
POR GERSON NOGUEIRA
O técnico Paulo Bonamigo não dirige mais o Remo na Série B. A saída foi definida na manhã desta quarta-feira, 30. A Diretoria deve se pronunciar em instantes. O técnico reuniu longamente com os dirigentes após o jogo com o Sampaio Corrêa e colocou o cargo à disposição, em função do desgaste pelos maus resultados nas partidas realizadas em Belém. Inicialmente, a diretoria não aceitou, mas na manhã de hoje o técnico insistiu com o pedido de rescisão e o clube optou por concordar. O auxiliar Netão vai dirigir o time na sexta contra o Coritiba.
Como o técnico pediu rescisão, o Remo não fica prejudicado para a contratação de novo treinador. Ainda poderá ter dois técnicos, caso necessário, no decorrer do Brasileiro. Pela nova regra criada neste ano, os clubes só podem fazer uma demissão/substituição.
A incômoda sequência de cinco jogos sem vitória e o ingresso na zona do rebaixamento corroeram de vez o prestígio de Bonamigo no Evandro Almeida. Ele chegou em setembro do ano passado, substituindo a Mazola Junior, na campanha da Série C. Com um trabalho inovador em muitos aspectos, levou o Remo à sonhada conquista do acesso, sob aplausos da exigente torcida remista.
Começou a receber críticas, injustas, pela perda do título da Série C contra o Vila Nova, quando o Remo perdeu 11 jogadores para os jogos finais em função de um surto de covid no elenco – causado pela presença dos atletas na comemoração da torcida pelo acesso. Em seguida, o Remo fez boa campanha na Copa Verde 2020, mas acabou derrotado na final pelo Brasiliense, gerando críticas da torcida.
Veio o Parazão e Bonamigo não conseguiu levar o time à conquista do esperado título. Favorito desde as primeiras rodadas, o Remo acabou derrotado pela Tuna nas semifinais, ocasionando mais pressão sobre o treinador. A má campanha na Série B foi a gota d’água.
Sem vários titulares (Marlon, Wellington Silva, Rafael Jansen, Lucas Tocantins) e com contratações que não vingaram (Renan Oliveira, Vinícius Kiss, Rafinha, Renan Gorne, Edson Cariús), o time teve que enfrentar uma maratona de um jogo a cada 72 horas, sucumbindo tanto no aspecto físico quanto técnico.