Charles quer treinar clubes do Sudeste

Esta vai especialmente para o amigo Cláudio Santos:

Segundo notícia da Agência Futebol Interior, Charles Guerreiro, “eleito em 2010 o melhor treinador da região Norte pela Associação de Cronistas Esportivos do Amazonas e Pará, está estudando propostas de clubes do eixo Rio-São Paulo para 2011”. A AFI conta que, depois de dois anos trabalhando no Paissandu (PA), onde conquistou o bicampeonato estadual e fez a melhor campanha do clube na Série C nos últimos anos, Charles planeja voltar ao Sudeste, onde se consagrou como atleta, atuando por clubes como o Flamengo, Fluminense, Vasco, Ponte Preta e Guarani. 
         
A AFI diz também que Charles é conhecido por revelar jovens jogadores, dando oportunidades aos atletas da base. “Entre os vários profissionais que foram revelados por Charles estão os meias Rogerinho e Barata; os zagueiros Da Silva, Ademilton, Diego Barros, Jenisson e Edkleber; os atacantes Joãozinho, Marcelo Maciel, Bruno Rangel, Moisés e Jean Sá; os volantes Sandro Silva, Mael, Dadá, Ricardo Capanema e Romeu; o lateral-esquerdo Paulinho; o lateral-direito Cláudio Allax, os jogadores Bryan, Wellington Saci e o goleiro Paulo Wanzeller”.

Tribuna do torcedor

Por Silmar Silva de Souza (silmar.silvadesouza@gmail.com)

Paissandu e Remo não são titãs nem aqui e nem em lugar nenhum. Se fossem não estariam não dependendo de incentivos do Governo, não conseguem nem se manter. Acho que os clubes pequenos deveriam deixar os dois “titãs” (duas piadas) disputarem Re-Pa o ano todo para ver se o campeonato paraense ia durar um mês. Gerson, seja realista e pare de defender dois clubes
fracassados e realmente veja quem administra bem suas equipes. Esses, sim, devem ser premiados. Esseas duas coisas ruins entram ano e saem ano e só pioram em todos os sentidos, se é para beneficiar os dois que os mesmos disputem  jogos entre si o ano todo. É por causa desse tipo de paternalismo que os dois estão onde estão e sem luz no fim do túnel. Tenho uma profunda admiração por sua coluna, mas estou começando a rever meus conceitos. Sei, Baião não tem time, mas a vizinha Cametá tem. Apoie quem luta para  fazer o futebol paraense crescer.

Coluna: Nanicos em pé de guerra

Em sã consciência, ninguém pode contestar as reivindicações dos clubes do chamado bloco intermediário do campeonato estadual. Exigem maior quinhão no contrato de patrocínio entre o governo do Estado (via Funtelpa) e os clubes participantes da primeira divisão do futebol paraense.
O acordo foi firmado em bases vantajosas para Remo e Paissandu, donos das principais torcidas e dos elencos mais caros. Ganham anualmente R$ 1,2 milhão, cada. Os demais têm direito à verba de R$ 70 mil, considerada insuficiente para seus gastos com a manutenção dos times.
Tuna, São Raimundo e Cametá lideram o movimento e são os mais ruidosos nas críticas à divisão do patrocínio oficial. Junto com Independente Tucuruí, Castanhal e Águia, pretendem sensibilizar as autoridades a concederem 30% do que recebe a dupla Re-Pa.
A reclamação surgiu em face da denúncia da Federação Paraense de Futebol que suspendeu temporariamente o contrato, no final de 2010. Os termos do patrocínio foram mantidos pelo governo do Estado, mas os clubes emergentes vislumbraram a chance de pleitear uma divisão mais equilibrada do dinheiro.
O dinheiro é destinado aos participantes do Parazão em troca do direito à transmissão das partidas pela TV Cultura para a capital e o interior, além do uso de espaços publicitários nos estádios.
Apesar da legitimidade da proposta, fincada na convicção de que as demais agremiações precisam se estruturar para crescer, o percentual solicitado briga com o bom senso. Em termos práticos, fixar em 30% a fatia desejada representa certo exagero. Mais realista (e viável) seria reivindicar metade desse índice. 
Para começo de conversa, por tudo que representam (história, títulos e tradição), os dois titãs fazem por merecer o patrocínio. São as locomotivas do nosso futebol e arrastam multidões aos estádios. O que se faz necessário é um controle mais rigoroso da aplicação dessa verba, que em 2010 acabou evaporando sem canalizar benefícios visíveis aos dois clubes.
Volta e meia surgem críticas ao domínio político exercido por Remo e Paissandu, que atrapalhariam a evolução dos demais times. Nessa linha de pensamento, dirigentes dos intermediários alegam (com razão) que o Parazão não se resume aos dois velhos rivais, mas é fato que sem a dupla Re-Pa simplesmente não haveria futebol por aqui. 
 
 
Como já observado aqui, o Paissandu vai começar a atravessar um período de turbulências na seara trabalhista. Já no dia 28 próximo, o clube enfrentará ação de R$ 2 milhões movida por Sandro Goiano, ainda em litígio com a torcida desde a eliminação na Série C. Quatro dias depois, ocorrerá a audiência de Balão, que cobra R$ 492 mil. Ao todo, o clube terá que responder a 30 ações trabalhistas só no primeiro semestre de 2011. A onda de demandas judiciais contraria o discurso da atual diretoria, que sempre se esmerou em atirar pedras nos ex-presidentes, culpando-os por todas as mazelas do clube. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 21)