Do Blog do Menon
Os companheiros Alex Sabino, Diego Iwata Lima e Rafael Valente traçaram um perfil terrível de como os clubes paulistas são administrados. Em quatro colunas, na Folha de S.Paulo, fizeram um raio-x do que acontece quando gigantes são administrados por anões. Quando clubes de massa caem nas mãos inábeis, incompetentes e apaixonadas (paixão que mata) de dirigentes que não dirigem.
O quadro é triste. Basta dizer que o Palmeiras, que deve mais de R$ 100 milhões ao seu presidente (isto é coisa para o XV de Piracicaba e Romeu Ítalo Ripoli) é um dos clubes em melhor condição. Somadas, as dívidas dos quatro grandes chega a R$ 1,2 bi. Nem falemos da Portuguesa e seu triste fado, relatado em vídeo pelo jornalista Luís Nascimento. Fica para depois.
Há de tudo, uma salada impressionante.
Comecemos pela vergonha chamada direitos de imagem. Treinadores, clubes e jogadores aceitam essa tramoia fiscal. Nem deveriam reclamar. Querem ser espertos para evitar impostos e são obrigados a ouvir clubes dizendo que os salários estão em dia. Só os direitos estão errados.
Sem dinheiro, recorrem ao que podem: as cotas da televisão. É a maior fonte de renda. Correm para a esmola e são obrigados a aceitar tudo que a nave global impõe. Dos quatro, apenas o Corinthians tem patrocínio máster, mas perdeu dois menores. E precisa juntar R$ 57 milhões até julho para pagar a primeira parcela do Itaquerão. Pronto, 5, 4, 3, 2, 1…. podem dizer que a culpa é minha porque escrevo Itaquerão e assim não ajudo o Andrés a vender os naming rights e que assim eu também sou prejudicado porque sem o Corinthians eu não sou nada, não tenho dinheiro nem para comprar um Chikabon. De segunda mão.
E o Santos? Cadê o dinheiro do Neymar? E o que foi gasto com Leandro Damião. Olha, como são incompetentes. Se um clube atrasa três meses de salário, o jogador pode pedir rescisão. Não é possível atrasar dois meses e 20 dias e depois pagar? Não? Tem mesmo de perder o Arouca para o Palmeiras?
O São Paulo, com sua fratricida briga entre o atual e o ex-presidente, dois juvenais, diferenciados apenas pelo sotaque?
Diante de tantos problemas, o caso Dudu poderia ser um exemplo de como os dirigentes reagem catatonicamente à crise. Parece que nada está ocorrendo. Corinthians e São Paulo duelam por um jogador que custa R$ 18 milhões. Dudu tá lendo, mas vale tudo isso? Comprar 50% ou 60%? E o salário vai continuar em dia? E os tais direitos de imagem.
Mas prefiro falar de Cristian. Porque, se Dudu fez um bom campeonato brasileiro, Cristian está parado há seis meses. E foi contratado para ganhar R$ 13,3 mil por dia. Vai receber R$ 554 por hora. Se for dormir às dez e acordar às seis, sua conta bancária estará recheada com mais R$ 4400.
Tem bola para isso? Ou veio porque posou novamente fazendo gesto ofensivo para a torcida rival. Foi auxiliado, na foto, por Dentinho, que não faz um gol há décadas.
Vive-se uma fase de fantasias. Vende o almoço para comprar a janta. Fatiam promessas como Gabigol e Malcon. Dão fatias de filé para roer o osso.
Se continuarem assim, com dirigentes sem nível e sem história, logo serão vendidos a potências estrangeiras. Serão franquias e não objeto de paixão popular.
“Vende o almoço para comprar a janta”. Precisa dizer mais?
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Verdade Valentim… Essa é a situação de São Paulo, imagina os times do Rio… A verdade é que alguns clubes brasileiros, por conta da força política tanto na Globo como em outros lugares, estão habituados a comer ovo e arrotar caviar.
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Se o Paulista está assim que dirá o resto!
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Meu comentário está na moderação Miguel… Ele vai nesse sentido.
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