Cartola rubro-negro não aceita derrota e abre crise no Ninho do Urubu

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A eliminação diante do Botafogo no Campeonato Carioca tornou o Ninho do Urubu um verdadeiro caldeirão e mergulhou o Flamengo em uma crise que terá desdobramentos nos próximos dias. Reuniões já foram agendadas entre os dirigentes do departamento de futebol e o presidente Eduardo Bandeira de Mello. Em pauta, muitos assuntos, como a permanência de Paulo César Carpegiani no cargo de treinador, além de mudanças na organização do setor.

Logo após a partida, visivelmente aborrecido, o vice-presidente de futebol Ricardo Lomba se desculpou pelo resultado e cogitou possíveis mudanças em todos os níveis do departamento de futebol.

“Com todo respeito ao Botafogo, jogaram bem e tiveram garra, mas não dá. Não desce. O Flamengo não é isso. Não trabalhamos para esses resultados. Peço desculpas à torcida. Foi uma vergonha o que aconteceu hoje. Chega num momento desse que temos que lamentar. Realmente eu não entendo. De novo, com todo respeito ao Botafogo, mas não dá pra entender”, disse o dirigente.

Lomba defende a saída de Carpegiani do cargo de treinador, embora não fale abertamente. Porém, no departamento de futebol o diretor-executivo Rodrigo Caetano defende o comandante e não quer a troca. Caso Carpegiani saia ou volte a ser coordenador, função para qual foi contratado, o diretor pode sair do Ninho do Urubu.

A palavra de Bandeira de Mello será determinante. O presidente não gostou do destempero de Lomba, da maneira como o dirigente se referiu ao Botafogo justamente minutos depois de o Flamengo ter sido dominado e pode optar pela permanência de Carpegiani. Principalmente porque Rodrigo Caetano é homem de confiança do mandatário.

O principal problema para manter Carpegiani, porém, é que o treinador não pode ser considerado unanimidade dentro do Ninho do Urubu. Alguns jogadores entendem que ele ainda não conseguiu controlar os focos de insatisfação e nem encontrar o melhor esquema de jogo.

O tempo até o próximo jogo é o principal alento para o Flamengo, que só volta a campo para a estreia no Campeonato Brasileiro, dia 14 de abril, diante do Vitória no Estádio Barradão, em Salvador. Pela Copa Libertadores, o time retorna aos gramados dia 18 de abril, diante do Independiente Santa Fe, no Rio de Janeiro. A programação para os próximos dias ainda não foi divulgada.

Atuação contra o Flamengo é “modelo” do Bota para temporada

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O desempenho do Botafogo no triunfo por 1 a 0 sobre o Flamengo pelas semifinais do Campeonato Carioca deve servir de modelo para a sequência da equipe na temporada. Pelo menos essa é a opinião do técnico Alberto Valentim e da maioria dos jogadores.

“Posso dizer que foi uma atuação quase perfeita, mas ainda estamos longe de atingir o nosso ideal. Logicamente que serve de modelo. Nas poucas vezes que fomos ao ataque, fizemos o gol. Fase ofensiva foi perfeita. Talvez o Botafogo não tenha corrido tanto perigo. Conseguimos fazer muito bem essa linha defensiva. Importante é o Botafogo virar equipe de verdade, jogar de frente contra qualquer equipe”, disse o treinador.

O zagueiro Igor Rabello concorda com o comandante. “A nossa atuação serve de modelo, pois conseguimos controlar a maior parte do jogo. Foi importante depois de termos perdido a Taça Rio com um três a zero para o Fluminense”, analisou o zagueiro.

O elenco participou de um trabalho regenerativo nesta quinta-feira e começa na sexta-feira a preparação para a final do próximo domingo.

PROVOCAÇÃO: Após marcar o gol da vitória, o meia Luiz Fernando saiu correndo fazendo o sinal de “cheirinho” provocação ao Flamengo. Vale lembrar que quando ganhou por 3 a 1 nas semifinais da Taça Guanabara, primeiro turno, o Rubro-Negro viu Vinicius Júnior vibrar fazendo o gesto do “chororô”, que revoltou os alvinegros. “Eu pude fazer o gol e brincar também, mas isso dentro de campo, sem maiores provocações. Eles tinham brincado com a história do chororô. Quando o Vinicius fez aquilo a gente reclamou, mas logo depois morreu, pois é algo do momento”, disse Luiz Fernando.

Desde o episódio do “chororô” em 2008, quando os alvinegros deram entrevistas chorando após perderem a Taça Guanabara, a rivalidade entre os clubes aumentou ainda mais e registrou vários fatos, alguns deles, inclusive, que descambaram para a violência. Mas na noite de quarta-feira não houve maiores incidentes.