Leão encara nova batalha

POR GERSON NOGUEIRA

É o quarto jogo decisivo que o Remo encara em Belém nesta segunda fase da etapa classificatória da Série C. Nos três anteriores, saiu vencedor, sem grandes sustos. Derrotou Cuiabá, River e Confiança. Falta agora superar Salgueiro e América-RN.

Caso confirme as cinco vitórias domésticas, alcançará 29 pontos, classificando-se para o mata-mata que define o acesso à Série B sem depender do jogo como visitante contra o Fortaleza. Com base nessas projeções, cinco jogos separam o Remo da Segunda Divisão.

unnamed (3)Para quem passou os últimos 11 anos esperando poder voltar a disputar a Série B não há oportunidade melhor. A partida desta noite contra o Salgueiro é, portanto, o penúltimo passo para chegar ao mata-mata.

Como sempre ocorre, os últimos desafios são sempre os mais espinhosos. Sob o comando de Waldemar Lemos, o Remo até aqui se mostrou superior como mandante, não deixando escapar nenhum ponto disputado.

É claro que toda essa aflição podia ter sido evitada, caso o time não houvesse tropeçado ao longo do primeiro turno, ainda na desastrosa gestão de Marcelo Veiga, quando perdeu para o ASA e empatou com Botafogo-PB e ABC no Mangueirão. Foram sete pontos desperdiçados.

Com Waldemar, a situação mudou de figura. A equipe ganhou coesão tática, passou a atuar de maneira organizada e adquiriu confiança para superar os percalços. É verdade que não conseguiu mais vencer como visitante, mas compensou com os triunfos em casa.

Contra o Salgueiro, o Remo só não pode repetir alguns pecados exibidos diante do River e do Confiança, quando se atrapalhou diante da forte marcação e criou poucas chances de gol no começo da partida. À medida que o tempo passava, o nervosismo ia aumentando, assim como a impaciência da torcida.

O meio-de-campo, setor mais ajustado da equipe, terá a imensa responsabilidade de calibrar a pressão sobre a equipe visitante. Das iniciativas de Eduardo Ramos e Marcinho depende a força ofensiva do Remo.

Na frente, uma opção surpreendente. Para o lugar de Fernandinho, Waldemar escalou Allan Dias, que reaparece na equipe para formar dupla com Edno. Jogador de força, Dias não terá como executar as funções que o titular costuma exercer, embora sem tanto acerto.

Há o perigo de que, como nos tempos de Marcelo Veiga, Dias fique perdido lá na frente, sem função prática. A não ser que seja mais um a reforçar o trabalho na meia-cancha.

Sua escalação indica que especialistas naquela faixa de campo – como Magno e Sílvio – não terão chances com o técnico.

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Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta, com a presença de Giuseppe Tommaso e Valmir Rodrigues. O futebol paraense em debate e os gols da rodada do fim de semana.

O programa começa logo após o Pânico, na RBATV, por volta de 00h20.

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Papão afunda nos próprios erros

A falta de combatividade e a já conhecida apatia deram o tom da atuação do Papão, sexta à noite, em Lucas do Rio Verde. Foi uma atuação bisonha, sem inspiração ou poder de reação para tentar impedir que o desastre se consumasse.

Foram apenas 10 minutos de futebol. Nesse tempo, o Papão abriu o placar aos 4 minutos, com Lucas, e fez mais dois ataques com Mailson e Tiago Luiz. A partir daí, o Luverdense começou a se recuperar do susto inicial e foi crescendo até tomar conta do jogo.

Por volta dos 20 minutos de partida, a troca de passes do LEC já era predominante e seus homens de frente – Tozin, Hugo e Sérgio Mota – faziam estragos à frente da área bicolor.

Tanto fizeram que, aos 25, veio o gol de empate. A zaga ficou assistindo o zagueiro Everton acertar o cabeceio forte e no canto do gol de Marcão. Um minuto depois, Sergio Mota ia invadir a área quando foi derrubado por Ronieri. Mais um passo e ficaria de frente para o gol.

O LEC foi administrando a partida e, aos 46 minutos, consumou a virada. Hugo escapou do sarrafo de Lombardi na linha lateral, foi à linha de fundo e cruzou para Tozin escorar para as redes. O primeiro tempo terminava ali, com domínio amplo e inquestionável do time da casa.

O segundo período não foi diferente. Apesar de um começo enganoso, com dois ataques fortes, o Papão voltou à pasmaceira inicial, permitindo que o Luverdense preenchesse todos os espaços e tomasse conta do jogo.

Dado ainda fez mudanças, mas sem qualquer efeito prático. Alexandro substituiu a Rivaldinho, Robert a Mailson e Raí a Lucas, porém o time continuou do mesmo jeito. O LEC podia ter feito mais gols. Rafael mandou uma na trave e Hugo perdeu duas oportunidades antes de fechar a contagem, aos 46.

O resultado mantém o Papão na parte perigosa da tabela, a 6 pontos da zona de rebaixamento. Pior do que isso é a constatação de que o time cai de rendimento na fase mais aguda da competição, com peças fundamentais (como os laterais) inteiramente nulas. Algo precisa ser feito – e logo.

Pelas palavras duras do presidente ao final da partida, chegando a pedir que os torcedores denunciem os maus profissionais a serviço do clube, providências drásticas deverão ser tomadas. Ainda dá tempo de corrigir a rota.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 04)

9 comentários em “Leão encara nova batalha

  1. Bom eu não sei o que se passa dentro do Paysandu porque não convivo por lá. A única coisa que posso afirmar é que tem muita gente por lá que já não almejam mais nada esse ano(acesso) e só estão esperando terminar a temporada o mais rápido possível para debandar. Estão esquecendo que ainda falta cumprir uma última obrigação este ano, deixando o Papão na B. Ainda faltam muitas rodadas que podem levar inclusive ao título, porém em torno de 5% de chances e ao acesso com 70% de chance ao Paysandu na minha opinião, 25% para rebaixamento. Isto hoje, mas os caras bicolores entraram numa instabilidade impressionante que é difícil de se fazer qualquer prognóstico sobre o que ocorrerá no final porque os caras jogam um futebol de primeira contra o Tigre fora de casa, depois vencem o forte Ceará fazendo um jogo de encher os olhos, porém logo em seguida fazem jogo pífio contra o modesto Oeste e 2 jogos horripilantes contra os fracos Tupy de Luverdense, hoje confesso que já estou começando a encontrar dificuldades para dar palpite sobre o Paysandu neste restante de serie B. Outra coisa é certa; Se os salários estão mesmo em dia por lá, será um dos casos mais inusitados do futebol que já vimos um time que recebe grana em dia nesse tempo de crise, mas os atletas jogam alguns jogos igual ao de ontem , como se estivessem há 6 meses sem ver a cor da ‘babá’ . Não posso nem comparar com o vizinho da Almirante Barroso porque lá dizem que ninguém recebe em dia, mas estão quAse levando time para a serie B, mostrando inclusive serenidade, bem diferente de alguns bicolores onde aquele lance do Capanema prejudicando o time de forma grosseira, sem necessidade parecia atitude de quem está revoltado com clube e o mundo.. Vai entender um coisa dessa.

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  2. Amigo Gerson, pasmaceira foi um adjetivo muito cavaleiro com o ridículo e ignóbil time bicolor.
    Em casa irá receber adversários fortíssimos e fora não espero mais que derrotas.
    Série C a vista em 2017!
    Parabéns Maia. Você escreve com letras garrafais o seu nome na história Bicolor.
    Eu queria estar errado em tudo que eu falo!

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  3. Sempre elogiei o Maia, mas acho que ele esta perdendo a razão, entrou num modo perigosíssimo aonde só ele tem a razão ( estilo Dilma Roussef ), por que manter o Dado? creio que é uma questão de orgulho, Dado nem deveria ter voltado, vou ser sincero com vocês, Dado para Série B é mediano e olhe lá, o negócio é que ele se expressa bem e meus amigos, neste país, para você se tornar inteligente basta falar bonito e convencer outros, Dado fala bem, descreve bem as coisas, e as pessoas confundem isso com visão de jogo/estratégia

    Amigos esse estilo “gerencial” de gritar e escrotiar os outros está super ultrapassado ( mais uma vez vide exemplo da Dilma ), não tem mais vez no campo da administração moderna, o Maia escrotiar e chamar jogador de cachaceiro só vai piorar as coisas, não estou dizendo que se deva tratar apenas como pão e meu os comandados, pq sei que isso tb é um desastre administrativo

    Os Jogadores não querem o Maia, será que é difícil ver isso? e digo mais ainda, se o Maia mandar embora hoje os que não gostam do Dado os que ficarem levam o time para a série C

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  4. Que porra é essa, esse presidente não sabe quem são os jogadores dele. Ele fica afirmando pra denunciarem pra dá uma de miguer, tipo satisfação,pra sua incompetencia pra contratar.

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  5. Caro, João Pablo, descreveste fidedignamente o professor Dado, mas tua análise também serviria perfeitamente para o eloquente Roberto Fernandes, cuja lábia ludibriou direitinho o Pirão. Rsrsrs

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  6. Perfeita analise Nelio, só mudaria as porcentagens entre chances de acesso e rebaixamento. A degola do lobo está perto, tem que se espertar nesses jogos em casa.

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  7. Se a bola pune, como diz Muricy Ramalho, a falta de bom senso pune muito mais, comprovam os fatos. Ora, se um treinador que disputou nove ou dez partidas da Série B sem perder nenhuma não servia, que dizer de um que venceu apenas duas, esteve à frente do time nas seis derrotas até aqui sofridas ao longo da competição e deve ter empatado umas três ou quatro?
    Sob o comando de Dado, o Papão levou 23 dos 27 gols tomados em toda a disputa, até aqui vinte e três partidas. E não se diga que essa vulnerabilidade decorre de eventual arrojo da equipe. Longe disso. Com o atual treinador, o Papão balançou as redes apenas onze vezes, dez a menos do que levou, alguns apenas o gol de honra em derrotas por diferença superior a um gol.
    Com esse cartel digno do lendário Ibis, nada justifica repatriar Dado de seu exílio pra dar sequência à trajetória vexaminosa nessa edição da Série B. Começa-se a perceber aqui e ali alguns mais passionais já entoarem o mantra do arrependimento tupiniquim ‘eu era feliz e não sabia’, ao referir-se a Gilmar Dal Pozzo, enquanto a grande maioria clama pela efetivação de Rogerinho Gameleira. Certo é que Dado possui níveis temerários de rejeição entre torcedores do Papão, o que exige providências. De preferência, para ontem.

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