Ritmo e som do Pará pra carioca ver

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POR MARINA GONÇALVES – O GLOBO

Curimbós, caixas de Marabaixo e barricas de boi soarão junto a surdos, caixas de guerra e tamborins. Depois de algum tempo  em Belém, o CaBloco Muderno desembarca na capital cariocatrazendo na mala os tambores da Amazônia –  misturados aos instrumentos do samba.  O lançamento acontece nessa quinta no Teatro Rival, em uma noite com convidados especiais como o DJ MAM, Pedro Luís e Guto Goffi, além dos blocos Thriller Elétrico e  Empolga às 9.

A ideia é do cantor e compositor Marco André, paraense e morador do Rio de Janeiro há quase 30 anos. Apaixonado pelos batuques de sua terra natal como o carimbó e a guitarrada, assim como pelo samba de raiz, ele viu a possibilidade de juntar tudo num mesmo toque. Por isso mesmo, o  repertório do CaBloco é variado: a base rítmica é feita através da mistura entre os tambores da Amazônia e os instrumentos do samba.

– Mas, nada nos prende, não somos um grupo folclórico. O CaBloco foi criado para viajar nas asas da criatividade. Em nosso CD gravamos músicas autorais, de compositores consagrados do Pará, como Dona Onete e Mestre Laurentino, de compositores consagrados do Rio, como Monarco e Ratinho, músicas próprias e alguns sucessos revisitados de forma completamente inusitada – explica Marco.

452_1323-cabloco2Estão presentes no disco e nos shows; “Sonífera ilha” dos Titãs, que virou um brega paraense, “Lindo balão azul” de Guilherme Arantes, com participação de Pepeu Gomes no CD – que viaja entre o banguê (ritmo de uma cidade do interior do Pará chamada Cametá) e o sambalanço -, e “Vai vadiar”, consagrada na voz de Zeca Pagodinho, arranjada entre o samba de raiz e o carimbó.

Na capital paraense, o desfile acontece durante o Círio de Nazaré, na segunda semana de outubro, e durante o carnaval de Belém. Na folia carioca a estreia será no domingo de carnaval, dia 15 de fevereiro, em Vila Isabel, berço de bambas como Martinho e Noel.

– Em nosso desfile cabem marcha rancho e até heavy metal, sempre com o gosto da mistura dos tambores do norte e cariocas. Logo, o que o público pode esperar é um show dançante, pra lá de alegre e recheado de um Brasil bem brasileiro, que deságua desde o norte até o sudeste, nas águas da inquietude.

O Rival fica na Rua Álvaro Alvim 33/37, na Cinelândia. Ingressos entre 25 e 60.

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