Há uma guerra em curso

Por Fernando Brito 

Toda a direita e a porção mais fisiológica da base governista iniciaram uma ofensiva sem tréguas contra a proposta de Dilma Rousseff de convocar, por plebiscito, uma Constituinte para reformar as estruturas políticas que as ruas estão repudiando. Isto não tem nada de novo. Quem se esquece do primeiro parágrafo da Carta Testamento de Getúlio Vargas, que se lembre:
Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.”
Agora e de novo tentam jogar sobre ela, que tem uma vida de sofrimentos e dedicação ao Brasil, o “mar de lama” em que eles próprios chafurdam. Eduardo Cunha, o da MP dos Porcos – como diz o seu ex-chefe Garotinho – fala em nome da Câmara –  ” a Casa é contra esse plebiscito” – e ameaça com “tumulto”. Ronaldo Caiado, idem.
O presidente da OAB, que é contra a constituinte e o plebiscito – ao contrário da principal seção da entidade, a de São Paulo, que defende a iniciativa – e sai de uma reunião com a Presidenta anunciando aos quatro ventos que ela “desistiu”da proposta. Claro que a Secretaria de Comunicação da Presidência – que também é contra a constituinte e contra a Presidenta – permanece muda. Quem fala é José Eduardo Cardoso, o cóccix mais flexível da Esplanada.
A democracia e o governo legítimo do Brasil estão em perigo, porque este ousou propor um plebiscito e atacar privilégios. Planeja-se o assassinato político da Presidenta por ela ter cometido o gravíssimo crime de pretender que a soberania popular seja exercida pelo voto. Depredação, sim; eleição, não! Chamar o povo a decidir, agora, é atentar contra a Constituição e a Democracia!
O golpismo está em marcha e não podemos tergiversar.

6 comentários em “Há uma guerra em curso

  1. Nada obstante dê continuidade á tática de fingir que os problemas foram artificiosamente criados, que se trata de golpe para apear de forma ilegítima a presidente, o artigo tem a virtude de suscitar que se há pretensão golpista esta pode muito bem estar sendo gestada no próprio seio lullopetista.

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  2. Isso está cada vez mais perigoso, será que a população deu um tiro no pé ?

    Hoje os manifestos estão com poucas pessoas e mais vândalos praticando assaltos e bagunça, daqui a pouco os militares entram em cena para controlar isso e o poder.

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  3. O autor me parece mais preocupado em filosofar do que analisar, mas onde que eu sendo o chefe e sei que tem alguém contra mim diretamente não mando para a o olho da rua?

    Dilma ja provou no incio do governo que é muito pouco tolerante com desvios de seus ministros e isso me fez até ter certa admiração por ela, mas vi que tem escutado mais o lulinha paz amor e equilibrista do que seus instintos de gestora.

    RRamos

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  4. O Plesbiscito e a reforma constituinte exclusiva ou não, proposta pela presidentA, embute um perigoso precedente de eternização do poder, haja vista, que não existe reforma Constitucional pela metade ou por etapas, uma vez instalada, uma Assembléia Constituinte, tem o Poder de reformá-la, recortá-la, modificá-la, integralmente inclusive, qual seja, fazer o que quiser dela; o precedente perigoso verificou-se recentemente na Venezuela, depois na Bolívia e mais recentemente no Equador, onde as reformas constitucionais daqueles países permitiram a perenização dos atuais governantes, no poder;
    Muitíssimo TENDENCIOSO, portanto, em meu entendimento, essa proposta da Truculenta PresidentA!!!
    ALERTA BRASILEIROS!!!!!

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    1. Ao contrário, existem muitos animais no picadeiro (e fora dele) bem mais truculentos que a nossa presidenta, amigo Silas. Ela, pelo menos, está no poder de forma absolutamente legítima e constitucional, e isso precisa ser respeitado por todos que amam a democracia. E, diante das cobranças e pressões das ruas, que proposta mais democrática (pela amplitude da consulta) do que um plebiscito? Só pode temer a ideia justamente quem teme a vontade popular.

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    2. Ao contrário, existem muitos animais no picadeiro (e fora dele) bem mais truculentos que a nossa presidenta, amigo Silas. Ela, pelo menos, está no poder de forma absolutamente legítima e constitucional, e isso precisa ser respeitado por todos que amam a democracia. E, diante das cobranças e pressões das ruas, que proposta mais democrática (pela amplitude da consulta) do que um plebiscito? Só pode temer a ideia justamente quem teme a vontade popular.

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