Histórias do mundo da bola

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A Seleção Brasileira de 1974 na Copa da Alemanha: Nelinho, Leão, Luiz Pereira, Marinho Chagas, Marinho Peres e Wilson Piazza; Valdomiro, Leivinha, Jairzinho, Rivellino e Paulo César. Remanescentes de 70 estavam em decadência e as caras novas não renderam o esperado. Para piorar, havia uma certa Laranja Mecânica no caminho.

O irmão barra-pesada do astro Messi

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POR RAFAEL REIS, no UOL

A ficha policial é extensa e inclui duas prisões por porte de armas e também acusações de participação em roubo, uma tentativa de agressão e ameaças físicas. Além disso, é um especialista em criar confusões nas redes sociais e tem amigos no crime organizado de Rosario, cidade natal da família Messi.

Se Lionel carrega fama de bom moço, apesar de alguns crimes fiscais cometidos na Espanha, o mesmo não se pode falar do seu irmão Matías, 32. Segundo dos quatro filhos do casal Jorge Horacio Messi e Celia María Cuccitini, ele coleciona problemas e a fama de ser o “irmão barra pesada” do jogador eleito por quatro vezes o melhor do mundo.

Matías trabalha com o astro do Barcelona e é uma espécie de braço direito de Lionel. A tatuagem com o rosto do camisa 10 argentino no braço esquerdo mostra bem a idolatria que tem pelo familiar mais famoso.

Críticas ao jogador são encaradas como ofensas pessoais pelo irmão, que não deixa barato e costuma respondê-las como veemência. Figura bastante ativa nas redes sociais, disse após a derrota da Argentina na final da Copa América de 2015 que aquele país não “merece Lionel Messi”.

Também já usou o Twitter para xingar torcedores do Real Madrid que provocavam a estrela do Barça e para provocar Cristiano Ronaldo, o arquirrival do seu irmão, comparando números do argentino e do português.

Mas se as confusões de Matías Messi se limitassem às provocações e ao comportamento agressivo no mundo virtual, sua família poderia ficar mais tranquila.

Em 2011, sua casa em Rosario (Argentina) foi alvo de quatro tiros. As suspeitas é de que o atentado era um “recado” de algum mafioso local.

Afinal, Matías é próximo do mundo do crime da cidade onde cresceu. Uma imagem publicada em outubro pela revista “Noticias de la Semana” mostra ele ao lado de um grupo de traficantes e bandidos de Rosario.

A foto apresenta o grupo de uma forma bastante amistosa, no que parece ser um churrasco ou uma confraternização. O irmão de Messi já foi detido duas vezes, ambas por porte ilegal de armas.

Em outubro do ano passado, passou algumas horas detido na delegacia em Rosario depois que uma inspeção em seu carro encontrou um revólver calibre 22 sem licença.  De acordo com a rádio Cadena 3, Matías entrou em conflito com os policiais e acabou com um corte no supercílio.

Sete anos antes, ele havia sido preso depois de um vizinho denunciar que o irmão do jogador estava andando com uma pistola na cintura. Na ocasião, foi indiciado por porte ilegal de armas.

A lista de delitos supostamente cometidos por Matías não para por aí. De acordo com o jornal “El Pais”, ele teria participado de pelo menos mais três incidentes criminais na adolescência, antes de Lionel subir para o time profissional do Barcelona e se tornar um craque reconhecido mundialmente.

Ainda segundo a publicação, o irmão de Messi foi denunciado por participação em um roubo em 2000, por uma suposta agressão em 2001 e por ter feito ameaças contra uma outra pessoa no ano seguinte.

É ou não é um cara do bem esse Matías Messi?

Esporte é promoção ou exposição?

POR ERICH BETING

Nos próximos dias o futebol brasileiro vai provar mais um pouco do gostinho de como se promove um evento esportivo com a participação de quatro clubes do país na Florida Cup. Torneio praticamente amador no que diz respeito ao apelo que tem com o público local, a competição que reúne cada vez mais equipes do mundo todo na Flórida dá ao país um pouco do sabor que é fazer uso da promoção para gerar interesse num evento.

Nos últimos dias, vimos diversas ações brotarem sobre o evento. Ronaldo como garoto-propaganda, Ronaldinho Gaúcho como atração em campo, jogo da NBA como forma de divulgação do evento e até de exposição dos clubes brasileiros lá fora (leia mais aqui).

Na prática, o que os americanos tentam fazer é ampliar o interesse para as pessoas sobre o evento. Com o futebol em estágio primário de evolução nos Estados Unidos, o que os promotores tentam fazer é criar diversos motivos para que o público tenha, de alguma forma, contato com a Florida Cup.

Fazer uso da promoção para atrair público, mídia e, então, patrocinadores, é um conceito mais do que batido em mercados onde o marketing já é mais desenvolvido. Nos Estados Unidos, onde o marketing é norma, o conceito é tão banal que é impossível pensar em fazer esporte sem ele.

Já no Brasil, os clubes da Primeira Liga mostram que estão ávidos por, primeiro, fechar o contrato de TV para então lançar a competição e, aí, quem sabe começar a atrair o interesse do público e os patrocinadores.

A preocupação dos dirigentes, logicamente muito válida, é de que o clube não perca dinheiro com o evento. Mas como achar que um negócio, em seu primeiro ano de vida, não vai ter prejuízo?

Se fosse mais do que um movimento político, a Primeira Liga deveria saber disso. Talvez os dirigentes de Atlético-MG, Fluminense e Inter pudessem usar a ida aos Estados Unidos para ver como é possível aplicar alguns conceitos primários de promoção de um evento esportivo na promoção da liga.

O que falta em boa parte ao esporte no Brasil é entender a importância da promoção na cadeia evolutiva da transformação de uma competição esportiva num produto. É só por esse caminho que será possível construir um negócio realmente rentável para todos.

Quando prioriza a exposição em detrimento da promoção, a Primeira Liga está desperdiçando a capacidade que tinha de se tornar um bom produto. Por mais novo que ele seja.

(Por sugestão do baluarte Carlos Lira)

A quem interessa atrasar os programas estratégicos do Brasil?

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POR NARCISO ALVARENGA M. DE CASTRO (*) 

Em 14 de junho de 2012 foram comemorados os trinta anos do fim da Guerra das Malvinas entre o Reino Unido e a República Argentina, que, como todos sabem, terminou com a rendição dos soldados argentinos em Porto Stanley.
Foi a primeira “guerra tecnológica” e precedeu outra, a Guerra do Golfo, onde os artefatos high-tech puderam ser demonstrados aos olhos do mundo e em tempo real.
Para nós, brasileiros, as lições mais importantes do conflito, além de testemunhar o heroísmo dos soldados portenhos e principalmente de seus pilotos de caça, foram: os Estados Unidos (e de resto a Europa) se alinham automaticamente aos seus e um submarino de propulsão nuclear deixa fora de ação toda uma esquadra convencional.
Um pouco antes, a Marinha do Brasil já ensaiava os primeiros passos buscando o domínio do ciclo atômico, com os Almirantes Maximiano da Fonseca, Mário Cezar Flores, Álvaro Alberto e, principalmente, o Vice-Almirante Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva.
Para um país de larga extensão costeira, fica claro que a estratégia baseada na dissuasão é a mais eficaz. Os primeiros submarinos da esquadra foram adquiridos em 1914 de procedência italiana. A tradição de construção de navios em nossas terras vem antes de 1808, com a chegada de D. João VI e nunca foi interrompida, apesar dos altos e baixos.
Hoje, o país pode se orgulhar de dominar a sensível tecnologia da construção de submarinos ou submersíveis, adquirida da Alemanha. Mais recentemente, um acordo estratégico assinado com os franceses deu um passo além: a aquisição de tecnologia para projetar submarinos, que ao final, capacitará o país a lançar o seu primeiro submarino de propulsão nuclear.
Um submarino convencional é movido a motor diesel e baterias. Segundo o Contra-Almirante Othon tal embarcação não passa de um jacaré ou uma foca, fácil de ser abatida. A explicação é simples. Para submergir, os motores precisam ser desligados, pois produzem gás, que não teria como ser expelido devido a maior pressão.
Então, o tempo que um submarino convencional pode ficar escondido (stealth) é o tempo de duração de suas baterias, uns poucos dias. Ao subir à superfície, para recarregar as baterias e o ar, pode ser facilmente abatido, pois, além disso, é muito lento.
Um submarino de propulsão nuclear pode ficar meses embaixo da água, o tempo que os seus tripulantes aguentarem sem sofrer um colapso nervoso. É muito mais rápido, devido ao seu propulsor, um reator atômico, que utiliza urânio enriquecido a 20%, o U-235.
Fica clara a opção escolhida pelos que pensaram a Estratégia Nacional de Defesa (que não pode ser separada da Estratégia Nacional de Desenvolvimento).
Somente cinco países constroem submarinos com propulsão nuclear: Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia, todos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Apenas três países dominam todo o ciclo do combustível atômico e possuem reservas de urânio: os Estados Unidos, a Rússia e o Brasil.
Nosso país tem mais de 300 mil toneladas de urânio em suas jazidas, sendo que somente um terço delas foi prospectada. O consumo hoje é de mil toneladas/ano, o que seria suficiente para mais de 300 anos de fornecimento.
O Brasil na década de 80 assinou um tratado de salvaguardas com seu vizinho argentino. Foi um tratado equilibrado, pois previa reciprocidade. Muitos anos depois, foi obrigado a assinar um tratado de não proliferação nuclear, no final do governo de Fernando Henrique, visivelmente desequilibrado, pois só previu obrigações para o lado brasileiro, sem nenhuma contrapartida das grandes potências.
Tentam fazer que o país assine um “protocolo adicional” que pode significar que o país abra sua tecnologia nuclear aos estrangeiros. Nenhum país do mundo fornece ou vende tecnologia nuclear sensível, como ficou claro no acordo nuclear Brasil-Alemanha na década de 70 do século passado, aliás, ainda em vigor.
Por tudo isso, soa muito estranha a prisão do Vice-Almirante R1 Othon Luiz, ocorrida na chamada 16a fase da Operação Lava Jato, por supostos recebimentos de 4,5 milhões de reais, na construção da Usina Angra 3.
Othon já foi investigado pelas próprias Forças Armadas e foi inocentado na década de 90, sendo certo que diversos comandantes militares não simpatizavam com seus projetos ou seus métodos.
Some-se a isto, a campanha contra a Petrobrás, que estava em franca expansão com as descobertas do Pré-sal, bem como a prisão do Presidente da Odebrecht.
O desenvolvimento do reator que equipará o subnuc brasileiro vai sofrer atrasos e os vinte técnicos terão que ser remanejados com o contingenciamento das verbas, devido a intensa campanha da mídia, que acompanha o desenrolar da Operação Lava Jato.
O projeto do VLS (veículo lançador de satélites) vem sofrendo constantes abalos e até suspeita de sabotagem. O moderno avião transporte de cargas e tropas, o KC-390 da Embraer, também sofrerá atrasos, devido ao ajuste fiscal do governo Dilma.
É inconcebível que um suposto combate à corrupção possa conduzir ao desmonte em programas estratégicos da nação. Seria até risível se pensar que americanos, russos ou franceses encarcerariam seus heróis, seus cientistas mais proeminentes, ainda que acusados de supostos desvios.
Portanto, somente aos estrangeiros ou seus prepostos no país, pode interessar o atraso ou o fim dos programas estratégicos brasileiros. É mais que hora de uma intervenção do governo ou, no mínimo, uma supervisão bem próxima da nossa Contra Inteligência para a verificação do que realmente está por trás das investigações da PF (FBI? CIA?), MPF e dos processos a cargo da 13ª Vara Federal de Curitiba.

*Juiz de Direito do TJ-MG