio mesmo, Eu tenho certeza que a maior tristeza da vida do François Tim foi ir embora desta vida sem conseguir seu amado time azulino voltar a primeira divisão nacional onde era a melhor equipe do norte na competição e até uma das melhores do Brasil na longínqua década de 70 onde o remo fazia grandes campanhas, era rankiado e com o próprio François sendo sendo um dos principais responsáveis por aquelas campanhas. François nesses últimos tempos deve ter sofrido demais e não dá para imaginar a sofrência ao ver seu remo amado, destroçado, arrasado e sem perspectiva de melhoria. É muito duro eu também revelar que conheço alguns senhores azulinos que já estão na casa dos 90 anos , fanáticos, apaixonados pelo azulino mas conscientes onde de forma melancólica e dramática que nesta viva não conseguirão ver mais o azulino ter um acesso para A PRIMEIRA DIVISÃO, onde esse time já disputou bem no passado. Mas como nenhum grande homem, grande profissional , grande espirito bom com foi o François tim pode sair desta sem levar também na alma um FORTE DOSAGEM DE ALEGRIA desta vida, ele atravessou a almirante barroso na década de 90 e foi trabalhar no mais glorioso clube do norte, após ter um litígio com a diretoria azulina comandada pelo RAIMUNDO RIBEIRO e juntamente com o seu buneco agnaldo que também atravessou, FRANÇOIS teve a honra de trabalhar no glorioso bicolor e ajudou na conquista do título de 98 depois de muito tempo de jejum papão. VÁ PARA JUNTO DE DEUS GRANDE FRAÇOIS TIM.

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  6. Será que nesta loja do Remo vende feijoada?, kkkkkkkkkkk.
    Brincadeiras a parte, mas a falta de material deve ter um responsável. Se não há jogos, a forma que o torcedor tem de ajudar o time é adquirindo o material oficial do clube.

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