POR FELIPE BRANCO CRUZ/RENATA NOGUEIRA, UOL SP
Os Dez Mandamentos – O Filme” chegou nesta quinta-feira (28) aos cinemas com mais de 3 milhões de ingressos vendidos com antecedência em todo o país. Em São Paulo, porém, algumas salas que já estavam com as entradas esgotadas não lotaram.
O Cinemark do shopping Boulevard Tatuapé, na zona leste de São Paulo, tem quatro sessões esgotadas: 12h45, 15h30, 17h15 e 18h15. O local é um dos preferidos pelo público que mora na região e também um dos mais próximos ao Templo de Salomão, que pertence à Igreja Universal do Reino de Deus.
O movimento por ali, no entanto, passou longe da lotação. A cinco minutos da primeira sessão, às 11h45, apenas 75 pessoas ocupavam a sala 2, com capacidade para receber um público de 230. Na bilheteria, restava apenas um ingresso para compra. O mesmo fenômeno aconteceu 1h depois, na sessão das 12h45, cujos ingressos estavam esgotados desde o início da pré-venda. Na sala 3, a maior disponível no local, com 353 lugares, um público de cerca de 130 pessoas preenchia as poltronas.
Já no Espaço Itaú, no shopping Frei Caneca, também em São Paulo, o movimento foi abaixo do esperado. No início da pré-venda, há quatro semanas, todos os horários do cinema estavam esgotados no site Ingresso.com. Nesta quinta-feira, as sessões voltaram à venda tanto no site e na bilheteria do cinema. Até as 14h10, de quatro sessões do filme, nenhuma delas estava lotada –na primeira havia 74 pessoas e nas seguintes, 137, 158 e 156 ingressos vendidos. Ao UOL, o gerente do espaço, Diego Luiz Castro Bastos, disse que “em momento algum os ingressos esgotaram” e que, “desde que as vendas foram abertas, sempre teve ingressos disponíveis”.
Ingressos grátis
A Igreja Universal do Reino de Deus, cujos bispos e pastores controlam a Rede Record, responsável pela produção da série de TV transformada em filme, ajudou para que o longa registrasse o recorde de pré-venda dos ingressos. Além de incentivar a compra de entradas nos cultos, alguns espectadores no Boulevard Tatuapé contaram à reportagem do UOL que ganharam os ingressos para a estreia e outras que pagaram nas próprias sedes das igrejas por R$ 11 –na bilheteria dos cinemas, a entrada custa R$ 23 (inteira).
Emilly Maria, 16, foi uma das beneficiadas. Ela contou que ganhou dois ingressos de um grupo de jovens da Igreja Universal e convidou a irmã, Evelyn Marina Nascimento, 23. Frequentadora da Assembleia de Deus no bairro do Itaquera, Evelyn levou os filhos Lucas, de 4 meses, e Kemilly, 3, que não pagam entrada. “Trouxe minha irmã porque estava doida para assistir. Não perdia um capítulo da novela”.
Duas irmãs evangélicas, de 12 e 17 anos, não quiseram se identificar, mas contaram à reportagem que também ganharam os ingressos na igreja. Esta foi a segunda vez que elas foram ao cinema –a outra foi para ver a animação “Era do Gelo 2”. “Assistimos à novela e disseram que o final seria diferente”, contou a mais velha. “Eu viria com meu irmão, mas ele não pôde e eu estou procurando alguém para dar o ticket”, contou outro beneficiado, que também preferiu não se identificar.
Antônio Eduardo, 18, foi ao shopping Frei Caneca com dez amigos. “Vou voltar amanhã também, na sessão das 19h, com a minha namorada”, disse ele, que é evangélico. Eduardo e os amigos compraram as entradas com antecedência na noite de quarta-feira (28).
“Deus é um só”
Pela manhã, nenhuma fila faraônica foi vista nas bilheterias de ambos cinemas de São Paulo. Alguns fãs da novela que chegaram cedo ao shopping Tatuapé conseguiram comprar ingressos minutos antes da sessão das 11h45.
A católica Vera Rocha, 62, levou as duas filhas para assistir a “Os Dez Mandamentos”. Ela contou que não se incomoda pelo filme ter ligação com a igreja Universal. “Deus é um só para todos”, disse. Vera chegou cedo ao cinema e conseguiu comprar três ingressos na bilheteria também para a primeira sessão (11h45). “Eu me interessei, primeiramente, por ser um filme religioso. Hoje em dia a televisão não transmite muitas coisas religiosas e aprendi muito assistindo à novela”.
A espírita kardecista Sandra Ayres, 54, também assistiu ao filme na primeira sessão do shopping Frei Caneca. “É uma história muito especial”, disse. “Achei linda a novela e respeito todas as religiões. É um filme brasileiro e precisamos prestigiar. Esta é uma linguagem que só nos faz bem”.
Site UOL persegue de forma implacável este trabalho.
Aliás, a imprensa brasileira tá amarrando o burro, onde o dono do burro manda.
No esporte, na politica, na religião e assim se vai
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Pode até haver prevenção contra o bispo Macedo, mas é muito esquisito ver uma sala com ingressos esgotados e ninguém assistindo o filme, amigo Edson. Para um filme tão badalado, definitivamente não é normal. Surge logo a suspeita de lavanderia, se é que me entende.
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Fenômeno igual acontece aqui com uma certa torcida, que eu não vou falar o nome pra não ter choradeira…Que o ST tá bombando, que milhares de ingressos foram vendidos antecipadamente…Mas quando a gente olha pra arquibancada…É aquele pequeno público de sempre…Digo o nome da torcida?
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o sait uol da com inveja epersegue a record sabe pq ?pq os 10 mandamentos nao foi feito pela globosta.so os 10 mandamentos um unico filme da record quebrou todos qe a globosta fez na vida todo,chora uol chora globosta.
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Vou ler a matéria com cuidado. Primeiro para ter certeza da consistência do teor. Segundo, para, se for o caso, verificar qual a natureza do motivo que leva ao não comparecimento ao evento daqueles que adquiriram o ingresso.
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Pois é, amigo Gerson, ficou com cara de lavandeira mesmo. São mil salas ocupadas e ociosas esta semana. Semana que vem o filme deve se restringir a poucas salas, já que o filme do birrento Iñàrritu deve ser lançado com poupas do filme com maior indicação ao Oscar.
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Amigos, vamos ser sensatos, ninguém em sã consciência compra ingresso para não ir.
Além disso, há relatos de entrega e venda de ingressos destro da igreja (ingressos subsidiados).
A verdade é que ficou com cara de lavagem de dinheiro que não será investigado… Dai que, dessa história, o máximo que sempre teremos é a pulga atrás da orelha.
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Por sinal, é bom dizer que é uma forma legal, ainda que deselegante, do dinheiro da Universal passar para a Rede Record.
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Quer dizer: uma, através do seu contingente, simularia a compra do produto da outra, de molde que sob este pretexto, o numerário seja repassado. Seria alguma coisa mais ou menos assim, amigo Celira?
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Bom pelo menos, nesse filme não tem nenhum palavrão, coisa que é difícil de se ver nos filmes nacionais.
Nos filmes brasileiros tem muito xingamento e palavrão, por isso é que não assisto.
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Por aí, amigo Antônio Oliveira.
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Nao esquecem a grandeza do Papäo nem em assuntos religiosos.Depois.depois!
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Hehehe E o milagre da multiplicacao do Edir Macedo.
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Neste link, o ator Caio Blat conta o que a Globo, através da Globo Filmes, faz com o cinema nacional.
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Amigo Luis,
É fato que a Globo faz isso e coisas muito mais danosas ao setor da arte. Mas, isso não justifica a compra de ingressos para “fantasmas”.
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Amigo Lira, nos sabemos do elo entre universal e record. Ok
Com certeza houve uma união de forças neste caso.
Se imoral, não discuto, pois se trata de uma produção bíblica que encantou o Brasil como novela e que fez a Globo cair como nunca, antes.
Conheço casos que muitos ingressos foram comprados por membros e lideres da dita igreja e doados a quem não pertence, é uma forma de evangelização
Se a pessoa não vai, paciência. Talvez se fosse pra um pop da vida iria correndo.
De certo que está batendo uma cuira muito grande em muitas pessoas que não aceitam que um seguimento evangélico rompa recordes.
Engraçado que em produções como Chico Xavier só se ouviam elogios
Mas é isso aí, a Igreja sempre sofreu e sempre será perseguida
E pra finalizar, aqui no Pará quando vejo toda uma estrutura dos governos públicos voltada para o Cirio, pago com o dinheiro do contribuinte
Como aquela calçada milionária da frente da Basílica
Eu me calo e até compreendo, mas fico imaginando, quanto desvios de verbas e superfaturamentos são ocasionados por essa ajudinha? Hein?
Quem não é catolico tem que aceitar.
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Amigo Edson,
Concordo com você e até fico feliz com o incomodo que a Record tem provocado na Globo (monopólio nunca é bom).
Também concordo sobre os filmes espíritas. Todos, é bom que se diga, recebem apoio da Globo, bem como alguns filmes católicos (os do Padre Marcelo Rossi).
Mas, é inegável que chama a atenção às salas vazias.
É preciso dizer que até aceito a compra de ingressos, mas, não coaduno com pessoas comprando 20 mil ingressos, como num caso em Recife.
Penso que há formas mais eficazes de levar o evangelho a cada criatura. Comprar os ingressos não provocara isso, afinal, a boa novela (sim, foi uma boa novela), já tinha feito esse papel evangelizador.
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Por sinal, também acho um absurdo aquela calçada em frente à Basílica. O custo foi muito exagerado e, além disso, era algo desnecessário.
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Amigos Edson e Celira, é absolutamente verdadeiro que existe generalizada intolerância religiosa no Brasil. De um modo geral, todas são intolerantes com todas.
Mas, a questão que se desenvolveu, especificamente a partir dos comentários, não me parece estar relacionada com este aspecto. Na realidade, o que está sendo cogitado é um aspecto que indubitavelmente é ecumênico, qual seja, utilização de pretextos para o descaminho na entrada e saída de dinheiro em instituições. sejam públicas, sejam privadas.
Já quanto à obra na frente da Basílica, minha opinião é que ficou muito melhor como está agora, seja do ponto de vista da funcionabilidade, seja da acessibilidade. E também porque harmoniza com o restante do espaço, o CAN.
Agora, opinar favoravelmente à obra, ou ao filme da universal, ou ao filme espírita, não quer dizer que se é favorável a que eles sejam utilizados como pretexto para objetivos opostos ao que pregam as religiões. Do mesmo modo que opinar desfavoravelmente a tai pretextos não significa que o opinante seja contrário às religiões.
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Amigo Antônio, a calçada ficou melhor, mas o custo da calçada não se justifica.
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Amigos do blog eu sou. Evangelico cada um tem sua religiosidade tem a sua Fe tem pessoas nem acredita em Deus na sua existencia
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Mas, amigo Celira, eu não disse o contràrio. O que eu disse foi que o fato de se ser favorável à obra, não quer dizer que se seja favorável que se seja favorável a que a obra seja usada como pretexto para abusos, dentre os quais se insere o superfaturamento.
Aliás, dito raciocínio vale para obras “profanas” também, as quais são mais importantes materialmente falando, tais como hospitais e escolas, por exemplo.
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