A Secretaria de Esporte e Lazer está anunciando a vinda da seleção russa tricampeã olímpica de nado sincronizado para uma apresentação especial no dia 6 de fevereiro, às 10h, na piscina da Tuna. Haverá também uma exibição da seleção brasileira , da qual fazem parte duas atletas paraenses, Daniella e Gabriela Figueredo. A coordenação do evento terá a responsabilidade da Federação Paraense de Desportos Aquáticos.
Dia: 16 de janeiro de 2011
Caso Huck: como explorar a tragédia humana
A compra dos cupons, segundo o site, reverterá em benefício de duas ONGs que estão ajudando as vítimas das enchentes. Parece bonito, mas não é. Primeiro, é necessário ir ao site do negócio de Luciano. Depois, é preciso se cadastrar no site. E então comprar um ou mais cupons de R$10,00.
Ganha Luciano porque divulga o seu negócio (mais de 7.000 RTs até agora), cadastra milhares de novos usuários em todo o Brasil, familiariza esses usuários com os procedimentos do site, incentiva o retorno e aumenta absurdamente o número de cupons vendidos – alavancando o Peixe Urbano comercial, financeira e mercadologicamente. Além do ganho de imagem por estar fazendo um serviço público (li vários elogios nos RTs).
Sabe-se lá como será contabilizado ou fiscalizado o total recebido como doação e repassado para as duas organizações parceiras. O usuário não tem nem terá acesso a esses dados internos.
Supondo que todo o montante arrecadado chegue às vítimas, se for mesmo o que estou entendendo, trata-se da mais sórdida exploração da desgraça alheia que já presenciei em toda a minha vida. As pessoas que estão doando seu dinheiro, seus produtos, seu tempo, suas habilidades e sua atenção aos desabrigados e às vítimas não estão pedindo nada por isso, não estão ganhando nada com seu gesto de solidariedade, não estão usando essa tragédia para obter nenhuma forma de lucro pessoal. Fazem o bem porque são humanas, ficaram chocadas com as imagens e as informações, se sensibilizaram com o sofrimento alheio. Ajudam por solidariedade, empatia e até por desespero.
E a maioria delas não tem quase nada na vida, em comparação com o apresentador da Globo. De todas as iniciativas já divulgadas até o momento, só a de Luciano Huck visa primeiramente ao lucro pessoal, para depois, secundariamente, resultar numa ajuda social.
Quando um tsunami matou 200 mil pessoas no sudeste da Ásia, em 2004, recebi um e-mail de um escritor inglês pouco conhecido, no qual se fazia a oferta: “Compre um dos meus livros, e eu doarei 30% do valor para as vítimas da tragédia”. Saí da lista do explorador barato na hora, mas a favor dele contava o número reduzido de destinatários da mensagem.
Luciano Huck tem 2.600.000 seguidores no Twitter: é este o público-alvo do seu apelo interesseiro. Pode não bater o recorde de cupons, desta vez, mas temo que tenha batido o recorde da safadeza. Aceito argumentos que me provem o equívoco dessa suspeita.
Depois dos R$ 24 milhões entregues pelo Estado à Fundação Roberto Marinho, dinheiro originalmente destinado à contenção de encostas e às obras de drenagem, mais esta. Turma da Globo, vocês pensam que estão apenas lucrando com as águas, mas na verdade podem estar brincando com fogo.
Independente bate Tuna em amistoso
Em amistoso realizado na tarde deste domingo, no estádio Navegantão, em Tucuruí, o Independente derrotou a Tuna por 3 a 1. Adson abriu o placar aos 10 minutos do segundo tempo. Isaías (Zazá) empatou para a Cruz de Malta aos 18, mas Marraquete aos 35 e Ró aos 44 decretaram o triunfo da equipe de Tucuruí. As duas agremiações se preparam para o campeonato estadual.
A frase do dia
“Todo mundo sabe que eu gosto do Palmeiras. Quando saí do Uzbequistão, fui ver um jogo do Palmeiras contra o Vitória, dei entrevistas. Mas o Felipão me vetou. O que posso fazer? Ele é o treinador e me vetou. Poderia falar com a diretoria, pelo tempo que passei no Palmeiras. Mas vi algumas entrevistas dele falando que não me queria”.
De Rivaldo, revelando mágoa com Felipão por ter vetado seu nome à diretoria do Palmeiras.
Sahid Xerfan vai deixar a Seel
Um problema grave de saúde na família deve afastar Sahid Xerfan da Secretaria de Esporte e Lazer (Seel). A notícia surgiu via Twitter, postada pelo secretário de Comunicação Ney Messias. O governo ainda não definiu quem o substituirá, mas é certo que o sub-secretário Christian Costa permanecerá no cargo.
Segundo informa o blog da jornalista Franssinete Florenzano, o nome de Xerfan consta da lista de pessoas inabilitadas pelo Tribunal de Contas da União para exercer funções públicas – de 14 de agosto de 2008 a 15 de agosto de 2013. Donde se conclui que o afastamento do secretário pode não ser exatamente por problema de saúde na família.
Coluna: Nas asas da gambiarra
A notícia pode ter passado em branco para o torcedor, mas nos próximos meses deverá cair como bomba sobre as finanças do Paissandu, com sérios e imediatos desdobramentos. O ex-jogador Didi, que pendurou as chuteiras na Curuzu e foi repentinamente promovido a gerente de futebol e a técnico do Time Negra, deixou Belém na última sexta-feira fazendo sérias ameaças. Promete briga na Justiça para reaver o dinheiro que o clube estaria lhe devendo.
Pelas contas de Didi, o Paissandu terá que desembolsar pelo menos R$ 2 milhões. Seria a soma de salários atrasados pelas três funções e o não pagamento do aluguel de seu apartamento. Mais que isso: diz ter testemunhas do próprio clube que podem atestar essas dívidas não pagas.
O caso é simbólico dos tortuosos caminhos trilhados pelos grandes clubes do Pará. Os erros, tão primários e repetidos, geram até desconfiança quanto aos agentes envolvidos. Custa a crer que um dirigente, razoavelmente informado sobre os deveres trabalhistas, permita que a situação de um funcionário chegue ao absurdo denunciado por Didi. Duvido que, em suas empresas, esses dirigentes ajam com tamanha negligência.
Sempre que surgem histórias cabeludas como essa vêm à baila a necessidade de uma lei de responsabilidade fiscal (ou contábil) para o futebol profissional. Na prática, isso já existe, mas o mecanismo é devidamente toureado pela invencível malandragem brasileira.
A quase esquecida Lei Pelé prevê prestação de contas e publicação de balancetes, condições necessárias para habilitar legalmente clubes e federações à assinatura de contratos e convênios. O ex-presidente do Remo, por exemplo, deixou o cargo sem prestar contas públicas do exercício financeiro de 2010. Apesar do abuso, saiu de cena sem sequer ser incomodado.
Quando a lei for aplicada com rigor, os clubes terão suas receitas e despesas verificadas de perto e os dirigentes serão obrigatoriamente vigiados. Só então irresponsabilidades como a do caso Didi poderão ser evitadas. Nesse mundo ideal e utópico, que só otimistas incuráveis são capazes de imaginar, teremos também cada vez menos aventureiros dirigindo clubes. Até porque a maioria só se arvora a mexer com futebol porque o muro é baixo e há uma conveniente ausência de fiscalização.
Até lá, porém, jogadores em fim de carreira, sem mercado lá fora, terão sempre abrigo generoso nos clubes de Belém. Nosso pobre futebol garante polpudas aposentadorias, propiciada por dirigentes incapazes de compreender a real natureza de suas funções.
Didi veio jogar no Paissandu ganhando salário incompatível com sua condição técnica. Ganhos que todos, inclusive ele, sabiam que não seriam pagos. Não da forma convencional. Mesmo assim, topou o negócio. Sabia, desde sempre, que no final sairia ganhando – e o Paissandu perdendo.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 16)