Nem deu tempo de ficar nervoso

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Por Gerson Nogueira

Um vexame sem precedentes na história do futebol brasileiro. Superou até o Maracanazo de 50, embora não tenha sido na final da Copa. O passeio alemão no Mineirão foi tranquilo e calmo desde os primeiros minutos. Bola de pé em pé, flutuação perfeita dos meias Ozil e Kroos, tabelinhas à brasileira entre Lahm e Muller. Um show.

Poucas vezes um time se impôs com tanta autoridade moral sobre outro em uma semifinal de Copa. E olha que o adversário massacrado era o anfitrião do torneio.
Bem treinada, compacta na marcação e na saída para o ataque, a Alemanha realizou um jogo particular, sem tomar conhecimento do Brasil. Explorou com sabedoria a insegurança do miolo de zaga, onde Dante não se encontrou em nenhum momento. Errou todas as cabeçadas e perdeu todas as divididas.
Fernandinho e Luiz Gustavo foram espectadores privilegiados das evoluções do afinadíssimo conjunto germânico. Khedira, o mais limitado dos volantes de Joachim Low, deu-se ao luxo de se plantar na intermediária brasileira, confundindo a saída de bola da Seleção.
Os primeiros golpes trocados denunciavam a frágil organização defensiva do Brasil, que tinha dificuldades em sair jogando com os meias. Oscar, sumido entre os marcadores, não se apresentava como a opção para conduzir o jogo pelo meio. Bernard era o mais ativo dos atacantes, mas o time sofria com a fraqueza do lado esquerdo do ataque, onde Hulk repetia os erros de sempre. No meio, parado na tradicional posição de poste, Fred não recebia uma bola. Quando chegava nele, voltava para os alemães.
O Brasil resistiu por 10 minutos. Até Hulk perder uma bola na tentativa de driblar Hummels. O lançamento chegou a Kroos e deste para Lahm. A zaga afastou para escanteio e, logo a seguir, ficou marcando a bola com os olhos. Muller aproveitou o presente, aos 11 minutos.
O gol fez a Seleção ir à frente, mas sem organização ou criatividade. Oscar seguia inoperante. Com isso, prevalecia a marca inconfundível do time: as ligações diretas. Bernard era acionado, mas as bolas ou eram longas demais ou muito curtas.
Como o Brasil não tomava um rumo, a Alemanha voltou a pressionar e a trocar passes junto à área. Aos 23 minutos, a bola se apresentou de novo para Muller na pequena área. Julio César defendeu o chute, mas o rebote caiu nos pés de Klose, que fez o segundo gol e assumiu a artilharia em Copas, com 16 gols.
Não deu nem tempo de comemorar. Aos 24, Toni Kroos pegou de primeira uma bola que atravessou a grande área brasileira. O chute saiu no canto, indefensável. Dois minutos depois, o próprio Kroos aproveitou a indecisão de Dante e Fernandinho e marcou o quarto gol.
A goleada se consumou aos 29 minutos, em bola rebatida nos pés de Khedira. Nem os alemães acreditavam em tamanha facilidade. Ninguém, a bem da verdade, conseguia atinar para o que se passava em campo. Os jogadores do Brasil pareciam paralisados, sem saber a quem marcar. E os adversários se multiplicavam.
O milagre da multiplicação tem uma explicação: o time alemão funcionava organizadamente e tocava a bola com correção, sem desperdiçar energia e se deslocando rapidamente. Quem diria, foi no velho um-dois que Low massacrou Felipão. Como se a Alemanha estivesse treinando.
Na segunda etapa, Fernandinho e Hulk foram substituídos por Ramires e Paulinho. Nem em meio ao naufrágio Felipão abriu mão dos seus 300 volantes de Sparta. De qualquer forma, o time foi buscar um sopro de entusiasmo e começou a fustigar a zaga alemã.
Com vontade, Bernard, Ramires, Paulinho e Oscar perderam quatro oportunidades seguidas, defendidas por Neuer ou abafadas pela zaga. Só que na primeira arrancada ao ataque a Alemanha quase chegou ao sexto gol, com Lahm. Instantes depois, um contragolpe mortal deu a Schuerrle, que havia substituído Klose, a chance de finalizar para as redes.
Destroçado física e mentalmente, o time brasileiro tentava ir à frente, rondava a área, mas a impotência prevalecia. Aos 36 minutos, veio o golpe definitivo. Shuerrle recebeu no canto esquerdo da área e bateu pelo alto, rente ao travessão. Um golaço. Incrível: o país pentacampeão do mundo estava levando uma peia de 7 a 0 em sua própria casa.
Willian entrou no lugar de Fred, apupado pelo estádio inteiro. A mudança foi de seis por meia dúzia, sem qualquer melhora no ataque brasileiro.
O fato é que nem o mais pessimista dos torcedores vira-latas imaginava um vareio tão grande de bola. Sem Neymar, seu cérebro e principal atacante, único talento desta geração, o Brasil se comportou como um timinho assustado, quase uma Honduras ou um Azerbaijão, que perdeu o bonde depois de levar o primeiro gol. Oscar ainda marcaria o gol de honra, limpando jogada na área alemã.
O torcedor bateu palmas para saudar os donos da bola, absolutos no clássico de ontem. Os alemães, conforme previra Johan Cruyff, jogam o melhor futebol do planeta hoje, estruturados desde 2006 e merecem passar à final.
A bola, como diz o outro, pune. O futebol não perdoa a incompetência. O Brasil abusou disso nos 90 minutos. Resta juntar os cacos e levantar. E vida que segue.
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Fim da era Felipão no escrete
Na tribuna de imprensa do Mineirão a derrota acachapante, humilhante e inesperada, que frustrou o país inteiro, determina o fim da era Felipão na Seleção Brasileira. Com ele, saem Parreira e Murtosa. Mas, antes que alguém pregue a crucificação do gaúcho de bigodes, cabe observar que o problema maior não está no técnico.
É preciso entender que o Brasil poucas vezes teve uma geração tão opaca e desinspirada. Formar um grupo de 23 jogadores foi até fácil para Felipão. Anunciou sua convocação para a Copa sem contestações ou críticas, afinal os melhores estavam no grupo.
Pode-se lamentar que Kaká, Lucas ou até Ganso foram deixados de lado, mas nenhum deles daria jeito na atormentada equipe que entrou em campo para ver a Alemanha jogar ontem. Sem Neymar, o Brasil se nivelou aos times mais limitados da Copa. Só a superação poderia funcionar como remédio desesperado, mas ela não veio e o time sucumbiu.
Fala-se em Tite para assumir o comando, mas ele também será massacrado se o Brasil não renovar seu naipe de jogadores. Isso leva tempo e exige trabalho sério.
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Até o Maracanazo fica em segundo plano
Foi a pior goleada já sofrida pelo Brasil em Copas. Foi também a sexta maior goleada na história do torneio da Fifa. E representou um amargo acerto de contas com os execrados jogadores de 1950. A derrota no Maracanã para o Uruguai deixou marcas indeléveis nos corações brasileiros, mas perde em contundência e importância para a surra inesquecível que o time de Felipão sofreu no Mineirão.
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Máquina de guerra arrasa em BH
Depois do que se passou em Belo Horizonte, com a exibição de gala da máquina alemã de Muller e Kroos, pode-se dizer, sem medo de errar, que a Alemanha não arrasava um país assim desde a II Grande Guerra.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 09)

22 comentários em “Nem deu tempo de ficar nervoso

  1. Triste, decepcionante, vergonhoso, humilhado, mais no final alegre, alegre primeiro por Barbosa, que agora vai descansar em paz, e em segundo pelo próprio futebol brasileiro que terá que passar por mudanças drásticas.

    Não vou criticar felipão, parreira, imprensa, jogador x ou y, vou elogiar o adversário, parabenizar kroos, khedira, muller, pelo talento, pelo futebol apresentado, pela arte de jogador, acima de tudo futebol é arte, e ela ainda está na viva, infelizmente não nosso país.

    Péle, Falcão, Zico, deveriam entregar a taça de campeão mundial a esses jogadores, claro se foram campeões.

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  2. O futebol brasileiro ainda não faliu, mas está convalescente. Ser derrotado pela Alemanha em uma semifinal de Copa do Mundo, em uma Eurocopa (isto entre os europeus) ou em amistosos é mais do que normal, pois trata-se de uma potência do futebol mundial. Mas há derrotas e derrotas, assim como há vitórias e vitórias. Se o triunfo de 1958 rompeu com o vira-latismo consagrado 8 anos antes em 1950, a derrota de 1982 sepultou o que de melhor fazíamos e as conquistas de 1994 e 2002 consagraram o futebol de resultados temperado com dois ou três jogadores fora de série, 2014 marcou de forma humilhante a derrota não apenas de um ciclo de jogadores, mas de um conceito de futebol praticado no Brasil há pelo menos 10 anos: feio, faltoso, sem inteligência, sem velocidade, com ligação direta e chuveirinho. Um futebol que nem mesmo os ingleses, que aposentaram o velho “kick and rush”, praticam mais. Os 7 a 1 foram dolorosos e humilhantes, porém proporcionais ao nosso descompasso perante o mundo praticante do futebol: jogamos um futebol feio, taticamente defasado, ilhado em relação ao mundo e turbinado pela proverbial arrogância futebolística pátria proporcionada por alguns bons resultados como a goleada da Seleção Brasileira sobre a Espanha na final da Copa das Confederações de 2013, o título mundial de Corinthians, Internacional e São Paulo contra Chelsea, Barcelona e Liverpool respectivamente e as últimas conquistas nacionais na Libertadores. Ganhamos, é verdade e vencer é importantíssimo num esporte em que os resultados são cobrados de todos e por todos os que nele estão envolvidos (torcidas, imprensa, dirigentes, atletas, patrocinadores e etc). Mas muitas vitórias foram ungidas por Pirro e outras foram contra adversários frágeis, débeis. Estas vitórias ocultaram nossa mediocridade técnica e o quanto somos medianos e nesta condição integrantes do segundo escalão do futebol mundial.
    Nosso futebol passa por uma crise de identidade tão grande que contaminou até os jogadores da atual Seleção Brasileira que atuam no continente onde se pratica o melhor futebol do planeta hoje, a velha Europa. Temos uma seleção européia que joga como os medíocres times brasileiros. No entanto, os problemas visíveis que agora abundam no gramado devido a humilhação imposta à canarinho pelos sete tiros do panzer germânico, irromperam com o lastro do desastre que é o futebol brasileiro fora das quatro linhas. CBF, federações estaduais, cartolas, treinadores, políticos-dirigentes, dirigentes-políticos, as hordas organizadas e setores da imprensa que agem como verdadeiras assessorias dado suas práticas de jornalismo acríticos, adesistas e cúmplices do descalabro também tem em suas respectivas contas o débito pela humilhante derrota de ontem.

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  3. Sempre critiquei Júlio César no gol. Nosso time conseguia se safar nos outros jogos por conta dos zagueiros que evitavam que os adversários chegassem perto do gol, por isso ganhamos as partidas. Agora que perdemos resolvi fazer uma análise das estatísticas dos jogos “chutes a gol X gols sofridos” e chegamos a uma média de 31%. Ou seja, a cada 4 chutes a gol (não finalizações, chutes a gol mesmo), nosso goleiro tomava um gol.

    CHUTES GOLS
    Alemanha 12 7
    Colômbia 5 1
    Chile 5 1
    México 3 0
    Camarões 6 1
    Croácia 4 1
    TOTAL 35 11

    Não que ele seja o grande culpado pela derrota, mas um goleiro com essa média não agarra nem no Remo nem no Paissandu. Contra a Alemanha o Brasil chutou a gol 14 vezes, só marcamos um gol. No jogo de ontem alguns chutes foram em cima do Júlio e ele sempre caiu pra direita, assim como no gol contra do Marcelo. Se todo grande time começa com um grande goleiro, estamos errados há muito tempo.

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  4. Amigo Gerson, apenas discordo, com todo respeito, do trecho…

    “Sem Neymar, seu cérebro e principal atacante, único talento desta geração, o Brasil se comportou como um timinho assustado, quase uma Honduras ou um Azerbaijão, que perdeu o bonde depois de levar o primeiro gol”

    Para mim, mesmo torcendo pelo Brasil e triste e decepcionado pela goleada, o Brasil se comportou a copa toda como uma quase Honduras, classificando-se sempre no sufoco.

    Vale lembrar que o Chile, como a Alemanha ontem, colocou o Brasil na roda, mas não ganhou o jogo em virtude de não ter um poder de fogo próximo ao do alemão.

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  5. “É preciso entender que o Brasil poucas vezes teve uma geração tão opaca e desinspirada. Formar um grupo de 23 jogadores foi até fácil para Felipão”.

    É verdade que o Brasil não tem uma geração de ouro, como a construída pela alemães (eles se reestruturaram depois de 2002), mas temos jogadores suficientes para fazer jogo… ontem não tivemos isso… Não tivemos jogo… a culpa é da comissão técnica….

    Apesar disso, é importante destacar que mais responsável quem contrata o técnico e quem gerencia o futebol brasileiro.

    Não tenho dúvidas em afirmar que CBF, Globo e os grandes clubes do eixo são os grandes culpados pela derrocada do futebol brasileiro.

    Considero a CBF e a Globo os mais culpados, mais destaco os clubes, pois estes monopolizan as verbas e, consequentemente, acabam por exterminar tradicionais clubes periféricos que antes produziam bons jogadores… penso que devamos rever o futebol brasileiro… mas sinto que eles não querem…

    André Sanchez é um bom exemplo de oportunistas que ferrou com vários clubes ao negociar cotas de TV separadamente… deviam ver como funciona nos grandes centros.

    O

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  6. Vou repetir o mesmo comentário que eu vi na internet e que eu vi por aqui também: o Barbosa, 64 anos depois, foi vingado. Pena que ele não esteja vivo para sentir esse alívio. Esse Mineirazzo é, com toda certeza, maior que o Maracanazzo. Muita gente tem culpa no cartório, desde a CBF até alguns jogadores.

    O que resta saber é que se desta vez vão aprender a lição. Sinceramente, acho difícil; brasileiro tem memória curta demais e daqui a quatro anos, dirigentes e torcida vão esquecer tudo e achar que mesmo um time ruim vai ser campeão. Se for assim, 2018 promete bis.

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  7. Celira, você poderia detalhar a culpa da Globo no processo de “azerbaijanamento” do futebol brasileiro. Pergunto isso porque nada obstante a Globo seja pródiga em realizar oba oba, não é ela quem contrata o treinador, quem convoca os jogadores, quem treina os jogadores etc. Ademais, não se perca de vista que como foi dito na Coluna o Brasil vem enfrentando de há muito uma séria crise de talentos, a qual ano a ano vai se agravando.

    A Seleção do Dunga, que já capengava, que já se ressentia de craques, mesmo tendo à disposição jogadores como o Kaká, era muito melhor que a do Felipão, que mesmo com Neimar em campo, fez partidas dignas de time de várzea de quinta categoria, dado o número de chutões que distribuiu e ligações diretas que tentava efetuar. Aliás, referida crise não se limita aos jogadores, se estende também para os treinadores.

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  8. Amigo Antônio Oliveira,

    1) imposição de horário, tirando público dos estádios de futebol,

    2) Com pagamento de cifras astronômicas para determinadas clubes e uma compensação para outros, ela acaba por desnivelar o futebol brasileiro (nesse quesito ela tem largo apoio dos grandes clubes),

    3) A Globo adianta cotas de TV para os clubes como garantia de manter o direito de transmissão futuramente.

    4) A Globo transmite apenas os jogos dos clubes que lhe convém, logo, estes acabam por ter cotas de patrocínio melhores (nas ligas estadunidenses, por exemplo, quem televisiona é a liga, que vende o direito de imagem para emissoras que compram pacotes fechados de jogos para transmitirem).

    Amigo, só alguns exemplo, sem contar a forte ligação que ela tem com a CBF…

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  9. Continuando Antônio…

    Nas ligas EUA…

    1) Os horários são organizados pelas ligas,

    2) A venda do direito de televisionamento é divido igualmente entre as franquias,

    3) Os pacotes de jogos são vendidos fechados…

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  10. Amigo Celira, estou com você, a globo é culpada por tudo isso que você lista e por muito mais, dentro e fora do futebol.

    Todavia, não me parece que isso tenha relação direta com a baixa qualidade técnica que nossos atletas vem apresentando desde a categoria de base, a qual resulta em times muito semelhantes aos times formados pelo Azerbaijão ou por Honduras. (…)

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  11. Mas eles compram até os direitos de transmissão dos jogos sub – 20… Você sabe por que só há um representante do norte na copa do Brasil sub 20? Exigências globais amigo Antônio…

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  12. O mal que está matando o futebol brasileiro, além dos formatos anacrônicos dos campeonatos que tanto criticamos, é essa maldita Lei Pelé que precisa ser alterada. O direito federativo dos jogadores tem que pertencer ao clube formador em pelo menos 70%. Essa lei prejudica times pequenos e jogadores, em detrimento dos empresários. Só para esclarecer, vou citar os exemplos do Cicinho e do Picachu. O Remo não recebeu um só mísero centavo pelos direitos do lateral, o que ajudaria a pagar parte de suas dívidas, enquanto que a Ponte Preta e algum um esperto empresário lucraram sozinhos com a venda do jogador ao Santos. No caso do Picachu, o Paysandu é obrigado a mantê-lo sob contrato para não perdê-lo de graça, quando o ideal seria liberá-lo para um grande time, onde o jogador pudesse crescer profissionalmente e em uma negociação futura, render dividendos ao clube. Porém, o maior símbolo dessa lei é o Guarani de Campinas, um dos clubes que mais revelaram jogadores no Brasil, vive uma rotina de sucessivos rebaixamentos e dívidas impagáveis.

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  13. Já no que respeita à Seleção atual, independentemente do resultado de ontem, além da baixa categoria da nossa safra de jogadores, a pobreza do futebol jogado também há de se creditada ao próprio Felipão e suas inflexibilidades, bem assim à cbf que dedica quase que todo o seu interesse à grana que pode ser mobilizada pelo futebol, deixando o futebol propriamente dito, aquele disputado dentro das quatro linhas, a um plano inferior.

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  14. Acho bastante oportunas todas as observações feitas pelo Celira. Podem até não entrar em campo(as observações), no entanto explicam muita coisa que concorre para que tenhamos um campeonato nacional de baixa qualidade, arbitragens idem e um ambiente que não permite melhor organização. Por isso, quando dez entre dez comentaristas dessas mesas redondas que pululam nas tevês por assinatura cobram a contratação de um treinador de outra nacionalidade, corremos o risco de fazer o certo em um ambiente inadequado.
    Com efeito, de nada adiantará um grande treinador à frente de um time fruto da atual organização do nosso futebol, muitos deles protagonistas de um campeonato em que nenhuma das partidas atinge o tempo mínimo de bola rolando exigido pela FIFA, ou outros que preferem evitar serem convocados para certos amistosos arranjados pela CBF.
    Enfim, mesmo com toda a responsabilidade do Felipão pelo fiasco de ontem, parecia ainda saborear a conquista da Copa das Confederações, só ele não responde por toda aquela tragédia de ontem.

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  15. Sim, a globo exige como qualquer outro patrocinador exigiria e a entidade cumpre como qualquer outra entidade mercantilista como a cbf cumpriria, como, aliás, os próprios jogadores cumprem relativamente aos seus patrocinadores. Mas, isso não me parece influenciar na qualidade dos jogadores que vão despontando, porque disputando ou não os torneios nacionais das categorias de base são poucos os garotos que realmente apresentam qualidade diferenciada.

    Minha opinião é que os empresários e diretores e técnicos são mais perniciosos para a safra de craques que a globo. Podemos tirar como exemplo aqui em Belém. Há jogadores de péssima qualidade, “pernas de pau” na acepção da palavra, cuja escalação decorre do conluio entre as três figuras que citadas em detrimento dos jogadores da base. Muitos garotos, por este motivo, até abandonam o futebol (como ia acontecendo com o Roni) perdendo-se então os talentos em prol dos “pencas” apadrinhados.

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  16. Também amigo…
    Concordo que os dirigentes (os que estão no alicerce do Futebol) são os mais perniciosos. Caso não fossem perniciosos, contratos esdrúxulos não seriam assinados.

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  17. Não assisto a Globo, mas seus “especialistas” devem estar procurando culpados sobrenaturais (para esconder os óbvios), pelo mineiraço.

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  18. Celira, já consideraste, seriamente, em candidatares-te à presidência do PSC, pra ver se nosso clube sai do
    semi-amadorismo ?! Vandick pode até ser honesto, mas é incompetente. Precisamos de gente competente e honesta, para alavancar o clube.

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  19. Amigo Heleno,

    Se tivesse muito dinheiro, como o Roger, por exemplo, não teria dúvidas em viver intensamente a política clubistica.

    Mas, provávelmente como você e muitos aqui do blog, sou apenas um assalariado que precisa trabalhar seis/oito horas por dia para conquistar o pão de cada dia.

    Em outras palavras, não posso dar-me ao luxo de dedicar-me gratuitamente a nada (para mim os cargos dos clubes, todos até de presidente, deveriam ser remunerados, isso caracteriza o profissionalismo).

    No mais, ainda acredito que viveremos dias melhores…

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