Sob o signo do equilíbrio

POR GERSON NOGUEIRA

A uma semana do começo do Parazão mais aguardado dos últimos anos, só é possível prever com certeza o forte equilíbrio da competição. A disputa tem tudo para ser acirrada na maioria dos confrontos, apesar de certa vantagem técnica dos grandes da capital em relação aos oito emergentes do interior. O detalhe que acentua o grau de dificuldades é o próprio formato do campeonato deste ano, de tiro curto, com apenas quatro jogos para cada clube na fase classificatória do turno.

Algumas curiosidades rondam a competição, cujo perfil mais enxuto reduziu a possibilidade de clássicos, ao contrário de edições recentes. Em 2014, foram oito jogos entre remistas e bicolores, atestando o excesso de apetite dos dirigentes e provocando um esgotamento nas bilheterias. Por enquanto, o primeiro clássico previsto é o do segundo turno, embora nas semifinais e finais da primeira fase possam ocorrer confrontos entre os rivais.

unnamedQuatro times são dirigidos por técnicos considerados regionais pela longa atividade no futebol paraense: Independente (Lecheva), Gavião (Vítor Jaime), Cametá (Cacaio) e Paragominas (Fran Costa). Os demais estão entregues a forasteiros, alguns até em começo de carreira, como Carlos Alberto Dias no Castanhal e Vítor Hugo no Tapajós.

De resto, as folhas de pagamento estabelecem o principal fosso entre os disputantes. No Papão, os valores devem chegar a R$ 340 mil durante a competição. O Remo, que contratou menos, atinge R$ 310 mil. São números baseados em informações não oficiais e a partir de cálculos sobre os salários médios praticados.

Dos interioranos, o Castanhal é seguramente o que mais investiu neste retorno à primeira divisão estadual. Além de importar o técnico, o clube foi contratar jogadores fora do Estado. Não deve, porém, ter uma folha superior a R$ 120 mil.

Os demais clubes devem trabalhar com folhas mensais entre R$ 50 mil e R$ 80 mil. São Francisco, Parauapebas e Gavião foram os que mais investiram. Cametá, Paragominas e Independente investem na prata da casa, representada principalmente por valores já testados, como Mocajuba, Paulo Rafael e Balão Marabá, e veteranos que ainda dão caldo, como Vânderson, Paulo Wanzeller e Mael.

Por fim, outro dado curioso: com exceção da dupla Re-Pa, os times depositam toda confiança em goleiros nativos. Paulo Rafael (Parauapebas), Alencar Baú (Independente), André Luís (Castanhal), Jader (Tapajós), Mumu (Gavião), Paulo Wanzeller (S. Francisco), Evandro (Cametá) e Maicky Douglas (Paragominas).

————————————————–

Manaus também reage a preços de ingressos

E a ganância excessiva, que vitimou a I Copa Amazônia entre nós, golpeou também o tal Torneio de Verão, realizado em Manaus. Flamengo e São Paulo decidiram a competição ontem, com vitória rubro-negra no final, mas o público ficou abaixo das expectativas na Arena da Amazônia.

Os promotores do evento decidiram aloprar nos valores e afugentaram o torcedor. Há um público interessado em ver grandes times aqui na região Norte, mas existe limite para esse interesse e ele é determinado pelo preço dos ingressos.

————————————————-

100 anos de Payxão bicolor

Através das redes sociais, leio informe do amigo Ricardo Gluck Paul, falando das filmagens do documentário que narra a gloriosa história do Papão. “Sábado filmando com o eterno presidente Rui Sales para o filme ‘100 anos de Payxão’ e domingo ao lado do amigo Aladim Júnior, gravando o Gabriel Castro, testemunha ocular do Esquadrão de Aço bicolor e dos 7 x 0. Gabriel nasceu em 1930 e tinha 15 anos no retumbante 7×0 do dia 22 de julho de 1945”, relatou. O filme será finalizado até fevereiro para lançamento (em salas de cinema) ainda no primeiro semestre.

————————————————

Incoerência corintiana e de todos nós

No Bola na Torre de ontem à noite, o amigo e confrade J. B. Telles deixou no final um comentário para reflexão: por que o Corinthians, campeão de nove edições da Copa SP de juniores, é o grande clube brasileiro que menos aproveita os jogadores da base?

De fato, é uma incoerência que faz pensar, embora o futebol paraense também seja pródigo nessa esquisitice. A exemplo do Corinthians, os bons jogadores revelados raramente vingam na dupla Re-Pa. Há algo de muito estranho nessa história.

Telles está em Belém para prestigiar, amanhã à noite, a festa de lançamento da 23ª edição do Troféu Camisa 13, a mais democrática premiação do futebol brasileiro. Ele acompanha o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto Filho, convidado especial de Gandur Zaire Filho, coordenador da vitoriosa promoção do grupo RBA.

————————————————-

Guia especial do Parazão 2015

O futebol do Pará tem várias tradições importantes e uma delas, seguramente, é o caderno extra que o Bola publica há sete anos na abertura do campeonato estadual.

O Guia do Parazão será lançado domingo, 1º de fevereiro, data do início da competição. Serão 12 páginas, contendo tabela, retrospecto dos times, fichas dos jogadores, escudos e histórico do certame paraense.

Reserve já um exemplar junto ao seu jornaleiro.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 26)

13 comentários em “Sob o signo do equilíbrio

  1. Simples: o poder aquisitivo da população do Amazonas é pouca coisa maior do que o do povo paraense, logo, os preços praticados estavam literalmente fora da realidade. A propósito do torneio, um jogador chamado Artur Maia, vindo do rebaixado à Terceirona América de Natal, foi de longe a melhor contratação que um clube fez nesse início de temporada.

    Curtir

  2. Vi no Flamengo um modo diferente de jogar, do que estamos vendo atualmente no futebol do Brasil onde se joga tentando copiar os europeus, descarecterizando o nosso futebol. Vi o Fla jogando com solidariedade, habilidade e condicionamento físico, e sem estrelas, espero que continue assim, mesmo sendo botafoguense, para que assim tenhamos algo diferente por aqui. Deu pena do Ganso, quando tocava na bola tinha três adversários a cerca-lo.

    Curtir

  3. Com todo respeito ao Rui Sales, mas é muita ignorância rejeitar em qualquer filme o nome do presidente mais vitorioso do clube. É por isso que essas coisas nunca dão certo, e nem vão dar.

    * A torcida ao rejeitar ingressos caros em jogos caça níquel, principalmente, está fazendo o seu papel.
    Amor não enche barriga, por clube nem se fala.

    Falando em Bola na Torre, ontem começou as 2:30 da manhã. Me desculpe, amigo baionense, mas já isso uma ómilhação, tanto pra nós, como pra vcs profissionais.

    Curtir

  4. O ingresso do jogo vai custar 20 reais, então se não chover e pela eterna carência, deve dar mesmo um bom público, o problema é o time dos mijados iludidos.

    Curtir

  5. Do jeito que são os “teletubies” torcedores azulinos, bastou o Lala-Caxiado chamar para que os Pauls da vida sigam o Caça-Rola azulino.
    A sofrência é tanta que qualquer coisa serve de alento ao eterno sem divisão!
    Mas, falando de futebol, apesar dos comentários sobre o que foi o primeiro jogo entre os grande da capital, acho que não haverá nada de novo a ser apresentado pelo time do Remo que já joga junto a mais tempo e os adversários mais antenados já conhecem o estilo de cada jogador.
    Já, do lado Bicolor, penso que as peças renderam de modo satisfatório mesmo sem tempo para entrosamento e um melhor condicionamento físico. O Paysandú está com um elenco de 90% de importados, ainda bem que sem estrelas, pois são elas que levam o time para o fundo do poço.

    Curtir

  6. Se jogos de futebol iniciando depois das 21 horas já é um desrespeito ao torcedor e trabalhador brasileiro, refém dos interesses da programação da rede globo de babaquices, o que dizer de assistir a um programa esportivo de TV, em plena madrugada ? Desde que o Bola na Torre teve que se render a um programa de quinta categoria, chamado Pânico na TV (…de tanto besteirol), deixei de assistir ao único programa esportivo, razoável, da TV local. Isto quando era exibido em horário compatível com o do cidadão comum, que trabalha no dia seguinte. Pobre Pará, a eterna província submissa ao sul-sudeste brasileiro.

    Curtir

  7. É verdade, Lira. O programa já faz parte da grade da segunda-feira e fica complicado ficar acordado até tarde e depois acordar cedo para pegar no tranco!

    Curtir

  8. Me impressiona como os torcedores da mucura se incomodam tanto com o Mais Querido. Talvez seja frustração, pois o Remo mesmo sem divisão, ainda é o monstro a ser batido no campeonato. Com relação ao Bola na Torre, fiquei até uma da manhã esperando, pelo menos tinha muita mulher bonita no concurso de miss. A direção do grupo RBA deveria buscar uma alternativa de horário, nem que fosse na segunda. Já reclamei aqui, pois madrugada já é sacanagem.

    Curtir

  9. Vejo a questão da programação como um assunto do mercado e a hora do bola é proporcional ao valor de mercado do Parazão, nada a ver com a qualidade do programa em si, que é muito boa na minha opinião.

    Continuando, o futebol paraense precisa se valorizar mais. O modelo de RExPA’s em excesso é um dos fatores de decadência do nosso futebol. O outro é a organização do futebol brasileiro de um modo geral, que torna os certames regionais subalternos e menores. Do meu ponto de vista, campeonatos de pontos corridos são mais justos e elegem campeão o melhor time, sendo o melhor sintoma disso a expressiva melhora da participação de clubes brasileiros na libertadores, diminuindo significativamente a diferença de conquistas entre nós e os argentinos nos últimos anos. No entanto… No entanto, o modelo de pontos corridos tem sufocado financeiramente a maioria dos clubes brasileiros simplesmente porque este tipo de torneio exige boa parte do calendário e, com isso, a descoberta de craques tem reduzido porque a chamada “vitrine do futebol” agora é bem menor. Por se comportar como um continente, o Brasil poderia privilegiar os pontos corridos nos estaduais e possuir uma ou duas competições de mata-mata em nível nacional, penso, que poderiam funcionar como seletivas e ter play-offs emocionantes. É uma opção a considerar.

    Curtir

  10. Olha os merdinhas falando do campeão paraense kkkkk tem aposentado pela avó q nem dorme direito kkkkkkkkkk é só falar Leãoooo q ele morre de susto kkkkkkk

    Curtir

Deixar mensagem para maximo Cancelar resposta