Ao vivo na TV, cartola do Inter agride jornalista

Durante o debate do programa ‘Cadeira Cativa’, da Ulbra TV, que foi ao ar na noite de segunda-feira, 12, o ex-presidente do Sport Clube Internacional, Fernando Miranda, agrediu o comentarista Julio Ribeiro. O assunto abordado no programa era o rebaixamento do clube para a Série B. Ao vivo, o ex-dirigente do colorado se excedeu na discussão e desferiu socos no comunicador.

Um dos outros convidados do programa chegou a tentar conter Miranda, mas ainda assim ele conseguiu acertar o jornalista, que tentava se defender. Por meio do Facebook, Ribeiro falou sobre o ocorrido, informando que está bem fisicamente, mas muito abalado emocionalmente, e prometendo contar detalhadamente o que aconteceu.

“Hoje à noite passei por uma situação lamentável, tendo sido agredido no ar pelo Fernando Miranda, no programa ‘Cadeira Cativa’. Estou fazendo este post rápido para tranquilizar as centenas de amigos que estão me ligando, mandando mensagens. Já acionei meu advogado e amanhã mesmo ingresso com ação contra esse descontrolado. Obrigado a todos pela preocupação. Fiquemos na paz”, declarou Ribeiro.

Transmitida em Porto Alegre (RS), a Ulbra TV publicou nota de esclarecimento assinada pelo diretor da emissora, Valter Kuchenbecker, na manhã desta terça-feira, 13. Na mensagem, é informado que, ressaltando o compromisso do canal com a verdade dos fatos, o programa será disponibilizado às demais emissoras na forma como foi gravado.

“A direção da Ulbra TV vem a público repudiar e lamentar o ocorrido durante a transmissão do programa ‘Cadeira Cativa’, por volta das 19h30min do dia 12 de dezembro de 2016. A emissora reprova esse episódio e reforça seu compromisso com os telespectadores para entreter, educar e formar. Lembramos que o programa é veiculado ao vivo, sem possibilidade de edição do conteúdo que acontece em tempo real. Tão logo a agressão ocorreu, a transmissão foi interrompida pelo diretor de imagem, como mostram os vídeos que circulam pelas redes”, disse o canal.  (Do Comunique-se)

Taí o que você queria…

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Paneleiros e golpistas, que queriam Dilma fora por mais saúde e educação, devem estar aplaudindo a famigerada PEC proposta por Temer e aprovada hoje pelo Senado.

Como diria o outro, depois não quero choro…

Pra quem (ainda) não entendeu a PEC 55

POR GUILHERME GUERREIRO NETO, no Facebook

A PEC 241, que virou 55, é mesmo o melhor remédio pra crise econômica brasileira?
Como a economia é cheia de análises técnicas, difíceis de entender, às vezes a gente acha que não tem outra saída.
Mas tem sim. E pra muitos economistas a PEC tá mais pra veneno que pra remédio.

Desde 2011, a economia do Brasil tá em desaceleração.
Em 2015, o governo passou a adotar um ajuste fiscal, ou seja medidas pra equilibrar o orçamento; no caso, redução de gastos públicos.
Aí veio a tal recessão.

Os economistas divergem sobre o que fazer em tempos de crise.
Uns dizem “não tem jeito, é preciso cortar gastos”.
Outros dizem “nada disso, o que precisa é estimular o crescimento”.

O país tem, hoje, um déficit público. Ou seja, gasta mais do que arrecada.
Há tempos os gastos têm crescido de forma elevada e estável. Mesmo assim o resultado fiscal vinha sendo positivo.
Só que o crescimento da arrecadação, nos últimos anos, deixou de acompanhar o crescimento das despesas.

Muita gente compara a economia do governo com o orçamento que a gente tem em casa.
“Ora, não dá pra gastar mais do que se ganha, né?”
Mas a comparação é furada.
Porque, no Estado, o gasto estimula a movimentação da economia e o crescimento.

Mas, voltando, o que propõe a PEC 55, então?
Que o foco de ação seja na diminuição das despesas, não no crescimento das receitas.
E só numa parte das despesas, as primárias. Nada de cortar os gastos com os juros da dívida pública.

Ela aparece como um “novo regime fiscal”.
A política fiscal é o conjunto de medidas do governo que mexe com arrecadação e gastos.
Essa não é uma discussão apenas técnica. É também política.
Por isso, precisa ser fruto de debates democráticos.

Tá aí um dos graves problemas da PEC 55: ela tira da sociedade e do Congresso o direito de definir o tamanho do orçamento público.
Com ela em vigor, a política financeira fica fora do debate público.
Tudo seria definido por uma variável econômica: a taxa de inflação, que mede a variação de preços e o impacto no custo de vida.

A PEC 55 fixa um teto pro total das despesas primárias, que incluem educação, saúde e assistência social.
Um teto pra durar 20 anos!
Sendo que, com 10 anos, o presidente da República pode mexer na regra.
Enquanto a PEC valer, os gastos só vão ter correção pela inflação do ano anterior. E olhe lá!

Muita gente vai nascer, o PIB vai voltar a crescer, mas os gastos públicos vão ficar congelados.
Mesmo em países que adotam medidas parecidas, elas não duram tanto tempo e nem têm tanta rigidez.

Quer mais? Nenhum país do mundo define o regime fiscal mudando a Constituição, como estão propondo no Brasil.

A nossa Constituição Cidadã de 1988 define que os investimentos em educação nunca podem ser menores que 18% da arrecadação de impostos.
No caso da saúde, desde o ano 2000, os investimentos estão vinculados à Receita Corrente Líquida. O percentual mínimo, em 2016, é de 13,2%. Chegaria a 15% em 2020.
Pois a PEC faz a desvinculação dessas despesas obrigatórias.

O que isso significa?
Que as despesas com educação não estariam mais vinculadas à arrecadação. E que as despesas com saúde deixariam de ter relação com a receita líquida.
O valor vigente em 2017 passaria a funcionar, por 20 anos, como um piso.
Não importa o quanto a arrecadação dispare, o único ajuste seria o da inflação.

Aí alguém pode dizer: “Ué, mas a PEC não traz um valor máximo pros investimentos em saúde e educação, ela dá um novo mínimo”.
Tudo bem. Mas com o teto pro orçamento total, os gastos com a Previdência e o todo o conflito distributivo, ninguém aposta em recurso acima do mínimo.

O cenário já não é grande coisa. E vai piorar.
Quanto maior for o crescimento econômico, maior vai ser a perda.
Uma pesquisa do Ipea mostrou que, pelo orçamento de 2016, a perda acumulada na área da saúde pode chegar a 743 bilhões.

E, pelas projeções do IBGE, a população brasileira, daqui a 20 anos, vai ser 10% maior que a de hoje. Já o número de idosos com 60 anos ou mais vai quase dobrar.

Em 2016, sem a PEC, o gasto per capita em saúde é de 519 reais.
Com ela, em 2036, o gasto per capita fica em 411 reais.
Permanecendo a regra atual, o valor per capita pode chegar a 822, dependendo da taxa de crescimento do PIB.

No caso da Educação, a perda pode ser de até 24 bilhões por ano. A estimativa é da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.

Não vai dar pra cumprir as metas do Plano Nacional de Educação.
Aprovado em 2014, o Plano previa que, em 10 anos, o investimento em educação pública chegasse a 10% do PIB.
Com a PEC 55, nada feito.

Salário mínimo e programas de assistência social também vão sofrer os efeitos do corte de gastos.
E ainda que o teto de despesas seja direcionado pros poderes federais, estados e municípios também vão sentir o aperto nas contas.
Afinal, boa parte das receitas estaduais e municipais vem de repasses do Governo Federal.

É, amigo…. O veneno da austeridade econômica vai atingir em cheio os avanços sociais conquistados desde a Constituição de 1988.
Educação e saúde, mais longe da universalização, vão acabar feridas de morte.
Vem aí 20 anos de desmonte do pouco que foi feito em quase 30.


Fontes:

Austeridade e retrocesso (http://brasildebate.com.br/…/u…/Austeridade-e-Retrocesso.pdf)

Os impactos do novo regime fiscal para o financiamento do Sistema Único de Saúde e para a efetivação do direito à saúde no Brasil (http://www.ipea.gov.br/…/nota_tecnica/160920_nt_28_disoc.pdf)

Quadro fiscal brasileiro de PEC 241 (http://l.facebook.com/l.php…)

PEC 241 reduz deveres do Estado com saúde e educação (http://www1.folha.uol.com.br/…/1824466-nao-e-dificil-perceb…)

Além da queda, o coice

Depois do golpe calhorda (que só os muito obtusos ou cínicos apoiam), vem agora a rebordosa da PEC da Morte. Daqui a alguns anos nossos filhos e netos ainda irão cobrar o peso dessa desgraça imposta ao país. Parabéns aos envolvidos.

Sem dúvida, 2016 tá saindo muito pior que a encomenda.

Antonio Carlos promete Inter com time de Série A

O primeiro passo para a reconstrução do Inter após o rebaixamento para a Série B foi dado nesta terça-feira. E começou pelo técnico. Aos 47 anos, o ex-jogador Antônio Carlos Zago recebe a primeira chance em um dos grandes clubes do futebol brasileiro após o bom trabalho no Juventude. E prometeu montar um “time de Série A” para 2017, em um ano “atípico” na história do clube.

Ao lado do presidente eleito Marcelo Medeiros, do novo vice de futebol Roberto Melo e do executivo Jorge Macedo, Zago contou que o acerto com a nova direção foi rápido, entre quinta e sexta-feira, e que ainda não iniciou uma análise do atual elenco. Mas garantiu que terá um time mais “competitivo” e deixou claro que a prioridade em 2017 é voltar à elite do futebol brasileiro.

– É um ano atípico para a história do Internacional, mas estou feliz em fazer parte desse desafio – declarou Zago, antes de ser questionado sobre o time que pretende montar. – Tudo foi muito corrido, houve um contato do Inter na quinta e na sexta chegamos a um acordo. A patir de hoje vamos falar sobre o elenco do próximo ano. O importante é montarmos um elenco forte, competitivo, um elenco de Série A – completou o novo treinador colorado. (Do Globo Esporte)

A frase do dia

“Planalto, Supremo e Congresso se uniram para salvar o sistema e incrementar a espoliação”.

Mário Sérgio Conti. jornalista