
Funcionou como excelente aquecimento para o campeonato estadual que começa daqui a duas semanas. Mais importante: os dois mais populares clubes paraenses retomaram uma rota que era quase obrigatória nos anos 70. A disputa do torneio internacional do Suriname pode se tornar parte do calendário de Remo e Paissandu a partir de agora, contribuindo para vitaminar a combalida receita de ambos.
Para o torcedor, porém, o que vale é a conquista do título. O Paissandu, mais objetivo e determinado, tanto no primeiro jogo quanto na decisão, levou a melhor na disputa de penalidades máximas. Tecnicamente, pouco se viu de inovador na formação dos dois times. Como era mais ou menos esperado, Tiago Potiguar – premiado como melhor jogador da decisão – apresentou-se muito bem, consolidando seu papel destacado no time alviceleste. Nos 90 minutos, o Remo teve certa superioridade, mas não em dose suficiente para afirmar que o desfecho foi injusto.
Além disso, Sérgio Cosme deve ter ficado satisfeito com as atuações de Nei, Claudio Allax, Marquinhos e Rafael Oliveira, atletas que se sobressaíram nas duas partidas. Em termos de preparação, o torneio serviu como laboratório para a definição da equipe titular para o campeonato, mas é certo que o desenho tático e a dinâmica de jogo devem ser profundamente alterados com a inclusão de Vânderson e Alex Oliveira, recém-contratados, além de Sandro, que se recondiciona.
No Remo, o também estreante Paulo Comelli teve a oportunidade de testar jogadores novos e avaliar as condições de alguns de seus indicados. Com base na observação dos companheiros Geo Araújo e Paulo Caxiado, da Rádio Clube, os que mais se destacaram foram Elsinho, Rafael Morisco, Marlon, Tiaguinho e Tiago Marabá.
Por sinal, o torneio foi amplamente dominado por Tiagos. O do Paissandu foi o melhor dos três, mas os dois azulinos tiveram boa desenvoltura, principalmente Marabá, que pode ter assegurado uma vaga no time titular para o Parazão. Tiaguinho carece de melhor condicionamento, mas é bom organizador.
No Bola na Torre de ontem, o secretário estadual de Esporte e Lazer, Sahid Xerfan, expôs com clareza a real situação do estádio Edgar Proença, tão depauperado que dificilmente poderá ser palco do primeiro Re-Pa do campeonato, marcado para 13 de fevereiro. Ao mesmo tempo, confirmou a boa notícia da isenção da taxa de aluguel do Mangueirão para os clubes. E fez prognóstico ousado quando ao futuro complexo esportivo no entorno do estádio: para Xerfan, a obra não terá paralelo na América Latina. A conferir.
Sobre o contrato entre os clubes e a Funtelpa, evidenciou posição contrária à transmissão para Belém de jogos realizados na cidade. Acha, como este escriba baionense, que esse acordo é danoso para os clubes. (Fotos: TARSO SARRAF/Bola-DIÁRIO)
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 10)