Veículos da imprensa internacional publicaram imagens grosseiramente alteradas do jornal satírico Charlie Hebdo com o objetivo de excluir caricaturas do profeta Maomé que constavam na publicação. O fato ocorreu justamente na cobertura de um ataque terrorista à redação que deixou 12 mortos em Paris e que teria sido motivado pela publicação dessas imagens. A atitude tem sido acusada de ceder a exigências terroristas em lugar de defender valores democráticos.
O norte-americano The New York Daily News publicou ao menos duas imagens claramente alteradas para impedir a visualização de uma capa polêmica do jornal. Ambas foram, contudo, amplamente divulgadas por outros veículos.
Em sua cobertura em tempo real, o jornal britânico The Independent apelou a um expediente semelhante durante a manhã. A postagem foi aparentemente apagada, mas a tempo de ser registrada nas redes sociais.
Atitude semelhante teria sido tomada pelo canal de notícias norte-americano CNN, que é acusado de ter orientado sua equipe a não exibir as imagens, apenas descrevê-las verbalmente.
Por sua vez, a agência de notícias Associated Press, que fornece conteúdo para veículos de todo o mundo, deliberadamente deletou de seu banco de dados e cortou todas as imagens do editor Stéphane Charbonnier (foto acima), uma das vítimas do ataque, segurando a polêmica capa do jornal. Ao site Buzzfeed, um porta-voz afirmou que “nenhuma das imagens distribuídas pela AP mostrou as caricaturas do profeta Maomé como parte da política de anos da empresa de não distribuir imagens que são deliberadamente provocativas”. (Da CartaCapital)

