Leão volta a prevalecer

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POR GERSON NOGUEIRA

O Remo fez o básico com competência e saiu vencedor do segundo Re-Pa da temporada, quebrando a invencibilidade do técnico Dado Cavalcanti no comando do PSC. Antes de qualquer análise, é preciso deixar claro que o clássico-rei é uma espécie de competição à parte, na qual pouco importa o grau de vantagem teórica de um dos lados. Quase sempre, o que acaba prevalecendo é a simplicidade, a entrega e a capacidade de decidir.

Nesse aspecto, o Remo soube fazer a melhor leitura do jogo, explorou as condições postas no tabuleiro e garantiu a vitória com um gol marcado aos 41 minutos do primeiro tempo. Num confronto tecnicamente apenas razoável, a jogada que definiu o clássico foi também a mais bonita ao longo dos 90 minutos, surgida de um contra-ataque fulminante executado por Felipe Marques.

O lateral Gustavo roubou a bola na intermediária do Remo e passou a Felipe Marques, que  avançou desde as proximidades da linha divisória até a entrada da área do PSC, perseguido de perto por Cáceres, mas sem sofrer combate direto. No bico da grande área, deu um corte em X no zagueiro Perema e chutou de direita no canto da trave. Um golaço.

Curiosamente, três minutos depois, o Remo poderia ter ampliado em novo contragolpe rápido, puxado por Esquerdinha e Felipe no espaço deixado pelo lateral Maicon Silva. Os dois azulinos entraram com facilidade e puderam decidir quem daria o chute final. O arremate foi feito pelo lateral e saiu rente à gaveta direita de Marcão, levando muito perigo.

O primeiro tempo teve alguns poucos lances agudos, mas sem levar maior perigo aos goleiros. A transpiração e o esforço dos marcadores foi sempre superior à criatividade dos dois armadores em campo, Adenilson e Fábio Matos. O Remo sofreu com a perda de Levy logo no começo, substituído por Gustavo, que não apoia tanto quanto o titular.

Na etapa final, precisando igualar o marcador, Dado Cavalcanti lançou de uma só vez Walter e Renato Augusto nos lugares de Moisés e Carandina, que já tinha cartão amarelo. A mudança propiciou ao Papão uma chegada mais qualificada, com Walter aproximando-se de Cassiano e Mike, para jogadas de triangulação.

Aos 13’, num cruzamento de Maicon Silva, a bola caiu nos pés de Walter dentro da área. Mesmo marcado de perto, ele bateu de primeira, mas Vinícius defendeu bem. Depois disso, uma investida de Fábio Matos pela direita resultou em cruzamento que resvalou no braço de Dudu, mas o árbitro mandou o jogo seguir.

Com o intenso combate no meio-campo e a chuva aumentando, Givanildo Oliveira sacou Fernandes – que errava muitos passes –, colocando Felipe Recife para conter a pressão bicolor. Instantes depois, Fábio Matos atingiu Elielton por trás e levou o cartão vermelho, deixando o PSC ainda mais vulnerável, pois Walter só participava das ações ofensivas.

Como não havia vida inteligente na meia-cancha, Walter conseguiu até fazer duas boas jogadas, com passes curtos para os laterais que avançavam, mas ficou nisso, até porque o Remo apertou a marcação e não permitiu maior liberdade ao atacante.

Dado trocou Mike por Magno e este teve uma oportunidade na área remista, mas Mimica rechaçou o chute. Isac, lançado por Rodriguinho (que substituiu a Adenilson), perdeu grande chance aos 32’, chutando em cima do goleiro Marcão. Foi o último lance do centroavante, expulso em seguida, e também a última jogada de emoção no clássico.

No fim das contas, um jogo disputado com a raça habitual pelos dois times, mas vencido pelo que se mostrou mais atento à oportunidade. Em lance que é uma especialidade do Remo, Felipe Marques matou o jogo e o time foi competente para administrar a vantagem sem grandes sobressaltos.

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As perdas que a violência impõe ao futebol

Foi de praticamente 30% o tamanho da perda financeira da dupla Re-Pa no clássico de ontem. A previsão inicial de 30 mil pagantes, que prevalecia até a sexta-feira, caiu drasticamente depois do episódio da execução de um chefe da torcida no centro da cidade.

A bilheteria final do jogo demonstra que pelo menos um terço do público que estava disposto a ir ao Mangueirão preferiu não arriscar. Os números escancaram essa realidade.

A diferença de público entre os dois clássicos foi de 10.846 pagantes – 20.277 no embate de ontem e 31.123 no de 28 de janeiro. Em dinheiro, o primeiro Re-Pa arrecadou R$ 1.057.570,00 e o segundo teve renda R$ 627.970.000,00 no segundo, R$ 430 mil a menos.

Ante a possibilidade de tumultos envolvendo as violentas gangues uniformizadas – que a Polícia insiste em tratar como grupos de torcedores normais –, prevaleceu o senso de sobrevivência. Ocorrências sangrentas seguem a ameaçar de morte o futebol paraense e as finanças dos clubes.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 12)

A frase do dia

“Lula é do povo e se prenderem ele, o povo tem que ir lá e tomar de volta o que é seu”.

Dona Marta Feliciana, 78 anos (Monteiro – PB)

Leão derrota PSC no segundo clássico do ano

https://www.youtube.com/watch?v=QZhE6pSZ7IE

Bate-papo no boteco virtual – Remo x PSC

Campeonato Paraense 2018 – 9ª rodada

Remo x Paissandu – estádio Mangueirão, 16h

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Na Rádio Clube, Claudio Guimarães narra; Rui Guimarães comenta. Reportagem – Paulo Caxiado, Dinho Menezes, Valdo Souza, Hailton Silva, Saulo Zaire e Tony Carapirá. Banco de Informações: Adilson Brasil

Times mais ou menos definidos para o Re-Pa

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Os técnicos de Remo e Paissandu divulgaram ontem a lista de jogadores convocados para o clássico deste domingo, no Mangueirão.

No Leão, o provável time para o choque-rei é:

Vinícius; Levy (Gustavo), Mimica, Bruno Maia e Esquerdinha; Dudu, Felipe Recife (Fernandes) e Adenilson; Elielson, Isac e Felipe Marques. 

A lista de relacionados tem os seguintes atletas:

Goleiros: Vinícius e Douglas Dias;

Zagueiros: Martony, Kevem, Bruno Maia e Mimica;

Laterais: Jefferson Recife, Levy, Esquerdinha e Gustavo;

Volantes: Felipe Recife, Fernandes e Dudu;

Meias: Adenilson, Rodriguinho e Miguel;

Atacantes: Elielton, Isac, Felipe Marques e Marcelo.

No Papão, a provável escalação para o Re-Pa é:

Marcão; Maicon, Diego Ivo, Perema e Vitor Lindenberg; Nando Carandina, William (Cáceres) e Fábio Matos; Mike, Cassiano e Moisés. 

A lista de relacionados é a seguinte:

Goleiros: Gabriel, Marcão e Renan Rocha;

Zagueiros: Derlan, Diego Ivo, Edimar e Perema;

Laterais: Maicon Silva, Matheus Silva e Vitor Lindenberg;

Volantes: Cáceres, Danilo Pires, Lucas Geovane, Nando Carandina, Renato Augusto e Willyam;

Meias: Fábio Matos;

Atacantes: Cassiano, Magno, Mike, Moisés, Peu, Renan Gorne e Walter. 

A crônica esportiva que encara racismo e xenofobia como se fosse piada

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Por Breiller Pires, no El País

Em menos de um mês, dois jogadores de futebol foram alvo de manifestações racistas e xenofóbicaspor parte da crônica esportiva no Brasil. O último episódio, nesta semana, envolveu o paraguaio Ángel Romero, do Corinthians. Depois de provocar o Santos, chamando a equipe praiana de “clube pequeno”, o atacante foi criticado pela declaração, sobretudo por torcedores santistas. Logo, algumas críticas na mídia evoluíram para a ridicularização e insultos. “Ele saiu de um país que é praticamente uma aldeia indígena. Eles movimentam a economia lá [no Paraguai] através do tráfico de drogas, contrabando de armas e produtos ilegais…”, disse o comentarista Marcão, do programa de rádio Estádio 97.

Na terça-feira, Romero convocou uma coletiva de imprensa para explicar sua provocação ao Santos e também para dizer que, por ser paraguaio, sofre preconceito no Brasil. “Que me critiquem pelo que eu faço em campo, não pela minha nacionalidade”, desabafou aos jornalistas. Para exemplificar, ele lembrou uma comparação depreciativa do ex-jogador Edmundo, hoje comentarista do canal Fox Sports, que fez troça ao se referir ao atacante Andrés Rios, do Vasco. “O argentino parece paraguaio”, afirmou Edmundo, em tom pejorativo.

Depois da entrevista de Romero, os dois comentaristas se justificaram, classificando os deboches ao jogador e ao Paraguai como brincadeiras. Marcão se retratou. Porém, esbravejou com ouvintes que chamaram o programa Estádio 97 de xenófobo. “Eu fiz uma crítica pesada. Peço desculpas ao povo paraguaio e a quem se sentiu ofendido. Falar que é xenofobia? Presta atenção. A gente brinca com todo mundo.”

Por sua vez, Edmundo disse não ter nada contra paraguaios, mas aproveitou a deixa para criticar Romero novamente por ele ainda não dominar o idioma português. “[Chamar de paraguaio] é só uma brincadeira que os brasileiros fazem quando acham que alguma coisa é falsa, que veio do Paraguai. As pessoas que nasceram no Norte, por exemplo, e vem para o Rio, a gente chama de ‘paraíba’. Em São Paulo, as pessoas chamam de baiano. Não é nenhum preconceito. Você [Romero] está no nosso país. Ao invés de os brasileiros se adaptarem a você, você é quem tem de entender nossa linguagem.”

Não é a primeira vez que Edmundo protagoniza falas xenófobas. Em 1997, quando jogava pelo Vasco, ele chamou o árbitro cearense Francisco Dacildo Mourão de “paraíba” depois de ter sido expulso da partida contra o América-RN. “A gente vem na Paraíba [o jogo era em Natal, no Rio Grande do Norte], um ‘paraíba’ apita, só pode prejudicar a gente”, protestou, ainda à beira do gramado.

Duas semanas atrás, também em um programa do Fox Sports, o ex-atacante Edílson Capetinha proferiu comentário racista ao desmerecer a boa fase do goleiro Jaílson no Palmeiras. Edilson, que é negro, colocou em xeque a titularidade de Jaílson por causa da cor de sua pele, dando a entender que goleiros negros são inferiores aos brancos. “Goleiro negão sempre toma gol”, declarou o ex-atacante, que dias depois se justificaria dizendo que, por ser negro e ter familiares negros, não poderia ser racista. “No futebol, todo mundo comenta isso [sobre goleiros negros]. É em tom de piada.”

“Ofensas preconceituosas costumam ser tratadas como brincadeira no futebol. E, quando alguém denuncia, os agressores alegam que isso faz parte da cultura do esporte”, afirma o pesquisador Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que elabora um levantamento anual de denúncias por preconceito relacionadas ao esporte mais popular do país.

De acordo com dados do Observatório, o futebol brasileiro registrou mais de 50 casos de racismo, xenofobia e homofobia em 2017. Em um deles, o narrador da Rádio Gaúcha, Pedro Ernesto Denardin, ofendeu Miller Bolaños, ex-jogador do Grêmio, durante um evento. “O negão, além de ruim, é veado”, disse, em alusão ao atacante equatoriano. Denardin se desculpou pelo comentário, mas perdeu o patrocínio de uma das empresas anunciantes de seu programa, que qualificou a declaração do narrador como uma “manifestação racista e homofóbica”.

Nas barbas da Justiça Eleitoral, um novo projeto de IBAD se organiza?

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Por Fernando Brito, no Tijolaço

Os nossos valentes guardiões das leis eleitorais, prontos a dizer quem pode e quem não pode concorrer ao voto popular, mantêm-se em inexplicável silêncio diante do poder do dinheiro, a mais suja das fichas do jogo político. Ontem, o reacionaríssimo empresário Flávio Rocha fez a festa de sua pré-candidatura. Por qual partido? Pelo que ele banca com seu dinheiro, o “Brasil 200”.

Hoje, na Folha, o tal “RenovaBR”, do empresário Eduardo Mufarej, financiado também por Luciano Huck, Armínio Fraga e Abílio Diniz, anuncia que está chamando “subcelebridades” para fazer delas candidatas. Por qual partido? Qualquer um, pois sua fidelidade será a quem banca candidaturas com dinheiro e prestígio.

Ficaram na história as siglas do Ibad e do Ipes, duas “pré-ONGs”criadas para fomentar a desestabilização política que nos levaria ao golpe militar. Como agora, era com o “patriotismo” e o “espírito democrático” dos empresários que se bancavam candidaturas.

Agora, está proibido o financiamento empresarial de campanhas mas, nas barbas da Justiça Eleitoral, montam-se palanque com dinheiro de empresas e  oferecem-se “bolsas” de até R$ 12 mil a quem queira ser candidato.

E, bonzinhos, douram a pílula dizendo que é financiamento amplo, sem distinção ideológica. Almoço grátis? Ninguém vai apurar como é isso? É “doação”? É contrato? Declara-se?

A imprensa trata do assunto com a naturalidade  com que trataria o fato de estarem fazendo compras no mercado. O valentíssimo Ministério Público não dá um pio.

O dinheiro pode tudo.

PSOL lança a chapa Boulos e Sônia Guajajara à eleição presidencial

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Em conferência eleitoral realizada ontem (10), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) confirmou chapa formada por Guilherme Boulos e Sônia Guajajara para disputar a Presidência da República na eleição deste ano. Segundo nota oficial, a chapa fecha um longo processo de conversas internas na construção de uma sólida aliança com diversos movimentos sociais do país, que ofereceu os nomes ao partido na Conferência Cidadã, no último dia 3.

Boulos, que teve quase 71% dos votos da conferência, concorreu à indicação, no partido, com Plínio de Arruda Sampaio Júnior, Hamilton Assis e Nildo Ouriques. No informe, a legenda destacou ainda o simbolismo da chapa, com o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ao lado de uma das maiores representantes dos povos indígenas brasileiros.

“Não nos encontramos agora. Esse encontro acontece há anos, lutando por direitos, contra o golpe, pela democracia e por outro projeto de Brasil. Ela expressa uma unidade na luta concreta”, disse Boulos.

Na conferência, o agora pré-candidato oficial também falou da importância da plataforma Vamos!, construída no âmbito da frente Povo Sem Medo, que realizou dezenas de debates em todo o país e acumulou mais de 150 mil interações online, em um processo de construção de uma alternativa programática para o país. “Nós queremos disputar o projeto de país. Não teremos uma candidatura apenas para demarcar espaço dentro da esquerda brasileira. Vamos apresentar uma alternativa real de projeto para o Brasil”.

“O momento é grave e urgente. É de transformação. Para nós, povos indígenas, estar participando desta conferência é estar inserido no processo de transformação do Brasil”, disse Sônia. Ela afirmou, ainda, que os povos indígenas, que sempre estiveram na linha de frente da resistência, agora querem ocupar os espaços de decisão do país. “Nós resistimos ao mais brutal processo de expulsão de nossos povos. Sempre fizemos a luta contra o agronegócio, o capitalismo, as grandes pecuárias, a especulação imobiliária. E hoje ainda nos chamam de ‘invasores’”.

O longo processo que chegou ao nome de Boulos, conforme a legenda, não é visto bem dessa maneira por muitos integrantes do PSOL, para quem trata-se de um enxerto do nome da liderança do MTST, com as bênçãos de Lula, que pode levar à descaracterização do partido nascido de uma dissidência no PT.

Em reportagem do The Intercept Brasil, Rogério Daflon mostra os argumentos de pessolistas contrários ao nome de Boulos, considerado alinhado com Lula, e que negam ter havido prévias. Entre eles, Plínio de Arruda Sampaio Junior, Renato Cinco e Honório Oliveira. (Da RBA)

O valor da tradição

POR GERSON NOGUEIRA

Leão e Papão fazem um clássico curioso neste domingo. Vale como se fosse uma decisão, mas não decide absolutamente nada, pois esta é a 9ª rodada da fase de classificação e ambos já estão assegurados nas semifinais do Estadual. Cabe entender, porém, que o confronto é e será sempre decisivo, conforme manda a tradição alimentada por secular rivalidade.

Nelson Rodrigues disse certa vez que o Fla-Flu surgiu 40 minutos antes do nada. Pode-se dizer que o Re-Pa segue igual trilha mística, talvez em grau até mais acentuado de emoção, visto que são apenas duas torcidas a dividir os amores de uma população e no Rio a rivalidade se espraia por quatro.

Para o segundo embate da temporada, o Papão traz um peso maior nas costas, pois a torcida não admite nova derrota. Desde que Dado Cavalcanti assumiu, o time joga com grande aplicação, mantendo-se invicto há cinco jogos, com cinco vitórias, 15 gols pró e quatro sofridos.

Dado teve o mérito de valorizar e fazer Mike jogar e de apostar na juventude de William. E a ausência deste último (por lesão) é o grande problema para o clássico, por enfraquecer a marcação. Por outro lado, a evolução de Walter pode atenuar essa perda. O atacante caiu nas graças da torcida, principalmente depois de marcar contra o Santos-AP.

Aliás, Walter pode vir a ser o grande personagem do Re-Pa, mesmo que jogue somente nos minutos finais. A curiosidade inicial sobre seu rendimento em campo vem dando lugar a um crescente entusiasmo dos torcedores quanto ao potencial dele como reforço para utilização imediata.

No Remo, Givanildo Oliveira é a novidade. Sua presença restituiu a estabilidade técnica, seriamente ameaçada desde as eliminações na Copa do Brasil e Copa Verde. Com ele no comando, o time conseguiu vencer seu primeiro jogo no interior desde o ano passado.

No primeiro clássico, o Remo foi mais vibrante, extraindo daí condições para superar um rival tecnicamente superior. Dono da melhor campanha, o PSC continua alguns degraus acima, mas fatores como alma e gana podem falar mais alto, e não dependem da qualificação dos jogadores.

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Bola na Torre

O programa será inteiramente dedicado à análise do choque-rei da Amazônia. Giuseppe Tommaso apresenta, com participação de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. Começa às 21h, na RBATV.

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CBF velha de guerra não aprende nunca

Mesmo banido oficialmente por 90 dias, Marco Polo Del Nero – aquele que nunca viaja para o exterior – manobrou os pauzinhos e conseguiu emplacar seu sucessor no comando da CBF. O anúncio do ungido Rogério Cabloco ocorreu na sexta-feira, sendo que o arranjo será sacramentado a 16 de abril.

Todos os eleitores com assento no restrito colégio eleitoral da entidade já foram devidamente “convencidos” a apoiar o nome indicado por Del Nero. Somente os votos dos presidentes de federações, num total de 81 (contando com o peso 3 dado a cada um dos 27), já garantem o regabofe da vitória.

Como a provar que o ruim sempre pode piorar, a CBF bolou um festivo “trem da alegria” para a Copa, sem nenhum pudor. Os 27 presidentes de federações, mais 10 (PSC na lista) representantes de clubes escolhidos em sorteio, irão ao Mundial da Rússia com todas as despesas pagas. O custo total da quermesse gira em torno de R$ 3 milhões.

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Gangues não sabem torcer, apenas matar  

Soa incompreensível a excessiva boa vontade das autoridades policiais e do Ministério Público para com as lideranças das gangues uniformizadas que infestam e aterrorizam os estádios. É preciso compreender que o velho conceito de “torcida organizada” já morreu faz tempo.

Prevalece hoje uma luta sangrenta por espaço e poder nos grupos de arruaceiros adeptos da dupla Re-Pa. A execução de um dos chefes, na sexta à tarde, após reunião no Comando da PM, é emblemática do cenário de conflagração criminosa que os poderes constituídos fingem não ver.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 11) 

Rock na madrugada – Wander Wildner, Eu Tenho uma Camiseta Escrita eu te Amo