Sobre teimosia e dependência

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Por Gerson Nogueira

Até quando Felipão insistirá com o capricho de manter Hulk como titular da Seleção Brasileira? Essa preferência do técnico explica, em parte, os entraves que impedem o time de engrenar. A vitória sobre o México, mesmo festejadíssima por todos, não esconde dificuldades crônicas de organização e ausência de alternativas para superar as dificuldades normais (e até previsíveis) que qualquer adversário cria para o Brasil.

Acima de todas as imperfeições, reina sobre a Seleção a sombra da dependência excessiva em relação a Neymar. Problema sério se considerarmos que Neymar não é gênio e, portanto, tem lá seus dias ruins, o que obriga o time a se virar sozinho, entregue à própria sorte.

É compreensível que Felipão resolva direcionar todas as suas jogadas para Neymar, começo e fim de praticamente tudo que o ataque brasileiro faz em campo. A questão é que, com algum esforço e experimentação, seria possível ter um esquema mais ágil e rotativo no ataque, juntando de uma só tacada Neymar, Oscar, Lucas e Jô.

Seria o melhor dos cenários para driblar o entrosamento ainda em construção e as duras marcações sobre Neymar. Com Oscar e Lucas por perto e Jô mais à frente, Neymar teria como se esquivar do confronto permanente contra zagas violentas e ainda ganharia a companhia de jogadores igualmente habilidosos.

Um lance do começo do segundo tempo retrata bem a solidão que castiga Neymar no esquema atual, ao lado de Hulk e Fred. Depois de aplicar dribles sobre dois marcadores, ele botou Hulk na cara do gol e o resultado foi digno de comédia. O atacante recebeu a bola, matou na canela e perdeu o ponto para o arremate. Por essas e outras, saiu de campo (novamente) vaiado quando foi substituído por Lucas a 15 minutos do apito final.

O Brasil avança, apresenta algumas melhoras, mas fica a certeza de que Felipão teria um conjunto mais afiado caso botasse Hernanes e Lucas no time. Suas preferências históricas indicam, porém, que a Seleção continuará a conviver com problemas de passe no meio-de-campo e de criatividade no ataque. A vida poderia ser mais simples, mas Felipão talvez prefira trilhar os caminhos da emoção. (Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM)

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Futebol intenso e emocionante

Sete gols, quatro bolas na trave, uma coleção de lances emocionantes, jogadas de habilidade em alta velocidade. Isto foi, em resumo, o espetacular Itália 4, Japão 3, ontem à noite, na Arena Pernambuco. A vitória sorriu para os italianos, mas em muitos momentos pendia claramente para os japoneses, que fizeram por merecer destino menos desafortunado.

O primeiro tempo foi todo oriental, com dois gols logo no começo e um incrível predomínio técnico no meio-de-campo. Nem parecia aquele Japão intimidado e pouco agressivo do confronto com o Brasil. Transformado, o time partiu para cima da Itália como kamikaze. E deu certo. Depois de estabelecer a vantagem, controlou a partida com sabedoria e só se abalou quando sofreu o primeiro gol italiano quase no fim da etapa inicial.

Na retomada do jogo, a Itália chegou ao empate em cobrança de pênalti por Balotelli. Empolgado, a Azzurra pressionou e conseguiu a virada, aproveitando-se de um apagão da zaga nipônica. Quando tudo indicava que se assistiria a um passeio italiano, confirmando o favoritismo, veio a surpresa.

Sem desistir jamais, o Japão foi à frente, envolveu a marcação forte dos italianos, mandou duas bolas na trave e finalmente cravou o empate. Foi, então, que pela primeira vez na noite a Itália se reconciliou com o seu passado: matreira, organizou um rápido contra-ataque e marcou o gol decisivo.

As emoções não cessariam aí, pois o tinhoso Japão ainda teve a chance de chegar a novo empate, mas a jogada foi anulada por impedimento. Nunca havia visto uma seleção japonesa atuar com tanta confiança, chegando a fazer até gol de cabeça na forte e alta defesa italiana.

Pela incrível entrega japonesa, foi a melhor partida da Copa das Confederações até aqui. Um jogaço. Pela quantidade de gols e, acima de tudo, pela intensidade com que foi disputada. Jogadores e técnico lamentaram pelo infortúnio de sofrer o quarto gol em momento tão crucial da partida, mas resta o consolo de terem feito o melhor jogo de suas vidas.

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Avaliações e apostas de Givanildo

O Paissandu vai a Macapá realizar mini-temporada e dois amistosos. Givanildo Oliveira deve aproveitar a viagem para observar alguns jogadores do time sub-20. Estranhamente, os jogadores vindos da base que integram o elenco podem não ter a mesma atenção do técnico. Quase todos estão na lista de prováveis dispensas.

De positivo, o declarado propósito de Givanildo de apostar em  Iarley e Marcelo Nicácio para o ataque, baseando-se na excelente participação de ambos nos instantes finais do jogo contra a Chapecoense. Pelas características de bom passe e facilidade para o chute, Iarley pode vir a ser o parceiro ideal para Nicácio, cujo perfil é de jogador mais centralizado na área. Pode dar certo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 20)

22 comentários em “Sobre teimosia e dependência

  1. Já vi os gols, gols perdidos e tudo mais, e não tenho dúvidas que o Japão não teve competência pra ganhar o jogo. Um empate não era um mau resultado para o Japão, mas se atirou ao ataque tentando a vitória, largou a marcação atrás, e acabou levando o 4º gol, num contra ataque.. Uma pena..

    Teve até Comentários on-line do amigo Harold sobre esse jogo, aqui no blog e com muita competência..

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  2. Quem tinha que ser culpado era os técnicos dessas divisões de base de Paysandu e Remo, que não sabem trabalhar os garotos e esses chegam sem fundamento algum, ao profissional… Depois, querem que o técnico que vem de fora, em plena competição pare seu trabalho, para ensinar esses garotos… Era só o que faltava… Se fosse eu, nem pensava 2 vezes, mandava voltar todos à base e aconselharia a direção do clube a trocar esses técnicos, por outros, escolhidos pelo seu bom técnico do profissional…

    – Não é só colocar esses garotos pra jogar, é, principalmente, ensiná-los a jogar, coisa que técnicos locais, e quanto mais os da base, não sabem… Infelizmente..

    Giva tem é que trabalhar com PROFISSIONAIS e contratar logo, pois o Papão já brincou muito de série B…

    É a minha opinião..

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  3. O Brasil já foi muito melhor do que no jogo passado, mas ainda continua muito abaixo do que se espera. Agora, com o Brasil já classificado, é um bom momento para o Felipão dar uma chance para o Lucas sair jogando e quem sabe mostrar tudo do que ele é capaz. O que não é possível mostrar, como de fato não foi ontem, quando ele entra já na segunda metade do segundo tempo. Se bem que o Jô, que tem entrado nas mesmas condições, sempre acaba se destacando.

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  4. Creio que o givanildo nao vai mandar os garotos da base ir em embora.Sabendo que nao é unanimidade entre a torcida.essa atitude pode estragar mais a relacao com o torcedor

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  5. A diferença do Felipão para o mano é justamente essa. O cara tem sua própria linha de pensamento, certo ou errado, ele não se rende aos pedidos da torcida e nem a pressão eterna da imprensa.

    E o Lucas já até disse que isso até o prejudica.

    Na era mano ele chamou todos os jogadores que imprensa e torcida pediam, mas não teve competencia pra arrumar uma Seleção certa, já o Felipão aos trancos e barrancos e com pouco tempo, vai ajeitando as coisas.

    Uma coisa é certa, temos jogadores bons, se não fossem não fariam sucesso onde jogam.
    Temos camisa, tradição e respeito do mundo do futebol.
    Com toda essa onda de protesto que varre o Brasil a torcida está sabendo separar as coisas e apoia a Seleção.

    E graças a Deus, o Neymar que o nosso grande jogador, vem acertando o pé e isso a cada dará mais confiança a ele.

    Falta muitos ajustes, e como bem colocou o Gerson, a parte podre da Seleção hoje é o Hulk, esse cara não joga nada, mas cabe ao tecnico ver e resolver esta situação.

    Embora aqui no Blog tenhamos muitos xiitas, eu bem diferente de ser um radical, já posso ver na MINHA SELEÇÃO BRASILEIRA uma melhora, e pelo menos no próximo ranking vamos fazer a fila andar pra frente.

    BRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAASIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIL!

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  6. GERSON , se tens aulguma esperança de ver o trombador e perna de pau hulk fora da seleção na copa 2014, pode esquecer, a não ser que ocorra um caso de contusão. mas até isso é impossível de ocorrer porque perna de pau não se contunde, não é contundido por ninguem porque náo incomoda mesmo, e tem uma sorte de dar inveja. A própria vaga numa seleção brasileira ja é ´prova dessa sorte. lembra todos esses pernas de pau que foram relacionados por ti e pela gente se sofreram alguma lesão. De todos os pernas de pau da seleção relacionados que ainda ganharam alguma coisa pela seleção, o maior perna de pau de todos chamado Emerson não foi citado. Emerson foi titular absoluto na seleção durante quase 10 anos, disputou as copas 2006 e 2010, várias copa america e das confederações, mas era um jogador insosso, sem graça, que nada fez para merecer tanta titularidade na seleção. lembras????

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  7. Grande Edson, de bom humor, mas de péssima memória. Complete a piada e inclua dentro dessa o próprio rival listrado que também frequenta assiduamente os tribunais com pretensão semelhante. A propósito, não vá se aborrecer muito nas 32 que ainda falta trabalhar até o final do ano. Um abraço, Edson.

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  8. Srs,

    Estive presente no jogo, e sinceramente não consigo entender algumas atitudes do Felipão, alias não deveria nem está no cargo.

    Bom todos sabemos, que um bom time, tem que ter um ótimo meio de campo, bom o Brasil não tem meio de campo, não existe. Hulk e Neymar jogam pelas pontas, Oscar tenta apoiar de uma lado e de outro e Fred funciona com um terceiro zagueiro do outro time, porque é um verdadeiro poste, os 2 volantes não sabem jogar juntos, Paulinho fica perdido não sabe se apoia ou defende, e o outro Luiz Gustavo não passar do meio de campo e só sabe tocar as bolas para o lado, não sabe fazer um lançamento de 5 metros.

    No segundo tempo ele deixa o meio com Luiz Gustavo, Paulinho e Hernandes, ou seja, um suicídio a um meio de campo de seleção que já teve Pelé, Zico, Sócrates.

    Com certeza, a geração de 70 a 80, quando ver essa seleção afirma, isso é um time de Bairro e não uma seleção. Eles tem toda a razão.

    O futebol moderno no ensina, que o meio de campo tem que ser dinâmico, os 5 jogadores tem que ser mexer constantemente além de marcar, visto com Espanha e Alemanha.

    Eu não tenho esperança com essa seleção, se o México tivesse alguns jogadores melhores ali tinha virado o jogo. Ontem tivemos a sorte porque o Neymar estava no dia dele.

    Agora vou continuar afirmando, Brasil x Espanha = Barcelona x Santos.

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  9. Ontem assisti o jogo do Japão, o futebol tem mesmo destas injustiçasÉ certo que o inocente time japones se atirou ao ataque na esperança de conseguir uma vitória que lhe daria uma sobrevida na competição, só que não foram eficientes nos arremates e sofreram um gol de contra-ataque!
    O Japão foi outro comparado ao que enfrentou ao Brasil, sorte nossa!

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  10. muita gente critica o hulk realmente ele nao ta jogamdo nada ,mas nao vejo ninguem critica o oscar que ha muito tempo nao sabe o que e jogar futebol nao produz nao joga junto com o time perde todas as bolas de ataque tanto que o brasil melhorou muito com a saida dele oscar esse sim pra mim e um enganador

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    1. Comparar Oscar com Hulk não faz o menor sentido. Um é perna-de-pau, o outro não. Contra o Japão, foi de Oscar o passe precioso para Jô fazer o terceiro gol. Fez o que um verdadeiro meia deve fazer: lançar os atacantes.

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    2. Comparar Oscar com Hulk não faz o menor sentido. Um é perna-de-pau, o outro não. Contra o Japão, foi dele o passe precioso para Jô fazer o terceiro gol. Fez o que um verdadeiro meia deve fazer: lançar os atacantes.

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