Não é preciso brincar com fogo para avançar

Por Mauro Santayana

A Polícia Civil de Minas Gerais já descobriu que bandidos mascarados, provavelmente pagos, recrutados em outros estados, têm percorrido o país no rastro dos jogos da Copa das Confederações, provocando as forças de segurança, a fim de estabelecer o caos. Mensagens oriundas de outros países, em inglês, já foram identificadas na internet, como parte da estratégia que deu origem às manifestações.

Há os que pedem a cabeça dos “políticos”, como se eles não tivessem sido legitimamente eleitos pelo voto dos brasileiros. Esses pregam a queda das instituições, atacam a polícia e depredam prédios públicos, provavelmente com o intuito de gerar material para os correspondentes e agências internacionais, e ajudar a desconstruir a imagem do país no exterior.

Os radicais antidemocráticos se infiltram, às centenas, no meio das manifestações e nas redes sociais, para pregar o ódio irrestrito à atividade política, aos partidos e aos homens públicos, e a queda das instituições republicanas.

Eles apostam no caos que desejam. Querem ver o circo pegar fogo para, depois, se refestelarem com as cinzas. Não têm a menor preocupação com o futuro da Nação ou com o destino das pessoas a que incitam à violência agora. Agem como os grupos de assalto nazistas, ou os fascistas italianos, que atacavam a polícia e os partidos democráticos nas manifestações, para depois impor a ordem dos massacres, da tortura, dos campos de extermínio, dos assassinatos políticos, como o de Matteotti.

No meio do caminho, como mostra a História, pode surgir um aventureiro qualquer. Conhecemos outros “salvadores da pátria” que atacavam os “políticos”, e trouxeram a corrupção, o sangue, o luto, a miséria e o retrocesso ao mundo.

3 comentários em “Não é preciso brincar com fogo para avançar

  1. Muito sutilmente, o articulista trata o vandalismo, que é minoritário nas manifestações, como se fosse uma prática generalizada. E com isso tenta desqualificar a legitimidade da iniciativa e do objetivo da população ao se manifestar.

    Mas, não, não é verdade! As manifestações não visam o caos, tampouco reeditam as práticas facistas ou nazistas. Antes, as manifestações e os manifestantes em sua esmagadora maioria, aos milhares, estão apenas denunciando e exigindo a reversão do caos que já se encontra estabelecido e generalizado por obra da classe política. Esta é a responsável por tudo de ruim que maltrata o povo brasileiro e merece ser mesmo receber os apupos pacíficos que vem recebendo.

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  2. É claro que setores da ultra-direita tomaram parte, de forma oportuna, das manifestações. Não se pode desprezar sua capacidade de mobilização, articulação e arregimentação de setores à margem da sociedade como os grupos criminosos, organizados ou não. É quase uma prática atemporal deste campo político. Contudo, há de tudo um pouco nas manifestações, entre depredadores e não-depredadores. Anarquistas, Anarco-punks, o tal “Anonymous”, Skinheads e outros mais açodados. Mas aí cabe uma reflexão: a polícia, como aparato legal do estado, apresenta dados que satisfaçam sua cúpula e, é claro, aqueles a quem ela presta guarida. A depredação de prédios públicos e privados é factível, isto é ponto pacífico. Mas não há uma certa utilização do discurso em torno do “ato vândalo” por parte de muitos setores com interesses diversos, como a imprensa, os governos em suas três esferas, a própria polícia e mesmo os movimentos de rua? É aí que está o pulo do gato.

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  3. E há outros que pedem a cabeça dos “políticos”, como se eles não tivessem sido legitimamente eleitos pelo voto dos brasileiros. Esses pregam a queda das instituições, atacam a polícia e depredam prédios públicos, provavelmente com o intuito de gerar material para os correspondentes e agências internacionais, e ajudar a desconstruir a imagem do país no exterior.

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