
POR PAULO NOGUEIRA, no DCM
A enxurrada de notícias de corrupção em que o protagonista é Temer remete a uma situação que o país enfrentou há pouco tempo.
Temer é o novo Eduardo Cunha.
Chegou um momento em que não só os brasileiros se perguntavam como diante de tantas provas colossais de crime Cunha permanecia na presidência da Câmara. Também o mundo se intrigava com a impunidade. Para a imagem do Brasil perante a comunidade internacional, foi um horror.
Temer repete Cunha.
Esta sexta foi particularmente sinistra para ele. A informação de que ele pediu — e levou — 10 milhões de reais da Odebrecht para favorecê-la tem um poder destruidor parecido com a revelação das contas secretas de Cunha na Suíça.
A notícia veio num vazamento da delação de um ex-executivo da Odebrecht. Temer não estava sozinho. Praticamente todos os seus homens de confiança do PMDB foram citados no vazamento, de Padilha a Jucá, de Moreira Franco a Geddel, e por aí afora. Renan também entrou na dança. E claro que Cunha não poderia faltar. Cunha é tratado como Caranguejo pela Odebrecht. Os codinomes são uma das atrações do vazamento. Renan, por exemplo, é Justiça. Jucá é Caju. Moreira Franco é Angorá.
O delator deixou claro que todo o dinheiro dado tinha como contrapartida vantagens para a construtora. Nada era de graça. Nada era fraternal. Tudo era combinado nas minúcias — e cobrado por ambas as partes.
Não é apenas Temer que fica inviável com a delação da Odebrecht: é o PMDB como um todo no poder.
Foi uma aposta da plutocracia que não deu certo. Uma suposta ponte que logo se revelou uma pinguela. Um homem menor que o Brasil, para usar a grande definição de Dilma, e cercado de gente da mesma estatura.
Parece piada que Temer foi a resposta para o “combate” — aspas e risada — à corrupção do governo Dilma. (Foram quase 40 políticos mencionados no vazamento. Dilma não estava na lista.)
Só um governo legítimo, sagrado pelas urnas, pode tirar o país do caos profundo a que foi levado por uma conspiração de homens brancos, velhos, ricos e corruptos.
Isso quer dizer duas coisas, fundamentalmente:
1) Temer fora já.
2) Diretas já.
Isso quer dizer duas coisas, Gerson:
1) Temer já serviu, agora é sua vez de ser descartado;
2) Indiretas para eleger FHC, aquele mesmo que chamou aposentado de vagabundo.
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Aquele mesmo que pilhou o país através da malsinada privataria de empresas estatais. Aquele mesmo que deu o maior arrocho salarial da história recente e que conseguiu quebrar a economia 3 vezes – é tetra!!!
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Por que o Fidel não nasceu no Brasil? Renuncia Geral desse congresso, governo e STF que não nos reprsenta.
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Diria que ele continua sendo o Mordomo de filme de terror que sempre foi.
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De fato, é realmente uma piada que o sujeito tenha ascendido para supostamente curar uma enfermidade da qual ele era um dos principais agente etiológico.
Mas, realmente, não se pode esquecer que o sujeito é agora, aquilo que sempre foi e que era sabido e ressabido por quem o levou para o governo. Aliás, os demais citados nesta primeira delação também tinham suas habilidades e potencialidades muito bem conhecidas por quem os levou para o governo.
Com efeito, mais do que uma piada, tudo o que veio à tona agora, é também uma confirmação!
Uma confirmação que apesar dos motivos errados, o impeachment foi uma penalidade merecida. Uma confirmação de que se tivesse ocorrido com o anterior e com o anterior do anterior e assim sucessivamente para trás também seria merecido.
Por derradeiro, não se diga que a impedida não foi citada. Deveras, quem se der ao trabalho de ler as mais de oitenta páginas do esboço da delação que foi disponibilizado aqui mesmo no Blog, e o fizer com senso interpretativo mais do que superficial, vai constatar que ela, e seu mentor, integram as etapas de muito daquilo que foi atribuído aqueles cujo nome foi expressa e literalmente citado.
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